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[SÉTIMO LIVRO] Esaú e Jacó (Machado de Assis)

**Maniaca do Miojo** disse:
[size=xx-small]Machado tem também um conto denominado " A Cartomante" que também ironiza os calotes que as pessoas levam desses "adivinhadores do futuro".
Eles falam exatamente o que as pessoas querem ouvir, a Natividade (bah que nome ) por exemplo anseia o futuro dos filhos,logo a Madame Dina fala que eles terão um futuro glorioso, e a Natividade fica radiante de felicidade hehehe
Eu fui uma vez numa mulher, por curiosidade, a qual declarava que falava com os mortos e tal.
Eu e minhas amigas, fomos direcionadas a sentar numas cadeiras, logo ela começou a fazer uma oração, em seguida, encarnava nela o preto véio e então ela começava a falar de um jeito gozado.
Fiquei morrendo de medo XD
Mas, depois o negócio ficou muito tosco ¬¬
As minhas amigas perguntavam de seus avós que já haviam morrido, e ela(e) respondia que estava bem e tal...eu perguntei dos meus avós, ela respondeu que estavam com saudades...:blabla:
entretanto, eles estavam vivos ainda, a mulher era a tal da safada tb..
depois saímos pq a mulher começou a gritar, daí eu e minhas amigas ficamos com medo de volta...[/size]

Kuinzytao diz: Que experiência, isso dava um bom conto XD

[size=xx-small]Bem, eu sou espírita, mas como bem Machado escreveu através do Santos, espiritismo é outra cousa =D
E alguém mais se aventurou com esses caras???
Outra coisa que não gosto é cigana, elas dão medo =S
[...]
kuinzytao disse:
Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.
"Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas."
Assim como Santos que estava participando dos estudos espíritas e gostaria de fazer uma consulta, mas que também ficava no vai-não-vai.

Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho. ...

A kuinzytao, sobre está frase do livro que mencionastes, acontece muito com pessoas que seguem a religião Espírita que tem medo de falar para não sofrer nenhum preconceito ou com medo das opiniões.

Nunca li Ésquilo XD
Ah isso de encontrar vidente,profeta,...
é velho mesmo, muitos vão atrás por curiosidade, para pedir ajuda, para ter algo a seguir, para saber o que precisão fazer da vida,etc...
aqui na minha região onde eu vivo, ainda tem muitas crenças nisso tudo, por ser um povo simples e sofrido, agarram-se muito nas crendices ... [/size]
...

LucasCF disse:
JLM disse:
[...]
[size=xx-small]
**Maniaca do Miojo** disse:
Bom, tem o nome dos filhos da Natividade, Pedro e Paulo...
confesso que não entendi, pensei que seria Esaú e Jacó :wall:[/size]

[size=xx-small]Acho que o título do livro é por causa da semelhança das histórias. Quando eu pesquisei sobre o livro semana passada, achei umas coisas legais... a mãe de Esaú e Jacó (Os da Bíblia) foi influenciada por um oráculo. O oráculo disse que o mais velho serviria o mais novo, certo?
Substitua Rebeca por Natividade. Esaú e Jacó por Pedro e Paulo (e ainda por cima também são nomes bíblicos né?) Oráculo por Cabocla. e tire a parte do mais velho serviria o mais novo :P Tipo, Natividade foi influenciada pela Cabocla, e Receba pelo oráculo, não é? [/size]

[size=xx-small]Tem aquela parte que a vidente diz:
“- Seus filhos serão grandes, oh! grandes! Deus há de dar-lhes muitos benefícios. Eles hão de subir, subir, subir... Brigaram no ventre de sua mãe, que tem? Cá fora também se briga. Seus filhos serão gloriosos. É só o que lhe digo. Quanto à qualidade da glória, coisas futuras!”[/size]

[size=xx-small]edit: Fui pesquisar de novo, para dar fontes... Achei isso aqui. Se não me engano foi o que li.
http://aneliseespindolaescritora.arteblog.com.br/103651/A-INFLUENCIA-DA-BIBLIA-NO-LIVRO-ESAU-E-JACO/[/size]
Kuinzytao diz: Muito boa dica, gostei do texto indicado.
JLM disse:
kuinzytao disse:
[size=xx-small]Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.[/size]
[size=xx-small]assim como no livro lido anteriormente, hamlet, notamos uma mistura de religiosidade do escritor. em MA, ele primeiro vai pra uma advinha, depois transita normalmente pra uma missa fúnebre, em q os protagonistas aparecem sempre deslocados, pelo preconceito religioso ou econômico. é interessante notar q mesmo sendo uma escrita do séc. xix, mostra a diversidade cultural sem preconceitos, ao menos, diante de uma crença, pelo narrador. os personagens podem até não gostar, mas vão lá, procuram, olham, pagam. qtos não são assim hj?
[/size]
kuinzytao disse:
[size=xx-small]Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.[/size]

**Maniaca do Miojo** disse:
[size=xx-small]Nunca li Ésquilo XD[/size]

[size=xx-small]já li tudo de ésquilo, o vidente cego é tirésias, do mito de édipo, q previu oq iria acontecer com ele e sua dinastia. tirésias inclusive aparece em outros escritores, como homero e dante. ... [/size]

Sempre que o assunto é fé, uma má vontade surge, e é até comum acontecer. O abuso da boa fé e o lucro com a fé. O outro lado da história não deve ser esquecido, ou seja, o acréscimo que vem com a fé.

Estou aqui no Meia, ponto. Como cheguei? Através de um mágico. Ele utilizava símbolos, agrupava-os, revestia-os de fantasia, magia, encantamento, os fixava em folhas e deixava que o sopro de outros (no meu caso Valinor) os distribuísse para o resto do mundo. Um encantador, que falava de magos, bruxaria má e boa.

Ele resgatou a minha fé, em um momento que o mundo decretava a morte dos livros, da leitura e do falar inteligível. Portanto, sou muito afim de oráculos, oradores e escritores, para mim semeadores de esperança, e a esperança é a semente de uma realidade diferente da atual.

Então, para cada calafrio, para cada susto, para cada curioso que atrair, vamos fazer uma “ola” para “videntes”, “bruxos”, “elfos”, “magos”, “pais de santo”, “sonhadores” e outros como por exemplo, os escritores. Uma grande “ola” para a fé, hora mal usada, hora mal vista, mas cheia de encanto, cheia de sustos, cheia de ... desafios...

A manutenção da curiosidade, as tensões, os conflitos sempre geram a extensão da capacidade de pensar, de sentir, de ousar. Seja para afrontar, seja para pactuar. A ciência utiliza a imaginação dos artistas para direcionar seu olhar analítico, os senhores da guerra, agora, também.

A inspiração, às vezes, é algo que vem quando a crítica é amordaçada. Não posso dizer que seja o caso de Machado, mas a crítica é algo que pode vir depois. Antes, pode ser um cerceador de idéias.

Nesse momento eu pensava, porque Machado deu tanto destaque a cabocla? Até o VIII capítulo, o curioso personagem, a cabocla, está em destaque. E, a tensão sobre o assunto é colocada com um contraponto, a doutrina espírita. Machado tem uma intenção aí, ele não prega prego sem estopa. Nesse detalhe é que eu vejo o jeitinho Machado de ser. Por um lado mostra o novo o ousado: a doutrina espírita; de outro afirma a tradição que vem desde Ésquilo.

E, como disse a Maníaca, a cabocla dá calafrios, a doutrina espírita é outra coisa, parece mais... ciência. Será? (me refiro ao livro)

Creio que o grande mago aqui é Machado, um bruxo que conquistou minha “atenção”!
Hehehe, não pensou que fosse a minha alma, certo? XD
Quer dizer, exceto :calado: se minha alma estiver acompanhando a minha atenção...
Credo! Tenho que verificar. T+

Quanto a pergunta Maníaca, já estudei com cuidado todos esses assuntos, o único que ainda não havia estudado é o Judaísmo que é em termos de tradição religiosa o meu foco atual.

[size=xx-small]Minha edição é L&PM Pocket. Esta edição foi revisa e enriquecida com materiais ilustrativos. A grafia das palavras está atualizada, há notas de rodapé, uma pequena biografia de Machado, cronologia vida e obra, panorama do RJ, como: vida cotidiana, diversões, vida social. É uma edição que inclui a gente no imaginário da obra, ficou meio como, um convite a "só deslizar nas mãos do narrador".[/size]
 
Nossa... muito legal essa iniciativa... no dia primeiro de junho, eu participo da enquete para o próximo livro!! Vou repassar esse fórum para todos os meus colegas da Faculdade!^^
 
LucasCF disse:
Os primeiros seis cadernos trazem a matéria ficcional que daria origem ao romance de 1908, Memorial de Aires. Em vários momentos da narrativa de Esaú e Jacó, nos deparamos com o Conselheiro Aires escrevendo seu Memorial. Algumas das palavras com que registra os acontecimentos ou suas reflexões são reproduzidas pelo narrador.
Fonte: http://fredb.sites.uol.com.br/esaujaco.html

edit:
**Maniaca do Miojo** disse:
Bom, tem o nome dos filhos da Natividade, Pedro e Paulo...
confesso que não entendi, pensei que seria Esaú e Jacó :wall:

Acho que o título do livro é por causa da semelhança das histórias. Quando eu pesquisei sobre o livro semana passada, achei umas coisas legais... a mãe de Esaú e Jacó (Os da Bíblia) foi influenciada por um oráculo. O oráculo disse que o mais velho serviria o mais novo, certo?
Substitua Rebeca por Natividade. Esaú e Jacó por Pedro e Paulo (e ainda por cima também são nomes bíblicos né?) Oráculo por Cabocla. e tire a parte do mais velho serviria o mais novo :P Tipo, Natividade foi influenciada pela Cabocla, e Receba pelo oráculo, não é?

Tem aquela parte que a vidente diz:
“- Seus filhos serão grandes, oh! grandes! Deus há de dar-lhes muitos benefícios. Eles hão de subir, subir, subir... Brigaram no ventre de sua mãe, que tem? Cá fora também se briga. Seus filhos serão gloriosos. É só o que lhe digo. Quanto à qualidade da glória, coisas futuras!”


edit: Fui pesquisar de novo, para dar fontes... Achei isso aqui. Se não me engano foi o que li.
http://aneliseespindolaescritora.arteblog.com.br/103651/A-INFLUENCIA-DA-BIBLIA-NO-LIVRO-ESAU-E-JACO/

Muito Bom Lucas =D

Sobre o Memorial, deixa eu ver se entendi XD
O Aires (Machado) está escrevendo um livro - Esaú e Jacó, mas no meio ele faz alguns comentários os quais pertencem ao manuscrito Memorial de Aires, isso?

Kuinzytao, realmente religiosidade demais é um saco.
Aqui em casa, em pleno domingo, ao meio dia, parece religiosos fanáticos querendo espalhar a palavra do Senhor.

Ah outra coisa q vc citou,esses fanáticos por Deus, procuram pessoas com problemas, com baixa auto-estima,confusas, apara ajudar..Logo, o que elas precisavam era só de um ombro amigo, então elas ficam bem e pensam que foi por causa de Deus, tudo bem, eu penso que Deus ajuda sim, só que ele não ajuda quem não permite ser ajudado.
É aquela velha história, não adianta ficar rezando só, tem que partir para ação da coisa.
Bom, só que os ingênuos pensam que estão melhorando porque começaram frequentar a religião x.

Pois é, o Machado é um Bruxo mesmo ^^
Incrível as situações que ele põe num romance, em que desperta a curiosidade e vontade de falar sobre o assunto hehehe

Tágide disse:
Nossa... muito legal essa iniciativa... no dia primeiro de junho, eu participo da enquete para o próximo livro!! Vou repassar esse fórum para todos os meus colegas da Faculdade!^^

Pode chamar, diz que a festa do clube da leitura está bombando :traça::traça::traça::traça:
 
Não sou uma conhecedora profunda da obra do Machado de Assis, mas todos sabemos da sua enorme sapiência na matéria da alma humana.....e a questão da fé é o que temos de mais profundo....tanto que desperta tantas paixões e é um poucos assuntos onde todo mundo tem opinião...de tão humano e apaixomante que é a questão.
Então ele não deixou a coisa fácil para o leitor não.....está mesmo nos cutucando.....cabocla, espiritismo, catolicismo.....e ésquilo....tudo para colocar num caldeirão e remexer bastante com o pensamos do assunto....para termos que pensar de novo e mais uma vez.........e é para isso mesmo que a gente lê, não é?
 
O que mais gosto neste livro, até o momento, é o fato do autor conseguir prender a atenção do leitor com uma leitura que não é linear. Muitos autores, ao utilizarem este recurso, acabam se perdendo, esquecendo características importantes. Machado mantém os pés firmes no chão - começa com a visita à cabocla, e nos capítulos seguintes ele relata o que levou Natividade a optar pela visita - sempre retomando o que foi apresentado no primeiro capítulo. Sem dúvidas, uma das características que mais admiro!
Estes oito capítulos, apesar de curtos, estão recheados de características que acredito, serão muito importantes como base para o que vem pela frente. Por exemplo, os dois mil réis dados ao pedinte. Aconteceu no primeiro capítulo, aparece no oitavo capítulo, e acredito que se fará presente nas próximas páginas. O fato da gestação ter sido turbulenta, e todas as expectativas criadas sobre o futuro dos dois meninos, são fatores que vão influenciar na forma como os gêmeos serão apresentados nos capítulos próximos, como jovens, depois adultos...
A questão da religião é interessante, como já foi bem comentado por aqui - a minha opinião é semelhante a de muitos, e gosto principalmente desta ideia de Machado, que a religião pode ser apresentada de todas as formas possíveis - além daqueles que sentem vergonha ao admitir a influência desta em suas vidas.
Sobre a Cabocla... senti uma certa ironia nas tais "Coisas futuras"!


Ah, sei que não é sobre a obra em si, mas vocês sabiam que o autor Milton Hatoum se inspirou em Esaú e Jacó para escrever seu livro "Dois Irmãos"? Para quem quiser se aprofundar no assunto, recomendo a leitura. Dois Irmãos é bem tranquilo, vocabulário fácil, enredo que prende a atenção. Quando terminar a leitura e a discussão de Esaú e Jacó, digo qual dos dois é melhor (para mim).
 
Lethaargic, a quebra de linearidade é uma característica marcante do Machado mesmo, foi ele quem começou com isso no BR com "Memórias Póstumas de Brás Cuba", acho que foi isso que a minha prof. me disse ?!?!?!?

Em Esaú e Jacó o que me diverte particularmente é quando ele começa a narrar uma história e ficamos tão compenetradas nela que esquecemos a outra, de repente ele puxa a outra narração realizada por primeiro, ligando a história certinho, o que é dá aquele "bah" no leitor, muito bom =D
 
anna denon disse:
Não sou uma conhecedora profunda da obra do Machado de Assis, mas todos sabemos da sua enorme sapiência na matéria da alma humana.....e a questão da fé é o que temos de mais profundo....tanto que desperta tantas paixões e é um poucos assuntos onde todo mundo tem opinião...de tão humano e apaixomante que é a questão.
Então ele não deixou a coisa fácil para o leitor não.....está mesmo nos cutucando.....cabocla, espiritismo, catolicismo.....e ésquilo....tudo para colocar num caldeirão e remexer bastante com o pensamos do assunto....para termos que pensar de novo e mais uma vez.........e é para isso mesmo que a gente lê, não é?

Fiquei curiosa com esse modo de colocar o assunto. Um jeito de observar, sem enganchar, mas, tão provocativo que mexe com a gente. Não passa em branco o que ele diz.

Lethaargic disse:
O que mais gosto neste livro, até o momento, é o fato do autor conseguir prender a atenção do leitor com uma leitura que não é linear. Muitos autores, ao utilizarem este recurso, acabam se perdendo, [...]

O fato da gestação ter sido turbulenta, e todas as expectativas criadas sobre o futuro dos dois meninos, são fatores que vão influenciar na forma como os gêmeos serão apresentados nos capítulos próximos, como jovens, depois adultos...

A questão da religião é interessante, como já foi bem comentado por aqui - a minha opinião é semelhante a de muitos, e gosto principalmente desta ideia de Machado, que a religião pode ser apresentada de todas as formas possíveis - além daqueles que sentem vergonha ao admitir a influência desta em suas vidas.
[...]

Ele coloca uma questão, sobre a gravidez, muito interessante. O que a personagem sentiu quando soube que seria mãe. Um assunto que até hoje é meio que mantido de lado. Minha obstétra diz que ninguém fala, e que há muitas mulheres que entram em depressão, com algo que a maioria sente, mas não confessa nem às paredes.

Os sentimentos de fragilidade e curiosidade em relação ao futuro levaram ela a apostar em fé, e foi positiva, saiu feliz. A vergonha advém de só fazê-lo quando está no aperto, aí entra a dissimulação, o fazer de conta que não é importante, quando aquilo fez tão bem a alma daquela mulher, tanto que saiu espalhando dinheiro.
 
É não lembro onde que li/vi uma reportagem sobre mulheres grávidas tem bastante propensão a depressão, pois ficam mais vulnerável e tal :think:
Mas, como kuinzytao mesmo disse, ainda isso é pouco discutido, acho que por receio do tipo: " a mulher não tem que estar alegre por estar grávida ?"
Nós já sentimos um desequilíbrio hormonal na tpm e ficamos um pouco sentimental, imagina uma grávida, onde os hormônios estão todos enlouquecidos.

Bom, apareceu o Sr. Aires :joy:
Um cara curioso e que tem uma forte presença, Machado mesmo escreve que ele tem uma opinião dúbia, porém com grande poder de persuasão, tanto que sua opinião dúbia ganha adeptos, num trecho escrito por Machado.
Será que ele vai ter alguma influência na vida dos gêmeos? :think:
Por que será que Perpétua não se casou com ele? Da parte dele, por motivos não apreciar muito o casamento, digamos assim hehehe...Tanto que o seu 1º casamento foi por motivos de prestígio social. Essa é uma idéia que ainda pendura, assisti ao filme "Os Infiltrados" e um rapaz quer se casar para ganhar mais respeito diante da sociedade.
Eu acredito que a fachada de casamento, é momentâneo, o respeito cria-se pela sua história de vida, eu tenho essa visão nos dias de hoje.
Afinal, nenhuma relação é sustentada por mentiras,logo o casamento vai por água baixo e quem sabe o respeito também.

Seguindo essa linha de pensamento, achei linda essa frase que Machado escreveu:
:amor:
"Já não era espiritismo, nem outra religião nova; era a mais velha de todas, fundada por Adão e Eva, à qual chama, se queres paternalismo."
pág. 45 Cap. XVI


Esse livro está cheio de referência a Bíblia a qual eu não sei quase nada...
Por exemplo no Cap. XV que Plácido entrega um papelzinho para o pai dos gêmeos com a seguinte frase:


Teste David cum SiBylla


O que quer dizer isso???
:gira::gira::gira:

Confesso que estou assustada com a contia de assunto que o Machadão aborda nesse livro E AINDA ESTAMOS NO COMEÇO.=O
Nem é à toa que ele é Machado :traça:

E os gêmeos só brigando :briga:
será que um vai matar o outros o_O
 
**Maniaca do Miojo** disse:
E os gêmeos só brigando :briga:
será que um vai matar o outros o_O

hehehe, não é caim e abel, moça. se a história for igual a da bíblia, depois de mta briga, no final esaú e jacó fazem as pazes, cada um sendo patriarca de uma nação, com um mundaréu de filhos, netos, noras, escravos etc.
 
Uma frase que achei bem legal ainda no capítulo VI, foi: "César ou João Fernandes, tudo é viver, assegurar a dinastia e sair do mundo o mais tarde que puder."
 
Acabei de ler os capítulos desta semana e só posso dizer que o Machado cada vez me surpreende mais. A leitura da obra flui de tal maneira que parece que é o autor que estás a ler o livro para nós. É quase uma conversa, um tete-a-tete ao pé do ouvido.

E como já bem citado por outros aqui, aparecem personagens interessantes:

Aires: com seu disse não disse, fala fala e não diz nada; um personagem ambíguo e que talvez como sugerido pela Maníaca venha a ter alguma influência na vida dos gêmeos. Eita que se for isso mesmo que se sucederá, renderá muito pano para manga pois Pedro e Paulo para ele terão a razão, e ao mesmo tempo!

Plácido: o mentor de Santos, deve ser responsável ainda por explicar e levantar crenças com base no comportamento futuro e passado dos filhos de Natividade.


"Paulo era mais agressivo, Pedro mais dissimulado...."

É vamos esperar para ver como as personalidades dos garotos serão desenvolvidas e "empregadas" no decorrer da obra...
 
LucasCF disse:
JLM disse:
Clara V. disse:
No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.

a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?


Logo na advertência já percebi a 'modernização'. :D Colocaram dois. No seu tá dous né JLM?
Mas tem uma Nota da Editora lá:
"(2) Dois: Machado de Assis havia utilizado "dous" na primeira edição, da B. L. Garnier."

Eu devo estár meio louco. Minha edição não está modernizada não. Devo ter confundio por causa da advertência. Lá sim tá modernizado, não sei por que.


LucasCF disse:
Acho que o título do livro é por causa da semelhança das histórias. Quando eu pesquisei sobre o livro semana passada, achei umas coisas legais... a mãe de Esaú e Jacó (Os da Bíblia) foi influenciada por um oráculo. O oráculo disse que o mais velho serviria o mais novo, certo?
Substitua Rebeca por Natividade. Esaú e Jacó por Pedro e Paulo (e ainda por cima também são nomes bíblicos né?) Oráculo por Cabocla. e tire a parte do mais velho serviria o mais novo :P Tipo, Natividade foi influenciada pela Cabocla, e Receba pelo oráculo, não é?

Tem aquela parte que a vidente diz:
“- Seus filhos serão grandes, oh! grandes! Deus há de dar-lhes muitos benefícios. Eles hão de subir, subir, subir... Brigaram no ventre de sua mãe, que tem? Cá fora também se briga. Seus filhos serão gloriosos. É só o que lhe digo. Quanto à qualidade da glória, coisas futuras!”

Deu para perceber, claramente, no capítulo X, a 'influência' do que a cabocla disse, em uma conversa de Natividade e Perpétua, em que Natividade está juntos aos gêmeos e Perpétua chega dizendo:
"Logo vi que você estava com os grandes homens."
"Estou, mas não sei em que é que eles serão grandes."
"Seja em que for, vamos almoçar."



É incrível como só com o curto capítulo "Esse Aires" consegui imaginar o Aires fisicamente muito bem. Machado é ótimo em descrever, pelo jeito. Legal que ele se preocupa até em dizer a casa, a rua... Imaginei até o monóculo na cara do Aires. :D
 
JLM disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
E os gêmeos só brigando :briga:
será que um vai matar o outros o_O

hehehe, não é caim e abel, moça. se a história for igual a da bíblia, depois de mta briga, no final esaú e jacó fazem as pazes, cada um sendo patriarca de uma nação, com um mundaréu de filhos, netos, noras, escravos etc.

:mrpurple:
"Cousas Futuras"
Quem sabe eles virão religiosos ou políticos e ganham vários fãs, tá feito uma nação (?)
XD

Katrina Galad disse:
Acabei de ler os capítulos desta semana e só posso dizer que o Machado cada vez me surpreende mais. A leitura da obra flui de tal maneira que parece que é o autor que estás a ler o livro para nós. É quase uma conversa, um tete-a-tete ao pé do ouvido.

Também tenho essa impressão Katrina ^^
Ele começa a falar com o leitor de uma hora para outra até surpreende, daí ele começa, para descrever tal coisa seria preciso de um capítulo, no entanto, não farei para não enfadar a leitora...
ou escreverei só essas linhas para economizar...
no Aires, o Machado começa a viajar sobre os motivos que Aires não quer se casar mais, não que ele seja um mal homem, só prefere desfrutar a vida sozinha, ele escreve umas coisas desse tipo hehehe...
ele explica os motivos das ações dos personagens, muito legal :joy:
 
É meio estranho que o Aires seja o narrador e quando vai falar sobre ele fala em terceira pessoa, só para mim? :D
Como assim explica as ações dos personagens?
E como o Aires, sendo personagem, sabe o que os outros personagens estão pensando? :P
 
Nossa, já se passou 10 anos e os pais ainda sofrem com o mistério das "coisas futuras" que aguardam por Pedro e Paulo.

Incrível como Machado não enrola. Tem até o disparate de dizer "explicaria", "contaria", não desenvolve muito o texto. Vai direto ao ponto, recurso bem característico da fase "realista" do escritor.

Muito legal a introdução da personagem Aires, achando tudo "insípido", e mantendo um diário onde descrevia os encontros sociais - o Memorial de Aires(!) - alguém sabe o porquê desta referência?

Só um detalhe à toa: amanhã, dia 7 de abril seria aniversário dos meninos. Coincidência estarmos lendo essa obra justo agora? Ou, parodiando Plácido: "A providência está nos querendo dizer algo"?

Brincadeiras a parte, tem mais uma frase que eu achei genial:
Tinha o coração disposto a aceitar tudo, não por inclinação à harmonia, senão por tédio a controvérsia.

E vamos em frente!
 
**Maniaca do Miojo** disse:
Teste David cum SiBylla
O que quer dizer isso???

Faz parte do Dies Irae ("Dia da Ira") é um famoso hino, em latim, do século XIII. Significa: Testificam Davi e Sibila !


http://pt.wikipedia.org/wiki/Dies_Irae - achei na Wikipedia

LucasCF disse:
Uma frase que achei bem legal ainda no capítulo VI, foi: "César ou João Fernandes, tudo é viver, assegurar a dinastia e sair do mundo o mais tarde que puder."

Sim Lucas, bem interessante. Indica algo como a permanência no poder a qualquer custo, geração após geração. Coisa antiga, mas que persiste nos dias atuais. É só ver as famílias que nunca saem do Poder no nosso país. Muda, mas permanece tudo a mesma coisa. Ecos disfarçados da política do café com leite.
 
LucasCF disse:
É meio estranho que o Aires seja o narrador e quando vai falar sobre ele fala em terceira pessoa, só para mim? :D
Como assim explica as ações dos personagens?
E como o Aires, sendo personagem, sabe o que os outros personagens estão pensando? :P

O Aires que está narrando ??? :susto:
eu pensava que era Machado contando as duas histórias, na verdade é XD
mas, pensei que era de verdade de verdade...bah que confusão :gira:
Lucas,já acho um trecho aqui para te explicar o que eu havia falado, só um pouquinho o/

sammynewton disse:
Só um detalhe à toa: amanhã, dia 7 de abril seria aniversário dos meninos. Coincidência estarmos lendo essa obra justo agora? Ou, parodiando Plácido: "A providência está nos querendo dizer algo"?

Brincadeiras a parte, tem mais uma frase que eu achei genial:
Tinha o coração disposto a aceitar tudo, não por inclinação à harmonia, senão por tédio a controvérsia.

E vamos em frente!

Aniversário deles, legal hehehe
Parabéns :clap:

Essa frase é legal, às vezes, também faço dessa, para evitar a discussão e tal....

sammynewton disse:
**Maniaca do Miojo** disse:
Teste David cum SiBylla
O que quer dizer isso???

Faz parte do Dies Irae ("Dia da Ira") é um famoso hino, em latim, do século XIII. Significa: Testificam Davi e Sibila !


http://pt.wikipedia.org/wiki/Dies_Irae - achei na Wikipedia

LucasCF disse:
Uma frase que achei bem legal ainda no capítulo VI, foi: "César ou João Fernandes, tudo é viver, assegurar a dinastia e sair do mundo o mais tarde que puder."

Sim Lucas, bem interessante. Indica algo como a permanência no poder a qualquer custo, geração após geração. Coisa antiga, mas que persiste nos dias atuais. É só ver as famílias que nunca saem do Poder no nosso país. Muda, mas permanece tudo a mesma coisa. Ecos disfarçados da política do café com leite.

Valeu, vou dar uma olhada nisso ^^

Ah essas caras no poder, veja o Sarney no Senado novamente e o Collor lah ¬¬
dá vontade de jogar uma bomba lah :hahano:
 
**Maniaca do Miojo** disse:
LucasCF disse:
É meio estranho que o Aires seja o narrador e quando vai falar sobre ele fala em terceira pessoa, só para mim? :D
Como assim explica as ações dos personagens?
E como o Aires, sendo personagem, sabe o que os outros personagens estão pensando? :P

O Aires que está narrando ??? :susto:
eu pensava que era Machado contando as duas histórias, na verdade é XD
mas, pensei que era de verdade de verdade...bah que confusão :gira:
Lucas,já acho um trecho aqui para te explicar o que eu havia falado, só um pouquinho o/


A idéia é que Machado cria um narrador-personagem ao dizer que encontrou os rascunhos (ou seja, que ele não é autor, é só editor, digamos assim). Então a história é contada por Aires (narrador), sim.

Sobre ele se referir ao Aires em terceira pessoa, acho que a dica está no capítulo XIII (Epígrafe). Para contar a história ele precisa "se enxergar" como mais uma das peças do tabuleiro de xadrez: "tudo irá como se realmente visses jogar a partida entre pessoa e pessoa, ou mais claramente, entre Deus e o Diabo."
 
sammynewton disse:
LucasCF disse:
Uma frase que achei bem legal ainda no capítulo VI, foi: "César ou João Fernandes, tudo é viver, assegurar a dinastia e sair do mundo o mais tarde que puder."

Sim Lucas, bem interessante. Indica algo como a permanência no poder a qualquer custo, geração após geração. Coisa antiga, mas que persiste nos dias atuais. É só ver as famílias que nunca saem do Poder no nosso país. Muda, mas permanece tudo a mesma coisa. Ecos disfarçados da política do café com leite.


Agora não tô entendendo muito bem. No meu livro diz:
(1) César ou João Fernandes: Isto é, vencer ou ser vencido. A expressão provém do nome do imperador romano César que conquistou as Gálias e de um aventureiro português, João Fernandes, que em meados do século XV, quando traficava negros na África, caiu prisioneiro dos mouros. Portanto, a vitória de César ou o fracasso de João Fernandes.

Complica mais ainda o fato de eu não ter achado nada sobre o tal aventureiro. Na wiki, João Fernandes é aquele da Chica da Silva.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Fernandes

Isso mostra como a obra do Machado é cheia de interpretações diferentes, eim? :D

edit: ENCONTREI O NAVEGADOR. :P http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Fernandes_Lavrador
 
LucasCF disse:
edit: ENCONTREI O NAVEGADOR. :P http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Fernandes_Lavrador

um navegador com o nome de lavrador? vish. será q é pq ele era O cara nas ilhas labrador?
 

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