• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

filho de Anastácia.

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam
sou negro, filho de Anastácia
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia


porque sou filho de Anastácia
livrem meu corpo das feridas
afadigado estou dessa falácia

sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem a cor vermelha
estou extenuado dessa falácia


sou negro, filho de Anastácia
escravo maldito dizem eles
por que repetem essas falácias?


sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com fome,medo e arredio
discursos e tão somente falácia


sou negro, filho de Anastácia
ouvindo inverdades e falácias
não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto






Ricardo Campos

Libertas Quæ Sera Tamen






herdeiro de Anastácia


sou negro, filho de Anastácia
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia


porque sou filho de Anastácia
livrem-me de tamanha injustiça
sou negro, filho de Anastácia

sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem cor rubro mista
cansado estou dessa falácia


por que repetem essas falácias?
escravo estou, falsos moralistas
sou negro, filho de Anastácia

sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com um sonho à vista
cansado estou dessa falácia


ouvindo inverdades e falácias
com a liberdade nunca bem quista
sou negro, filho de Anastácia
cansado estou de tanta falácia


Ricardo Campos
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Reflitam. Se não estiver dentro das regras (Vilanela ou Villanelle) apertem o gatilho; acertem a obra e não o autor :sim::rofl:
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Pensei que fosse o sobrinho de Anastácia.

Os últimos versos não encaixam no padrão Villanelle. Esse devem ser o primeiro e terceiro verso, se não me engano.

Está cansado de falácia
+ É discurso e falácia
= Está cansado de si mesmo.
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Blz, Rodovalho.Estava na dúvida. Vamos corrigir depois.Qualquer coisa vira variante :rofl:Quem foi Anastácia? http://www.centroanastacia.com/quemanastacia.htm
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

De fato, não se encaixa na estrutura da Villanelle; mas particularmente achei que se encaixou melhor no poema a repetição "filho de Anastácia" no começo do verso que no final do mesmo. Este paralelismo lembrou as repetições dos cancioneiros medievais; mas creio que não seja bem isto que você queria: "por que repetem essas falácias?"

É como o Rodovalho diz: poeta bom é aquele que cria sua própria forma poética. Pois faz o texto se adequar à ideia, e não a ideia ao texto.

P.S.: não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto


Versos impactantes. Gostei.
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Mavericco disse:
De fato, não se encaixa na estrutura da Villanelle; mas particularmente achei que se encaixou melhor no poema a repetição "filho de Anastácia" no começo do verso que no final do mesmo. Este paralelismo lembrou as repetições dos cancioneiros medievais; mas creio que não seja bem isto que você queria: "por que repetem essas falácias?"

É como o Rodovalho diz: poeta bom é aquele que cria sua própria forma poética. Pois faz o texto se adequar à ideia, e não a ideia ao texto.

P.S.: não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto





Versos impactantes. Gostei.






A repetição faz sentido. Imagine um escravo tomando 100, 200 chibatadas no tronco. O efeito ou a tentativa era esse mesmo. E ficou forte mesmo. Um amigo pediu para que escrevesse um poema para homenagear os escravos. Vale essa aí.

“É como o Rodovalho diz: poeta bom é aquele que cria sua própria forma poética. Pois faz o texto se adequar à ideia, e não a ideia ao texto.”

P.S.: não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto



Filho, você falou tudo agora. Acho que vou ficar com essa desse jeito mesmo como variante.Se o povo não quiser me dar umas :chibata: :chibata:
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Se os portugas podem fazer variação, por que não? Hahaha
Sério, esse verso "não estou triste, estou morto/ ninguém quis ocupar o meu posto" realmente ficou ótimo. Nâo conserta pra virar villanelle, não. Fica um poema autônomo, uai.

Eu gostei do que vc fez na primeira linha da quinta estrofe. É que vc começa "sou negro, filho de Anastácia", e nessa estrofe faz "sou maldito, filho de anastácia". Fosse meu esse poema, expandia a variação da repetição pras outras estrofes. Por exemplo (aleatório): "sou mutilado, filho de Anastácia", pra segunda estrofe; "sou cativo, filho de Anastácia", pro sexto, enfim. Acho que deu pra captar minha ideia.

Gostei também da repetição das falácias.

E como diria minha professora, a forma é serva do conteúdo ;)
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Manu M. disse:
Se os portugas podem fazer variação, por que não? Hahaha
Sério, esse verso "não estou triste, estou morto/ ninguém quis ocupar o meu posto" realmente ficou ótimo. Nâo conserta pra virar villanelle, não. Fica um poema autônomo, uai.

Eu gostei do que vc fez na primeira linha da quinta estrofe. É que vc começa "sou negro, filho de Anastácia", e nessa estrofe faz "sou maldito, filho de anastácia". Fosse meu esse poema, expandia a variação da repetição pras outras estrofes. Por exemplo (aleatório): "sou mutilado, filho de Anastácia", pra segunda estrofe; "sou cativo, filho de Anastácia", pro sexto, enfim. Acho que deu pra captar minha ideia.

Gostei também da repetição das falácias.

E como diria minha professora, a forma é serva do conteúdo ;)


Deu para captar a ideia sim, Manu."não estou triste, estou morto/ ninguém quis ocupar o meu posto" também gostei, acho que fechou bem.Valeu pela leitura,Manu.Ótimas observações.

Façam seus comentários sobre a segunda versão. (herdeiro de Anastácia, algumas alterações da primeira). Acho que ficou mais perto das regras (ou dentro delas) da variante portuguesa Vilanela. Sintam-se a vontade.Não quis modificar a primeira para respeitar os comentários interessantes dos leitores poetas.São duas noivas e fiquei na dúvida com qual eu caso agora.
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Hihi... Sem querer ser chata, moço (foi vc quem disse pra pitacar, agora aguenta), ainda não tá nas regras. As rimas estão certas, as repetições, não. Vou fazer o esquema, seria mais ou menos assim:


sou negro, filho de Anastácia (esse verso vai se repetir nas linhas 6, 12 e 18)
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia (esse se repete nas linhas 9, 15 e 19)


porque sou filho de Anastácia (aqui, nas primeiras linhas das estrofes, não precisa repetir, porque a repetição vem na última, ó: )
livrem-me de tamanha injustiça
afadigado estou dessa falácia (sou negro, filho de Anastácia)

sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem cor rubro mista
estou extenuado dessa falácia (cansado estou de tanta falácia )


sou negro, filho de Anastácia
escravo estou, falsos moralistas
por que repetem essas falácias? (sou negro, filho de Anastácia)


sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com um sonho à vista
as correntes não são falácias (cansado estou de tanta falácia )


sou negro, filho de Anastácia
com a liberdade nunca bem quista
ouvindo inverdades e falácias (sou negro, filho de Anastácia)
herdeiro sou da negra Anastácia (cansado estou de tanta falácia)

Deu pra sacar a estrutura?
As alterações da repetição sobre a falácia (por que repetem/cansado estou/extenuado, etc.), talvez até poderiam ser mantidas pra deixar a vilanela mais estilosa, hehe, mas a estrutura vc deixou meio bagunçadinha e descaracteriza o poema como vilanela XD
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Uma coisa eu digo, isso é muito difícil de fazer, precisa pensar mesmo...heheh

parabéns, Tadu.
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Agora embaralhou de vez minha cabeça.Confere aí,Manu. Ollha se está nas regras ou perdeu o sentido de vez XD.

"aqui, nas primeiras linhas das estrofes, não precisa repetir, porque a repetição vem na última." Se repetir não vai alterar não vai? Acho que virou um mostro.
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Hahaha...
Agora a estrutura tá certinha! XD
Mas o primeiro poema tá melhor. Ah... o triste/morto sumiu... =(

Mas não grila com isso. Forma fixa é bom, mas nem sempre é cabível. Quando engessa, o melhor é deixar de lado e partir pro verso livre. Mas muitas vezes métrica & cia depuram o conceito do poema, aí vale a pena sangrar por elas. ;) Talvez no seu caso seja falta de prática, acho que essa é a primeira vez que (exceto pelas aldravias) vejo vc seguir uma forma fixa qualquer, não?
 
RE: Villanelle filho de Anastácia.

Manu M. disse:
Hahaha...
Agora a estrutura tá certinha! XD
Mas o primeiro poema tá melhor. Ah... o triste/morto sumiu... =(

Mas não grila com isso. Forma fixa é bom, mas nem sempre é cabível. Quando engessa, o melhor é deixar de lado e partir pro verso livre. Mas muitas vezes métrica & cia depuram o conceito do poema, aí vale a pena sangrar por elas. ;) Talvez no seu caso seja falta de prática, acho que essa é a primeira vez que (exceto pelas aldravias) vejo vc seguir uma forma fixa qualquer, não?




Totalmente. O primeiro ficou melhor sem sombra de dúvidas (Vou casar com essa moça vilanela...:rofl:). Esse segundo ficou forçado, entende.Não grilo com essas coisas não.Fica tranquila, é de boas.Até porque seleciono os poemas aqui no meia e poucos escapam da minha inquisição.De forma alguma desisto, vou praticar mais.As aldravias foi a mesma coisa.Só que, por serem poemas breves, e por estar mais acostumado com os "curtos" poemas, eu pequei mais rápido.Até porque estou fazendo um laboratório no corel textos para poemas visuais e lendo algumas coisas de poesia "marginal", concreta, haicais japoneses, Guilherme de Almeida e seus haicais variantes, poetas marginais etc.Forma fixa apenas os haicais e aldravias como vc mesmo disse.Valeu pelo toque, Manu Magalhães.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo