sammynewton
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Nessa semana vimos aumentar ainda mais a participação de Aires. Personagem que chegou de forma discreta, mas que tem exercido grande influência sobre os gêmeos. Machado mostra os rapazes interagindo mais com o ex-diplomata conselheiro do que com o próprio pai.
O caso do burro, Cap 41, é muito interessante, e tem uma passagem que evoca a liberdade no estilo "dominas meu direito de ir e vir, mas não minha mente":
No cap.43, como observado pelo JLM, temos a confirmação de que Natividade realmente teme por ter um filho liberal, republicano. O interessante é que Pedro dá apoio ao artigo do irmão, mas Machado não deixa claro se é por solidariedade ou para comprometer Paulo e vê-lo em apuros.
Na prática a preocupação não adiantou muito, pois como vimos no Cap. 47, os conservadores (Império) caíram mesmo. Aqui, Machado retratou bem, através de Batista, o costume da elite política brasileira de ficar sempre ao lado do poder. Como Claudia, esposa de Batista, afirma:
Ou seja, Batista possuía ideais liberais, mas estava do lado dos conservadores em nome do benefício próprio. Pelo visto, não é de hoje que ideologias mudam rapidamente em se tratando de um cargo político ¬¬
Não imaginei que Esaú e Jacó tivesse um teor histórico-político tão intrínseco ao enredo.
Mudando de assunto, no capítulo 48 Machado faz um desabafo contra a velhice:
Há neste capítulo mais uma alusão histórica. Todos vão ao "Baile da Ilha Fiscal", que ocorreu no dia 9 de novembro de 1889, em homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane". Foi a última grande festa da monarquia antes da Proclamação da República. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Baile_da_Ilha_Fiscal)
Flora fica encantada com todo luxo e pompa da festa, e mostrou inveja profunda da Princesa, não tanto pela sua posição, mas pela liberdade de mandar e desmandar em sua própria vida. Aparece então o conselheiro Aires, e diz a moça:
E por fim, o cap 49, onde Machado usa mais uma metáfora para demonstrar as mudanças ocorridas naquela época. A tabuleta da Confeitaria do Sr. Custódio precisava de uma reforma, mas o estado da tal tabuleta era tão deplorável que não sobrou alternativa senão trocar por uma nova. Fica claro aí que ele se refere ao fim do regime imperial e a proclamação da República. Custódio fica desalentado, gostava da tabuleta antiga. Aires por sua vez aconselha:
E Custódio:
Ufa! Acho que me empolguei, mas a cada semana a leitura fica mais fascinante. Não tem como não comentar
O caso do burro, Cap 41, é muito interessante, e tem uma passagem que evoca a liberdade no estilo "dominas meu direito de ir e vir, mas não minha mente":
Enquanto te esfalfas em ganhar a vida, eu vou pensando que o teu domínio não vale muito, uma vez que não me tiras a liberdade de teimar.
No cap.43, como observado pelo JLM, temos a confirmação de que Natividade realmente teme por ter um filho liberal, republicano. O interessante é que Pedro dá apoio ao artigo do irmão, mas Machado não deixa claro se é por solidariedade ou para comprometer Paulo e vê-lo em apuros.
Na prática a preocupação não adiantou muito, pois como vimos no Cap. 47, os conservadores (Império) caíram mesmo. Aqui, Machado retratou bem, através de Batista, o costume da elite política brasileira de ficar sempre ao lado do poder. Como Claudia, esposa de Batista, afirma:
- Você estava com eles, como a gente está em um baile, onde não é preciso ter as mesmas idéias para dançar a mesma quadrilha.
Ou seja, Batista possuía ideais liberais, mas estava do lado dos conservadores em nome do benefício próprio. Pelo visto, não é de hoje que ideologias mudam rapidamente em se tratando de um cargo político ¬¬
Não imaginei que Esaú e Jacó tivesse um teor histórico-político tão intrínseco ao enredo.
Mudando de assunto, no capítulo 48 Machado faz um desabafo contra a velhice:
Desta vez, nem usa o recurso de falar pelo personagem, Machado mesmo reclama do "inverno" da vida.Deixa lá dizerem os filósofos que a velhice é um estado útil pela experiência e outras vantagens. Não envelheças amiga minha, por mais que os anos te convidem a deixar a primavera; quando muito, aceita o estio
Há neste capítulo mais uma alusão histórica. Todos vão ao "Baile da Ilha Fiscal", que ocorreu no dia 9 de novembro de 1889, em homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane". Foi a última grande festa da monarquia antes da Proclamação da República. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Baile_da_Ilha_Fiscal)
Flora fica encantada com todo luxo e pompa da festa, e mostrou inveja profunda da Princesa, não tanto pela sua posição, mas pela liberdade de mandar e desmandar em sua própria vida. Aparece então o conselheiro Aires, e diz a moça:
Singelo, profundo e conciso. Isso é Machado em seu apogeu literário.- Toda alma livre é imperatriz.
E por fim, o cap 49, onde Machado usa mais uma metáfora para demonstrar as mudanças ocorridas naquela época. A tabuleta da Confeitaria do Sr. Custódio precisava de uma reforma, mas o estado da tal tabuleta era tão deplorável que não sobrou alternativa senão trocar por uma nova. Fica claro aí que ele se refere ao fim do regime imperial e a proclamação da República. Custódio fica desalentado, gostava da tabuleta antiga. Aires por sua vez aconselha:
- Está bom, lá vai; agora é receber a nova, e verá como daqui a pouco são amigos.
E Custódio:
G-E-N-I-ALDiante da confeitaria deteve-se um instante, para ver o lugar onde estivera a tabuleta velha. Deveras tinha saudades.
Ufa! Acho que me empolguei, mas a cada semana a leitura fica mais fascinante. Não tem como não comentar