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Nossas Apostas para o Nobel 2011 – Parte I

Meia Palavra

Usuário
Nossas (já tradicionais) apostas para o Nobel começaram cedo este ano. Como é costume, faremos três textos – este primeiro, voltado a considerações gerais; um segundo, no qual faremos de fato a lista de nossas apostas para o Prêmio de Literatura deste ano (que será publicado no dia 20 de setembro); e um último, logo [...]

[continue lendo...]
 
Tô tentando levar em conta os motivos, seguindo o esquema de vocês (possíveis eventos-influência, lista de possíveis nomes e depois comentários a respeito da escolha), e não posso deixar de pensar em várias coisas, das quais vocês falaram, mais ou menos, no artigo que vocês fizeram:

- o desastre no Japão é, para mim, um dos pontos que tem, a meu ver, mais chance de serem levados em consideração esse ano. A questão das primaveras islâmicas ainda está muito recente e a situação da União Européia não chegou a um ponto onde tomar posições de forma mais definida é 'seguro' (ainda mais tendo em vista a escolha do Llosa ano passado, pelo anacronismo e tudo o mais). Gosto de pensar nessa possibilidade, pois isso colocaria (quem sabe) o Murakami no páreo, ou não?

- existe a possibilidade de, como o Luciano notou, recorrer ao bairrismo para fugir de escolhas potencialmente subversivas ou que atraíriam críticas muito veemente para cima da Academia. Aquele poeta cotado como favoritíssimo para o ano passado, Tomas Tranströmer, levando em consideração essa possibilidade, apareceria novamente como forte candidato;

- supondo que a Academia resolva contrabalancear a escolha conservadora do ano passado, o Goytisolo aparece como forte candidato aí, não?

- justiça nobelesca foi muito boa. Só achei meio estranho vocês falarem algo que me pareceu meio que um contrassenso: a Academia estaria escolhendo laureados menos ousados para recuperar seu prestígio? Não é justamente o contrário? Ou isso é só na opinião de nós e não do 'mundo inteiro'? hehe

-
Lord_Ueifol disse:
"Do jeito que a coisa anda, Philip Roth, Thomas Pynchon, Carlos Fuentes, Ian McEwan e todos aqueles nomes que todo mundo reclama vão receber o seu, numa espécie de justiça nobelesca, para a alegria da galera. E se for assim, acho que vai ficar mais interessante fazer as apostas do prêmio Jabuti."

Qual é a birra com esses caras? XD
 
- supondo que a Academia resolva contrabalancear a escolha conservadora do ano passado, o Goytisolo aparece como forte candidato aí, não?

Realmente, Goytisolo é um dos grandes nomes, pelo menos até o ano passado (inclusive ele estava no topo da minha lista, vc lembra?). Seria sensacional, porque ele dialoga muito com a questão árabe e também da imigração. Tem uma obra longa e já é alguém bem respeitado, está na lista faz tempo, tem todos os outros prêmio que interessam, etc. O porém é que ano passado quem recebeu o prêmio foi um autor de expressão espanhola... Acho difícil eles repetirem, ainda mais numa lingua que não é o ingles, o francês e o alemão... Mas ele aparecerá sim nos próximos textos...

- justiça nobelesca foi muito boa. Só achei meio estranho vocês falarem algo que me pareceu meio que um contrassenso: a Academia estaria escolhendo laureados menos ousados para recuperar seu prestígio? Não é justamente o contrário? Ou isso é só na opinião de nós e não do 'mundo inteiro'? hehe

As pessoas gostam de ver o escritor que ela leem sendo considerado o melhor do mundo. Literatura virou futebol... E a literatura deixou de ser uma atividade cumulativa...

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Qual é a birra com esses caras? XD

Nenhuma! São grandes escritores, mas estão sempre no top 10 de quase todo mundo... o que é suspeito (?) ou tedioso...

quanto ao resto, não sei se será a vez do Japão... realmente, acho difícil que não seja um europeu... e acho que será um europeu bem europeu mesmo (-risos-)
 
Realmente, Goytisolo é um dos grandes nomes, pelo menos até o ano passado (inclusive ele estava no topo da minha lista, vc lembra?). Seria sensacional, porque ele dialoga muito com a questão árabe e também da imigração. Tem uma obra longa e já é alguém bem respeitado, está na lista faz tempo, tem todos os outros prêmio que interessam, etc. O porém é que ano passado quem recebeu o prêmio foi um autor de expressão espanhola... Acho difícil eles repetirem, ainda mais numa lingua que não é o ingles, o francês e o alemão... Mas ele aparecerá sim nos próximos textos...

Só li A Saga dos Marx, mas achei muito bom. Posso dizer que ficaria satisfeito se ele ganhasse.


As pessoas gostam de ver o escritor que ela leem sendo considerado o melhor do mundo. Literatura virou futebol...

Isso é algo realmente triste. Mas não consigo deixar de pensar nisso como resultado da jornada ao mainstream, uma distorção perversamente resultante da frustrante lógica do espetáculo (estou com sono por isso tudo está saindo mais dramático que o usual, o meu usual, que já é bastante dramático :dente: ) A literatura está virando algo 'da modinha'? Se sim, por quanto tempo?

E a literatura deixou de ser uma atividade cumulativa...

Hein?! Não entendi essa Tiago...

quanto ao resto, não sei se será a vez do Japão... realmente, acho difícil que não seja um europeu... e acho que será um europeu bem europeu mesmo (-risos-)

Mas o Murakami tem o 'perfil' ou 'calibre' para Nobel? Acho ele phoda e tudo, mas queria saber de ti.

Umberto Eco é bem europeu? XD Meu palpite está registrado. Até o Luciano cogitou a possibilidade, chamou o Eco de possível 'proscrito do Nobel' na resenha de O Nome da Rosa semana passada...:rofl:
 
Vamos por partes aqui.

Quanto ao Murakami: ele é excelente, mas é famoso demais. A mesma coisa acontece com o Eco. Claro, caso eles realmente optem pela via dos queridinhos do público, são opções bem plausíveis. Mas - apesar de gostar bastante dos dois - prefiro que isso não aconteça.
Acho que o Tomas Tranströmer é um forte candidato, mais uma vez, apesar de eclipsado por outros autores próximos. Além do problema de ter sido favorito muitas vezes...
O Goytisolo eu não conheço, fica fora da minha alçada dizer. Mas se Tiago e Lucas dizem, quem sou eu para discordar?
Mas tenho alguns palpites - em um deles, inclusive, já apostei e perdi (inclusive dinheiro, mesmo que em quantidade ínfima) no ano passado, mas acho que vale a pena o repeteco - que considero bem fortes, de europeus BEM europeus...
 
Quanto ao Murakami: ele é excelente, mas é famoso demais. A mesma coisa acontece com o Eco. Claro, caso eles realmente optem pela via dos queridinhos do público, são opções bem plausíveis. Mas - apesar de gostar bastante dos dois - prefiro que isso não aconteça.

Não duvido da qualidade do Murakami não, mas é que essa aura de pop que se formou em torno da pessoa dele pode contribuir para formar a imagem errada dele, inclusive pela própria Academia, não?

Torço pelo Murakami, mas não sei se isso não ia gerar uma cult-ização estranha, que poderia inclusive modificar os rumos da obra dele. Ainda acho que ele vai produzir um mega livro phodástico tendo como pano de fundo esse desastre das usinas nucleares e tsunamis. O flerte dele com o realismo fantástico (ou absurdo fantástico, como você e o Tiago já haviam dito uma vez) já me deixa com umas patchas idéias e expectativas aqui.

Acho que o Tomas Tranströmer é um forte candidato, mais uma vez, apesar de eclipsado por outros autores próximos. Além do problema de ter sido favorito muitas vezes...

Ué, ser favorito várias vezes diminui as chances? Isso é algo que torna ainda mais complicado especular sobre possíveis laureados, porque essa justiça nobelesca de premiar 'proscritos' pode nortear ou não a Academia. Ela pode optar entre premiar alguém 'do momento' ou alguém que 'já deveria ter sido premiado', correndo o risco de cair em anacronismo, como no caso do Llosa, que se tivesse sido premiado há algum tempo atrás ia ser completamente diferente.

Mas tenho alguns palpites - em um deles, inclusive, já apostei e perdi (inclusive dinheiro, mesmo que em quantidade ínfima) no ano passado, mas acho que vale a pena o repeteco - que considero bem fortes, de europeus BEM europeus...

Vai deixar no ar assim mesmo para esperarmos a segunda parte das apostas? XD
 
Não duvido da qualidade do Murakami não, mas é que essa aura de pop que se formou em torno da pessoa dele pode contribuir para formar a imagem errada dele, inclusive pela própria Academia, não?

Torço pelo Murakami, mas não sei se isso não ia gerar uma cult-ização estranha, que poderia inclusive modificar os rumos da obra dele. Ainda acho que ele vai produzir um mega livro phodástico tendo como pano de fundo esse desastre das usinas nucleares e tsunamis. O flerte dele com o realismo fantástico (ou absurdo fantástico, como você e o Tiago já haviam dito uma vez) já me deixa com umas patchas idéias e expectativas aqui.

Ele já tem uns livros sobre uns desastres, que são bem bons. Tem um de contos, after the quake (em inglês é com letras minúsculas mesmo, insistência do Murakami) que é sobre o terremoto de Kobe em 1995, tem o Underground, que é uma coleção de ensaios e entrevistas sobre os ataques com gás Sarin no metro de Tóquio. É de se esperar que ele lance algo bacana a partir desses eventos recentes...
Ah, um dos tradutores dele, o Stephen Snyder, tá apostando nele pro Nobel desse ano, Lucas.
E, uma curiosidade: o Murakami já ganhou os parabéns pelo Nobel, sem ter ganho o prêmio...

Ué, ser favorito várias vezes diminui as chances? Isso é algo que torna ainda mais complicado especular sobre possíveis laureados, porque essa justiça nobelesca de premiar 'proscritos' pode nortear ou não a Academia. Ela pode optar entre premiar alguém 'do momento' ou alguém que 'já deveria ter sido premiado', correndo o risco de cair em anacronismo, como no caso do Llosa, que se tivesse sido premiado há algum tempo atrás ia ser completamente diferente.

Um pouco eu acredito que sim. Cria-se uma aura de expectativa em torno do nome... E, a princípio, não me parece que a Academia Sueca goste de cumprir com as expectativas. O que, como você bem disse, faz ficar bem complicado especular a respeito. Tanto que nem a Herta Müller e nem o Llosa tinham posições muito boas nas principais listas de apostas - se é que apareciam.


Vai deixar no ar assim mesmo para esperarmos a segunda parte das apostas?
Sim, se não eu estrago a brincadeira, hehehe.
 
Com a Primavera Árabe, um bom nome a surgir nas listas é o do poeta sírio Adonis, em particular pela proximidade que tem com cartunistas e jornalistas anti-regime em todo o mundo árabe. Dessa forma, o prêmio se daria em concordância com seu tempo. Seria a junção de um momento histórico delicado, coisa sempre relevante pra Academia sueca, e da premiação de um poeta, que não acontece faz tempo.

Sobre o Tomas Tranströmer, depois da premiação de dois suecos em 1974 e da subseguinte repercussão, parece que a Academia ficou traumatizada. Ignorou por completo tudo que vem da Suécia desde então. Isso porque levantaram sérias questões sobre a qualidade dos laureados, Harry Martinson e Eyvind Johnson. Só li o Martinson e concordo com a crítica: um poeta apenas ok. De qualquer forma, isso criou um bloqueio com os suecos - bloqueio que já passou da hora de deixar de existir, antes que o Tomas passe dessa pra melhor.

O Japão parece uma boa ideia também e o Murakami um candidato forte, mas talvez forte demais. Seu apelo pop não faz muito o estilo do Nobel, que me parece um comitê bastante conservador desde que existe. Mas, em tese, o momento do Murakami é o mais propício possível: a tragédia japonesa em 2011, os prêmios que o autor vêm recebendo ao longo dessa década, o recente fascínio em torno do 1Q84, as traduções desse livro que foram lançadas nesse ano (inclusive em inglês) e, principalmente, pela sua arte cosmopolita. Nos livros dele são frequentes referências a culturais de todos os lugares do mundo, inclusive Brasil, seja cultura pop ou erudita.

Minha aposta é que o prêmio vai pra Ásia ou mundo árabe, mas posso estar errado (e provavelmente estarei, tendo em vista o histórico eurocêntrico do Nobel).
 
eu não vou citar pq, sinceramente, acho um saco...

Sobre Murakami: minha primeira impressão é que não, acho impossível que ele ganhe. Mas o Luciano lembrou daqueles livros-reportagem sobre desastres, principalmente o Underground... hummmm... seria interessante, mas acho realmente muito difícil. No entanto, lembrei-me de outra possibilidade e essa vai aparecer no texto

Sobre o suecos: bah, não tenho saco para suecos (-risos-). Mas o Transtormer eu gostaria de ler...

Sobre os árabes: Adonis sem dúvida... Mas esse seria a cereja do bolo para que possamos dizer que a Academia vai premiar todo mundo que todo mundo queria que ela premiasse... Mas temos Jelloun também... ainda que eu prefira pensar em nesse caso aparecerá um nome bastante distinto...

Sobre Goytisolo: "Paisagens depois da batalha", Lucas... Lembre-se desse título: "Paisagens depois da batalha".

Sobre o Eco, eu já falei: mais fácil que o Berlusconi ganhe...

Sobre a literatura como atividade acumulativa: no sentido de que se prefere ler um livro como se fosse o livro do que pensar a literatura como uma atividade de ler vários livros desordenadamente... é mais ou menos o que está naquele meu texto lá no blog

Luciano, vc já achou alguma lista de apostas deste ano? acho que estamos na vanguarda...
 
Um pouco eu acredito que sim. Cria-se uma aura de expectativa em torno do nome... E, a princípio, não me parece que a Academia Sueca goste de cumprir com as expectativas. O que, como você bem disse, faz ficar bem complicado especular a respeito. Tanto que nem a Herta Müller e nem o Llosa tinham posições muito boas nas principais listas de apostas - se é que apareciam.

(olha só eu quebrando minhas promessas...)
A Herta Müller até que é verdade: acho que ela sequer aparecia...

Mas o Llosa já tá na lista dos favoritos desde sempre! até eu já apostei nele num dos anos anteriores!

Quanto ao favoritismo ser um fator contra ou a favor: foi essa uma das questões que ficaram mais destacadas na nossa conversa. Tinha um tempo que o favoritismo, a previsibilidade do nome era um revés para o autor...
Nos últimos anos isso tem mudado e isso nos desnorteou (e nos desanimou) um pouco... mas vamos ver se esse ano confirma a tendência ou não...
 
- Paddy Power: They have Cormac McCarthy (9/2) just ahead of Ngũgĩ wa Thiong'o (11/2), with Don DeLillo and Murakami Haruki at 6/1, then Assia Djebar (8/1) ahead of Philip Roth (10/1). Despite only offering 18 authors to bet on, Bob Dylan does make the list too (at 100/1 -- but, hey, he's also a finalist for what may well be the second most prestigious international author prize, the Neustadt International Prize for Literature, nominated by Andrea De Carlo ...).

- BetUS: Offers almost the same (if slightly smaller) line-up and similar odds to Paddy Power, at least near the top. Among the differences: Philip Roth fares much worse here (so if you're money is on him, you'd prefer these odds).

- Victor Chandler offers the longest list and most interesting (and by and large best (for the punter) odds). While Cormac McCarthy again leads the way (but you get 7/1 here), Tahar ben Jelloun and Gerald Murnane join Murakami, Ngũgĩ, and Ko Un at 8/1.
While on the whole the list is familiar (from Ladbrokes, last year) they also do throw a few new names into the mix -- notably Witi Ihimaera (yeah, okay, like with Fuentes they spell his name wrong ...), Brian Castro, and Kate Grenville (yeah, that down-under contingent seems to have been particularly influential here at VC -- though they missed C.K.Stead ...).

daqui

McCarthy favorito, heim.
 
Duvido que o McCarthy leve. Nos últimos anos essas apostas não deram em nada... até certo ponto. Em 2009 e 2008 o nome dos vencedores vazou poucos dias antes do anúncio oficial, o que levou Herta Müller e Le Clézio pro topo na velocidade da luz. Ano passado o favorito era um paraguaio jovem e desconhecido, Néstor Amarilla, e ninguém sabe de onde saiu esse nome. Ngũgĩ wa Thiong'o esteve nos dois últimos anos entre os favoritos nas casas de aposta.

Sobre o Jelloun, quem sabe? Esporadicamente o comitê opta por algum autor obscuro.

É interessante ver como alguns estrangeiros vêem o Brasil nessa situação. Com quem já tive contato, senti que tinham uma boa impressão sobre Rubem Fonseca e Nélida Piñon. No entanto, em geral o Brasil é isso: uma gigantesca ilha literária.
 
Adoro ler essas coisas que vcs debatem, mas ainda não consigo entrar no páreo. Vou ficar de olho e ano que vem, quem sabe, rs.
 
Tirando essa que a Ana postou, acho que só tem a nossa, Tiago (apesar de ainda não termos divulgado uma lista em si).

McCarthy difícil, Ana. Dificílimo. Quase impossível. Pelo simples fato de ser americano.
E eu tinha me esquecido do Llosa. Um pouco de bloqueio meu. Mas verdade, ele era grandinho nas listas já.

E dessa vez aposto em escandinavos, mas acho que não em suecos... hehehe
 
assim, sem levar em conta nenhum fator externo ou mesmo sério, mas pelos meus poderes mutantes eu acho que dava o roth - to me enrolando há eras pra ler. mas como vai chegar o zuckerman acorrentado antes de ser divulgado o nome do vencedor, acho que não rola ele ganhar, não :rofl:
 
assim, sem levar em conta nenhum fator externo ou mesmo sério, mas pelos meus poderes mutantes eu acho que dava o roth - to me enrolando há eras pra ler. mas como vai chegar o zuckerman acorrentado antes de ser divulgado o nome do vencedor, acho que não rola ele ganhar, não :rofl:

Vc não leu Roth? putz, vc vai gostar pacas!
só não sei qual é do zuckerman acorrentado, mas os outros que li (e acho que nem li os que eu mais gostaria de ler) eu achei excelentes...
mas roth já é meio manjado né

Sobre o McCarthy, não custa dizer que ele é foda pacas...
mas sobre os norte-americanos, acho que o Luciano já respondeu
 

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