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*CONSENSOS REDUX* - Parte 3: ANOS 70

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Rapidamente e sem comentários agora, fiz um resumo dos dez filmes e percebi que gosto pra cacete de todos eles, então, a ordem pode verdadeiramente ser qualquer. Mas essa aqui é uma boa. E o negócio é que eu não vi muitos filmes dessa década. Anos 60 vai ser puxadérrimo escolher 10.

1. Pat Garret e Billy the Kid (Sam Peckinpah, 1977)
2. Dersu Uzala (Akira Kurosawa, 1975)
3. Aguirre, a Cólera dos Deuses (Werner Herzog, 1972)
4. Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976)
5. Profissão: Repórter (Michelangelo Antonioni, 1975)
6. Stalker (Andrei Tarkovsky, 1979)
7. Verdades e Mentiras (Orson Welles, 1974)
8. Uma Mulher Sob a Influência (John Cassavetes, 1974)
9. Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971)
10. Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979)
 
Ow, eu coloquei dois Bob Fosse, mas vá lá... Eu acho ele bom bagarai mesmo.



1. O Show Deve Continuar - All that Jazz (Bob Fosse, 1979)
2. A Conversação (Coppola, 1974)
3. Um Estranho no Ninho (Forman, 1975)
4. Dersu Uzala (Akira Kurosawa, 1975)
5. Cabaré (Bob Fosse, 1972)
6. Aguirre, a Cólera dos Deuses (Werner Herzog, 1972)
7. Amargo Pesadelo (John Boorman, 1972)
8. Operação França (William Friedkin, 1971)
9. O Franco Atirador (Michael Cimino, 1979)
10. Papillon (Franklin J. Schaffner, 1973)

Então, ficou bem tosca a minha lista... mas infelizmente eu fico meio isolado de certos filmes como o Profissão: Repórter, que não existe em Caxias.

De qualquer forma entro Cabaret e All that Jazz, e eu simplesmente sou apaixonado pela Liza Minnelli e com uma queda acentuada pela Lange. ¬¬'

Mais tarde eu comento melhor. =]
 
01 - O Discreto Charme da Burguesia

02 - Aguirre, a Cólera dos Deuses

03 - Amarcord

04 - Laranja Mecânica

05 - Gritos e Sussurros

06 - A Noite Americana

07 - Um Dia Muito Especial

08 - Profissão: Repórter

09 - Contatos Imediatos do Terceiro Grau

10 - O Poderoso Chefão
 
O Fantasma da Liberdade eu curto mais.

Mas acho O Discreto Charme da Burguesia sensacional também. Esse Obscuro Objeto de Desejo idem.
 
Eu descobri o porquê não achava Profissão: Repórter.

É porque o nome pode ser também O Passageiro, ou algo do tipo, vou conferir na locadora isso. :think:
 
Eu vou fazer ao contrário, e tal. Tipo regressivamente. Assim, saca só.



10- CAMINHOS PERIGOSOS (Martin Scorsese, 73)

Esse aqui é bizarro. Não tem trama, não tem epílogo, as cenas são jogadas de forma completamente aleatória e sem praticamente nenhum senso de progressão, os personagens são basicamente um bando de otários, e a maior “cena de ação” (a briga na sinuca) é patética ao ponto de ser hilária. E justamente por isso tudo esse filme é algo único e revolucionário, surpreendentemente realista, íntimo e envolvente. Em começo de carreira o Scorsese já mostrava um comando fora do comum sobre a câmera, e o elenco todo encarna os personagens até os ossos. Foda.

09- DIAS DE PARAÍSO (Terrence Malick, 78)

Ei Sr. Folco até que você recomenda umas coisas decentes de vez em quando na minha opinião. Obrigado.

08- BARRY LYNDON (Stanley Kubrick, 75)

Já vi muita gente falando desse como uma obra-prima falha, que o envolvimento emocional é prejudicado pela atuação do Ryan O’Neal -- que supostamente não conseguiu transmitir a decadência gradativa do protagonista. Isso até faz sentido, mas desde a primeira vez que eu vi esse filme ele me atingiu de uma forma tão poderosa que por mais que ele tenha problemas eles se tornam completamente irrelevantes em vista de coisas, como, por exemplo, a troca de olhares durante a cena do jogo, toda iluminada por velas e etc. Digo, puta que pariu, o Sr. Kubrick realmente sacava das coisas.

07- TUBARÃO (Steven Spielberg, 75)

Esse tem toda a economia, simplicidade e beleza de um haiku

Peixe bem grande
Torna necessário
um barco maior

06- CHINATOWN (Roman Polanski, 74)

Esse aqui é chique. É provavelmente o melhor do Polanski, e tem um formalismo minucioso tão controlado que à primeira vista pode ser facilmente confundido com inocuidade. Não que haja algum sentido na possibilidade dessa visão, já que obviamente trata-se de um dos melhores noir de todos os tempos, com um mistério que se revela de forma tão sutil que chega a ser enervante, um Jack Nicholson extremamente à vontade no melhor papel que ele nasceu para interpretar com um curativo no nariz pela maior parte de seu tempo em cena, e um clima de corrupção e decadência que chega a ser palpável. O filme não tem medo de retratar o trabalho de detetive como ele realmente é; ou seja, metódico, monótono, e efetivamente sem poder de fazer alguma diferença caso se cave mais fundo do que o recomendável quando se está lidando com algo claramente maior do que você. Inicialmente planejado para fazer parte de uma trilogia sobre como Los Angeles foi fundada sobre uma trilha de corrupção, Chinatown é o único que realmente deu certo (o último nem saiu do papel); não que algo mais fosse necessário pra fazer esse ponto.

05- AGUIRRE: A CÓLERA DOS DEUSES (Werner Herzog, 72)

Lembra quando o cara começa a contar e aí cortam a cabeça dele e a cabeça continua contando mesmo depois de cair no chão. Pois é, na primeira vez que eu vi esse filme eu fiquei wtf virou comédia agora, mas daí eu vi de novo e percebi que essa cena é pra ser hilária mesmo e que ela é hilária. Esse é um daqueles você-nunca-viu-nada-parecido, impossíveis de recriar, que nunca vão se tornar obsoletos, e que transitam por todo tipo de espectro conceitual, fazendo comentários sobre a história, sobre o homem e sobre o próprio cinema, não necessariamente nessa ordem, às vezes ao mesmo tempo, e nem sempre intencionalmente mas quem se importa. É um dos únicos filmes de época em que eu realmente me senti na época retratada, e isso se deve obviamente à crueza da produção -- o Herzog abandona qualquer tipo de lirismo visual e filma a coisa como um documentário, mas o engraçado é que muitas cenas são extremamente líricas, e o clima realista acaba potencializando esse aspecto. Uma espécie de milagre, que precisava de condições muito específicas pra acontecer. Não é todo dia que se vê algo assim.

04- O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA (Luis Buñuel, 72)

O Buñuel escancara tanto a sátira que não há dúvidas sobre sua posição crítica (momento icônico: o bispo aparece na porta do casal vestido com a roupa do jardineiro, e é enxotado; segundos depois ele volta, com sua roupa de bispo, e é recebido com desculpas e mesuras), mas ele faz isso de forma tão metódica e elaborada que o envolvimento nas situações absurdas e problemas irrelevantes é total -- é capaz de um burguês assistir o filme e acabar ficando traumatizado pelo pesadelo de nunca conseguir terminar seu jantar. Relações podem ser feitas com "O Anjo Exterminador", que Buñuel fez 10 anos antes -- o ataque à burguesia e à igreja, e a exposição do quão inúteis são os rituais burocráticos que regem a vida das pessoas pertencentes a essas classes, mas aqui ele vai mais fundo, envolvendo questões políticas e, a partir de um certo ponto, apoiando a narrativa em uma série de reviravoltas que ironicamente não funcionam como reviravoltas, já que não há uma trama per se -- só o inesperado a serviço do surrealismo a serviço do cinema (outro momento icônico: uma tropa de soldados está prestes a sair para iniciar manobras urgentes, mas todos páram por alguns minutos para ouvir um deles contar um sonho interessante que teve na noite anterior).

03- MCCABE & MRS. MILLER (Robert Altman, 71)

Ou Quando Os Homens São Homens aka Tradutores São Retardados, etc. Pela premissa (Altman fazendo western – com neve e etc) já sentia que devia ser bom, mas eu não esperava uma obra-prima total – eu fui tipo sugado pelo filme e de vez em quando parece que eu ainda estou lá. Não conseguiria, todavia, articular muito sobre o porquê de eu ter sido sugado já que apesar deste ser o quarto filme da lista (ou o sétimo, dependendo do ponto de vista) este é na verdade o último comentário que eu estou escrevendo (whoa, dei um nó na sua cabeça agora) e além de eu estar com sono eu tenho que postar logo isso então me deixa em paz.

02- VERDADES E MENTIRAS (Orson Welles, 74)

Orson Welles era completamente maluco. Esse filme é tão complexo que a minha cabeça dói só de pensar em começar a explicá-lo, mas quando se reduz tudo aos fatos ele se torna até bem simples -- a questão é que reduzir "Verdades e Mentiras" a meros fatos é perder completamente o ponto principal do (até certo ponto) documentário; utilizando como ponto de partida a história de um falsificador de pinturas e sua relação com o homem que escreveu sua biografia, o Sr. Welles constrói uma tese que explora os limites entre verdades e mentiras quando se lida com arte (que, segundo Pablo Picasso, é uma mentira que nos ajuda a enxergar a verdade -- a citação está no filme). Em mais de um momento, a seguinte questão é apresentada: um quadro falsificado é arte? Se ele ficar tempo suficiente exposto em um museu, ele se torna verdadeiro? Esse questionamento é inicialmente aplicado ao trabalho do falsificador, mas vai muito além, passando pela tal biografia (uma verdade sobre mentiras? Até que ponto pode-se afirmar que o livro é "verdadeiro"?), pelas histórias misteriosas sobre a vida de Howard Hughes, e pela carreira do Welles, chegando inevitavelmente ao próprio "Verdades e Mentiras". Tudo isso, é claro, com direção e montagem superlativas, ritmo ágil e magnético, e uma apresentação em geral revolucionária. É um daqueles tipo-obra-prima, sabe.

01 - STALKER (Andrei Tarkovsky, 79)

Em tempos idos acreditei cegamente
Que narrativa era o cerne da questão
Que filmes deviam ter uma história
Que era o único modo de prender a atenção

E dizia-me cinéfilo, tranqüilamente,
Sem pôr em xeque essa convicção
Reviravoltas e conflitos eram a glória,
O apogeu da diversão

Um dia, todavia, STALKER acabei vendo
E uma metamorfose se operou em meu coração
Um mundo mágico foi furtivamente aparecendo
O que me encheu de dúvidas e inquietação

Tal poder a película estava exercendo
Que não tardou o surgimento de uma indagação:
"Nada está, de fato, acontecendo,
Então de onde vem essa sensação?"

E desfraldou-se, assim, todo o esquema
Ao me atingir uma constatação:
Atmosfera e simbolismo são vitais ao cinema,
Elementos cruciais da equação

E agora de toda obra quero saber o tema
Tal qual uma obsessão
Não mais pantomimas estruturais são a gema
De uma fútil predileção




PS: eu ainda queria ver outros filmes mas o Tisf aparentemente vai parir uma lula se não fizer as contas hoje.
 
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