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Clube de Leitura [6º livro] O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas

Fiz uma pequena ponte no momento em que os franceses Franz e Albert encontram-se com o conde, parecendo, efetivamente muito mais o conde drácula do filme de 1992 do que o tal Simbad ou o Conde de Monte Crito! hahaha.
A coisa é tão bem escrita e cheia de referências que faz-nos assombrados! :-D

Para mim a leitura é de total fruição, em nenhum momento chata ao contrário de nossa querida Clara. :-D
Talvez esses dois gajos ainda apresentem algum caldo até o final da história... sinceramente ainda não o sei.
 
Talvez esses dois gajos ainda apresentem algum caldo até o final da história... sinceramente ainda não o sei.

Irão sim. Na parte que eu estou (a quarta) Franz e Albert tem pápeis relevantes na trama; no final da mesma, o enredo fica muito interessante e, como não poderia deixar de ser, em ebulição.
 
Tudo tem uma finalidade com Dumas. Ele pode até se embaraçar em alguns detalhes, mas a teia dos acontecimentos sempre vai longe.

Quanto aos italianos, os franceses sempre os consideraram provincianos. Napoleão enquanto imperador e conquistador era francês, quando foi deposto era "o corso".
Aliás acho que eles consideram resto do mundo provinciano.
 
Agora voltei a estar dentro do cronograma; terminei a quarta parte e, graças ao Sr. Noitier, sua neta não se casou com Franz. Vamos ver aonde isso vai dar; estou curioso.
 
O Sr. Nortier é um dos meus personagens preferidos, tanto pelo seu passado jacobino como pela força com que sustenta suas opiniões nem sempre em compasso com os interesses financeiros do filho e a contraditória moral burguesa. Outra personagem que me seduziu foi a filha de Danglars, Eugénie.

Não tenho certeza se há Spoiler ou não no que segue. Na dúvida:

Dessa galeria da alta sociedade parisiense, os dois, Nortier e Eugénie, são os únicos, em minha opinião, com verniz humano, insubmisso a determinados comportamentos sufocantes. Por outro lado, Valentine tem uma pureza idealizada de Maria de Nazaré; Morel Filho tem uma solidez de caráter que beira a imbecilidade; Morel Pai, embora capitalista com preocupação maior com as mercadorias do que com a morte de seu capitão, ganha contornos de uma honestidade impossível num mundo comercial. Villefort, Morcef e Danglars são as próprias contradições burguesas de liberdade e tirania, valor moral e vantagem a qualquer preço (não por acaso, caem). Já os personagens menores na escala social, também no romance, permanecem menores: com exceção de Dantès, que por ter sólida virtude costurada por preceitos burgueses consegue ascender, os demais, se não morrem puros, como o pai de Edmond, são sacanas, trambiqueiros, maus elementos repleto de vícios, como Caderousse e os Cavalcantis. Exceção feita aqueles que conhecem seu lugar no desenho social, como os empregados domésticos. E há o bando de Luigi Vampa, submisso não só pelo poder financeiro de Monte Cristo, mas por sua superioridade moral , que é burguesa.

Acho que podemos dizer que O Conde de Monte Cristo, ainda que não fosse esse o desejo de Dumas, além da aventura e vingança, traz consigo a propaganda positiva dessa classe que aprofunda suas raízes e anuncia a sua moral. Afinal, a burguesia chegou lá pelo poder financeiro e se manteve - e mantém - também pela construção ideológica, que uma intelectualidade nascida de si ou frequente em seus salões, propagou.

Não pretendo acusar Dumas de apologia, principalmente porque o contexto e a burguesia eram revolucionários. Mas acho interessante esse ângulo da formatação das mentalidades.
Na introdução d'O Conde de Monte Cristo há uma defesa contra aqueles que acusam Dumas de ser um escritor menor pela temática que aborda, cheia de aventuras, tesouros e amores pueris. O argumento favorável ao francês - pelo menos aquele que me chamou a atenção - foi de que, por suas obras, temos um bom panorama dos tipos e costumes da burguesia francesa. Concordo.
 
Última edição:
Comecei o quinta parte e esta já começa com um jeito de romance policial, haja vista os vários assassinatos que ocorrem. Agora a história vai enveredar para a solução dos mesmos.

Creio que a vingança do Conde de Monte Cristo vai se finalizando com tudo que está acontecendo e, ainda, vai ocorrer.
 
sangue na leitura da semana do conde. e tinha q ter uma mulher p estragar tudo né. afff "q louco eu fui em não ter arrancado o meu coração no dia em q jurei me vingar!"

caderousse levou a dele, merecidamente.
 
esta semana foi a vez d fernand sofrer a vingança do conde. 2 já foram, faltam 2.

fiquei super tenso na leitura do capítulo do duelo, e achei uma ótima solução a proposta pelo dumas: se o duelo acontecesse ia dar merda independente do resultado.

e pela 1ª vez o conde começa a considerar haydée com outros olhos, o malandrão. "monte cristo depositou naquela fronte tão pura e bela um beijo que fez seus dois corações disparararem, um com violência, o outro surdamente."

o trecho selecionado da semana tem a ver com os pombitchos:
Alegria, para os corações que sofreram longamente, é igual ao orvalho para as terras calcinadas pelo sol: coração e terra absorvem essa chuva benfazeja que cai sobre eles, sem nada deixar evidente do lado de fora.
 
Sobre duelos:
O duelo:

Um duelo é um tipo muito controlado de briga. Em um duelo, dois homens se enfrentam em termos iguais (somente em ocasiões muito raras as mulheres duelavam). Os duelos seguem um conjunto de regras acordadas, começa em um horário específico e em um determinado lugar. A palavra vem do termo em latim duellum, uma contração de duo (dois) ebellum (guerra).
Geralmente, os duelos não aconteciam espontaneamente. Um homem desafiaria o outro, que geralmente responderia direcionando outras questões para seu padrinho. Um padrinho era um amigo que se unia para ajudar a preparar suas armas, se certificava de que o outro duelista não iria fazer uma emboscada e de que as regras do duelo estavam sendo seguidas. Os padrinhos também deviam tentar acalmar a situação que levara ao duelo conseguindo uma desculpa de uma parte para a outra. Na verdade, os padrinhos acabavam brigando um com o outro ao lado dos duelistas principais. Às vezes, havia outros padrinhos na briga. Em todos os casos, depois de um homem fazer o desafio, os padrinhos arranjariam todos os detalhes. O processo poderia levar dias.
Quando um duelo era declarado, qualquer arma poderia ser usada, desde que o desafiante ou seu adversário fizessem a escolha dependendo de qual conjunto de regras estava em uso.
O desafiado tinha o direito de escolher suas próprias armas, a menos que o desafiante desse sua palavra de honra de que ele não era um espadachim. Em seguida, entretanto, ele podia recusar qualquer outra espécie de arma proposta pelo desafiado.
Por muitos séculos, a escolha era limitada a vários tipos de espadas. Mais tarde, quando as armas eram usadas nos duelos, determinados conjuntos de regras indicavam que apenas espingardas de calibre leve eram aceitas, ao contrário dos rifles que faziam a bala girar dando grande precisão e alcance. Muitas das regras do duelo pareciam formuladas para evitar a morte e ferimento ou pelo menos para reduzir as probabilidades. Por exemplo, às vezes era pedido que os duelistas se enfrentassem a uma distância, apenas virando para atirar quando o sinal apropriado fosse dado. Isso não dava a eles tempo suficiente para mirar bem suas armas.
O perdedor de um duelo estava praticamente à mercê do vencedor, que poderia escolher, preservar a vida do adversário ou matá-lo. A etiqueta do duelo também dava ao vencedor o direito de profanar o corpo do rival da maneira que ele quisesse. Isso geralmente acontecia em forma de decapitação e colocação da cabeça em local público.
As regras:

Em 1777, um comitê de irlandeses escreveu um código de duelo que viria a ser muito usado em toda a Europa e América. O código irlandês de 1777 foi chamado de Código de Duelo. Esse código era tão popular que as pessoas do mundo todo o viam como as regras "oficiais" do duelo. Na verdade, a Marinha Americana incluiu o texto do Código de Duelo no manual do estudante de academia naval até que os duelos realizados pelos oficiais da marinha finalmente fossem banidos em 1862.
Os destaques das regras incluem os passos de uma desculpa, que poderia cancelar o duelo, a etiqueta própria do duelo em termos de comportamento digno, o papel dos padrinhos, etc.

Talvez uma das mais importantes regras do duelo não envolva a mecânica do próprio duelo, mas, ao contrário, quem tem permissão para duelar. Na Europa medieval, duelar era o esporte do homem nobre de berço. Embora os plebeus lutassem e certamente se enfrentassem em competições que podiam ser chamadas de duelos, um duelo de limite de honra verdadeiro tinha de ser realizado entre dois homens de posição nobre. A economia era das razões: as espadas eram armas caras e nem todos os camponeses tinham uma. Mas isso também significava a distinção das classes superior e inferior. Muitos países tinham leis proibindo os plebeus de lutar entre si, enquanto se esperava que os duques, príncipes e reis duelassem.

Um costume de nobre, absorvido pela burguesia, tanto pela "questão" da honra, que irá fazer parte de sua moral, como pelo distinção pretendida em todos os aspectos, inclusive no modo de conduzir os acertos de conta. Enquanto a raia miúda quebrava tudo numa bela e autêntica briga de taberna, com facas, posteriores tocais e outras válidas covardias, a burguesada disfarçava a violência com mil adornos, testemunhas, padrinhos, luvas, livros de regras e outras frescuras mais.

Prefiro Caderousse, Cavalcanti, Luigi Vampa. São mais autênticos em suas canalhices.

Fonte das citações - onde se encontra o link para as regras.
 
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legal, algo q me impressionou foi o papel das testemunhas. realmente o capítulo passou q elas deviam correr atrás d tudo mesmo, mó canseira. se alguém me chamasse p ser testemunha do duelo eu desafiava o safado pra duelar na hora! puta falta d sacanagem.
Embora os plebeus lutassem e certamente se enfrentassem em competições que podiam ser chamadas de duelos, um duelo de limite de honra verdadeiro tinha de ser realizado entre dois homens de posição nobre. A economia era das razões: as espadas eram armas caras e nem todos os camponeses tinham uma.
imaginei aqui a pobraiada duelando na base da pedrada ou do estilingue (cuthbert, oi).
 
Última edição:
Acabei a quinta parte. Vamos ver o que vai ocorrer na sexta e última parte. Estou curioso para saber como vai ser a vingança final.
 
e n é q as safadenhas das stras. louise d'armilly e éugenie danglars tavam afim mesmo era dum romance gay homo lésbico lepo lepo básico? tem razão louise odiar tto os casamentos impostos pelo pai, os pretendentes, os homens ogros em geral e ambas quererem fugir p viver seu gde amor. a desculpa q era pela arte foi só pros leitores estrogonoficamente + sensíveis n ficarem chocados em cristo.
 
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e n é q as safadenhas das stras. louise d'armilly e éugene danglars tavam afim mesmo era dum romance gay homo lésbico lepo lepo básico? tem razão louise odiar tto os casamentos impostos pelo pai, os pretendentes, os homens ogros em geral e ambas quererem fugir p viver seu gde amor. a desculpa q era pela arte foi só pros leitores estrogonoficamente + sensíveis n ficarem chocados em cristo.

Acho muito interessante a teoria do JLM, acho que pode ser por aí, pelo menos dá para perceber algo entre elas.

Por outro lado já comecei a Sexta Parte e nesta o plano do Conde de Monte Cristo de se vingar de Danglars e Villefort começa a se realizar. Vamos ver no que vai dar.
 
n sou só eu, tem + gente d olho no chamego das duas.
Hide Your Lesbians: Eugenie Danglars and Louise d'Armilly. Of course, we're talking about a novel written during the 19th century; merely suggesting homosexuality was quite bold already.

Homoerotic Subtext. The lesbian relationship between Eugenie Danglars and Louise d'Armilly is never stated overtly, but it's very strongly implied:
  • It begins subtly, by comparing her beauty to that of Diana—who was virginal, preferring no company to male company.
  • She is incredibly quick to admire the beauty of other women, while attesting no opinion of the good-looks of any male characters.
  • Then the narrator describes the glances of Eugenie's admirer as being deflected off "Minerva's shield," which "once protected Sappho." Sappho, of Lesbos.
  • They are found sitting on the same chair in front of the piano, making duets out of solos by each playing one hand of the song.
  • When they're planning to run away together after Eugenie's engagement ends in disaster, they are extremely affectionate and flirty, calling each other "my sweet" and comparing themselves to classical lovers such as Hercules and Queen Omphale (who liked to switch clothes with Hercules for fun).
  • Finally, in case you still had your head in the sand: In one scene, an unexpected visitor drops into a hotel room they're staying in (two paragraphs after the text makes a point of telling the reader that the room has two beds) and finds them sleeping together in the same bed. Yeah... :drink:
(fonte)
 
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e n é q as safadenhas das stras. louise d'armilly e éugenie danglars tavam afim mesmo era dum romance gay homo lésbico lepo lepo básico? tem razão louise odiar tto os casamentos impostos pelo pai, os pretendentes, os homens ogros em geral e ambas quererem fugir p viver seu gde amor. a desculpa q era pela arte foi só pros leitores estrogonoficamente + sensíveis n ficarem chocados em cristo.
gentêêê!!! estrogonoficamente :lol:

eu também tive essa impressão no decorrer do livro, ela não está colocada explicitamente em nenhum lugar, mas que dá muito em que pensar, isso dá!
 
O Dumas deixou nas entrelinhas o homossexualismo das moças. É até justificável: se em pleno século XXI a gente ainda produz Bolsonaros, Felicianos e seguidores - que chegam a argumentos absurdos como "ditadura gay", "ditadura das minorias", etc, imaginem no XIX e escrevendo para a família parisiense, um dos berços da moral burguesa?

Mas tem um outro ponto. A arte, ao mesmo tempo em que pode reforçar uma ordem, também tem a capacidade de subvertê-la: seja através da realização, seja através da vida errante de seus realizadores, geralmente imersos em grande boemia - um tipo de comportamento condenável pela sociedade burguesa. Esta, efetivamente admirava tais manifestações, mas nunca deixava de recriminar a vida de onde se tiravam as inspirações. Principalmente se esse comportamento "subversivo" fosse desempenhado por uma mocinha. Eugénie é a síntese do que a burguesia admira e condena: talentosa, porém de atitudes não condizentes com aos valores de classe que se faziam hegemônicos.
 
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finalizei a leitura e achei bastante agradável o happy end. fica a lição dq a vingança consome a felicidade tb do vingador. danglars é q saiu ganhando no final, na minha opinião, perto dq aconteceu aos outros. só achei q faltou uma palavra final sobre os destinos da sra. danglars e bertuccio, pois nada é mencionado sobre eles após a cena na cadeia/tribunal. sei q pela qtd d personagens é inviável dar 1 acabamento fino a todos, mas senti essa falta, fazer oq?

adoro aforismas e criei um post no meu blog só dos trechos selecionados do CdMC. tb percebi q as citações do livro q fiz no face estão entre as + curtidas pelos amigos. tem uma amiga q confessou q ficava esperando eu postar alguma coisa do livro todo dia. ou seja, mesmo quem n leu o danado curtiu.

como terminamos a leitura do livro, vou re-postar a tabelinha das relações entre todos os personagens, incluindo as secretas q só conhecemos no desenrolar da trama.
CountOfMonteCristoRelations.svg

enfim, foi um ótimo clube da leitura, embora a participação tenha sido pequena devido ao tamanho do livro (infelizmente p os q votaram e fugiram da raia), n sei qdo eu iria ler o livro se fosse sozinho. espero q os d+ tenham gostado dele tto qto eu gostei.

agora vou ali fazer uma dedicatória #fofa no livro e dar ele para uma pessoa querida.
 
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Eu gostei d' O Conde de Monte Cristo, e considero que o clube funcionou bem, levando em conta o tamanho do livro e os meses de duração.

Mas tenho minhas ressalvas quanto ao final.

Pô, desde o começo do livro esperava que o Dantès terminasse com a Mercedes. Ainda mais que tinha em mente a Mercedes do filme:

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Ou seja, uma mulher, com esse rostinho, não merece acabar sozinha e remoendo lembranças trancada numa casa. Puta mundo injusto, hem, seu Dumas!

Mais: o coxinha do Morel Filho vai até as últimas páginas enchendo o saco com a sua conduta impossível. E se casou com a pessoa certa, porque a Valentine é outra idealização inumana. Fiquei imaginando o leito conjugal: toda e qualquer sacanagenzinha, por menor que seja, sendo extremamente condenável. Só papai-mamãe às segundas, quartas e sextas, às 21:00.

No fim, quis tanto dar cabo da própria vida que conseguiu.

Dá falta de ar só de pensar.
 
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