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[SÉTIMO LIVRO] Esaú e Jacó (Machado de Assis)

Olá, depois de causar toda aquela discussão por causa de HP eu quero entrar p/ o clube (:timido:), quando sairá a votação p/ o próximo livro? Eu ñ sou muito fã da literatura brasileira fora Paulo Coelho e André Vianco (bem, os dois ñ fazem parte da nossa literatura mas tenho certeza de que um dia o Paulo fará), só li 4 até hoje e na época que estava na escola p/ a aula de português, apesar que gostei dos 4 (Vidas Secas, Iracema, O Auto da Barca do Inferno e Dom Casmurro). Tinha tb memórias de um sargento de milícias mas esse eu ñ aguentei (muuuuito chato). Então to dentro do próximo.
 
rafaela, bastaria vc ter lido o começo deste tópico para saber quando será a votação, mas pra ñ complicar d+ a sua vida, ae vai:

30/03: Capítulo I até VIII
06/04: Capítulo IX até XIX
13/04: Capítulo XX até XXX
20/04: Capítulo XXXI até XXXIX
27/04: Capítulo XL até XLIX
04/05: Capítulo L até LIX
11/05: Capítulo LX até LXIX
18/05: Capítulo LXX até LXXX
25/05: Capítulo LXXXI até XCI
01/06: Capítulo XCII até CV -> enquete para escolha do oitavo livro
08/06: Capítulo CVI até CXXI

isso quer dizer q a próxima leitura começará em 15/6, depois de duas semanas de votação do novo livro. só me parece q tem uma galera querendo ler um conto (tem um tópico aberto colhendo nomes neste momento, senão me engano na seção clube da leitura tb) entremeio um livro e outro.
 
sim, na semana de intervalo entre esaú e jacó e o livro novo discutiremos um conto, que será escolhido na mesma semana do novo livro :sim:
 
eu acho melhorar não misturar, principalmente partindo do princípio de que são poucos no fórum que realmente participam do clube, e na maioria das vezes qualquer atividade paralela já serve de desculpa para tirar o corpo fora. :|
 
tô com vergonha, tô no 40.

Para não ser flood de novo, vou postar algo que leram faz tempo, mas eu gostei bastante e ri. :P
-- Sabe que os meus dois gêmeos não combinam em nada, ou só em pouco, por mais esforços que eu tenha feito para os trazer a certa harmonia. Agostinho não me ajuda; tem outros cuidados. Eu mesma já não me sinto com forças, então pensei que um amigo, um homem da sociedade, hábil, fino, cauteloso, inteligente, intruído...
-- Eu, em suma?
-- Adivinhou.
--Não adivinhei; é o meu retrato em pessoa. [...]

Eu ia alcançar vocês hoje, mas li dois capítulos, saí para almoçar, e fui ajudar meus pais na mudança da fábrica. :/
 
Acho que o livro está tomando um rumo bem interessante. Explico-me: no começo quando a cabocla falou de cousas futuras e Machado deu a entender que se apaixonariam pela mesma pessoa, eu pensava isso vai ser logo e vão haver muitas brigas, discussões, etc. Mas quem vem roubando a cena é Aires, está presente no convívio com os gêmeos, na troca da tabuleta, no episódio da república. E aqui é outro ponto que merece atenção, afinal não sabia que o livro tomaria esse rumo quase de aula de história, mas bem cativante.
As diferenças políticas entre Pedro e Paulo percebe-se agora muito fortemente com a proclamação da república. Um parte que gostei de tudo isso foi a cantoria de Paulo da Marselhesa, baixinho para não acordar Pedro a pedido da mãe, e Pedro fingindo que não escutava, também satisfazendo um pedido de Natividade. E até aí discordando das estrofes cantadas, um querendo afligir o outro.

Segue uma breve explicação sobre a Marselhesa contida no livro:

Marselhesa: hino cuja letra e música foram compostos pelo oficial de engenharia francês Rouget de Lisle, em 1792. A princípio chamava-se Canto de Guerra do Exército do Reno, porém, como foram os federados marselheses que o tornaram conhecido em Paris, na época da Revolução, passou a chamar-se Marselhesa. Hoje é o hino nacional francês. Os versos transcritos (Allons, enfats de la patrie, Le jour de gloire est arrivé!) significam: "Vamos, filhos da Pátria, O dia de glória é chegado!" e pouco abaixo (Entendez-vous dans vos campagnes) "Ouvi, em vossos campos".
 
Sobre esse negócio de aula de história, é uma coisa que também ando percebendo mesmo estando tão atrasado. É bem engraçado isso. Não era de gostar muito de história, mas esse ano estava tentando começar a gostar (?). E o livro conta a história de um jeito bem mais legal do que nas aulas que tenho com uma professora que dá sono (pela voz, pois ela é bem inteligente e tals... Infelizmente não tem uma voz muito legal, fazer o que.
 
JLM disse:
bem, nesta semana, caiu o império. e caiu tb um ficha aqui na minha cabeça: seriam os 2 irmãos, ambos belos e inteligentes, cada um a sua maneira, uma forma q MA achou para retratar 2 brasis? o imperial e o republicano, o povo q apoiava um e o q apoiava outro? pensando assim, acho q a ilustração se encaixaria melhor q a tabuleta, não?

Acho que a metáfora da tabuleta tem mais a ver com o medo da mudança, medo do novo, de trocar o que já foi estabelecido. Machado usa de forma bem caricata o dono da confeitaria em contraste com Aires, que no final do diálogo diz que tudo se acerta. Muda, mas a gente se acostuma. O que não deixa de ser verdade.
 
sammynewton disse:
Acho que a metáfora da tabuleta tem mais a ver com o medo da mudança, medo do novo, de trocar o que já foi estabelecido. Machado usa de forma bem caricata o dono da confeitaria em contraste com Aires, que no final do diálogo diz que tudo se acerta. Muda, mas a gente se acostuma. O que não deixa de ser verdade.


Mas vocês não acham que tem também a ver com a passividade do brasileiro?
Que até hoje as coisas são assim? monarquia, república, golpes, eleições "livres", golpe militar, eleições, governo corrupto etc. e a maioria só fica lá, querendo manter o seu; seja "seu" status de barão ou clientes da confeitaria...
 
Clara V. disse:
Mas vocês não acham que tem também a ver com a passividade do brasileiro?
Que até hoje as coisas são assim? monarquia, república, golpes, eleições "livres", golpe militar, eleições, governo corrupto etc. e a maioria só fica lá, querendo manter o seu; seja "seu" status de barão ou clientes da confeitaria...

pensei nisso tb, mas relacionado à flora. se os irmãos representam os regimes, então ela representaria a quem, gostando de ambos, indo ora com um e ora com outro, sem se decidir? pra mim, ela tá altamente compatível com o povo brasileiro, essa menina indecisa...
 
Acho que ela não gosta de ninguém, só dela mesma. Como escrevi em outro post, ela gosta de "ser gostada". :sim:
 
então o povo brasileiro não gosta de ninguém? só gosta de ser gostado?
na leitura desta semana apareceram algumas palavras&frases q mostram o qto o sentido da língua portuguesa mudou no brasil em poucas décadas. assim, as frases abaixo hj tem um significado bem diferente de qdo MA escreveu:

"flora não dava pra namorados." cap. 70 (experimente falar isso numa rodinha de adolescentes e verá surgirem os ingênuos perguntado: então ela dava pra quem?)

"a família batista foi aposentada em casa de santos." cap. 77 (agora experimente usar o verbo aposentar em qq faixa etária no brasil q terá um só significado)
 
JLM disse:
então o povo brasileiro não gosta de ninguém? só gosta de ser gostado?

Eu não faço essas analogias que você faz: gêmeos= república e monarquia, Flora = povo brasileiro.
Só acredito que a Flora é vaidosa, ou então existe um motivo muito forte (que ainda não sabemos) pra ela não querer sair do RJ.
E vejo a atualidade do texto na reação, tanto do povo quanto da classe dominante com as mudanças políticas que ocorrem no país.
 
Um pouco atrasado, mas vamos lá:

Machado trouxe de volta um personagem do passado, o tal do Nóbrega. Aquele que ficou com a nota de dois mil réis da Natividade, lembram? Será que ele terá participação maior na trama?

No Cap. 85, nos surpreendemos novamente, o autor muda o provérbio popular "A ocasião faz o ladrão" para "A ocasião faz o furto, o ladrão nasce feito". Achei interessante porque Machado deixa explícito aqui que o indivíduo verdadeiramente honesto é imune aos acontecimentos, não se corrompe. É uma questão de personalidade e não de "ocasião".

Vimos também que na família dos Batista, quem manda na verdade é D. Cláudia. Ela é a responsável pelas decisões na carreira política do marido. Em um trecho, logo depois do encontro de Batista com o Marechal, ela deixa transparecer o descontentamento com a falta de talento político do marido:
D. Cláudia deixou-se estar pensando. A recepção[do Marechal] não lhe pareceu que fosse má, mas podia ser melhor. Com ela, seria muito melhor.

Já a dividida Flora, parece um pouco fora de si. Machado nos confessa que a menina anda tendo visões, alucinações. Passa momentos sonhando acordada. Sua mente fundiu o melhor dos gêmeos em um só homem, deixando-a bastante assustada.

Será que Flora perderá a razão?
 
sammynewton disse:
Um pouco atrasado, mas vamos lá:

Machado trouxe de volta um personagem do passado, o tal do Nóbrega. Aquele que ficou com a nota de dois mil réis da Natividade, lembram? Será que ele terá participação maior na trama?

No Cap. 85, nos surpreendemos novamente, o autor muda o provérbio popular "A ocasião faz o ladrão" para "A ocasião faz o furto, o ladrão nasce feito". Achei interessante porque Machado deixa explícito aqui que o indivíduo verdadeiramente honesto é imune aos acontecimentos, não se corrompe. É uma questão de personalidade e não de "ocasião".

Já a dividida Flora, parece um pouco fora de si. Machado nos confessa que a menina anda tendo visões, alucinações. Passa momentos sonhando acordada. Sua mente fundiu o melhor dos gêmeos em um só homem, deixando-a bastante assustada.

Será que Flora perderá a razão?

Essa mudança no provérbio feita por Machado, faz com que mais uma vez ele defenda as atitudes dos personagens. Não querendo que tenhamos mau juízo.

Quanto a Flora, será que vai ter transtornos mentais de tanto pensar nos gêmeos? A dúvida é tanta que faz com que ela idealize um só.
Estou começando a achar que ela não ficará com nenhum. Vamos ver.
 
amanhã (dia da toalha!!) -> 25/05: Capítulo LXXXI até XCI

estou escrevendo só para lembrar que já estamos quase na reta final, e na semana seguinte já começa enquete para o próximo livro. :sim:
 
sammynewton disse:
Os capítulos dessa semana se concentraram nos esforços em vão de Flora para evitar que seu pai (Batista) aceitasse o cargo político e então permacesse no Rio do Janeiro. A moça está com o coração partido por ter de abandonar os gêmeos.

O curioso é que ela não se decidiu por nenhum deles. Acho que Flora só vê o lado bom, cortês e cavalheiresco de seus pretendentes, o que deve dificultar a escolha. Além de serem idênticos fisicamente.

Pois é, a Flora está sendo um enigma.

Pensei que ela iria ficar feliz com o cargo que o pai dela ganhou, não entendi???
Ela está tão triste...pq será :eek:


kuinzytao disse:
Segue uma breve explicação sobre a Marselhesa contida no livro:

Marselhesa: hino cuja letra e música foram compostos pelo oficial de engenharia francês Rouget de Lisle, em 1792. A princípio chamava-se Canto de Guerra do Exército do Reno, porém, como foram os federados marselheses que o tornaram conhecido em Paris, na época da Revolução, passou a chamar-se Marselhesa. Hoje é o hino nacional francês. Os versos transcritos (Allons, enfats de la patrie, Le jour de gloire est arrivé!) significam: "Vamos, filhos da Pátria, O dia de glória é chegado!" e pouco abaixo (Entendez-vous dans vos campagnes) "Ouvi, em vossos campos".

Curti bastante essa passagem do livro =)
Bem apropriado para a história!
Aliás o hino é lindo, neh =)

Ele inteiro:

Avante, filhos da Pátria,

O dia da Glória chegou.
Contra nós, da tirania
O estandarte ensanguentado se ergueu.
O estandarte ensanguentado se ergueu.
Ouvis nos campos
Rugirem esses ferozes soldados?
Vêm eles até aos nossos braços
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Agüe o nosso arado
2
O que quer essa horda de escravos
de traidores, de reis conjurados?
Para quem (são) esses ignóbeis entraves
Esses grilhões há muito tempo preparados?
Esses grilhões há muito tempo preparados?
Franceses! A vós, ah! que ultraje!
Que comoção deve suscitar!
É a nós que consideram
retornar à antiga escravidão!
3
O quê! Tais multidões estrangeiras
Fariam a lei em nossos lares!
O quê! Essas falanges mercenárias
Arrasariam os nossos nobres guerreiros
Arrasariam os nossos nobres guerreiros
Grande Deus! Por mãos acorrentadas
Nossas frontes sob o jugo se curvariam
E déspotas vis tornar-se-iam
Os mestres dos nossos destinos!
4
Tremei, tiranos! e vós pérfidos,
O opróbrio de todos os partidos,
Tremei! vossos projetos parricidas
Vão enfim receber seu preço!
Vão enfim receber seu preço!
Somos todos soldados para vos combater.
Se tombam os nossos jovens heróis
A terra de novo os produz
Contra vós, todos prontos a vos vencer!
5
Franceses, guerreiros magnânimos,
Levai ou retende os vossos tiros!
Poupai essas tristes vítimas
A contragosto armando-se contra nós.
A contragosto armando-se contra nós.
Mas esses déspotas sanguinários
Mas os cúmplices de Bouillé,
Todos os tigres que, sem piedade,
Rasgam o seio de suas mães!
6
Amor Sagrado pela Pátria
Conduz, sustém-nos os braços vingativos.
Liberdade, liberdade querida,
Combate com os teus defensores!
Combate com os teus defensores!
Sob as nossas bandeiras, que a vitória
Chegue logo às tuas vozes viris!
Que teus inimigos agonizantes
Vejam teu triunfo, e nós a nossa glória.

A estrofe seguinte, a sétima, cujo autor continua até hoje desconhecido, foi acrescida em 1792.

7
Entraremos na batalha
Quando nossos anciãos não mais lá estiverem.
Lá encontraremos as suas cinzas
E o resquício das suas virtudes!
E o resquício das suas virtudes!
Bem menos desejosos de lhes sobreviver
Que de partilhar o seu esquife,
Teremos o sublime orgulho
De os vingar ou os seguir.


Um hino com sentimento de vingança

JLM disse:
"flora não dava pra namorados." cap. 70 (experimente falar isso numa rodinha de adolescentes e verá surgirem os ingênuos perguntado: então ela dava pra quem?)

:rofl:

~~~~~~~~~~~~

O capLXII "Pare no D" é bem engraçado =)

Foi o capítulo que eu mais gostei, achei bem inteligente da parte do Machado a metáfora que ele fez com a tabuleta, o impasse da passagem da Monarquia para a República.

Duas coisas que eu estou curiossísima para saber, qual vai ser da Flora, Pedro ou Paulo...ou ninguém :think:
E qual vai ser o fim dos irmãos?

O livro não perdeu o ritmo, muito bom:joy:
 

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