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Brasil Ópera-Bufa (Luís Fernando Neis Blaschke)

Mavericco

I am fire and air.
Usuário Premium
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Livro de estreia do @Béla van Tesma !


§​

Conheça 3 poemas do livro Brasil Ópera-Bufa, de Luís Fernando Neis Blaschke

Aviso


Em tempos como os tais em que se vive (hesito
Chamá-los de sombrios, como é sempre dito,
Porque é recurso de retórica surrado),
Quando se exige a cada cidadão que um lado
Bem definido escolha, como fosse urgente,
Sobre um qualquer assunto que se lhe apresente;
Em tempos como os tais, parece até mais sábio
Fazer silêncio, um zíper nos selando o lábio,
Quando não se domina bem o tema em pauta,
Pois opinião de leigo é doxa e não faz falta.
Protocolo de Quioto, Acordo de Paris?
Só ouvi falarem, mas não sei nem jamais quis:
Não tenho a pretensão de controlar o clima.
Pouco me importam Chernobil e Fukushima;
Lamento as mortes, mas é tudo: não consigo
Fazer um julgamento acerca do perigo
Que a usina nuclear de fato representa,
Ou se é melhor painel solar onde não venta.
Eu não duvido que o planeta seja um globo
E acho simpático ser primo do bonobo:
Questões assim não deixam dúvida. O problema
É quando entramos num terreno em que o dilema
Não se resolve com ciência stricto sensu
E abre-se a arena do debate sempre intenso,
E sempre interminável. Nada contra isso:
Há quem dedique a vida a esse compromisso,
De compulsar milhões de livros sobre tudo
Que diz respeito à vida em sociedade; estudo
Que não me atrai em nada, alheio como vivo
Em minha torre de marfim, contemplativo…
Não faço parte de nenhum partido ou grupo:
Somente de poesia e letras eu me ocupo.

E dos políticos, que penso? Ou Bolsonaro:
Qual é minha opinião acerca desse ignaro?
De Lula e Moro e dos ministros do Supremo?
Eu dou de ombros a tudo, em meu desdém extremo.
Mas não sou patriota?, agora tu me indagas.
E eu digo não, que eu vim ao mundo nestas plagas
Por mero acaso: a pátria é sempre um acidente.
Eu amo, todavia, a nossa brava gente
(Com tudo que essa ideia tem de abstrato e brega),
Que sua, sangra, e a seu país se doa e entrega.
Em benefício do Brasil juro que torço,
Porém nunca vislumbro um coletivo esforço;
Falta um projeto de nação, falta-nos rumo:
Eis num só verso minha análise, em resumo.
Hoje é assim ou sempre foi?, tu me perguntas.
Não sei mas, por exemplo, nossas leis defuntas:
Já não me dão muita esperança na Justiça
(Com efeito, esse assunto até me dá preguiça).
E os três Poderes estão podres: ratazanas
Roeram a bandeira pela qual te ufanas.
Nosso antigo monarca, Dom Pedro Segundo,
Expulso foi; mandaram-no correr o mundo;
Deram fim à nobreza, ao Antigo Regime,
Mediante um golpe militar e muitos crimes…
E em seu lugar apenas temos outro bando.
Além do mais, recordo o Doutor Johnson, quando
Diz ele: “o patriotismo é o último refúgio
Do canalha”. De acordo. E acaba quando ruge o
Leão do Imposto… Aí, meu caro, sobram poucos:
Os cidadãos de bem fazem ouvidos moucos
Aos problemas do povo, ocultam seu dinheiro
De forma ilícita, até mesmo no estrangeiro,
Dizendo “imposto é roubo” ou coisa semelhante.
E vão marchar à rua atrás de algum berrante.

Nenhum político, outrossim, em alta estima
Eu tenho; e nenhum deles poupo em minha rima.
Por todo o exposto é que imagino cair dentro
Daquele círculo restrito: o extremo-centro.
Para a polêmica não tenho vocação;
Apenas dos políticos, de coração,
Zombo sem ver a quem, qualquer partido e cargo.
E dá-me inda mais gosto, e ainda é mais amargo
O fel satírico da minha pena, o acúmen
Com que os espeto, quanto mais de si presumem.
É um malho assim que algum caráter neles forja,
E é um dever cívico malhar aquela corja.
Mas, se pareço muito à esquerda reclinar-me,
Conforme o foco dado ao longo destes carmes,
No cômputo dos versos, é porque a direita
Ocupa a situação. Se a esquerda fosse eleita,
Seria o alvo preferível da devassa:
É que chutar cachorro morto não tem graça.

*

Prólogo

Duas quadrilhas, desiguais na indignidade,
Lá na bela Brasília (e um pouco em Curitiba),
Disputam o país — pra azar da sociedade
(É a tese que defende o humilde vate-escriba):

Uma, de esquerda chique e intelectuais orgânicos,
Mantinha um criminoso esquema de poder;
Outra, à direita, com maus bofes messiânicos,
Em contubérnio co’ a milícia está a viver.

Aqui as duas se desnudam brevemente
Para causar em vós risadas e repúdio:
É o que agora vereis, nas páginas à frente,
Contado em versos, em dois atos e interlúdio.

O que o prólogo oculta, o resto vos inteira:
Eis nossa grande ópera-bufa brasileira!

*

Resumo da ópera

— Como vota, deputado?
— Como puta devotado.
 
Ai gente, que vergonha. :timido:
Ainda não sei quando terei em mãos uns exemplares; mas avisarei quando tiver, pra quem quiser comprar direto comigo, com autógrafo e dedicatória. Que não fizer questão pode comprar no site mesmo. E se não curtir passa o livro adiante (até me ajuda na divulgação rs). Comigo vai ter um custo adicional de frete néam, mas é da vida. ¯\_(ツ)_/¯ Não sei ainda o preço final também, depende do peso do livro. Enfim. Tudo vago ainda. Parece que vai ter uma live de lançamento também :oops:.

Obrigado, Mavericco, pela divulgação.
Você mora no meu coração.
 
Aaaaaeeeeeeeee

Parabeeeeeeens, que fantástico!

Trata de reservar minha copia com dedicatoria para quando eu for ao Brasil.

MELHOR AINDA caso tu queira me mandar em breve por FedEx eu tenho um esquema que dá para fazer, se tu conseguir as tuas cópias em menos de 2 meses. Vou mandar no pvt
 
confesso que ao ler achei que fosse uma espécie de zueira em cima do @Calibéla van tesma... mas eis que é real... triste ao ler que o menino prefere chá ao café (é muita insanidade)....
ei de querer o meu com autográfo do autor se a dedicatória assim lhe convier...
Parabéns pela conquista!! :beer::cheers:
 
Obrigadinho, pessoas. 🤗

O livrinho ainda terá, entre outras coisas:

1) Uma paródia pessoana:
O mito é o tudo que é nada.
Se a esmo o tal abre a boca,
É um misto de coisa errada…
Só tem na cabeça oca
Meme e mitada.

Este, que aqui se elegeu,
Foi pra não ser o segundo.
Sem presidir, nos perdeu.
Por não ter freio foi fundo
E nos fodeu.

E assim a besta a mil corre
A escapar da realidade
E os próprios filhos socorre.
E à classe média quem há de?
Só um baita porre.


2) Uma pequena amostra da alta cultura brasileira:
Eis um antigo vaso grego, feio,
De cerâmica tosca e carcomida;
Tem trinta e seis centímetros e meio
De altura. Oficialmente essa é a medida.

Tem agradável cor marrom-centeio
E espaço para flores ou comida;
Em seu contorno, em dísticos, eu leio
Alguma coisa sábia sobre a vida?

Não sei: meu grego é péssimo e não lembro
Mais nada além das letras, de alfa a delta.
Entrou cá no museu por doação,

E vai estar à mostra até dezembro.
É só uma peça velha, mas é esbelta,
Segundo o museólogo cuzão.


O resto eu deixo para quem adquirir o livro, senão estraga a surpresa. :hxhx:
Queria só lembrar desta divulgação que fiz um tempo atrás:

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Porra R$40,00? Tá de sacanagem? Por esse preço eu não posso deixar de comprar. :) Quero dedicatória e um salve pro Palestra.
 
tem aquele complexo de George McFly
Parabéns :clap:
Pô, referência antiga de tiozão, Fúria. :dente: Mas tudo bem. Esses dias eu postei um poema no FB que fazia referência ao Nerso da Capitinga e um amigo disse: "Fazia dez anos que eu não ouvia esse nome" (algo assim). Então eu também me entrego às vezes como tiozão. É involuntário. (Sim, @Melian, foi aqueeeele poema do betinense kk)

Mas agradeço o apoio. :grinlove:

melian mandou link e mesmo afastada tive que vir aqui para deixar os parabéns. fiquei muito feliz (e agora bem curiosa, vou comprar _o/). sucesso para você, calib =D
Ih... A Valentina operando nas sombras em favor de seu amiguinho. Fico lisonjeado em dobro. :timido:

Obrigado, Anica! 💕
 

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