• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Clube de Leitura 27º Livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)

Ô, saudade de uma galera aí. Tava passando por acaso, vi o movimento e vim chegando.

Eu tinha uns vários trechos desse livro na minha cabeça, mas acho que nunca li de cabo a rabo, ou se li apaguei a impressão geral, então acaba que tá tendo bastante novidade nessa (re?)leitura.
Tô lendo na edição pega-trouxa da Todavia que veio no box com a obra completa, tem uns textinhos de apoio no início que ignorei e volto neles em algum momento.

Sobre a meta dessa semana:
- Machado é um negócio meio louco, né. O cara sai cruzando muita referência, principalmente histórica, numa época sem internet onde devia dá um trabalho considerável para reunir essas ideias. Nunca consigo ler nada dele sem um pézinho no espanto com essa habilidade;
- Eu lembrava do capítulo do sonho como algo bem mais extenso e absurdo, achei a coisa toda bem pé no chão;
- Não lembrava que havia um Quincas no meio do rolê;
- Brás Cubas faz aniversário no mesmo dia que eu, que é 20 de outubro. E a gente tem um padrinho militar de mesmo sobrenome, achei curioso;
- Aqui a gente tem um capítulo intitulado 'primeiro beijo' que é o XIV, dom casmurro também tem só que é o 30 e tantos, de nome 'sou homem'. Acho o do dom casmurro bem mais bonito, mas né cada um com a capitu e marcela que merece.
- Gosto do conceito de "não morri de pneumonia, mas sim de uma ideia fixa"
- Família bastante apegada as aparências, né, o próprio Brás preocupado com a ideia do emplasto levar o nome dele. A mãe não apareceu muito ainda, não sei se ela volta, mas soou interessante: "temia ao pai e as trovoadas".
- Meta seguinte começando com um dos melhores inícios de capítulo na bibliografia do autor!
 
- Não lembrava que havia um Quincas no meio do rolê;

machadão visionário criou o machadoverso muito antes da marvel com os filmes de bonequinhos. quincas borba aparece no brás cubas e no quincas borba, e tem o conselheiro aires que aparece no esaú e jacó e no memorial de aires tb :hihihi:

***

eu adoro o jeitão delulu do narrador falando que só foram poucos amigos no velório porque estava chovendo e nem deu para avisar geral. é muito doido porque ele não é inocente (no mesmo capítulo ele liga o discurso do amigo às 20 apólices que deixou para ele, então há uma certa dose de cinismo aí), mas ao mesmo tempo ele parece realmente acreditar que era querido e que em condições normais o velório teria muito mais pessoas presentes.
 
Ninguém lendo o livro? :timido:
Estou seguindo o cronograma e lendo devagarinho no serviço, sempre que sobra um tempo. De dez a quinze páginas por dia é tranquilo. Esqueci o livro lá na gaveta do trabalho então a leitura no fim de semana fica impossibilitada; mas é até bom pra manter o ritmo dentro do planejado. Também ficou no trampo um bloco de notas (.txt) em que eu fui colando alguns trechos e frases que me chamaram mais atenção. Machado é 90% estilo e 10% roteiro. Na mão de outro escritor, um romance desses seria banal e tedioso, mas na pena do Bruxo é um deleite a cada frase, praticamente. Dá vontade de destacar o livro todo rs. Ao contrário do Draccon, que a cada frase dá vontade de rabiscar e reescrever para ficar decente.
 
Última edição:
Dom Casmurro, um do Machado que não gostei muito quando li :timido:
giphy.gif
 
Estava lendo no começo desta semana (li os primeiros 10 capítulos). No entanto, devido a um imprevisto, acabei dando uma parada. Espero voltar a ler na próxima semana.
 
Ninguém lendo o livro? :timido:
Minha última semana foi bastante complicada, e a próxima tende a ser um cadinho pior (volto a trabalhar na quinta-feira). Em algum momento, mesmo que não releia o livro, darei um jeito de vir aqui falar alguma coisa que valha para a discussão.​
pensando, inclusive, em reler Dom Casmurro, um do Machado que não gostei muito quando li :timido:
triple h fighting GIF by WWE
 
Ninguém lendo o livro? :timido:
Tamo aqui :tchau:
Sobre a meta da vez, vamos ao que rolou...
- No capítulo que abre a meta o pai do Brás socou ele no navio rumo a Coimbra pra dar fim ao relacionamento torto com a marcela e ainda tentar dar rumo na vida do filho. Rola um episódio curioso, da mulher com tuberculose no navio, que quando morre jogam o corpo ao mar (não sei se captei o ponto, tem ponto?).
- Brás venceu a universidade em um capítulo de 2 folhas, que inveja, quem dera fosse assim na vida. Cumpriu tabela pelo que diz, não foi dos mais esforçados.
- Seguimos para o episódio do almocreve (catei o dicionário aqui), Brás quase caindo do burro e depois sendo mão-de-vaca na retribuição.
- Triste, mas curto - curto, mas alegre. Mãe do Brás que eu torcia para retornar foi com deus. Cotrim e Sabina na área, ainda não sabemos muito sobre eles. Por conta da morte da mãe e do fim da faculdade Brás de volta ao rio.
- Pai do Brás segue na missão de encaminhar o filho, entra em cena a Virgília (a mesma lá do leito de morte), filha do Dutra. Casamento se desenhando além de buscar uma posição política por tabela. Brás nem aí com nada, porém se interessou porque aparentemente gostou da moça.
- Brás enrola e a moça vai atrás de outro. Voltemos a dona Eusébia (que pegava o Villaça atrás da moita). agora mãe da Eugênia-coxa (por que coxa se bonita? por que bonita, se coxa?). Reparei agora que o nome do capítulo é: "a flor da moita" hahahahah, gênio.
- Brás dessa vez não enrola, rouba uns beijos, aí foge, pois afinal, coxa.
- Dando uma volta na praça, quebra-se o relógio e vai atrás de um ourives, entra numa loja aleatória e temos de volta a Marcela, não sei quanto tempo se passou exatamente, ou talvez seja menos questão de tempo e mais de vida, porém parece que a Marcela já não tem a mesma aparência de antes, enquanto o Brás segue dentro dos conformes.
- Papo vai, papo vem, e Brás sebo nas canelas por ficar desconfortável em trocar ideia com a moça.
- o Capiítulo "que escapou a Aristóteles" é algo de curioso, gostei bastante.

Seguimos em breve, mas já terminei a meta da semana.
 
Haha nem lembrava o capítulo do almocreve. Mas, agora que você falou, lembrei que é muito bom. Ele começa pensando em dar uma baita retribuição por lhe terem salvado a vida e depois vai racionalizando a coisa até se convencer de que não foi um grande feito. E recompensa com uma mixaria. :rofl:
 
Uns trechos que destaquei no meu livro; a maioria porque são engraçados, uns poucos porque são líricos rs:

Obra de finado. Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião. (Ao leitor).

Como este apelido de Cubas lhe cheirasse excessivamente a tanoaria, alegava meu pai, bisneto do Damião, que o dito apelido fora dado a um cavaleiro, herói nas jornadas da África, em prêmio da façanha que praticou arrebatando trezentas cubas aos mouros. Meu pai era homem de imaginação; escapou à tanoaria nas asas de um calembour. (Cap. 3)

E tu, madama Lucrécia, flor dos Bórgias, se um poeta te pintou como a Messalina católica, apareceu um Gregorovius incrédulo que te apagou muito essa qualidade, e, se não vieste a lírio, também não ficaste pântano. Eu deixo-me estar entre o poeta e o sábio. (Cap. 4)

Grande lascivo, espera-te a voluptuosidade do nada. (Cap. 5)

A história do homem e da terra tinha assim uma intensidade que lhe não podiam dar nem a imaginação nem a ciência, porque a ciência é mais lenta e a imaginação mais vaga, enquanto que o que eu ali via era a condensação viva de todos os tempos. Para descrevê-la seria preciso fixar o relâmpago. (Cap. 5)

Eram as formas várias de um mal, que ora mordia a víscera, ora mordia o pensamento, e passeava eternamente as suas vestes de arlequim, em derredor da espécie humana. (Cap. 5)

Bem diferente era o tio cônego. Esse tinha muita austeridade e pureza; tais dotes, contudo, não realçavam um espírito superior, apenas compensavam um espírito medíocre. Não era homem que visse a parte substancial da Igreja; via o lado externo, a hierarquia, as preeminências, as sobrepelizes, as circunflexões. Vinha antes da sacristia que do altar. Uma lacuna no ritual excitava-o mais do que uma infração dos mandamentos. (Cap. 11)

Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, ela morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, — uma pérola. (Cap. 14)

...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. (Cap. 17)
 
Machado de Assis e Carolina Augusta.jpg
Durante 35 anos, Machado de Assis foi casado com Carolina Augusta Xavier de Novaes, uma portuguesa da elite intelectual. Mesmo com a desaprovação da família, ela se casou com o autor e teve um papel importante em sua carreira.

Há indícios de que os primeiros capítulos de “Memórias póstumas de Brás Cubas” foram ditados por Machado à esposa, e de que ela comentava e opinava sobre os seus textos e livros.

A morte de Carolina, aos 70 anos, deixou o escritor devastado por anos. A amada dá nome ao seu último soneto.
 
Bem, já que ficou todo mundo em silêncio aí e amanhã a gente tem meta nova pra discutir...
Das catacumbas do Meia-Palavra, vou summonar o Pescaldo pra dar sua visão* da obra aqui pra gente.
Vai:

*Tirem as crianças da sala.
 
Então... Povo agitou, agitou e depois fuém.
Acho que o modelo de clube não tá funcionando, mesmo. :timido: Mas ok. Esta semana eu me atrasei no cronograma mas compenso no Carnaval rs.
 
É aquilo. Eu tô (re)lendo, e curtindo, mas realmente não gosto muito desse modelo de seguir um cronograma, e sair dando impressões parciais. Prefiro deixar para quando terminar.

Meu ritmo está bem lento, porque é complicado competir com O Senhor dos Anéis.
 
Meta em dia. Volto aqui em algum momento do final de semana para fazer algumas ponderações.
Dessa vez fui lendo e marcando alguns comentários, mas como os capitulos são curtos a coisa toda ficou extensa.

Cap.58: Brás e Lobo Neves se aproximam, a vida do político não é lá essas coisas e vê no Brás um ombro "amigo".
Cap.59: Brás começa a ruminar a ideia de ser ministro após encontrar um antigo colega. Machadoverso entra em ação e temos o retorno do Quincas Borba, dessa vez na timeline do Quincas-mendigo. Não carece de muita explicação, Quincas sabe da situação em que se encontra e logo percebe o espanto do amigo(?). Brás dá um dinheiro, o mais sujo na carteira.
Cap.60: O Quincas aplica o golpe do bêbado, onde você oferece a mão e ele puxa logo o braço para um abraço desajeitado. No movimento vai-se o relógio do Brás. "o abismo que separa as esperanças de um tempo, da realidade de outro tempo"
Cap.61: Já em casa o Brás janta pensando no Quincas e triste pela situação. Para esquecer o passado vai lá aproveitar o presente com a Virgília. Menção ao cap. 25. (checar)
Cap.62: Quincas? Que Quincas? No momento só Virgília. "Virgília era o travesseiro do meu espírito, um travesseiro mole, tépido, aromático, enfronhado em cambraia e bruxelas."
Cap.63: Brás perdendo a linha. Num encontro com a Virgília ela reclama que tem medo de ser descoberta, enquanto ele sugere que fujam. Lobo Antunes chega em casa, desconfia de nada. Não suficiente servir a esposa, ainda oferece um jantar ao Brás. Ponto aqui: o Nhonhô (sempre lembro do personagem do Chaves quando leio esse nome) tava na casa enquanto os dois trocavam juras de amor.
Cap.64: Ruído na comunicação, os pombinhos concluem que não é viável fugir e Brás começa a se roer de ciúmes do Lobo Antunes.
Cap.65: Um desfile de olheiros. Baronesa, Viegas e o primo Luís Dutra de camarote vendo a situação desenrolar.
Cap.66: Um agradecimento às pernas, que conduziram nosso amigo Brás até o Pharaoux para jantar enquanto ele se ocupava de pensar na Virgília. Tem momentos em que eu penso que até escrevendo uma lista de mercado o Machado consegue soar interessante.
Cap.67: Virgília titubeia sobre a relação. Brás diz que a moça tem apego por ele, mas igual apreço pela consideração pública e cogita terminar a relação. Por fim, acham uma casa distante pra servir de refúgio a relação.
Cap.68: Brás avista o Prudêncio antigo escravo descendo a pancada em seu próprio escravo (!) e acha por bem ir lá interromper a surra. "Quando a educação não é libertadora..."
Cap.69: Aquele em que conta de um Romualdo que se chama Tamerlão, vai entender...
Cap.70: Dona Plácida fazendo a testa de ferro e posando de dona da casa. Vendeu seu nojo por cinco contos achados na areia uns capítulos atrás.
"O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado é o infinito para as andorinhas" + "dorme hoje um casal de virtudes no mesmo espaço de chão que sofreu um casal de pecados."
Cap.71: Machado torrando um capítulo pra reclamar da vida em 1,5x e 2.0x
Cap.72: Lá em 1891 e o homem já falando do lombadeiro... mas curioso o trecho sobre decifrar o despropósito das palavras, talvez uma defesa ao "segue o fluxo" e "o certo é aquilo que o leito interpretar e tá tudo bem".
Cap.73: Brás largou da vida e tá vivendo de amor numa casinha isolada. Brás, Virgília, a casinha e D. Plácida pra manter as aparências.
Cap.74: História da Dona Plácida, filha de sacristão da Sé com uma doceira da rua. Pai se foi aos 10 anos. Teve uma filha e (esqueci o que ocorreu com o marido) ficou a sustentar mãe e filha através de uns bicos. Vida sofrida, no fim acabou sozinha. Foi quando a família da Virgília a acolheu.
Cap.75: Mãos no tacho e olhos na costura. Capítulo um tanto cruel, ein?
Cap.76: Brás ensaia uma crise de consciência para a situação na qual enfiou a D. Plácida, porém segue a teoria de uns capítulos atrás. Fez uma besteira aqui? Dá um remendo positivo ali que a gente zera o placar.
Cap.77: O segredo virou rotina. Virgília chega no esconderijo(?) como quem chega em casa.
Cap.78: Lobo Antunes está pra ser promovido, e nisso fica implícito uma necessidade de mudança de local. Brás e Virgília se agitam, Brás faz um draminha e solta um "truco!" pra cima da Virgília pra ver se ela larga o casamento.
Cap.79: Aqui a gente acompanha o suspense após o grito de "truco", respiração segue suspensa enquanto o outro lado ainda não reagiu.
Cap.80: Pois eis que veio uma terceira solução da cartola. Lobo Antunes chama o Brás na condição de secretário, para essa nova função que ele iria desempenhar de presidente da província. A essa altura eu tô aqui pensando porque Escobar é famoso e o Lobo Neves não, vamos combinar que ele tá indo fundo no papel aqui.
Cap.81: Pausa na questão Virgília. Retomemos Sabina e Cotrim, sendo o tempo o melhor remédio reina a paz na família Cubas mais uma vez, porém irmã e cunhado não entendem a motivação do Brás em aceitar essa vaga para secretário.
Cap.82: Brás e Virgília já não são mais tão segredo, a essa altura talvez só Lobo Antunes não saiba do caso. Não fosse a ideia fixa e o emplasto lá do início e eu juraria que o Brás teria morrido de bala.
Cap. 83: Cotrim troca uma ideia com o Cubas e diz que não é sensato. Que na cidade grande esse caso é pouca coisa, porém em cidade pequena será evento. Eis que aí o Brás é salvo pelo azar e o Lobo Antunes desiste da nomeação.
Cap. 84: Reflexão sobre o peso da decisão do Lobo Antunes, talvez por uma superstição boba tenha desperdiçado todo um rumo na vida.
Cap. 85: Após uma quase separação, Brás e Virgília vivendo de amor novamente.
Cap. 86: Virgília um tanto estranha, entra um suspense de algo a abalar a relação em breve.

Deixo aqui a versão em audio de um capítulo curioso:
 
Última edição:

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo