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[L] Prosas poéticas e poemas curtos [ NON-TOLKIEN ]

O tempo carcomido, suas beradas se desfazendo, era um lugar assim meio escondido do resto, frio, frio, e tinha areia dentro. Ah, aquela nudez vazia, sublime, o tremor rosa-chá tão fora de moda se dissolvendo, e nem era dor aquele corte, que graça tinha aquele corte vermelho rasgado pelos dentes em espanto! ... Ela ensinava serpentes pela força de ver, e em seu canto toda sílaba reunida era sinfonia, e enchia tudo o veneno nos dentes das serpentes... Mundo meu, mundo vasto, que mundo solto! ela pensava em ausência e chovia toda noite ali, aquela fúria natural que as nuvens sempre iam já era íntima, já era lar, era morada, necrópole, alma morta, força viva dentro de seu não. O engano era o limite ou o limite era o engano? Ela sorria, bailarina acrobatado do não rompido em toda parte, e a ausência era coisa de sangue ou de sempre? Era coisa de Deus, aquela velha ausência pressentida que fazia chover toda noite ali, frio, frio.
 
Pessoal, eu dei uma olhada nas regras para postar e não vi nada que dissesse respeito a número de posts ou espaço de tempo entre eles. Vou tentando ter bom senso. Se eu estiver exagerando, postando demais, alguém pode por favor me avisar? Obrigada ;)
 
Conta-se do antigo dia
em que ia-se a refletir e pensar;
mas o muro não podia transpor,
e por fim decidiu observar.

Naquela pequenina esfera
uma era negra descobriu;
e admirou estarrecido
o esquecido rei que surgiu.

Por muito ao inimigo resistiu.
E persistiu firme na vontade
de conseguir o que almejava
e desejava para sua cidade.

Sonhava com um tempo de paz,
onde, audaz, poderia governar.
Mas o sonho se desvaneceu
ao seu adversário observar.

Seu nobre espírito, que jazia,
ia-se às trevas dos pesadelos
observar, mesmo que temeroso,
um fosso de arrepiar os cabelos

E disso surgiu aquela lenda,
distorcida, de um regente
que sucumbiu ao poder
e sem querer tornou-se demente.

Mas na verdade ele lutou,
e honrou sua descendência.
Porém lutou contra um amigo;
e o inimigo mostrou sua ciência.

Deturpar corações e almas,
com suas chagas de pavor;
e mentiras a saltar dos lábios,
sábios do verdadeiro horror.

Aos homens destronar
por envenenar. E aos elfos
apenas amar para seduzir,
e destruir seus belos fados

Pois eis que ensinou-lhes
e deu-lhes algo de poder.
Mas os queria seus escravos,
passivos do seu escolher.

Tudo isso o regente sabia,
mas ia sua fé a viver ainda?
Logo seus temores surgiram
e acabaram por torna-la finda.

E no vazio crepitante de sua pira,
ele rira daqueles que deixava.
Pois em seu delírio esquecia
sua vida e tudo o que amava.

E em seu orgulho ao rei renegava;
vivenciava seu grande pesadelo
mas naquela hora já não mais percebia
que o dia ainda tinha de Eru o apelo.

Pois eis que o dia novamente clareava
e declarava fim à inesgotável escuridão.
Mas já era tarde demais; o velho regente,
inconsciente, já se deitava na pira do chão.


(E assim ficou gravado nos mitos populares
a história do endiabrado e desequilibrado Denethor)

:P
 
Gwin: poste o quanto quiser, só não poste duas vezes seguidas. 8-)

Prosa poética... poema em forma de prosa... :think:

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Certo, um soneto meu, rigorosamente decassílabo; adoro escrever decassílabos.


Nada por si mesmo

Você nunca faz nada por si mesmo
Apenas diz: “Oh! Que vidinha ingrata!”
Sentado no sofá fumando a esmo
Promete, mas não faz, pura bravata!

Imóvel como um parasita vesgo
Só se levanta para fazer nada
Agora berra: “Eu vou comer torresmo!”
E nada muda, mas que vida chata!

Não acredita que pode se impor
É mero escravo de seu próprio ócio
Reclama, só reclama dessa dor

Grande paspalho, sabota si próprio
E nada muda, desesperador
Perfeito otário, morra sem velório!
 
Kabral, eu nem vou falar da técnica (que sei que é dificílima) de fazer soneto, ainda mais com métrica. Além deste dom, o que eu adorei foi o fino senso de humor e a crítica sutil demonstradas. Muito legal mesmo. :amem:

Skylink, seu lirismo é encantador. Seu poema mais parece uma canção, experimente recitá-lo e vai ver como sai doce da boca.
 
Agradecido pelos elogios. :obiggraz:

Mais um soneto decassílabo:

O Vazio da Existência

Perambulando sem destino certo
O peso do Vazio da Existência
Aqui estamos totalmente abertos
Suposições para suprir carências

Inútil estadia neste Mundo
Que camuflamos com religiões
Pobres seres humanos, eu pergunto
Se deixam enganar por ilusões

Tolices e crendices sem sentido
Pobres humanos cheios de temor
Diante do Vazio jamais dito

Preferem viver sob muita dor
Esquecem-se que é muito mais bonito
Comemorar a Vida com fervor.
 
Eu nunca fiz poesia, sempre achei difícil e chato (mais difícil ainda não falar de amor). Mas ontem eu estava lendo sobre demônios (tá, não é uma coisa saudável, hehehe) e resolvi escrever sobre eles... mas... Em prosa? Como? Daí tive a idéia de fazer uma poesia com métrica e rimas, super certinho, só pra ver como era.

Não ficou grande coisa, mas, sim, eu gostei bastante. =)


Demônios

Quatro velas num semicírculo
Cujo fogo lhes chamará
Eterno é o maldito vínculo
Que com o inferno formará.

Asmodeu, o rei da luxúria
Em seu trono a governar.
Chama Belial, a loucura
Para com ele celebrar.

O Leviatã está preso
Sob comando de um rei
Seu nome, Baalberith.
Seu reino, ausência de lei.

Astaroth já não mais clama
Que do céu ele, Deus, cairá.
Ele agora exclama
Que a horda já virá.

E, com ela, quatro deuses.
Vem a morte, vem a guerra.
Fome e peste por dois meses
Para por fim a esta era.

Satã, rei das coisas sem fim.
Do seu trono cairá.
Ele, que já foi um querubim.
A Deus logo suplicará.
 
Nölstrolls – viajantes da terra

Destino remoto, em terras de nota, que remontam os contos perdidos, esquecidos, largados, sonhados.
Remotos seres da noite, de noite. Remotos até que O Fim, nas névoas da escura sorte, onde finda a morte, como espada que crava na alma, e sonhos que despedaçam os sonhos antigos, há tempos vividos nas estradas do Mundo, venha a todos levar. Todos no Mundo cortante, nos olhos rasgantes de seres remotos: da noite.
Bocas: ardentes desejos de enganos – flamejantes. Bocas que urram. E lábios que queimam. Ventas que cospem fogo, água, terra; e terra que acaba, que deixa. E terra que vos deixa olhando as pilastras: sustentas entre infernos e céus – Nolflehor, Cimos.
E olhos que não vêm, sentem: ódio e amor, raiva e alegria, e felicidade. Olhos que não existem, postos ali por hora apenas. Postos no desatino de quem não pensa, de quem não viu – disse –, de quem não fez.
E hora na hora de terra na terra, posto no posto que é seu, e que não foi: virtudes – virtudes ainda. Virtudes ainda que clamem a clava em alma ou em mente de um ser vivente, poente ou remoto da noite.

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Esse num eh um dos meus melhores textos (se é que um dele so é), mas é legalzim.
Vlw por lerem! :D
 
Esquinas

Na vida de um tudo que passa,
finda, acaba - permanece no nada.
Na vida de um agouro de azar,
da água azul do mar, no mais esbaldar.

Vida na vida que é vida que acaba,
nas esquinas da multidão...
nos olhos dum povo, raça, tribo: que erguem as mãos,
para buscar o dom de um pão,
pão que é o calor do afeto, e o abraço de alguém que se quis,
e hoje não se quer mais.

A esquina da vida, esbaldar da alegria ou das mágoas.
A esquina-redoma de uma sorte negra, de um breu.
Breu que é um posto, posto de um amor de olhares.
Esquina que é rosto; Rosto de amor que julgastes, renegastes.
Vida que é mágoa, alegria, arlecrim, felicidade, ida de vindas.

Vida na vida que é vida que acaba,
nas esquinas da multidão...
nos olhos dum povo, raça: tribo que erguem as mãos,
para buscar o dom de um pão,
pão que é o calor do afeto, e o abraço de alguém que se quis,
e hoje não se quer mais.

Vida na vida que é vida que acaba,
lida nas linhas de uma mão calejada.
calejada e cansada de tanto ver e não poder querer;
cansada de ter e não poder tocar:
tocar no teu rosto que mora a dois lugares num mais longe,
tocar no céu sustento pela esquinas viventes, poentes.

Posto um fim tanto na lírica esperança, como em tudo,
posto um fim nos versos de quem te quer,
de quem te quer bem aqui do lado, numa esquina qualquer,
serena de amor ou sofrida de dor,
tudo se acaba, sem mais furôr.
 
Sombras

A dias que passo por esta estrada.
E observo o velho mendigo, na jangada...
Sua face, arrasada, com um único desejo;
e infeliz com o desfile do último arpejo...

Do outro lado de um rio, azul cor de anil,
bem acima deste implacável céu estéril...
Desafia-me uma escurecida face faceira,
de sorriso fácil e tristeza passageira.

(Mas que se há de fazer com este coração avulto?!)
Enojado, recriado e despedaçado;
remoldado sobre forma de tamanho insulto...

Porém, sempre esquecido ou perdido...
Pois o velho lhe é a visão da felicidade;
que ele tem toda uma vida à sua volta...
 
Gostei também do seu poema, Skylink! :)

Bom, finalmente me veio inspiração novamente. Espero que gostem do poema.

(Sem título ainda - Aceito sugestões)

Sublime como o vento
Ouço no além mar
Vozes presas para sempre
No passado a me chamar

Do futuro nada se pode esperar
Pois na alvorada da humanidade
O momento se perdeu
O poder se esvaiu
A magia esvanesceu

Ira, avareza, inveja
Plantadas nas profundas raízes da vontade
Mais antigo que o próprio respirar
De uma inteira geração

Orgulho gritante
No recluso subconciente
Crescendo amargamente
do âmago às estranhas

Nascido antes
Do contar do tempo
E das estrelas
No seu eterno vigiar

Permanente presença
Entre os filhos
No seu sono a fadar

Até a eternidade
Ou quando o céu não mais se suportar.
 
Poeminha basiquinhu... rimas, palavras simples, metrica, soneto..

Sentimento por sentimento

Oponho-me a tua memória
Pois comum me fazes sentir
Linda és tu criatura simplória.
Coragem? Não hei de agir.

E se eu sou Mordred ou Artur
Para tí não há diferença
Mas logo verás meu Gramour
Abalar essa sua discrença.

Se cair tua rubra rosa
Nos profundos mares do amor
Mesmo por vontade de Deus

Não há o que temer, formosa
E em teu lábio encantador
só calor dos feitiços meus.
 
Minha casa é o meu mirante,
meu minarete,
meu observatório de estrelas,
ameia de onde vislumbro
o mundo e a alma,
o grande trigal da humanidade,
das pessoas da cidade,
lucilantes seres,
qual lumes fracos,
precárias candeias.
 
Nao sei se cabe ao tema dessa area do forum porem achei intrigante a rima que consegui cirar no dialogo que fiz em um texto meu....preferi postar tudo na integra para nao fikar sem nexo....e como é algo tirado de um texto nao tem titulo.
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No entanto nove novos seres nasceram, provindos dessa fusão, sete deles vislumbraram em seu nascimento as mesmas sensações que as de seu progenitor, porem em meio a isso vislumbraram a Taça e o caminho da Ponte de Arco-íris e pensaram em seguir aquele caminho, com vozes retumbantes que faladas em terras normais derrubariam montanhas e ecoariam por eras indeterminadas falaram altivos e soberanos, porem discordantes em sua fala, em meio ao transtorno, e mistura uma voz então quebrou toda a dissonância e mais alta mesmo ainda disforme falou sozinha de um modo rude, em escala menor do que era a algazarra de vozes no principio, tal som emitido não espantou os dois relutantes, e juntos, todos ouviram tudo se repetir em um eco rude, ate que se perdeu a voz quando assim o portador da mesma o quis.

-Vocês dois, irmãos em nascimento, poderosos assim como nos, vemos que não desejam partir, desfrutar da macula que Nada proporcionará a nos se vivermos em Wesser, que é assim que ela mesma chama, preferem ficar aqui a onde tudo pode ser sentido porem sentido rápido demais a ponto de exaurir nossa existência, por que não nos acompanha?

Assim pronunciou o mais altivo deles, igual em aparência que é a forma, indescritível dos Tipoides, semelhantes com a entidade Ar, mas diferentes mesmo assim, essa entidade se apresentou como Malcon e foi chamado posteriormente, por influenciar a todos de seu grupo a travessia, como
Malcon Bridge. Os outros que somente ouviram por um tempo foram chamados de relutantes, eles se apresentaram altivos em resposta, como “Lancaster´s”① falaram em uníssono, uma voz aguda e bela que primazia a sutileza, ressoava como um suspiro leve, passando por tons amenos chegando ao tom de seu companheiro que é áspero em momentos altos, baixo e rouco em outrora, alterava em sua tonalidade graves, que é quando entra em uníssono com sua parceira e harmonicamente responderam, como uma canção que chegou aos ouvidos dos outros Tipoides que perplexos ficaram muito tempo sem nem mesmo conseguir pensar.

-Imprudente será o ato de debandar daqui, agirão mesmo do erro ciente?
Façam isso e á nosso pai imitando estarão, é errado será, mesmo há vocês, assim perceberão.Nossa verdadeira criadora está lá fora sentada, obedeçam Nada, foi o que ouvimos, e nela futuro vimos, e não o caminho escuro que se esconde em cores por sete vezes apreciadas, sete vezes se diferem, e sete vezes serão amaldiçoadas. Aqui iremos permanecer, não sabemos o que irá a nos acontecer, assim mesmo iremos ficar. Aguardaremos a salvação de nossa criadora, que lá fora está sentada, aquela que chamamos erroneamente de Nada
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Gwin citou:
Lancaster, obrigada. Eu é que sempre quis escrever poesia em verso, como vc tem tanta facilidade em fazer, e nunca consegui

Facilidade nao sei se tenho mas que é mais facil do que prosa é....apenas aprender regras e se aprimorar em uma tecnica talvez...logico sem perder a beleza na hora da criaçao mas no meu ver prosa poetica é algo inalcançavel para mim...! e vc apareceu aki no forum para se destacar assim como o Thoriën q tabem fez otimos textos... bem fiko por aki fiko bem longo esse meu post! e no final nem sei c é valido tal coisa que fiz.!
 
De dous céus ela cairá, a um’água clara que fará-te enxergar-lhe a ele. E no anseio sereno e divino da anísia chuva, afagara-te aquele que permanece a afogar teus medos e pesadelos no mar da solidão embevecida.

Extasiada, contemplarás o azul turquesa dos céus circunsternos a refletir sobre teus cabelos; e cedo perceberás que são seus olhos a compor aquelas estrelas distantes, circundantes tilintantes. E eis que se verá como elas, a refestelar-se sobre a ventura do vazio iluminado; recriado sobre a tua elegia face, que sorri agora novamente.

Entrementes, há de lembrar-se eternamente do pesar de teus fados e das agruras que sofrestes. Mas serão apenas memórias e histórias os divagos, relatados por nostalgia ou pura diversão.

E é isto hoje que lhe desejo, minha irmã: diversão e satisfação misturadas à sua boa aventurança. E que tenhas e mantenhas para sempre este seu dom inilídivel de ser a eterna criança que tanto amo.
 
BRADOS E URROS NO CAMPO DE BATALHA

Brados e urros no campo de batalha,
é tudo o que, agora, não falha.
Lanças tilintantes e espadas sangrentas
são, agora, as famílias dos bravos guerreiros.

Bestas são vistas ao longe,
inalcançáveis aos arcos do povo belo.
As trombetas soam uma melodia de ataque,
provenha dela a vitória ou o desastre.

O sem-coroa atraca nos portos,
e hordas de desonrados o seguem – suas esperanças.
O que não pode ser morto decai, na sua hora,
e aquela que ali não deveria estar tomba, em glória.

Os grandes Pequenos ferem orgulhos,
tanto de homens mortais quanto de espectros letais.
Provém, longe dali, a salvação,
vindas de suas mãos.

E quando o último cai, tudo finda;
a Coroa retorna; a Senhora, enfim, vem.
A paz inicia seu reinado –
o de Mordor vacilou.
 

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