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Suposta aparição de Nossa Senhora em Ceilândia

Pq se contradizem?

Pq são dois conceitos contraditórios. Tautologia pouca é bobagem. Enfim, num post você fala sobre aceitar diferentes Absolutos (o que por si só já é uma definição de Absoluto, mas tudo bem). De acordo com o seu Absoluto, não existem Santos, logo não existem milagres. Você quer, no entanto, a partir do seu Absoluto (que não admite Santos), incutir uma lógica utilitarista nos milagres. Já é contradição pq nesse casos os milagres fariam sentido (racional), mas o seu Absoluto não admite Santos. Além disso, é outro absurdo pq o seu Absoluto é ortogonal ao Absoluto dos católicos do fórum que já explicaram que essa lógica de utilidade não se aplica aqui. Logo, não faz sentido a sua análise. Uma contradição, como queríamos demonstrar. Quod erat demonstrandum. ■

O que não quer dizer que você não possa ter a sua opinião.

E sim, eu usei um gerador aleatório de palavras em algumas partes do post.
 
OK, mas eu apenas gostaria de saber, segundo o ponto de vista dos católicos, pq os Santos "prefeririam", por assim dizer, aparecer em vidros e etc, em vez de fazer algo de bom pelas pessoas que sofrem.

Algum católico poderia explicar, caso desejasse, sobre as aparições de santos?

E no "meu" (rç, meu nada, não o possuo, até pq não tenho opinião final sobre espiritualidade) Absoluto não existem "santos", mas existem entidades espirituais. Eu creio, aliás, que somos seres espirituais vivendo vidas terrenas. Mas td bem, rç.
 
OK, mas eu apenas gostaria de saber, segundo o ponto de vista dos católicos, pq os Santos "prefeririam", por assim dizer, aparecer em vidros e etc, em vez de fazer algo de bom pelas pessoas que sofrem.

Algum católico poderia explicar, caso desejasse, sobre as aparições de santos?

E no "meu" (rç, meu nada, não o possuo, até pq não tenho opinião final sobre espiritualidade) Absoluto não existem "santos", mas existem entidades espirituais. Eu creio, aliás, que somos seres espirituais vivendo vidas terrenas. Mas td bem, rç.

Os Santos e Beatos, são, por definição, aqueles que na Terra alcançaram a plenitude da vida em Deus, tendo sido, portanto, escolhidos como seus eleitos, para governar com Ele até o final dos tempos. Eles estão eternamente no Templo da Divindade, rogando, rezando, louvando e agradecendo a Deus por séculos inumeráveis. Dessa maneira, os santos não "aparecem", a exceção de Nossa Senhora Maria Santíssima e Castíssima, que costuma trazer mensagens de Deus. Eles não têm poder para mudar o Mundo por suas convicções pessoais. Eles estão sempre implorando ao Senhor por justiça, mas é ele quem decide o que deve ser feito, e onde deve ser feito.
 
Última edição por um moderador:
Limpë, desculpe se falei algo sem saber, até pq não conheço muito bem a doutrina católica... mas se os santos não existem pra ajudar as pessoas, pq os fiéis fazem promessas e pedidos aos mesmos, buscando uma graça a ser alcançada?

Claro q talvez não existam SÓ pra isso, mas pelo q vejo por aí uma das finalidades dos santos seria essa... ou não?

Talvez vc esteja se referindo à prática da canonização. Ao canonizar, sim, a Igreja o faz para ajudar seus fiéis, proclamando solenemente que aqueles fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, propondo-os como modelos e intercessores.
Eles podem ajudar por meio de sua intercessão, mas não existem para isso.
 
Deixa eu inverter o argumento aqui:

Lindoriel, pq os espíritos que vc acredita existirem sempre se manifestam em fotos embaçadas e brincadeiras do copo com mensagens pouco claras e não aparecem de uma vez ao vivo no Faustão para acabar de vez com a duvidas de todos?

É a mesma coisa com as aparições do Santos. Ficar tentando impor uma forma mais "util" de aparição é absurdo e ponto.
 
Deixa eu inverter o argumento aqui:

Lindoriel, pq os espíritos que vc acredita existirem sempre se manifestam em fotos embaçadas e brincadeiras do copo com mensagens pouco claras e não aparecem de uma vez ao vivo no Faustão para acabar de vez com a duvidas de todos?

E quem disse que os "meus" aparecem em "copos" ou "fotos embaçadas"?

Sou espiritualista, não ESPÍRITA. Há diferença. E mesmo assim eu não tenho mta noção do que um espírita kardecista diria sobre o assunto.
 
Essa ideia chega a ser blasfema, a de que o Absoluto deveria se curvar a considerações humanas, morais e sistemas humanos por mais 'racionais' e 'úteis' que sejam.

E o que uma pessoa que reza faz mesmo?

Pedir por um milagre é acreditar que as leis do Universo serão alteradas em benefício de um único indivíduo que sabe, ele próprio, que não merece (Ambrose Pierce).
 
Deixa eu inverter o argumento aqui:

Lindoriel, pq os espíritos que vc acredita existirem sempre se manifestam em fotos embaçadas e brincadeiras do copo com mensagens pouco claras e não aparecem de uma vez ao vivo no Faustão para acabar de vez com a duvidas de todos?

É a mesma coisa com as aparições do Santos. Ficar tentando impor uma forma mais "util" de aparição é absurdo e ponto.

E quem disse que os "meus" aparecem em "copos" ou "fotos embaçadas"?

Sou espiritualista, não ESPÍRITA. Há diferença. E mesmo assim eu não tenho mta noção do que um espírita kardecista diria sobre o assunto.

Acho a inversão da discussão proposta pelo Felagund bastante oportuna. Primeiro, o Fela não falou em Espiritismo. Falou em manifestações de espíritos, o que é bastante amplo e, uma vez que você diz acreditar em espíritos, por que não seria cabível?

Lindóriel, por favor não leve a mal o comentário que segue. Mas...
Você disse que não cabe impor visões porque cada um teria uma diferente. Mas você tenta impor uma visão utilitarista sua a uma doutrina que você não professa. E quando vão questionar a(s) sua(s) crença(s), você sai pela tangente: "Não sou espírita, sou espiritualista!". Ora, a rigor, toda religião é por definição espiritualista. Isso não diz nada! Você criticou a crença nas aparições da santa, que você julga inúteis, e ninguém pode criticar as suas concepções porque ninguém conhece/entende a "Religião da Lindóriel". Não se ofenda, mas talvez essa concepção utilitarista que você utilizou tenha a ver com uma fé utilitarista que você possua.
 
Não tenho religião pq minha visão sobre a espiritualidade não é 100% formada...

E nem toda religião é espiritualista. Há religiões que não crêem na alma imortal, vide as Testemunhas de Jeová, que crêem ser o pior "castigo" a geena - representação da morte física eterna - e a recompensa seria viver eternamente num paraíso terrestre.

Me denomino "espiritualista" pq creio em conceitos como alma imortal, reencarnação, resgate de karma MAS não tenho visão 100% formada sobre isso.

Quanto à "brincadeira do copo", pelo q ocorre em relatos da mesma, me dá a impressão que a maioria dos espíritos acessados pela mesma são espíritos baixos a fim de "zoar". Mas isso nada tem q ver em que doutrina se crê ou se deixa de crer.

Mas você tenta impor uma visão utilitarista sua a uma doutrina que você não professa

Não quero impor nada, apenas gostaria de saber o que os católicos têm a dizer e não vejo muito "sentido" nas aparições "por aparecer", mas novamente essa é uma opinião minha... não desejo colocar como "verdade absoluta" até pq não conheço quase sobre a doutrina católica.
 
Última edição:
E o que uma pessoa que reza faz mesmo?

Pedir por um milagre é acreditar que as leis do Universo serão alteradas em benefício de um único indivíduo que sabe, ele próprio, que não merece (Ambrose Pierce).

"Por isso digo: Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta." (Lucas 11:9-10)

No entanto...

"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tiago 4:3)
 
Todos têm a sua, rs... mas não se deve "impor" o "seu" Absoluto a ngm...



SÓ QUE... existem várias "divisões" dessa crença nesse "Absoluto" mesmo entre cristãos e/ou teístas. Se todos entrassem em consenso, existiria uma única Igreja e acabou.

Até entre cristãos as divisões são enormes, e vivem discutindo entre si.

Nossa, como é profunda sua ideia da identidade metafísica de todas as religiões. Estou extasiado. :roll:

Eu não quis dizer que as versões sobre Deus sejam as mesmas, filha, só quis tentar esboçar o que o Absoluto pode querer significar em suas mais diversas manifestações ao longo de TODAS as tradições, crenças e religiões. Foi um esboço de teoria metafísica, de aproximação apofática de Deus não enquanto conceito mas enquanto realidade ontológica. Parece complicado mas isso nada mais é que uma tentativa de tornar algo tão vasto e enorme e complexo algo mais inteligível, mais acessível. Não é 'minha' visão sobre Deus, é tentativa de superar minha visão e abarcar todas.

Capisce?

Pq se contradizem?

Em um eu disse o que eu acho sobre a "utilidade" de santos aparecerem, quando poderiam fazer coisas mais "úteis" pela humanidade - se o propósito deles é existir para nos "ajudar". Como EU não creio em "santos" para nos ajudar DESSA FORMA, para mim é incoerente.

Você não crê em coisas inúteis? Ah bom, quer dizer que você tem uma fé inabalável em panelas de pressão, canivetes, cadeiras e reatores quânticos, mas não nos espíritos? Sim, porque seus espíritos são inúteis não? De que te servem eles? Como meios de transcender sua condição? Ah, então, só existem enquanto são 'úteis' pra sua libertação? Mas que merda de espiritualidade é essa? Colocar a utilidade antes de sua essência? As coisas SÃO antes de serem 'úteis' pra isso ou aquilo, elas simplesmente SÃO. É por isso que além desse assassínio da lógica e torção pseudo-relativista nesse seu utilitarismo se vê bem que o valor real das coisas aqui parece se encontrar na sua utilidade antes mesmo de sua essência.

Isso é puro liberalismo pseudo-espiritual.

:shock:
Em que religião existem santos cujo propósito de existência é nos "ajudar"?

Na verdade todas as religiões tradicionais possuem um mundo 'intermédio' que está constantemente em contato com os seres humanos, para o bem e para o mal, mas essas crenças se apresentam de forma diferente, claro.

Claro q talvez não existam SÓ pra isso, mas pelo q vejo por aí uma das finalidades dos santos seria essa... ou não?

O grande esoterista francês René Guenon escreveu diversos livros criticando o neo-espiritualismo exatamente por esse tipo de obsessão com a 'utilidade' e outras taras modernas que são transpostas a essas 'adaptações' de tradições esotéricas milenares. Você fala com certos espiritualistas e pensa que são os piores materialistas porque suas obsessões em torno de 'evolução', 'utilidade', 'racionalidade', que são estranhas à mentalidade antiga, são mesmo reflexos ou simples transposição a um reino 'espiritual' do mesmo materialismo que esses espiritualistas criticavam nos ateus e livres-pensadores.

OK, mas eu apenas gostaria de saber, segundo o ponto de vista dos católicos, pq os Santos "prefeririam", por assim dizer, aparecer em vidros e etc, em vez de fazer algo de bom pelas pessoas que sofrem.

Além do utilitarismo material, temos outro exemplo clássico de neo-espiritualismo: utilitarismo moral. Além das coisas só existirem, mesmo etereamente, para um fim de causalidade física o são também para fins de utilidade moral. Só existem enquanto são 'bons' no sentido mais moralista do termo. Como se o mundo espiritual desse esse valor absoluto a essas noções humanas de Bem e Mal.

Não há bem e mal na Deidade em NENHUMA religião tradicional ou antiga de forma geral, apenas enquanto conceitos relativos, ideias mal definidas e meios de se atingir o Absoluto, em Que inexistem qualquer tipo de oposição, como bem e mal, frente e trás, claro e escuro. Pelo contrário, Deus pode ser definido exatamente como a eliminação de toda oposição, toda dualidade. Na própria teologia dos Santos Padres da Igreja a bondade só se refere à Trindade enquanto uma de Suas energias, incriada decerto, mas jamais identificada à Sua essência Supra-essencial. Basta ler 'Dos nomes divinos' de São Dionísio, o Areopagita para verificar isso. Só se é bom para se deixar purificar, iluminar e deificar pelas divinas energias incriadas eliminando o mal que cega o nous (intelecto) às realidades espirituais.

E no "meu" (rç, meu nada, não o possuo, até pq não tenho opinião final sobre espiritualidade) Absoluto não existem "santos", mas existem entidades espirituais. Eu creio, aliás, que somos seres espirituais vivendo vidas terrenas. Mas td bem, rç.

E porque essas suas 'entidades' seriam diferentes dos santos? Sim, porque embora existam óbvias diferenças eu pergunto: por que você nega a existência de santos baseando-se unicamente na forma e na doutrina de que se revestem no cristianismo? Isso me é absolutamente incompreensível porque você mesma diz que 'não tenho opinião final sobre espiritualidade', mas se você pode criticar teologicamente a existência e eficácia (sic) dos santos me parece óbvio que você possui certas crenças, certa posição bem firme. Aliás, digo mais: esse tipo de condenação, por justa que possa ser, não é diferente do católico que nega que ortodoxos possuam a mesma fé que eles, de ortodoxos que neguem a validade dos sacramentos heterodoxos, de hindus que neguem a doutrina budista, de iogues que rejeitem a validade da metafísica do Vedanta clássico. Percebe? São pronunciamentos que traem uma posição muito bem definida, além de uma visão das religiões fora do seu mundinho espiritualista muito PIOR (e muito pior do que as posições teológicas acima que, em si, são válidas) do que os piores absurdos de que vocês acusam o Calion!

Essa negação de que suas entidades sejam comparáveis aos santos assim como o entendimento de que (apesar que você 'respeita' todas as religiões) seu sistema é considerado por você como a única verdade (o que não é ruim, é uma posição válida) além de sua visão das religiões como sistemas fechados (o que é falso), isolados da pureza da sua doutrina (o que é ainda mais falso, o próprio Vaticano não nega a existência de fenômenos espirituais e mesmo divinos em contextos totalmente fora do mundo católico)... cacete, que merda inquisitorial é essa? :blah:

Deixa eu inverter o argumento aqui:

Lindoriel, pq os espíritos que vc acredita existirem sempre se manifestam em fotos embaçadas e brincadeiras do copo com mensagens pouco claras e não aparecem de uma vez ao vivo no Faustão para acabar de vez com a duvidas de todos?

É a mesma coisa com as aparições do Santos. Ficar tentando impor uma forma mais "util" de aparição é absurdo e ponto.

Isso vindo de um materialista. :hihihi: Reflitão. :clap:

Sou espiritualista, não ESPÍRITA. Há diferença. E mesmo assim eu não tenho mta noção do que um espírita kardecista diria sobre o assunto.

Grande diferença, essas coisas se passaram primeiramente em meios espiritualistas. Além do que preciso dar aulinha de história pra te relembrar as claríssimas ligações de espiritualistas e do espiritismo clássico pré-kardecista?

E o que uma pessoa que reza faz mesmo?

Pedir por um milagre é acreditar que as leis do Universo serão alteradas em benefício de um único indivíduo que sabe, ele próprio, que não merece (Ambrose Pierce).

Novamente você parece não ler nada do que é discutido sem sair da sua redoma materialista e cientificista, não entende merda nenhuma e não fala nada com nada.

Eu poderia tecer toda uma crítica dessa historinha bonita de 'leis científicas' como dogmas materialistas imutáveis assim como da concepção fantasiosa que os modernos tem nos seus infalíveis instrumentos de pesquisa científica, o quanto são ignorantes em toda ciência tradicional e toda verdadeira metafísica, como esse utilitarismo moral, esse reducionismo do microcosmo chamado homem, esse complexo humanista de inferioridade e o que eu penso sobre a ideia moderna de reduzir todo conhecimento ao sensível, todo inteligível ao sensível, toda ideia ao cérebro, toda realidade à materia ou àquilo que os modernos chamam de matéria, MAS... não é hora nem lugar pra isso ainda.
 
Última edição por um moderador:
Você não crê em coisas inúteis? Ah bom, quer dizer que você tem uma fé inabalável em panelas de pressão, canivetes, cadeiras e reatores quânticos, mas não nos espíritos? Sim, porque seus espíritos são inúteis não? De que te servem eles? Como meios de transcender sua condição? Ah, então, só existem enquanto são 'úteis' pra sua libertação? Mas que merda de espiritualidade é essa? Colocar a utilidade antes de sua essência? As coisas SÃO antes de serem 'úteis' pra isso ou aquilo, elas simplesmente SÃO. É por isso que além desse assassínio da lógica e torção pseudo-relativista nesse seu utilitarismo se vê bem que o valor real das coisas aqui parece se encontrar na sua utilidade antes mesmo de sua essência.

Isso é puro liberalismo pseudo-espiritual.

Não estou dizendo que creio ou não creio. Afinal, as coisas não precisam que creiamos nelas para que elas existam.

Mas uma aparição de um "santo" seria uma manifestação dele/a? Ele escolheria aparecer? Se ele escolhe, voluntaria e deliberadamente aparecer, pq eles não poderiam utilizar essa vontade para algo além de "aparecer"?

É só um questionamento, não uma "crítica" a quem crê ou não nesses "santos".

De resto, a visão dos santos católicos, segundo o que o Calion falou, seria algo semelhante aos que houvessem atingido a qualidade de não mais precisar reencarnar - embora na visão do Calion elas reinassem ao lado de Deus e eu já não creio num Deus pessoal... se for dessa forma, eu creria nesses "santos", mas não da maneira que um católico crê pq não acredito que pra isso precisa de canonização.

E sobre isso...

Paganus disse:
Eu não quis dizer que as versões sobre Deus sejam as mesmas, filha, só quis tentar esboçar o que o Absoluto pode querer significar em suas mais diversas manifestações ao longo de TODAS as tradições, crenças e religiões. Foi um esboço de teoria metafísica, de aproximação apofática de Deus não enquanto conceito mas enquanto realidade ontológica. Parece complicado mas isso nada mais é que uma tentativa de tornar algo tão vasto e enorme e complexo algo mais inteligível, mais acessível. Não é 'minha' visão sobre Deus, é tentativa de superar minha visão e abarcar todas.

Então pq tanta gente briga pra tentar "impor" a sua?

Não falo de discussões num fórum, como fazemos aqui, mas de pessoas que "matam e morrem" por causa disso. É complicado qdo a coisa chega nesse nível.
 
Não estou dizendo que creio ou não creio. Afinal, as coisas não precisam que creiamos nelas para que elas existam.

Exato.

Mas uma aparição de um "santo" seria uma manifestação dele/a? Ele escolheria aparecer? Se ele escolhe, voluntaria e deliberadamente aparecer, pq eles não poderiam utilizar essa vontade para algo além de "aparecer"?

Se tivesse lido algo sobre o assunto saberia que todas as revelações e aparições, quando são legítimas (ou seja, quando não são fraudes ou ilusões demoníacas), comportam a finalidade de outorga de uma determinada missão ao receptor ou um sinal de suas avançadas capacidades noéticas (espirituais).

É só um questionamento, não uma "crítica" a quem crê ou não nesses "santos".

Não, filha, não é um questionamento. Isso É uma crítica à doutrina da comunhão dos santos, a própria forma como você se refere aos santos é uma crítica. E não há nada de errado nisso, você tem todo direito de duvidar e de criticar racionalmente doutrinas, então, não entendo essa hipocrisia estúpida de dizer que não está criticando nada, de que aceita tudo. Não, você NÃO aceita tudo, aliás, existem coisas que lhe são claramente inaceitáveis e você está SIM criticando.

O que não tem nada de errado, aliás. Desde que haja respeito e proporcionalidade.

De resto, a visão dos santos católicos, segundo o que o Calion falou, seria algo semelhante aos que houvessem atingido a qualidade de não mais precisar reencarnar - embora na visão do Calion elas reinassem ao lado de Deus e eu já não creio num Deus pessoal... se for dessa forma, eu creria nesses "santos", mas não da maneira que um católico crê pq não acredito que pra isso precisa de canonização.

Essa raciocínio é parcialmente correto. A 'reencarnação' inexiste nas religiões tradicionais do Ocidente, existe metempsicose, que é uma herança de energias anímicas, psíquicas, não espirituais. A antropologia tradicional fala que o homem, no estado corporal de manifestação, é composto de corpo (que forma sua individualidade material, a mais grosseira), alma (que forma sua individualidade psíquica, mais etérea) e de espírito (forma pura do ser, que transcende sua individualidade corpórea e até os traços psíquicos).

O que os antigos diziam que era a metempsicose era a herança que homens (cujo espírito era único na terra, jamais um retorno de uma existência anterior, visto que esse 'retorno' não existia) recebiam de seus genitores e através de influências diversas do mundo 'intermédio', mas são traços igualmente intermédios, não são corpóreos mas não são espirituais também, são aquilo que os hindus chamavam de 'pitri yana', o caminho da lua, o caminho pelo que as almas reencarnavam, isto é, a parte etérea do ser que se relacionava essencialmente com as energias telúrico-lunares, o aspecto substancial da manifestação. Coisa muito diferente é o 'deva yana', o caminho do sol, a estrada pela qual seguia o espírito, o caminho do Sol, das energias celestes e puramente divinas, imóveis, transcendentais, jamais para uma reencarnação, mas para uma reabsorção no Um primordial ao longo das purificações de seus restos psíquicos. É uma segunda morte (como a das iniciações) que, assim como a primeira morte limpa a alma do corpo, que retorna à Terra, dessa vez limpa o espírito da alma, que retorna à Lua, ou seja, ao aspecto do devir, das mutações e desenvolvimentos cósmicos relativos e dependentes da manifestação. Assim o espírito, livre e purificado, o atman se une ao Brahman primordial.

Isso se encontra desenvolvido praticamente da mesma forma no neoplatonismo.

O cristianismo não apresenta um 'caminho da Lua', a não ser de forma muito relativa, mas um 'caminho do Sol' pela sua própria negação da permanência de influências psíquicas na Terra, e ensina que a santificação (que não é 'dada' pela canonização, no Oriente ortodoxo, em vez disso a Igreja Ortodoxa apenas 'glorifica' homens em que a consciência da coletividade dos fieis atesta sinais inegáveis da presença de Deus na vida e nas obras) é o caminho de purificação das paixões, a guarda do coração, a iluminação e a união mística com Deus em Suas divinas energias incriadas através de toda forma de ascese e ritos.

O motivo do porquê do cristianismo privilegiar quase até a exclusividade a forma da espiritualidade do 'Sol' em vez da da 'Lua' está diretamente relacionado com as transformações que sofreu a religião hebreia primitiva, com as reformas legislativas monoteístas de Moisés, a chamada à conversão e teologia da 'santidade de Deus' dos profetas pós-exílicos, até o desenvolvimento de uma escatologia que absorveu diversos momentos espirituais do Oriente e Ocidente antigo, como o messianismo, a pureza ritual semita, a gnose pré-kaballística, culminando na revelação suprema em Jesus Cristo, a mensagem pura dos Apóstolos e seu desenvolvimento em diálogo com a cultura helênica tardia pelos escritos abundantes e deificantes dos Santos Padres da Igreja do primeiro milênio. Estamos falando de uma 'evolução' extremamente complexa da religião, de alterações profundas, de uma série de processos de trocas, mutações, absorções, reintegrações e homologações simbólicas, místicas, espirituais que caracterizam a 'história' da dialética do sagrado do cristianismo e do judaísmo pré-cristão e rabínico. Existem inúmeros livros, ensaios, monografias, obras de teologia, fenomenologia e histórias das religiões, isso mal pode ser tocado em um fórum de internet.

Ainda mais complexa é a noção de 'Deus pessoal'. Nem o judaísmo rabínico crê em um Deus pessoal, a ideia de Deus enquanto pessoa seria abominável mesmo nos tempos de Salomão. A 'pessoa' de Javé é produto de uma história longa e sofrida de mutações e desenvolvimentos e tradições textuais e mitológicas em diálogo com diversas outras 'formas religiosas'.

O cristianismo mesmo crê em um Deus tri-pessoal, uma Deus em três hipóstases (mal traduzido como 'persona') com uma história teológica e dogmática extremamente conturbada.

Então pq tanta gente briga pra tentar "impor" a sua?

Não falo de discussões num fórum, como fazemos aqui, mas de pessoas que "matam e morrem" por causa disso. É complicado qdo a coisa chega nesse nível.

Isso não tem absolutamente nada a ver com o assunto, tem a ver com as paixões dos homens que tentam perverter doutrinas outrora puras com seus egocentrismos, manipulações pseudo-políticas, imoralidade e satanismo ingente. Esse é um dos motivos do Cisma de 1054 que separou as Igrejas Ortodoxas Orientais da Igreja Romana, como de tantos outros fatos deploráveis. Esse assunto é tudo, menos simples.
 
Última edição por um moderador:
Pagz escrevendo cada vez mais barroco... :lol:

Não tiro a razão dele em alguns pontos - como, por exemplo, a incapacidade de certos meios acadêmicos de se dispôr a entender a História em um primeiro momento. Querer "cientificar", reduzir tudo ao "sensível" é cair no mesmo erro cometido pelos pós-estruturalistas e sua filosofia continental -, mas acredito ser válido ver até onde é possível verificar os processos definidores da matéria, ou, melhor dizendo, seus limites. Contudo, devemos nos lembrar que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Interdisciplinaridade sem consciência de limitações epistemológicas é a mesma coisa que acreditar na Lei da Atração - e nenhum cientista ou materialista que se preze acreditaria numa besteira dessas.

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Não, filha, não é um questionamento. Isso É uma crítica à doutrina da comunhão dos santos, a própria forma como você se refere aos santos é uma crítica. E não há nada de errado nisso, você tem todo direito de duvidar e de criticar racionalmente doutrinas, então, não entendo essa hipocrisia estúpida de dizer que não está criticando nada, de que aceita tudo. Não, você NÃO aceita tudo, aliás, existem coisas que lhe são claramente inaceitáveis e você está SIM criticando.

O que não tem nada de errado, aliás. Desde que haja respeito e proporcionalidade.

Só uma pequena ressalva: a crítica existe concernente à percepção/ideia de que temos uma hegemonia religiosa. Uma das minhas críticas ao Cálion dizia respeito justamente à incapacidade dele de entender que nem todos usam tal princípio para orientar suas vidas.

O cristianismo não apresenta um 'caminho da Lua', a não ser de forma muito relativa, mas um 'caminho do Sol' pela sua própria negação da permanência de influências psíquicas na Terra, e ensina que a santificação (que não é 'dada' pela canonização, no Oriente ortodoxo, em vez disso a Igreja Ortodoxa apenas 'glorifica' homens em que a consciência da coletividade dos fieis atesta sinais inegáveis da presença de Deus na vida e nas obras) é o caminho de purificação das paixões, a guarda do coração, a iluminação e a união mística com Deus em Suas divinas energias incriadas através de toda forma de ascese e ritos.

Enfim alguém chamou a atenção para esse ponto! Falta convencer a turma do Fogo de Pentecostes - apesar de que existem linhas teológicas dentro do próprio protestantismo que negam tal influência psíquica - disso.

Ainda mais complexa é a noção de 'Deus pessoal'. Nem o judaísmo rabínico crê em um Deus pessoal, a ideia de Deus enquanto pessoa seria abominável mesmo nos tempos de Salomão. A 'pessoa' de Javé é produto de uma história longa e sofrida de mutações e desenvolvimentos e tradições textuais e mitológicas em diálogo com diversas outras 'formas religiosas'.

Talvez esse princípio tenha ganhado força na passagem para o Cristianismo por conta da ocupação macedônia na Palestina, Paganus.
 
Só uma pequena ressalva: a crítica existe concernente à percepção/ideia de que temos uma hegemonia religiosa. Uma das minhas críticas ao Cálion dizia respeito justamente à incapacidade dele de entender que nem todos usam tal princípio para orientar suas vidas.

É isso.

Realmente eu não aceito essa ideia de "santos" e oq eu faço pode ser uma crítica, mas eu jamais tentaria impor nada a ngm, nem tentaria impor que deixassem de crer no que quer que fosse.

Acho que me expressei melhor agora. XD

E sim, minha principal indignação sempre foi com posturas como as do Calion, ao chamar todo mundo de "herege" e etc. Não indignação com o que a pessoa crê ou deixa de crer.

Isso não tem absolutamente nada a ver com o assunto, tem a ver com as paixões dos homens que tentam perverter doutrinas outrora puras com seus egocentrismos, manipulações pseudo-políticas, imoralidade e satanismo ingente. Esse é um dos motivos do Cisma de 1054 que separou as Igrejas Ortodoxas Orientais da Igreja Romana, como de tantos outros fatos deploráveis. Esse assunto é tudo, menos simples.

Tem a ver qdo a imposição de crença chega aos extremos. Não que isso tenha ocorrido aqui neste tpc, mas sempre que há o assunto "religião" e "certo/errado" acaba surgindo algo nesta linha, a não ser que todos tenham, realmente, respeito uns pelos outros de discordar sem envolver a pessoa que está discordando de si.
 
Última edição:
O problema é que a consciência das pessoas parece contaminada pelas críticas iluministas e não percebem que um religioso considerar outro, de outro credo, como herege ou apóstata é NORMAL, é consequência direta da existência de uma verdade absoluta e sua defesa contra todo tipo de erro. Não há mal nisso, o mal está em querer sair queimando todo mundo que discorda de suas reformas e ideias na fogueira.

Assim foi que a Ortodoxia condenou os erros de Ário no Santo Sínodo de Niceia, que ensinava a heresia que dizia que Jesus não era Deus. Respondendo a ele, Santo Atanásio e, posteriormente, os Padres Capadócios (São Basílio Magno, São Gregório Nazianzo e São Gregório de Nissa) elaboraram uma profunda, complexa e tradicional teologia trinitária ancorada em uma profunda vida e tradição espiritual e ascética e (sim!) filosófica.

Da mesma forma é natural que eu veja a Igreja de Roma como cismática por ter se apartado da comunhão ortodoxa no Cisma graças às doutrinas do papismo, ecomo herética graças às doutrinas posteriores como purgatório, infalibilidade papal, imaculada conceição de Maria Santíssima. Isso é normal!

Da mesma forma eu sou, para o Limpe e o Calion, um cismático por ter preferido o 'cisma oriental' à 'pura fé romana, católica e apostólica'.

Isso ocorre porque temos concepções radicalmente diferentes sobre o que seja a Igreja e seus limites terrenos por razões históricas e teológicas.
 
O problema é que a consciência das pessoas parece contaminada pelas críticas iluministas e não percebem que um religioso considerar outro, de outro credo, como herege ou apóstata é NORMAL, é consequência direta da existência de uma verdade absoluta e sua defesa contra todo tipo de erro. Não há mal nisso, o mal está em querer sair queimando todo mundo que discorda de suas reformas e ideias na fogueira.

Só que sair dizendo isso pros outros num forum é algo um pouco... ofensivo?

Falar de um grupo generalizado poderia até ser, mas falar que esse ou aquele é "herege"? Acho que não precisa...

Assim como eu já cheguei a criticar as Testemunhas de Jeová e os católicos aqui no forum, mas como grupo, e creio ser errado apontar dedo pra esse ou aquele em especial... como o Calion cansou de fazer.
 
Só que sair dizendo isso pros outros num forum é algo um pouco... ofensivo?

Falar de um grupo generalizado poderia até ser, mas falar que esse ou aquele é "herege"? Acho que não precisa...

Assim como eu já cheguei a criticar as Testemunhas de Jeová e os católicos aqui no forum, mas como grupo, e creio ser errado apontar dedo pra esse ou aquele em especial... como o Calion cansou de fazer.

Só é ofensivo na mente que não compreende o termo. Sair chamando todos os heterodoxos de hereges é inútil, mesmo eu sabendo que é verdade, não converte ninguém, não inspira, só faz o contrário, afasta as pessoas de Deus e de Sua Igreja.

Fora que é bem babaca. Eu sei que todos os cristãos nesse fórum são hereges, oras, porque não são ortodoxos! Isso é óbvio mas se você tirar a carga ofensiva atribuída ao termo e considerar que eu não saio utilizando o termo de forma ofensiva nem acusando ninguém de ser aquilo que, pra mim, ele obviamente é, ele se torna novamente aquilo que ele é: um termo teológico que designa uma realidade eclesial. Isso corta todo relativismo ao mesmo tempo que restaura a maculação do termo por séculos de discurso de ódio.
 

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