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[SÉTIMO LIVRO] Esaú e Jacó (Machado de Assis)

frase da semana:

"o que o berço dá só a cova tira."

determinismo, não? isso pra mim soa como o complexo de gabriela, "eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim, gabrieeela", :hahano:
 
JLM disse:
e a conversa com a leitora volta no cap. xxiii. essa distinção no sexo do leitor causa uma sensação estranha nos homens q estão lendo, como se aquilo ali não fosse escrito para eles, como se fossem um intruso na leitura, mas na verdade é uma técnica de chamar a atenção dos leitores (todos, homens e mulheres) aquele trecho. é tarefa difícil tirar o leitor da posição q ocupa na vida para uma outra, seja até a de outro sexo, para talvez, se colocando no lugar do outro, compreenda um pouco mais por empatia. é por isso q a literatura é tão interessante, pois possibilita vivermos papéis diferentes, seja através de um personagem, de um autor-personagem ou até de um leitor-personagem.

Estou me sentindo meio incomodado com essa distinção. hehe.
E é engraçado que ele sempre diz que as leitoras são apressadas, e querem que tudo se desenrole bem rápido.

No capítulo XXVII inteiro, ele conversa com a 'leitora', e diz para ela ter calma quanto ao amor, as damas dos gêmeos, etc.
E quando ele fala 'Deus é Deus'; diz: "e, se alguma rapariga árabe me estiver lendo, ponha-lhe Alá

Não entendi isso de ele deixar a 'leitora-inclusa'... :D O que ele quer é fazer com que o leitoR se coloque no lugar na leitorA?

Em outros livros de Machado, ele também conversa com um 'leitor-incluso' do sexo feminino? Li em algum lugar que isso de ele colocar a leitorA-inclusa, é também em razão da época, já que a maioria dos leitores de romance na época eram mulheres. E mais: Essa leitoras liam de modo impaciente. Talvez por isso ele esteja sempre colocando em 'falas' da leitorA, coisas do tipo "Mas se duas velhas gravuras os levam a murro e sangue*, contentar-se-ão eles com a sua esposa? Não quererão a mesma e única mulher?"
*aliás, achei muito boa essa parte dos retratos de representantes de lados opostos da política na época da revolução francesa -- Robespierre e Luís XVI.
Então ele chama atenção para o fato de o interesse particular das mulheres nos livros é chegar a parte "romântica".
Então a leitora ainda diz que está cansada de saber que os dois jovens não se dão bem (ou se dão mal) e pede que cheguemos depressa ao amor.
É legal o jeito que em alguns capítulos ele foge totalmente da história e critica o modo "fútil" como liam os romances na época. Ele critica POSSÍVEIS reflexões das leitoras.

edit:
também foi legal ele ter feito esse capítulo, apesar de ter estragado a 'surpresa' do que aconteceria depois (apesar de que todos deviam saber que iam se apaixonar pela mesma mulher, até mesmo pela capa da minha edição dava para perceber). Bom, ele coloca lá a reflexão da leitora que antecipa algo que só saberiamos depois... então para não parecer que ele colocou a única mulher para agradar a leitora, ele usa um argumento que considerei bem legal: "Suponha que eles deveras gostem de uma só pessoa; não parecerá que eu conto o que a leitora me lembrou, quando a verdade é que eu apenas escrevo o que suicedeu e pode ser confirmado por dezenas de testemunhas?"
 
sammynewton
Acho que Machado quer que gostemos de todos os personagens. Interessante como ele quebra esse conceito de dualidade que teimamos em ter: bom, mau, preto, branco. Não dá pra ser definitivo ao descrever a personalidade de alguém. Existem tons de cinza entre o preto e o branco. E ninguém é 100% bonzinho ou 100% maldoso. Todos nós temos essas contradições em nosso ser. XD

[size=medium]Concordo plenamente com o que foi dito pelo sammynewton, isso é justamente o diferencial dos livros de Machado de Assis. Ele tenta mostrar as pessoas como pessoas que poderiam realmente ter existido, e não as pessoas idealizadas na forma maniqueísta de alguns escritores escreverem e até mesmo o maniqueísmo existente nas telenovelas até os dias de hoje.
Para Machado não existem pessoas totalmente boas ou totalmente más, todos são seres humanos propensos a errar e a acertar.

:sim:
[/size]
 
Anelise Espíndola disse:
Para Machado não existem pessoas totalmente boas ou totalmente más, todos são seres humanos propensos a errar e a acertar.

não só pra machado, na vida cotidiana tb ñ é assim, anelise? então ele só tenta retratar sua ficção o mais próximo da realidade, do ponto de vista dele. até os escritores maniqueístas, podem ver a vida diferente, do jeito deles, oq influencia com certeza nas suas obras.
 
kuinzytao disse:
Teve um encontro em Porto Alegre - RS sobre: A psicanálise e literatura em Machado de Assis

E Machado é considerado um autor como Dostoiéwski, por haver antecipado em sua obra antes de Freud questões fundamentais do psiquismo. Era um homem muito interessado na psicologia universal. Lia muito os moralistas franceses do século 17. Era um grande leitor de Pascal, de La Bruyère, de Vauvenargues, e de outras pessoas que tentaram explicar a psicologia humana.

No conto "O Espelho", fala da existência de duas almas, a interior e a exterior, ou mesmo outro conto como Viagem em Torno de Mim Mesmo, título tirado do romance do Xavier de Maïstre, Viagem ao Redor do Meu Quarto, onde Machado formula o conceito de duas instâncias intrapsíquicas, o Ego e o Outro, praticamente é uma antecipação da teoria psíquica do Freud. O link, caso queira ler mais a opinião de Rouanet o palestrante desse encontro.

Que legal, não sabia disso.
Nunca li nada de Dostoiéwsk, mas quando ler vou prestar atenção nisso ^^

JLM disse:
e a conversa com a leitora volta no cap. xxiii. essa distinção no sexo do leitor causa uma sensação estranha nos homens q estão lendo, como se aquilo ali não fosse escrito para eles, como se fossem um intruso na leitura, mas na verdade é uma técnica de chamar a atenção dos leitores (todos, homens e mulheres) aquele trecho. é tarefa difícil tirar o leitor da posição q ocupa na vida para uma outra, seja até a de outro sexo, para talvez, se colocando no lugar do outro, compreenda um pouco mais por empatia. é por isso q a literatura é tão interessante, pois possibilita vivermos papéis diferentes, seja através de um personagem, de um autor-personagem ou até de um leitor-personagem.

hehehehe
puxa nem percebi isso, só a parte em que ele cita: "as leitoras tem pressa nos acontecimentos" - e isso é verdade XD
curiosidade faz parte do espírito feminino :sim:
agora a parte em que os leiTORES sentem-se incomodados, passou batido por mim, mas parando para pensar deve ser um pouco esquisito mesmo para os homens que estão lendo, bem curioso isso =)

LucasCF disse:
Então ele chama atenção para o fato de o interesse particular das mulheres nos livros é chegar a parte "romântica".
Então a leitora ainda diz que está cansada de saber que os dois jovens não se dão bem (ou se dão mal) e pede que cheguemos depressa ao amor.
É legal o jeito que em alguns capítulos ele foge totalmente da história e critica o modo "fútil" como liam os romances na época. Ele critica POSSÍVEIS reflexões das leitoras.

Antigamente as mulheres, realmente, procuravam por romances e gostavam das crises amorosas.
Hoje não que seja diferente, porém as mulheres leem de tudo, não precisa ter um conflito amoroso na história.
Todavia :mrpurple:
uma crise de relacionamento é legal numa trama :sim:

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Não entendo como alguém ganha o título de Barão???
O que ocorreu com o marido de Natividade, conquistou o título de Barão, só que não entendi de que forma aconteceu isso :gira:

ou isso não é explicado...
uma parte do capítulo XXI (pág. 54), fala:

"Quando a esposa inquiriu dos antecedentes e circunstâncias do despacho, Santos deu as explicações pedidas. Nem todas seriam estritamente exatas; o tempo é um rato roedor das cousas, que as diminui ou altera o sentido de lhes dar outro aspecto.Demais, a matéria era tão propícia ao alvoroço, que facilmente traria confusão à memória..."


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Cap. XXIII ~Quando tiveram barbas

Machado dedica esse capi. para ficar narrando sobre a barba, não fazia ideia da importância disso na época !?
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Cap. XXVII ~De uma reflexão intempestiva

Esse capítulo o Machado entra em crise :rofl:

"Não senhora minha, não pus a pena na mão, à espreita do que me viessem sugerido.Se quer compor o livro, aqui tem a pena, aqui tem o papel, aqui tem um admirador;mas, se quer ler somente, deixe-se estar quieta, vá em linha em linha; dou-lhe que boceje entre dous capítulos, mas espere o resto, tenha confiança no relator dessas aventuras".

Viu gurias não adianta bocejar :tedio:
quem manda no livro é o Machadão hehehe
é legal esses puxões de orelha que ele dá, não sei se é para chamar atenção, ou é para provocar mesmo a leitora,quem sabe é para deixar seu romance diferente...

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Cap. XXIX ~A pessoa mais moça

"O que se deve crer sem erro é que Deus é Deus;e, se alguma rapariga árabe me estiver lendo, ponha-lhe Alá.Todas as línguas vão dar ao céu".

:sim:
Deus é único, pode ter vários nomes, mas ele é o mesmo.
Todas as línguas vão dar ao céu [2]

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Cap. XXX ~A gente Batista

Não entendi esse capítulo XD
vou esperar parar ler os outros e reler esse para ver se eu entendo ^^
 
**Maniaca do Miojo** disse:
Nunca li nada de Dostoiéwsk, mas quando ler vou prestar atenção nisso ^^

ele é daqueles escritores q mostram mais o lado d dentro do personagem q o lado d fora. imagine 'crime e castigo' rolando dentro da mente de alguém... as neuroses, culpas, desculpas q alguém sente ao tentar se justificar de algo bárbaro.

**Maniaca do Miojo** disse:
Não entendo como alguém ganha o título de Barão???
O que ocorreu com o marido de Natividade, conquistou o título de Barão, só que não entendi de que forma aconteceu isso :gira:

se ñ me engano os títulos eram distribuídos por d. pedro. e era uma coisa bem panelinha, ou toma lá dá cá.

**Maniaca do Miojo** disse:
Machado dedica esse capi. para ficar narrando sobre a barba, não fazia ideia da importância disso na época !?

a barba, tto no passado qto hj, tem um simbolismo atrelado à maturidade, ao respeito, a deixar de ser menino e virar homem. no capítulo, mostra q além dos meninos quererem mto 'evoluírem', mostrarem-se maduros como os colegas, isso parece q foi retardado no caso deles. além dos 2 exemplos q aparecem mostrando q a barba em si ñ tem nada a ver com oq eles pensavam, e até, pq ñ, com oq acabei de dizer.

**Maniaca do Miojo** disse:
Todas as línguas vão dar ao céu [2]

mesmo q seja no céu da boca.

**Maniaca do Miojo** disse:
Cap. XXX ~A gente Batista

Não entendi esse capítulo XD

ué, ñ é uma introdução da família da moça, tentando talvez mostrar o ambiente familiar em q ela cresceu? se pedro e paulo vão se relacionar com os batista, e já q os 2 tem opiniões políticas fortes, nada + conveniente dq um pretenso sogro (e sogra) políticamente ou ex-politicamente ativos.
 
**Maniaca do Miojo** disse:
"Não senhora minha, não pus a pena na mão, à espreita do que me viessem sugerido.Se quer compor o livro, aqui tem a pena, aqui tem o papel, aqui tem um admirador;mas, se quer ler somente, deixe-se estar quieta, vá em linha em linha; dou-lhe que boceje entre dous capítulos, mas espere o resto, tenha confiança no relator dessas aventuras".

Essa parte é genial, mostra como ele sabe "fugir" do texto sem fazer o leitor se perder. E também quando ele insinua da garota pela qual ambos se apaixonam faz com que fiquemos cada vez mais interessados na históra.
É impressionante a forma como Machado escreve e mais impressionante ainda é como conhecemos e lemos pouco suas obras.
 
JLM disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Todas as línguas vão dar ao céu [2]

mesmo q seja no céu da boca.

:P xD

JLM disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Cap. XXX ~A gente Batista

Não entendi esse capítulo XD

ué, ñ é uma introdução da família da moça, tentando talvez mostrar o ambiente familiar em q ela cresceu? se pedro e paulo vão se relacionar com os batista, e já q os 2 tem opiniões políticas fortes, nada + conveniente dq um pretenso sogro (e sogra) políticamente ou ex-politicamente ativos.


Entendo ^^
Esse capítulo eu tenho que emendar com outros XD

Só quero ver o que esses dois irão aprontar para conquistar essa guria.


Marcileia disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
"Não senhora minha, não pus a pena na mão, à espreita do que me viessem sugerido.Se quer compor o livro, aqui tem a pena, aqui tem o papel, aqui tem um admirador;mas, se quer ler somente, deixe-se estar quieta, vá em linha em linha; dou-lhe que boceje entre dous capítulos, mas espere o resto, tenha confiança no relator dessas aventuras".

Essa parte é genial, mostra como ele sabe "fugir" do texto sem fazer o leitor se perder. E também quando ele insinua da garota pela qual ambos se apaixonam faz com que fiquemos cada vez mais interessados na históra.
É impressionante a forma como Machado escreve e mais impressionante ainda é como conhecemos e lemos pouco suas obras.

Verdade Marcileia =]
E eles nos surpreende a cada página!
:joy:
 
**Maniaca do Miojo** disse:
JLM disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Cap. XXX ~A gente Batista

Não entendi esse capítulo XD

ué, ñ é uma introdução da família da moça, tentando talvez mostrar o ambiente familiar em q ela cresceu? se pedro e paulo vão se relacionar com os batista, e já q os 2 tem opiniões políticas fortes, nada + conveniente dq um pretenso sogro (e sogra) políticamente ou ex-politicamente ativos.


Entendo ^^
Esse capítulo eu tenho que emendar com outros XD

Só quero ver o que esses dois irão aprontar para conquistar essa guria.

ou oq ela vai aprontar pra conquistar ambos. :sacou:
 
JLM disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Cap. XXX ~A gente Batista

Não entendi esse capítulo XD

ué, ñ é uma introdução da família da moça, tentando talvez mostrar o ambiente familiar em q ela cresceu? se pedro e paulo vão se relacionar com os batista, e já q os 2 tem opiniões políticas fortes, nada + conveniente dq um pretenso sogro (e sogra) políticamente ou ex-politicamente ativos.


Entendo ^^
Esse capítulo eu tenho que emendar com outros XD[/quote]

Eu tô percebendo que todos os capítulos finais de cada semana, eu não entendo.
Só entendo quando começo o da outra semana.

E realmente... o que esse dois vão aprontar?
Muito legal a parte dos quadros, e como já disse, o capítulo que ele dá um puxão de orelha nas leitoras é legal também. hahaha
 
LucasCF disse:
*aliás, achei muito boa essa parte dos retratos de representantes de lados opostos da política na época da revolução francesa -- Robespierre e Luís XVI.

Lucas, para mim esse capítulo foi o melhor da semana. Machado brinca com a História e ao mesmo tempo nos mostra a diferença de personalidade dos gêmeos. Ao escolherem personagens de lados opostos da Rev. Francesa ele nos indica que, apesar de serem idênticos, os irmãos não conciliam opiniões, muito pelo contrário, fazem questão de se contrariar.

Um reverencia o Rei Luis XVI, representação máxima do regime monárquico. O outro defende Robespierre, revolucionário, partidário da República. Diferentes personalidades, mas que, cada um ao seu tempo, tiveram o mesmo destino: a guilhotina. :rofl:

Será que essa referência é uma dica para o leitor? Uma espécie de presságio sobre o destino dos gêmeos? Veremos....
 
sammynewton disse:
LucasCF disse:
*aliás, achei muito boa essa parte dos retratos de representantes de lados opostos da política na época da revolução francesa -- Robespierre e Luís XVI.

Lucas, para mim esse capítulo foi o melhor da semana. Machado brinca com a História e ao mesmo tempo nos mostra a diferença de personalidade dos gêmeos. Ao escolherem personagens de lados opostos da Rev. Francesa ele nos indica que, apesar de serem idênticos, os irmãos não conciliam opiniões, muito pelo contrário, fazem questão de se contrariar.

Um reverencia o Rei Luis XVI, representação máxima do regime monárquico. O outro defende Robespierre, revolucionário, partidário da República. Diferentes personalidades, mas que, cada um ao seu tempo, tiveram o mesmo destino: a guilhotina. :rofl:

Será que essa referência é uma dica para o leitor? Uma espécie de presságio sobre o destino dos gêmeos? Veremos....

Boa observação.
 
(Fazendo um comentário antes de falarem sobre os capítulos da semana!)

sammynewton disse:
LucasCF disse:
*aliás, achei muito boa essa parte dos retratos de representantes de lados opostos da política na época da revolução francesa -- Robespierre e Luís XVI.

Lucas, para mim esse capítulo foi o melhor da semana. Machado brinca com a História e ao mesmo tempo nos mostra a diferença de personalidade dos gêmeos. Ao escolherem personagens de lados opostos da Rev. Francesa ele nos indica que, apesar de serem idênticos, os irmãos não conciliam opiniões, muito pelo contrário, fazem questão de se contrariar.

Um reverencia o Rei Luis XVI, representação máxima do regime monárquico. O outro defende Robespierre, revolucionário, partidário da República. Diferentes personalidades, mas que, cada um ao seu tempo, tiveram o mesmo destino: a guilhotina. :rofl:

Será que essa referência é uma dica para o leitor? Uma espécie de presságio sobre o destino dos gêmeos? Veremos....

Como o Lucas já falou, foi uma boa observação. Já serve de base para ter uma ideia da opinião política dos gêmeos, e talvez com o desenrolar da história isso seja a base para acontecimentos futuros. Vamos ver!

Sobre a crítica aos folhetins da época, evidente no capítulo XXVII(De uma Reflexão Intempestiva), é algo marcante (pelo menos até agora) nesta obra. O simples fato da quebra do maniqueísmo é uma crítica indireta aos folhetins. O fato do autor não querer que seus leitores tenham raiva de seus personagens é interessante. Na maioria dos livros, o autor, mesmo sem se dar conta, faz a clássica divisão de bons e maus. Neste fica difícil ver quem é realmente ruim, pois Machado sempre aparece com uma frase ou outra para balancear as pequenas maldades de suas personagens.

Gosto quando ele "conversa" com as leitoras (interessante, também fiquei intrigada com o uso do termo no feminino), e principalmente quando ele as/os desafia. Às vezes você não presta muita atenção em uma parte, e na linha seguinte ele já critica isso. Esta característica também aparece em Dom Casmurro. Deve ser algo do autor mesmo.

Duas citações que chamaram a minha atenção, talvez nem tanto no contexto da obra, mas reli e fiquei pensando sobre ambas.

"O salto é grande mas o tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro." [Capítulo XXII]

"Este desejo de capturar o tempo é uma necessidade da alma e dos queixos; mas ao tempo dá Deus habeas-corpus." [Capítulo XXIII]

Ambas relativas ao tempo, tenho reparo que ele dá muita importância a isso... a exemplo destas frases, estavam até em capítulos seguidos.

Amanhã volto para comentar os próximos (:
 
Cap. XXX ~ A gente Batista

"Ouvir chamar tirano ao marido, que ela sabia ter um coração de pombo, ia bem à alma dela. A sede de sangue que se lhe atribuía, ele que nem bebia vinho,o guante de ferro de um homem que era uma luva de pelica, a imoralidade, a desfaçatez, a falta de brio, todos os nomes injustos, mas fortes, que ela gostava de ler, como verdades eternas, onde iam eles agora?"


Que mulher sádica, hein o_O'

Continuando com a Dona Cláudia, Machado descreve:

"Quando beijava ou mirava as amigas era como se as quisesse comer vivas, comer de amor, não de ódio,metê-las em si, muito em si, no mais fundo de si".


:eek:
Será que foi no sentido de desejar carnalmente as outras gurias?
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Em relação ao Batista:

"Certo é que ele sentia a necessidade de tornar à vida ativa.Nele a política era menos uma opinião que uma sarna;precisava coçar-se a miúdo e com força".


Apesar de ter perdido o cargo, a política era uma sarna nele que sempre precisava se coçar, ou seja, não conseguia lagar da política...
isso?
Machado faz cada analogia :think:

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Cap. XXXI ~ Flora

"Tal era aquele casal de políticos.Um filho, se eles tivessem um filho varão, podia ser a fusão das suas qualidades opostas, e talvez um homem de Estado.Mas o céu negou-lhes essa consolação dinástica".


Ve que ter filho homem era a preferência

"Põe-lhe o nariz aquilino, rasga-lhe a boca meio risonha, formando tudo um rosto comprido, alisa-lhe os cabelos ruivos, e aí tens a moça Flora".

Me lembrou a Kirsten Dunst versão ruiva, não sei pq XD
vi ontem Spiderman XD

kirsten_dunst.jpg


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Cap. XXXVI ~A discórdia não é tão feia como se pinta

"E logo acharam, de si para si, que a lua era esplêndida, a enseada bela e a temperatura divina".


Ninguém resiste um luar, nem os gêmeos :g:
luar.jpg



~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Lethaargic disse:
Gosto quando ele "conversa" com as leitoras (interessante, também fiquei intrigada com o uso do termo no feminino), e principalmente quando ele as/os desafia. Às vezes você não presta muita atenção em uma parte, e na linha seguinte ele já critica isso. Esta característica também aparece em Dom Casmurro. Deve ser algo do autor mesmo.

Aham e ele faz de volta aqui, no último parágrafo do...

Cap. XXXVIII ~ Chegada a propósito

"Não sei quem me lê nesta ocasião.Se é homem, talvez não entenda logo, mas se é mulher creio que entenderá.Se ninguém entender,paciência; baste saber que ele prometeu o que ela quis, e também prometeu calar-se; foi a condição que a outra lhe pôs.Tudo isso polido, sincero e incrédulo".


Não entendi :wall:
O que a Natividade quer?
Que o Aires a ajude harmonizar o clima entre os gêmeos?
Só que...pq manter segredo?
aí tem :think:

"O salto é grande mas o tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro." [Capítulo XXII]

Gostei dessa citação também ^^
Machado sabe falar muito bem sobre esse tema :lily:
 
**Maniaca do Miojo** disse:
Continuando com a Dona Cláudia, Machado descreve:

"Quando beijava ou mirava as amigas era como se as quisesse comer vivas, comer de amor, não de ódio,metê-las em si, muito em si, no mais fundo de si".


:eek:
Será que foi no sentido de desejar carnalmente as outras gurias?
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Acho que não Maníaca, acho que o Machado quis dizer é que amava demais suas amigas, no sentido de amizade, companheirismo, querer perto, proteger, enfim amor de amiga mesma. Isso o que eu acho.

Quanto a Natividade pedir ajuda a Aires também não entendi exatamente o que ela quer, se fazer os dois se conciliarem, serem de um só lado da política, ou fazer com que um dos dois se case com Flora sem o outro fique chateado.
 
Marcileia disse:
Acho que não Maníaca, acho que o Machado quis dizer é que amava demais suas amigas, no sentido de amizade, companheirismo, querer perto, proteger, enfim amor de amiga mesma. Isso o que eu acho.

Na minha opinião, Natividade foi pedir auxílio a Aires, mais por medo de abalar seu status social do que pela rixa entre os irmãos. Machado novamente se utiliza de fatos históricos para trazer veracidade ao enredo. Explico:

Por ser baronesa, a familia tinha uma certa ligação com a realeza. Caso o Império acabasse, seu status social estaria arrasado. Ter um filho republicano seria uma ameaça para a família. A frase de Paulo simplifica isso:

Emancipado o preto, resta emancipar o branco.

Referência direta à promulgação da Lei Áurea, em 1888. Mal sabia a pobre Natividade, que, um ano após, se instauraria a República no Brasil.

Muitas referências históricas neste romance. Adoro isso.
 
Hoje fiquei emocionada. Os debates entusiasmados estão rendendo muitos elogios. Esaú e Jacó sempre foi uma obra que as pessoas evitam pela complexidade. E a gente está tirando de letra e o melhor é que todos parecem estar se divertindo. Amanhã a atrazadinha aqui (leia-se corre-corre) participa, hoje só li.:cheer:
 
Marcileia disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Continuando com a Dona Cláudia, Machado descreve:

"Quando beijava ou mirava as amigas era como se as quisesse comer vivas, comer de amor, não de ódio,metê-las em si, muito em si, no mais fundo de si".


:eek:
Será que foi no sentido de desejar carnalmente as outras gurias?
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Acho que não Maníaca, acho que o Machado quis dizer é que amava demais suas amigas, no sentido de amizade, companheirismo, querer perto, proteger, enfim amor de amiga mesma. Isso o que eu acho.

Entendi, acho que é isso tb ^^

kuinzytao disse:
Hoje fiquei emocionada. Os debates entusiasmados estão rendendo muitos elogios. Esaú e Jacó sempre foi uma obra que as pessoas evitam pela complexidade. E a gente está tirando de letra e o melhor é que todos parecem estar se divertindo. Amanhã a atrazadinha aqui (leia-se corre-corre) participa, hoje só li.:cheer:

=D
Eu fico feliz de ter a oportunidade de discutir aqui, pq esses dias estava pensando, imagina eu lendo essa obra sozinha a contia de fatos que ía passar batido ou que simplesmente não entenderia.
Já aqui eu consigo tirar as minhas dúvidas, ver os vários pontos de vista e a história torna-se ainda mais prazerosa. :joy:

Por exemplo, a explicação do Sammy sobre o Aires, muito boa!!!
Nem imaginava isso e nem percebi XD

Fatos históricos, eu não estava prestando muito atenção nisso, vou cuidar com isso a partir de agora =)
 
sammynewton disse:
Na minha opinião, Natividade foi pedir auxílio a Aires, mais por medo de abalar seu status social do que pela rixa entre os irmãos. Machado novamente se utiliza de fatos históricos para trazer veracidade ao enredo. Explico:

Por ser baronesa, a familia tinha uma certa ligação com a realeza. Caso o Império acabasse, seu status social estaria arrasado. Ter um filho republicano seria uma ameaça para a família. A frase de Paulo simplifica isso:


Muitas referências históricas neste romance. Adoro isso.

Realmente sammynewton deve ser por isso mesmo! Natividade era muito ligada a posição que tinha de baronesa.

A quantidade de referências históricas chamam a atenção mesmo, é bom que a gente aprende um pouco mais!
 

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