Bel
o.O
Alexandre Dumas, père (1802-1870)
Biografia
Alexandre Dumas, pai (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 — Puys, 5 de dezembro de 1870) foi um romancista francês. Seu nome de batismo era Dumas Davy de la Pailleterie. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris. Era neto do marquês Antoine-Alexandre Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie Césette Dumas. Seu pai foi o General Dumas, grande figura militar de sua época.
Enquanto trabalhava em Paris, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829 foi produzida sua primeira peça, Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso de público. No ano seguinte, sua segunda peça, Christine, também obteve popularidade. Como resultado, tornou-se financeiramente capaz de trabalhar como escritor em tempo integral. Entretanto, em 1830, participou da revolução que depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França, alcunhado de Rei Cidadão.
Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada, com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidos por republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começou a se industrializar e, com uma economia em crescimento combinada com o fim da censura à imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.
Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a se dedicar aos romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta demanda dos jornais por romances seriados, em 1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.
Em 1840, casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter seus casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria seus passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é chamado Alexandre Dumas, pai (Alexandre Dumas, père) e o outro Alexandre Dumas, filho (em francês, Alexandre Dumas, fils).
Alexandre Dumas, pai, escreveu romances e crônicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação do público francês e de outros países nos idiomas para os quais foram traduzidos.
Seu trabalho como escritor lhe rendeu muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por conta de seu alto gasto com mulheres e de seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam de sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, Napoleão III, e em 1851 Dumas teve que ir embora para Bruxelas para fugir de seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar em busca de aventuras e inspiração para mais histórias. Em março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas se envolveria na luta pela unificação da Itália, retornando a Paris em 1864.
Apesar do sucesso e das ligações aristocráticas de Alexandre Dumas, sua vida sempre foi marcada por ser mulato. Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges, que chamava atenção para alguns aspectos raciais e para os efeitos do colonialismo. Apesar disso, atitudes racistas contrárias à sua posição legítima na história da França ainda bem depois de sua morte, 5 de dezembro de 1870.
Sepultado no local onde nasceu, o corpo de Alexandre Dumas ficou no cemitério de Villers-Cotterêts até 30 de novembro de 2002. Sob as ordens do presidente francês Jacques Chirac, seu corpo foi exumado e, numa cerimónia televisiva, seu novo caixão, carregado por quatro homens vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, foi transportado em procissão solene até o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde grandes filósofos e escritores da França estão sepultados.
Em seu discurso, o presidente Chirac disse: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos." Numa entrevista após a cerimônia, Chirac reconheceu o racismo que existiu, dizendo que um erro agora foi reparado, com o sepultamento de Alexandre Dumas ao lado dos companheiros autores Victor Hugo e Voltaire.
A honraria reconheceu que, apesar de a França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto Alexandre Dumas. Suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas, e inspiraram mais de 200 filmes.
A casa de Alexandre Dumas fora de Paris, o Château Monte Cristo, foi restaurada e está aberta ao público.
Obras
- La Chasse et l’Amour (teatro), 1825
- La Noce et l’Enterrement (teatro), 1826
- Henri III et sa cour (teatro), 1829
- Christine, ou Stockholm, Fontainebleau et Rome (teatro), 1830
- Napoléon Bonaparte ou Trente Ans de l’Histoire de France (teatro), 1831
- Antony (teatro), 1831
- Charles VII chez ses grands vassaux (teatro), 1831
- Teresa (teatro), 1831
- La Tour de Nesle (teatro), 1832
- Souvenirs d’Anthony, 1835
- Chroniques de France: Isabel de Bavière, 1835
- Kean (teatro), 1836
- Caligula (teatro), 1837
- Mademoiselle de Belle-Isle (teatro), 1837
- Acté, 1837
- La Salle d’armes / Pauline, (romance), 1838
- Le Capitaine Paul, 1838
- Le Capitaine Pamphile, 1839
- La Comtesse de Salisbury, 1839
- Crimes célèbres, 1839-1841
- Napoléon, 1840
- Othon, l’archer, 1840
- Les Stuarts, 1840
- Maître Adam le calabrais, 1840
- Le Maître d’armes, 1840-1841
- Praxède, 1841
- Aventures de Lydéric, grand-forestier de Flandre, 1841
- Nouvelles Impressions de voyage (Midi de la France), 1841
- Excursions sur les bords du Rhin, 1841
- Souvenirs de voyage: Une année à Florence , 1841
- Un mariage sous Louis XV (teatro), 1841
- Jeanne la pucelle, 1429-1431, 1842
- Le Speronare, 1842
- Le Capitaine Arena , 1842
- Le Chevalier d'Harmental, 1842
- Le Corricolo, 1843
- Des demoiselles de Saint-Cyr (teatro), 1843
- Filles, Lorettes et Courtisanes, 1843
- Georges, 1843
- L'Orfèvre du roi, ou Ascanio, 1843
- Sylvandire, 1844
- Fernande, 1844
- Les Trois Mousquetaires, 1844
- Le Château d’Eppstein, 1844
- Cécile, 1844
- Gabriel Lambert, 1844
- Louis XIV et son siècle, 1844
- Nombreux contes dont Histoire d'un casse-noisette, Le roi des taupes et sa fille, La bouillie de la comtesse Berthe, etc... 1844
- Vingt ans après, 1845
- La Guerre des femmes, 1845
- Le Comte de Monte-Cristo, 1845 – 1846
- Une fille du régent, 1845
- La Reine Margot, 1845
- Les Médicis, 1845
- Les Frères corses, 1845
- Le Chevalier de Maison-Rouge, 1845-1846
- La Dame de Monsoreau, 1846
- Le Bâtard de Mauléon, 1846
- Joseph Balsamo, 1846
- Les Deux Diane, 1846
- Impressions de voyage: De Paris à Cadix, 1847
- Les Quarante-Cinq, 1847
- Catilina, 1848
- Le Vicomte de Bragelonne ou l'Homme au masque de fer, 1848
- Les Mille et Un Fantômes, 1849
- Le Collier de la reine, 1849
- La Femme au collier de velours, 1850
- La Tulipe noire, 1850
- Le Trou de l’enfer, 1850
- La Colombe, 1850
- Montevideo ou Une nouvelle Troie, 1850
- Le Drame de quatre-vingt-treize, 1851
- Impressions de voyage: Suisse, 1851
- Ange Pitou, 1851
- Olympe de Clèves, 1851
- Conscience l'innocent, 1852
- Histoire de la vie politique et privée de Louis-Philippe, 1852
- La Maison de Savoie, depuis 1555 jusqu'à 1850, 4 vol., 1852-1856.
- Tome 1: Emmanuel Philibert (1852)
- Tome 2: Léone-Léona (1853)
- Tome 3: Mémoires de Jeanne d’Albert de Luynes, comtesse de Verrue, surnommée la Dame de Volupté (1855)
- Tome 4: De Victor Amédée III à Charles Albert (1856) - La Comtesse de Charny, 1853
- Le Pasteur d’Ashbourne, 1853
- Isaac Laquedem, 1853
- Les Drames de la mer, 1853
- Ingénue, 1853
- La Jeunesse de Pierrot, 1854
- Une vie d’artiste, 1854
- Catherine Blum, 1854
- Saphir, 1854
- Vie et Aventures de la princesse de Monaco, 1854
- Les Mohicans de Paris, 1854-1855
- Souvenirs de 1830 à 1842, 1854
- La Jeunesse de Louis XIV (teatro), 1854
- La Dernière Année de Marie Dorval, 1855
- Marie Giovanni, journal d’une parisienne, 1855
- Le Gentilhomme de la Montagne (El Salteador), 1855
- Le Page du duc de Savoie, 1855
- Les Grands Hommes en robe de chambre: César, Henri IV, Richelieu, 1855 –1856
- Madame du Deffand, 1856
- Les Compagnons de Jéhu, 1856
- Les Crimes célèbres, 1856
- Le Fils de la nuit ou Le Pirate (teatro), 1856
- L’Homme aux contes, 1857
- Charles le Téméraire, 1857
- Le Meneur de loups, 1857
- La Dame de volupté, 1857
- Les Louves de Machecoul, 1858
- De Paris à Astrakan, 1859
- Jane, 1859
- Histoire d’un cabanon et d’un chalet, 1859
- La Maison de glace, 1860
- La Route de Varennes, 1860
- Mémoires de Garibaldi, 1860
- Une aventure d’amour, 1860
- Le Père Gigogne, contes pour les enfants, 1860
- La Marquise d’Escoman, 1860
- Une nuit à Florence sous Alexandre de Médicis, 1861
- Les morts vont vite, 1861
- Bric-à-brac, 2 vol. 1861
- La Princesse Flora, 1863
- La San Felice, 1863
- La Boule de neige, 1863
- La Dame de volupté ou Mémoires de Jeanne d’Albert de Luynes, 1863
- Les Deux Reines, 1864
- Lady Hamilton, 1865
- Le Fils du forçat, 1865
- Les Blancs et les Bleus, 1867
- Les Hommes de fer, 1867
- La Terreur prussienne, souvenirs dramatiques, 1868
Publicações póstumas:
- Ali Pacha, 1862
- Création et Rédemption, 1863
- La Fille du marquis, 1863
- Le Prince des voleurs, 1863
- Robin Hood le proscrit, 1863
- L’Île de feu, 1863
- Le Comte de Moret, 1865
- Le Chevalier de Sainte-Hermine, 1869
- Grand Dictionnaire de cuisine, 1873
Tudo começou quando um colaborador de Dumas, Auguste Maquet, lhe entregou um volume escrito em 1700 por um certo Gatien Coutilz de Sandras intitulado As memórias do Senhor d’Artagnan, Capitão-Tenente da Primeira Companhia de Mosqueteiros do Rei.
O ponto de partida é o caso amoroso entre o cavaleiro d’Artagnan e a dama Constance Bonacieux, camareira de Ana da Áustria. Com auxílio da amada de d’Artagnan acba participando de uma intriga política: Ana da Áustria, casada com o rei Luís XIII, oferta ao amante, duque de Buckingham, um cofre cheo de jóias que o marido lhe dera de presente. Sabedor do fato e desejoso de provocar a ruína da rainha, o ministro Richelieu sugere ao rei que peça a Ana para usar as jóias no próximo baile da corte. Desesperada, a rainha pede a d’Artagnan que recupere o pequeno tesouro, transportado por Buckingham para a Inglaterra. O cavaleiro une-se a três amigos e juntos partem para a aventura, enfrentando as ciladas do pérfido cardeal Richelieu e os traiçoeiros encantos da demoníaca Milady, cúmplice do ministro.
Nenhum dos outros numerosos volumes de Dumas provocou tamanha emoção. Os romances que retomam a história de d’Artagnan, ou mesmo o famoso O Conde de Monte Cristo, não conseguiram suplantar Os Três Mosqueteiros. Grande parte do êxito se deve à simpatia que os quatro heróis despertaram. Nenhum desses personagens é criação original; todos figuraram na obra de Sandras e viveram realmente no século XVII. Dumas, porém, deu-lhes nova vida, ressaltou-lhes as características, tornando-os mais temerários, e ampliou o âmbito de ação. Por meio de uma trama apaixonante e de um estilo cheio de vitalidade, reviveu toda a atmosfera do século XVII francês, o esplendor da corte, o sensacionalismo das intrigas políticas e o poderio econômico e cultural de uma época brilhante.
De acordo com os planos do autor, d’Artagnan devia ser um personagem secundário que introduziria os três mosqueteiros. Como a figura era atraente, Dumas resolveu promovê-la, acrescentando mais um mosquteiro, sem, contudo, mudar o título. O traço marcante do caráter de d’Artagnan é saber ousar, quando há oportunidade. A semelhança com Dumas se acentua por causa da forte dose de ingenuidade, algo provinciana, que acompanha sua ousadia. O autor, fascinado por sua criatura, também a exploraria mais tarde em Vinte Anos Depois e O Visconde de Bragelonne.
Athos, o Conde de la Fère, é a figura mais romântica: vive atormentado pela dúvida, pois crê ter assassinado sua primeira esposa, a pérfida Milady, a mulher má, espiã a serviço de Richelieu, autora das mais ardilosas tramas para impedir que os mosqueteiros restituam as jóias da rainha. Correspondente feminino do vilão das aventuras desse gênero, Milady se contrapõe à doce e angelical Constance Bonacieux. Tentando expiar o crime imaginário, Athos entra para o grupo e expõe sua vida aos maiores perigos.
Henry d’Aramitz, ou simplesmente Aramis, astuto e generoso, considera a vida um jogo divertido, composto de ação, amor e preces. Divide seu tempo entre as aventuras da espada, os episódios sentimentais e a igreja. É o que melhor representa o espírito do Século XVII, época de cardeais e soldados, de missal e arcabuz.
Porthos, finalmente, ou Du Valon na vida real, alto, gordo, bondoso, facilmente maleável, pouco inteligente, foi preferido do autor. Diz-se que, ao ser obrigado pelo enredo a matá-lo, Dumas chorou.
Todos esses personagens, ávidos de ação, refletem o espírito aventuresco do autor, falecido em 1870, ele mesmo lutador incansável em prol da arte e de seus princípios políticos. Ousado como d’Artagnan, corajoso como Athos, sedutor como Aramis, alegre como Porthos, não seria falsear a verdade acrescentar ao quarteto dos famosos espadachins um quinto mosqueteiro: o próprio Dumas, herói de pena em punho esgrimido pela fama e pelo amor.
O ponto de partida é o caso amoroso entre o cavaleiro d’Artagnan e a dama Constance Bonacieux, camareira de Ana da Áustria. Com auxílio da amada de d’Artagnan acba participando de uma intriga política: Ana da Áustria, casada com o rei Luís XIII, oferta ao amante, duque de Buckingham, um cofre cheo de jóias que o marido lhe dera de presente. Sabedor do fato e desejoso de provocar a ruína da rainha, o ministro Richelieu sugere ao rei que peça a Ana para usar as jóias no próximo baile da corte. Desesperada, a rainha pede a d’Artagnan que recupere o pequeno tesouro, transportado por Buckingham para a Inglaterra. O cavaleiro une-se a três amigos e juntos partem para a aventura, enfrentando as ciladas do pérfido cardeal Richelieu e os traiçoeiros encantos da demoníaca Milady, cúmplice do ministro.
Nenhum dos outros numerosos volumes de Dumas provocou tamanha emoção. Os romances que retomam a história de d’Artagnan, ou mesmo o famoso O Conde de Monte Cristo, não conseguiram suplantar Os Três Mosqueteiros. Grande parte do êxito se deve à simpatia que os quatro heróis despertaram. Nenhum desses personagens é criação original; todos figuraram na obra de Sandras e viveram realmente no século XVII. Dumas, porém, deu-lhes nova vida, ressaltou-lhes as características, tornando-os mais temerários, e ampliou o âmbito de ação. Por meio de uma trama apaixonante e de um estilo cheio de vitalidade, reviveu toda a atmosfera do século XVII francês, o esplendor da corte, o sensacionalismo das intrigas políticas e o poderio econômico e cultural de uma época brilhante.
De acordo com os planos do autor, d’Artagnan devia ser um personagem secundário que introduziria os três mosqueteiros. Como a figura era atraente, Dumas resolveu promovê-la, acrescentando mais um mosquteiro, sem, contudo, mudar o título. O traço marcante do caráter de d’Artagnan é saber ousar, quando há oportunidade. A semelhança com Dumas se acentua por causa da forte dose de ingenuidade, algo provinciana, que acompanha sua ousadia. O autor, fascinado por sua criatura, também a exploraria mais tarde em Vinte Anos Depois e O Visconde de Bragelonne.
Athos, o Conde de la Fère, é a figura mais romântica: vive atormentado pela dúvida, pois crê ter assassinado sua primeira esposa, a pérfida Milady, a mulher má, espiã a serviço de Richelieu, autora das mais ardilosas tramas para impedir que os mosqueteiros restituam as jóias da rainha. Correspondente feminino do vilão das aventuras desse gênero, Milady se contrapõe à doce e angelical Constance Bonacieux. Tentando expiar o crime imaginário, Athos entra para o grupo e expõe sua vida aos maiores perigos.
Henry d’Aramitz, ou simplesmente Aramis, astuto e generoso, considera a vida um jogo divertido, composto de ação, amor e preces. Divide seu tempo entre as aventuras da espada, os episódios sentimentais e a igreja. É o que melhor representa o espírito do Século XVII, época de cardeais e soldados, de missal e arcabuz.
Porthos, finalmente, ou Du Valon na vida real, alto, gordo, bondoso, facilmente maleável, pouco inteligente, foi preferido do autor. Diz-se que, ao ser obrigado pelo enredo a matá-lo, Dumas chorou.
Todos esses personagens, ávidos de ação, refletem o espírito aventuresco do autor, falecido em 1870, ele mesmo lutador incansável em prol da arte e de seus princípios políticos. Ousado como d’Artagnan, corajoso como Athos, sedutor como Aramis, alegre como Porthos, não seria falsear a verdade acrescentar ao quarteto dos famosos espadachins um quinto mosqueteiro: o próprio Dumas, herói de pena em punho esgrimido pela fama e pelo amor.
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