Li "Sobre santos e demônios". O assunto que é dos mais instigantes, embora tapar os olhos, os ouvidos seja já um hábito antigo, podemos reconhece-lo com expressões tais como: "você quer me deixar maluco(a)", "não existe nada sagrado para você"?
O artigo lembrou-me, com essa comparação da Madre Tereza, Bill Gates ou Norman Borlaug, a surpresa que eu tive quando vi uma foto do Stalin. Que susto! Eu esperava ver o diabo, um louco, quando vi a foto dele parecia um paizão, o grande-pai-resolve-tudo. Abri as fotos do Lenin e do Trotsky comparei e levei a mão à cabeça, isso acontece sempre que fico assombrada. Uma amiga antiga já havia falado: "De feio o diabo nunca poderá ser acusado." A expressão pode parecer imprópria, mas serve, a cara de bonachão do Stalin é revoltante. A população, no geral, julga pelas aparências...
Não vou deixar de criticar o Gates quando ele erra, mas ninguém vai me fazer olhar para esse homem com pouco respeito. É preciso ter convivido com os computadores antes dele, talvez, para compreender seu valor. As obras humanitárias que ele realizou nem sempre estão em destaque, assim como as do Norman Borlaug. Muitos desconhecem. Voltando a questão da piedosa senhora Madre e seu exemplo de compaixão, que também tem grande valor por suas atitudes em prol da dignidade e do amor, direito de todo o ser humano, o que é indignante é que apesar de hoje sabermos que tem o suficiente para todo mundo, o pessoal grorifica quem remete ao sofrimento pessoal. Tortura e sofrimento deve dar uma sensação de poder viceral a uma boa parte da humanidade, é a única explicação que encontro, para que ainda apoiem
Opus Dei e outros que "demonstram o valor do sofrimento". Dá pra perceber o quanto isso me agride?
Bem-vinda
Ciência do Senso Moral - mesmo que os ídolos caiam todos ao chão. Muitas de minhas "leis pessoais morais" me assustam quando colocadas em xeque e vão para o caderninho de "sujeitas a revisão" no
Projeto evolução, com muito gosto.
"O homem se tornará melhor quando você lhe mostrar como ele é" -
Anton Tchékhov, citação do fim do artigo. Esse senhor tinha visão de longo alcance, um senso crítico apurado. Em 1889 dizia de si mesmo:
"Filho de um servo, ... servente de loja, cantor na igreja, estudante do liceu e da Universidade, educado para a reverência de superiores e para beijos de mão, para se curvar perante os pensamentos alheios, para a gratidão por qualquer pequeno pedaço de pão, muitas vezes sovado, indo à escola sem galochas".
Penso, hoje, quantos de nós temos consciência de nossa condição e estamos qualificados a falar da educação recebida para fazer o mesmo, quase 120 depois? Poucos, poucos...