Eu não lembro de ter nenhum amigo gay macho, visto que praticamente todos eles eu conheci aqui na valinor... de qualquer modo, eu achei os persas mais homens que os espartanos (até parece que algum Imortal com tranças de Lara Croft refletiria nu observando o luar). Xerxes é um caso a parte, e mesmo assim tenho uma grande desconfiança de que o personagem foi uma piada do Zack Snyder, que disse no junket no Copacabana Palace que ele fez o filme mais para si do que para o público (um "filme egoísta", foi a expressão usada), e que ninguém deveria levá-lo a sério. Eu não li a HQ, mas pelo que ouvi falar o Deus Xuxa também é meio biba lá, só que no filme exageraram demais (me corrijam se eu estiver errado). Sabendo que a sutilidade poética do androginismo dificilmente funcionaria para o povão que vai ao cinema antes da balada, o próprio Snyder decidiu brincar com a coisa. Pelo menos eu, particulamente, não achei ridículo não, e sim hilário (no bom sentido). Veja só quando o Xexéu põe a mão no ombro do Leônidas e diz "It's not the whip they fear!", e faz uma longa pausa, como se estivesse esperando o público parar de rir. Achei genial, prefiro viver na ilusão de que tenha sido proposital.
Enfim, falando do filme... olha, eu não achei ruim não, mas eu tenho certeza que ele seria BEM melhor se tivesse, sei lá, uma hora a menos de duração. O Knolex me alertou no MSN, entretanto, que o longa tem 1h50 de duração, o que me surpreendeu, já que eu imaginei que tivesse quase três... até conferi no IMDB, mas ele estava certo... mesmo assim, continuo com a opinião.
Meus problemas foram basicamente dois: a síndrome do memorable quotes (em que todas as falas precisam desesperadamente ter """""profundidade""""") e a síndrome da MTV (em que as cenas precisam parecer um clipe para ficarem """"""estilosas""""""), como, por exemplo: 1) a oráculo-monopeito recebendo o santo; 2) os planos-seqüências alternando câmera lenta e (muito) rápida enquanto Leônidas e os 15* matam os persas. Ah, nesse segundo caso, pelo menos, o sangue HQuístico ficou muuuito massa.
*Isso foi uma coisa que o Bruce citou na sessão e que eu concordei veementemente! Na verdade, primeiro o Fingolfin perguntou por que - embora o cara fale que há um exército de 10 mil - nós vemos 10 bilhões de pessoas? Eu até entendo que o exagero funciona como licença poética em prol da tentativa de ter em mãos um épico """""""grandioso"""""""". Além disso, até parece que eu vou me importar com verossimilhança num filme cujo próprio diretor pede para ele não ser levado a sério. Mas, como o Bruce disse, embora eles digam que há 300 espartanos ali, consegui contar uns 15. Essa licença poética eu não entendi....
Na verdade eu tive outro problema sério, mas este é o mais óbvio (embora o mais importante), que é muita texturização e pouco recheio... coisa que não acontecia em Sin Sity - do qual mesmo assim eu não gosto muito (li a HQ e curti).
Ps.: Sim, definitivamente esse também é um filme para meninas.