Quando sugeri que JK capacitasse Harry, não me referia a possibilidade dela o tornar um Harry melhor em um duelo, com feitiços mais poderosos, e etc, e sim que criasse um conjunto de circunstâncias, situações e eventos que levassem Harry a vitória. E isso ela faz, levando Harry a uma situação de vantagem, só que esta vantagem é colocada (ou melhor, jogada) apenas no último capítulo, sem melhores explicações. Isso deveria ter sido feito coerentemente e lentamente no decorrer da obra, ou ao menos do último livro.
E eu não vejo o duelo como você o descreveu, Olórin. Voldemort não errou o feitiço por simplesmente não estar lutando com sua varinha, e sim porque esta a Varinha se negara a matar Harry, por pertencer a ele. Se fosse qualquer outra varinha normal, Voldemort teria vencido (tanto é que Voldemort fala algo como "Então lutaremos apenas com nossas perícias, e eu ganharei" e Harry fala "(...) mas a Varinha Anciã é minha"). Voldemort era um bruxo muito bom para errar um feitiço desse, com um menino que você julga ser comum - independente da varinha que usasse.
Esse simples fato torna o final fraco, embora (levemente) aceitável. Pois coloca todo o mérito da vitória final na sorte. Não que Harry não dependesse da sorte nos outros livros, mas cabia a ele, sempre, aproveitar os momentos de sorte e utilizá-los da melhor forma, de forma inteligente, mas principalmente honrada e corajosa. Já nesse livro, a Varinha vai parar em suas mãos por simples sorte, e ele não precisa fazer exatamente nada, pois com essa vantagem ganhara o duelo.
O que torna o final inaceitável são os argumentos de JK para a Varinha pertencer a Draco, e ainda depois a Harry (
vide aqui). Além de colocar a vitória num poder sobrenatural, a obtenção de tal poder não faz sentido dentro do que ela estabeleceu na obra. E pior, ela nos trata como se o ocorrido fosse completamente normal, Harry falando tudo aquilo, para Voldemort (e andando em círculos, a propósito), como se já tivesse chegado a essa espetacular conclusão antes. Mas não chegara, e nem chegaria, pois a posse da Varinha por Harry não tem sentido nenhum. Por isso ela nem optou por desenvolver isso antes, especialmente numa conversa com Hermione, que é tão lógica.
PS: eu não acho que Harry seja um garoto comum, é só ver a performance dele contra o basilisco, contra os dementadores, no torneio tribuxo... JK poderia juntar no Harry coragem + aprendizados + habilidades + ajuda externa + sorte e obter de forma convincente a derrota de Voldemort.