Vi duas obras-primas inigualáveis do cinema:
Apocalipse Now
(Apocalipse Now, 1979)
Direção: Francis Ford Coppola
Espanto. Muito espanto. Simplesmente uma das maiores obras-primas de todos os tempos. Coppola foi capaz de realizar algo extremamente diferente, fenomenal, perturbador, onírico, usando um pano de fundo que é a Guerra do Vietnã. É quase impossível não dizer que a grandiosidade desta obra é capaz de fazer-nos sentir uma sensação totalmente diferente de qualquer filme que tenha-se visto. E do início ao fim. Fica até difícil de dizer que O Poderoso Chefão é a obra máxima de Coppola, quando, como um potentíssimo concorrente surge desta maneira. Acho que, além de tudo, o filme passa inúmeras mensagens, através de pequenas e simples mensagens, ou fumacetas coloridas que surgem aqui e acolá e acabam dando um toque a mais na sensação onírica do filme. E o barco que vai se aventurando pelos territótios vietnamitas também dá uma visão de imensa originalidade nesta obra. A falta de iluminação em certas partes, que de início fora consierada como uma falha, acabou, mais tarde, fazendo mais sentido quando se capta a idéia final do filme. O horror de tudo aquilo. O horror da guerra. Grande concorrente a figurar entre os meus dez filmes favoritos.
Nota: 10/10
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Um Estranho No Ninho
(One Flew Over The Cucko's Nest, 1975)
Direção: Milos Forman
Espanto também, só que num sentido diferente do que senti em Apocalipse Now. Primeiro, pela soberba direção de Milos Forman, segundo pelas espetaculares atuações de todos no filme, especialmente Jack Nicholson, que antes assumia uma das primeiras posições entre meus atores favoritos, acabou assumindo o primeiro lugar. O filme pode ter sido baseado num livro, mas sinceramente, houve uma certa originalidade em quase tudo nesta película. Digo, cada cena é extremamente peculiar, algo que perdeu-se um pouco no cinema atual. Mas, enfim, esta obra somos capaz de sentir sensações imensamente excitantes, das quais as principais são: raiva e empolgação (para não dizer torcida). A raiva pode ser sentida em todas as conversas com a enfermeira que é a própria encarnação do mal ou quando alguns dos personagens que são tão carismáticos, são injustiçados, maltratados. Já a empolgação ocorre simplesmente quando, como se por previsão de Forman, um pouco da nossa raiva fosse descontada: McMurphy (Nicholson) discute com a enfermeira, briga com os guardinhas chatos, e todos os seus amigos do hospício o ajudam na briga e torna-se a maior bagunça de todas, mas sentimos uma imensa alegria com aquilo, uma imensa excitação sem explicação. E, também (e quase que principalmente) numa das cenas finais, em que McMurphy avança sobre a enfermeira, enforcando-a e quase matando-a! Nossa! Devia tê-la matado! Devia mesmo! E o final, não menos importante, foi uma das partes mais incríveis e surpreendetes do filme. Assim como ocorreu com Apocalipse Now, Um Estranho No Ninho já é garantido entre meus filmes favoritos, só que, acho eu, é um pouco superior ao primeiro.
Nota: 10/10