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Álvares de Azevedo

Oropher

Hmm... oi?
Manuel Antônio Álvares de Azevedo foi um escritor da segunda geração romântica, de um estilo que ficou conhecido como Ultra-Romantismo ou Mal-do-Século.

Seus trabalhos mais conhecidos são Lira dos Vinte Anos (poesias) e Noite na Taverna (romance).

Embora essa fase ultra-romântica não tenha muita repercussão, Álvares de Azevedo é certamente um dos maiores representantes desse estilo no Brasil, conhecido por mostrar uma face desesperançosa e desiludida, por vezes até sombria, da vida. Para esses autores a morte é geralmente vista como uma solução para seus problemas.

Alguém já leu, estudou, conhece ou tem interesse em conhecer as obras dele?

*Algumas de seus trabalhos estão disponíveis em formato digital no Domínio Público, um site do governo federal. Vale a pena dar uma conferida. ;)
 
Eu já estudei um pouco sobre Álvares de Azevedo, li alguns de seus poemas e achei bom...

Eu tenho um livro aqui em casa, antigaçoooo, meio rasgado, com as páginas amarelas, que fala sobre a vida dele e tem vários de seus poemas, li um pouco, mas depois parei, quando sobrar um tempo vou ler inteiro...
 
Nao consigo gostar dele. Na verdade eu soh li pouquissimas paginas da Lira de Vinte Anos para a escola, mas naum sei c fui influenciado por uma ideia ateh superficial sobre os poetas mal do seculo, de morrerem jovens, virgens e esperando a mulher dos seus sonhos. Sei la, isso tudo me parece muito infantil. Mas provavelmente eu devo estar falando besteira, e deveria era ler o livro todo, mas .... deixa pra la.
 
Calma calma caro colega, não há apenas Lira dos Vinte anos pra vc ler..rsrs...ele não falou só de virgens sonhadas..

Leia: Noite na Taverna....neste livro vc encontra uma atmosfera de "bordel"...e tem até cópula com cadáveres...assim tá bom pra vc? :)
 
Amo! Amo! Amo! Amo! Amo! Amo! Amo!

No início da faculdade, eu queria fazer meu trabalho de conclusão sobre Ultra-Romantismo por causa dele. Acabei desistindo por encontrar outros interesses ao longo do curso e trabalhar com esse tema começou a me parecer meio batido. Não que eu tenha a ilusão de escrever algo original, mas eu gostaria de trabalhar com uma temática que me abrisse mais possibilidades de pesquisa.
 
Não tinha visto esse tópico. Vou transcrever o que comentei no tópico sobre Noite na Taverna:

A maior promessa das letras brasileiras tolhida ainda em sua aurora, esse foi Álvares de Azevedo. Sucumbiu à tuberculose aos vinte anos. Mancebo, já era prodígio nas línguas, na poesia e nos meandros das leis, ainda que, através de Macário, um de seus personagens, tenha confessado a Satã: “Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo”

Noite na Taverna engloba tudo que há de insólito e chocante, desde a idealização da musa virgem até o incesto. Da pureza romântica do jovem até a descrença devassa do boêmio:

“— Oh! vazio! meu copo está vazio! Olá taverneira, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?”
 
Calma calma caro colega, não há apenas Lira dos Vinte anos pra vc ler..rsrs...ele não falou só de virgens sonhadas..

Na própria Lira dos Vinte anos já há indícios de uma mudança, creio que na segunda parte, se me lembro bem.
Porém, Noite na Taverna é um bom livro (Acho que me prendeu bem, levando em conta que tinha uns 15 anos quando li). E com certeza, esse livro não fala de virgenzinhas.
Macário não li, dizem que é bom também.

Levem em conta que ele morreu com 21 anos parece; Imagina esse cara com 40 e poucos.
 
Desprezo Álvares de Azevedo justamente por causa d'A Lira dos Vinte Anos, porém pretendo ler outros livros dele. Já me disseram que 'Noite na Taverna' é muito bom e, de quebra, me contaram o conflito de um dos contos
o do incesto acidental
, o que acabou me despertando interesse.

Vamos ver... talvez esse ano eu leia.
 
Acho que tudo... :rofl:

Brincadeira. O que eu realmente não gosto é a idealização da mulher e o noturnismo do Álvares, aspectos que parecem se repetir da mesma maneira em quase todos os poemas (excluindo os da 2ª fase).

Os poemas da segunda fase já são bem melhores. 'Namoro a cavalo', poema dessa fase, é bem legal.
 
Álvares sempre foi um sonhador, Henrique. A idealização da virgem (mulher ideal) e o que você chama de noturnismo estão incluídos aí, quase que intrínsecos a todos os autores ultra-românticos.

A parte da Lira que você cita, se não me engano, é a segunda. Lá é possível encontrar um Álvares menos romântico e mais devasso, os poemas puxam para a descrença. Confesso que prefiro a prosa do Álvares, ainda que seus poemas sejam excelentes. Mesmo assim, se você for mesmo ler Noite na Taverna e Macário, vai encontrar alguns desses elementos que tu disse não gostar.
 
Gosto bastante dele. Resquícios, talvez, de um fascínio infantil. Todos os dias, para ir ao colégio, pegava um ônibus na rua Álvares de Azevedo; e desde essa época esse nome guardava um som agradável e misterioso. As vogais que se repetiam - o mesmo A do meu nome.
Foi com surpresa que descobri o poeta por trás da rua.
O ônibus, o caminho para a escola, os carros e as esquinas já estavam de tal maneira grudados na minha cabeça, que Álvares de Azevedo se tornou o primeiro poeta a ser batizado por uma rua.

E por esse motivo, ele sempre tem uma grande vantagem sobre outros escritores. Só de ler seu nome, na capa do livro, abaixo a guarda e me permito ser nostálgico.

Literariamente falando, tenho grande pena de uma coisa: como acontece com todos os escritores estudados à exaustão pela crítica literária tupiniquim, muitos clichês sem sentido (que podem ser lidos na grande maioria dos livros didáticos e apostilas de pré-vestibulares) tomam ares de verdade absoluta, e ajudam a criar uma série de preconceitos que prejudicam o contato sincero do leitor com esse autor tão criativo e talentoso. Ultra-romântico, 'byronista', spleen, mal do século... Sim, sem sombra de dúvida, tinha um pouco de tudo isso. Querer enquadrá-lo somente nessas palavras, no entanto, é erro grave. Ele era muito mais. E as características únicas dele ficam à sombra desses clichês chatos e sem graça.
Mas isso, como vim a saber há pouco tempo, não é coisa recente:
Cita-se sempre, a propósito do autor da Lira dos Vinte Anos, o nome de lorde Byron, como para indicar as predileções poéticas de Azevedo. É justo, mas não basta. O poeta fazia uma frequente leitura de Shakespeare, e pode-se afirmar que a cena de Hamlet e Horácio, diante da caveira de Yorick, inspirou-lhe mais de uma página de versos. Amava Shakespeare, e daí vem que nunca perdoou a tosquia que lhe fez Ducis. Em torno desses dois gênios, Shakespeare e Byron, juntavam-se outros, sem esquecer Musset, com quem Azevedo tinha mais de um ponto de contato. De cada um desses caíram reflexos e raios nas obras de Azevedo. (...) O que deixamos de Azevedo podia ser desenvolvido em muitas páginas, mas resume completamente o nosso pensamento. Em tão curta idade, o poeta da Lira dos Vinte Anos deixou documentos valiosíssimos de um talento robusto e de uma imaginação vigorosa. Avalie-se por aí o que viria a ser quanto tivesse desenvolvido todos os seus recursos. Diz-nos ele que sonhava, para o teatro, uma reunião de Shakespeare, Calderon e Eurípedes, como necessária à reforma do gosto da arte. Um consórcio de elementos diversos, revestindo a própria individualidade, tal era a expressão de seu talento.

Essa crítica data de 1866, ou seja, é praticamente contemporânea ao poeta.
Ela foi escrita num jornal carioca por ninguém menos que Machado de Assis.
 
Muito bom o seu comentário, Sorel. Resumiu bem, fiquei satisfeito em lê-lo.

O ônibus, o caminho para a escola, os carros e as esquinas já estavam de tal maneira grudados na minha cabeça, que Álvares de Azevedo se tornou o primeiro poeta a ser batizado por uma rua.

Às vezes invejo quem estuda no Largo do São Francisco por isso. A inspiração que viria em freqüentar e cruzar com lugares por onde outros grandes passaram.
 
Raphael disse:
Para mim depende do momento, mas Macário é uma das suas melhores obras. Vale a pena ler.

Tô gostando *__*
Mas, ainda estou achando 'Noite na Taverna' melhor ^^

Henrique disse:
Desprezo Álvares de Azevedo justamente por causa d'A Lira dos Vinte Anos, porém pretendo ler outros livros dele. Já me disseram que 'Noite na Taverna' é muito bom e, de quebra, me contaram o conflito de um dos contos
o do incesto acidental
, o que acabou me despertando interesse.

Vamos ver... talvez esse ano eu leia.

Esse conflito é uns dos mais fo*&¨%
:calado:
O livro tem muita coisa fo*&¨%
:calado:
Álvares de Azevedo é fo%$#¨&
:calado:

Sorel disse:
Gosto bastante dele. Resquícios, talvez, de um fascínio infantil. Todos os dias, para ir ao colégio, pegava um ônibus na rua Álvares de Azevedo; e desde essa época esse nome guardava um som agradável e misterioso. As vogais que se repetiam - o mesmo A do meu nome.
Foi com surpresa que descobri o poeta por trás da rua.
O ônibus, o caminho para a escola, os carros e as esquinas já estavam de tal maneira grudados na minha cabeça, que Álvares de Azevedo se tornou o primeiro poeta a ser batizado por uma rua.

E por esse motivo, ele sempre tem uma grande vantagem sobre outros escritores. Só de ler seu nome, na capa do livro, abaixo a guarda e me permito ser nostálgico.

Literariamente falando, tenho grande pena de uma coisa: como acontece com todos os escritores estudados à exaustão pela crítica literária tupiniquim, muitos clichês sem sentido (que podem ser lidos na grande maioria dos livros didáticos e apostilas de pré-vestibulares) tomam ares de verdade absoluta, e ajudam a criar uma série de preconceitos que prejudicam o contato sincero do leitor com esse autor tão criativo e talentoso. Ultra-romântico, 'byronista', spleen, mal do século... Sim, sem sombra de dúvida, tinha um pouco de tudo isso. Querer enquadrá-lo somente nessas palavras, no entanto, é erro grave. Ele era muito mais. E as características únicas dele ficam à sombra desses clichês chatos e sem graça.
Mas isso, como vim a saber há pouco tempo, não é coisa recente:
Cita-se sempre, a propósito do autor da Lira dos Vinte Anos, o nome de lorde Byron, como para indicar as predileções poéticas de Azevedo. É justo, mas não basta. O poeta fazia uma frequente leitura de Shakespeare, e pode-se afirmar que a cena de Hamlet e Horácio, diante da caveira de Yorick, inspirou-lhe mais de uma página de versos. Amava Shakespeare, e daí vem que nunca perdoou a tosquia que lhe fez Ducis. Em torno desses dois gênios, Shakespeare e Byron, juntavam-se outros, sem esquecer Musset, com quem Azevedo tinha mais de um ponto de contato. De cada um desses caíram reflexos e raios nas obras de Azevedo. (...) O que deixamos de Azevedo podia ser desenvolvido em muitas páginas, mas resume completamente o nosso pensamento. Em tão curta idade, o poeta da Lira dos Vinte Anos deixou documentos valiosíssimos de um talento robusto e de uma imaginação vigorosa. Avalie-se por aí o que viria a ser quanto tivesse desenvolvido todos os seus recursos. Diz-nos ele que sonhava, para o teatro, uma reunião de Shakespeare, Calderon e Eurípedes, como necessária à reforma do gosto da arte. Um consórcio de elementos diversos, revestindo a própria individualidade, tal era a expressão de seu talento.

Essa crítica data de 1866, ou seja, é praticamente contemporânea ao poeta.
Ela foi escrita num jornal carioca por ninguém menos que Machado de Assis.

Uma baita de uma verdade!
Machadão :winner:
Pior são essas apostilas de cursinho, sempre a mesma coisa, mas, sabe o que é pior?
São os professores de literatura que falam o que está escrito nas apostilas e não acrescentam nada de novo. Por isso, que há vários estudantes que acham uma :calado: literatura, na minha sala, muitos dormiam na aula. Até eu achava chata!
Eu fui gostar, a partir, que eu mesma comecei a ir atrás e ler :lendo:
Pesquisava na internet e tal...notei que a literatura é fantástica!
E os escritores, bah..como disse o Machado, são muito mais!
=]
 
Bem, como ele faz parte do romantismo gótico e eu sempre gostei desse estilo, li Noite na Taberna, só não li os poemas pq odeio poemas e poesias. Pena ele ter morrido tão cedo pois achei muito bom o livro, apesar de ele copiar muito autores estrangeiros dessa época.
 
[align=justify]Gosto bastante do Álvares de Azevedo, considero um dos melhores escritores brasileiros. O que gosto no estilo dele, assim como do ultra-romantismo, é aquela coisa de vivenciar o momento até as últimas consequências, sem escrúpulos, sem receios, é aquilo de se jogar no texto e escrever com o sangue se preciso for. Vale tudo pelo retrato do velo e exprimir suas melancolias. Muito bom![/align]
 
Gostaria de saber de vocês qual(is) poesias deste grande mestre vocês mais gostam.

Qual poesia romântica mais bonita dele?
 

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