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Autor da Semana Jean-Paul Sartre

Spartaco

Anton Bruckner - 200 anos do nascimento
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Jean-Paul Charles Aymard Sartre
(Paris, 21 de Junho de 1905 - Paris, 15 de Abril de 1980)​

O filósofo, escritor e crítico francês Jean-Paul Sartre ficou conhecido como representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade. Era um artista militante, e apoiou diversas causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra.

Sartre repeliu as distinções e as funções oficiais e, por estes motivos, se recusou a receber o Nobel de Literatura de 1964. Sua filosofia dizia que no caso humano (e só no caso humano) a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois se define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma "essência" posterior à existência.

BIOGRAFIA
Os pais de Sartre eram Jean-Baptiste Sartre, oficial da Marinha, e Anne-Marie Schweitzer, oriunda de uma família de intelectuais alsacianos. Jean-Baptiste morreu de febre amarela quando o filho tinha quinze meses. O avô, Charles Schweitzer, um professor de alemão, introduziu o neto, ainda criança, à literatura clássica.

Precoce leitor dos clássicos franceses, em 1915, ingressou no liceu Henri VI de Paris e conheceu Paul Nizan, com quem teve uma amizade estreita. No ano seguinte, o segundo matrimônio de sua mãe, considerado por Jean Paul “uma traição” o obrigou a mudar-se para Rochelle. Até 1920, não voltou a Paris. Em 1924, iniciou seus estudos universitários na École Normale Supérieure, onde conheceu Simone de Beauvoir, com quem estabeleceu uma relação que duraria toda sua vida.

Depois de cumprir o serviço militar, começou a trabalhar como professor. Em 1933, obteve uma bolsa de estudos que lhe permitiu ir para a Alemanha, onde entrou em contato com a filosofia de Husserl e de Heidegger. Em 1938, publicou A Náusea, novela que pretendia divulgar os princípios do existencialismo e que lhe proporcionou certa celebridade, ao mesmo tempo em que se tornava símbolo daquele movimento filosófico.

Caçado em 1939, foi preso, mas consegui evadir-se em 1941 e voltar a Paris, onde trabalhou no liceu Condorcet e trabalhou com Albert Camus em Combat, periódico da resistência.

Em 1943, publicou O Ser e o Nada, sua obra filosófica mais conhecida, versão pessoal da filosofia existencialista de Heidegger. O ser humano existe como uma coisa (em si), mas também como uma consciência (para si), que sabe da existência das coisas, sem ser ela mesma uma em si com tais coisas, mas sua negação (o nada).

A consciência localiza o homem ante a possibilidade de escolher o que será. Esta é a condição da liberdade humana. Escolhendo sua ação, o homem se escolhe a si mesmo, mas não escolhe sua existência, que já lhe vem concedida e é requisito de sua escolha, daqui surge a famosa máxima existencialista: a existência precede a essência.

Dois anos mais tarde, alcançou a popularidade, abandonou o ensino para dedicar-se somente a escrever. Juntamente com Aron, Merleau-Ponty e Simone de Beauvoir, fundou Les Temps Modernes, uma das revistas de pensamento de esquerda mais influentes no pós-guerra.

Nesta época, Sartre iniciou uma flutuante relação com o comunismo, feita de aproximações (uma delas provocou uma ruptura com Camus em 1956) e distanciamentos motivados por sua denúncia do stalinismo ou pelo seu protesto referente à invasão da Hungria pela União Soviética. Em sua última obra filosófica (Crítica da Razão Dialética), escrita em 1960, Sartre propôs uma reconciliação entre o materialismo dialético e o existencialismo, ao qual começou a considerar como uma ideia parasita do marxismo, e tratou de estabelecer um fundamento da dialética marxista demonstrando que a atividade racional humana, a práxis, é necessariamente dialética.

Em 1964, rejeitou o Prêmio Nobel de literatura para não “deixar-se recuperar pelo sistema.” Decididamente contrário à política norte-americana no Vietnam, colaborou com Bertrand Russell no estabelecimento do Tribunal Internacional de Estocolmo para a perseguição dos crimes de guerra.

Depois de participar diretamente da revolta estudantil de maio de 1968, multiplicou seus gestos públicos de esquerda, assumiu a direção do periódico La Cause du People e fundou Tout!, de orientação maoísta e libertária. Em 1975, sua saúde começou a ficar debilitada, ficou cego, depois de ter completado sua última grande obra: O Idiota da Família (1971-1972), dedicada ao tema da criação literária, fruto de 10 anos que dedicou à investigação da personalidade de Gustave Flaubert.

Morre em 15 de abril de 1980 no Hospital Broussais (em Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50.000 pessoas. Está enterrado no Cemitério de Montparnasse em Paris.

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OBRAS
  • L'imagination (A imaginação), ensaio filosófico - 1936
  • La transcendance de l'égo (A transcendência do ego), ensaio filosófico - 1937
  • La nausée (A náusea), romance - 1938
  • Le mur (O muro), contos - 1939
  • Esquisse d'une théorie des émotions (Esboço de uma teoria das emoções), ensaio filosófico - 1939
  • L'imaginaire(O imáginário), ensaio filosófico - 1940
  • Les mouches (As moscas), teatro - 1943
  • L'être et le néant (O ser e o nada), tratado filosófico - 1943
  • Réflexions sur la question juive (Reflexões sobre a questão judaica), ensaio político - 1943
  • Les Lettres Nouvelles (A República da Silêncio), ensaio filosófico - 1944
  • Huis clos (Entre quatro paredes), teatro - 1945
  • Les Chemins de la liberté (Os Caminhos da Liberdade) trilogia, compreendendo:
    • L'age de raison (A idade da razão), romance - 1945
    • Le sursis (Sursis), romance - 1947
    • La mort dans l'Âme (Com a morte na alma), romance - 1949
  • Morts sans sépulture (Mortos sem sepultura), teatro - 1946
  • L'Existentialisme est un humanisme (O existencialismo é um humanismo), transcrição de uma conferência proferida em 1946 - Texto posteriormente rejeitado por Sartre.
  • La putain respectueuse (A prostituta respeitosa), teatro - 1946
  • Qu'est ce que la littérature?(O que é a literatura?), ensaio - 1947
  • Baudelaire - 1947
  • Les jeux sont faits (Os dados estão lançados), romance - 1947
  • Situations, vários volumes que reúnem ensaios políticos literários e filosóficos - 1947 a 1965
  • Les Mains Sales (As mãos sujas), teatro - 1948
  • L'Engrenage (A engrenagem), teatro - 1948
  • Orphée noir (Orfeu negro), teatro - 1948
  • Le diable et le bon dieu (O diabo e o bom deus), teatro - 1951
  • Saint Genet, comédien et martyr (Saint Genet, ator e mártir), biografia de Jean Genet - 1952
  • Les séquestrés d'Altona (Os sequestrados de Altona) - 1959
  • Critique de la raison dialectique - Tome I: théorie des ensembles pratiques (Crítica da razão dialética, Tomo I), tratado filosófico - 1960
  • Furacão sobre Cuba (escrito juntamente com Fernando Sabino e Rubem Braga) - 1961
  • Les mots (As palavras), autobiografia - 1964
  • L'idiot de la famille - Gustave Flaubert de 1821 a 1857 (O idiota de família), biografia inacabada de Gustave Flaubert. Apenas dois dos quatro volumes planejados foram escritos - 1971 (volume I) - 1972 (volume II)

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Sem dúvida alguma, a melhor e mais completa biografia sobre Jean-Paul Sartre foi escrita por Annie Cohen-Solal; ela nos leva passo a passo pelos caminhos, angústias, relacionamentos, paixões, compromissos políticos, desavenças pessoais, indagações filosóficas, fracassos e sucessos desse filósofo e romancista cuja vida e pensamento se confundem com a própria história do século XX.

A partir de uma reconstituição detalhada das diferentes épocas, lugares e situações, emerge a figura de um Sartre que constrói a sua filosofia como homem de seu tempo. E também adiante de seu tempo - daí a atração que ele sempre exerceu sobre a juventude. Na década de 30, foi um professor-filósofo com comportamentos que só nos anos 60 seriam difundidos. Também nessa época iniciaria um relacionamento não-convencional com a escritora Simone de Beauvoir, que os colocaria em evidência internacional como exemplo da autonomia e transparência que semelhantes relações podem alcançar. Negou-se a filosofar somente em salas de aula e atrás de escrivaninhas e, devido ao seu comportamento, tornou-se o paradigma de intelectual engajado. Como romancista e dramaturgo, marcou gerações a fio com seus textos, sobretudo A náusea, O muro e o memorialístico As palavras – perpassados pelo Existencialismo. Apesar do reconhecimento do público e da crítica, recusou o prêmio Nobel de Literatura em 1964. Enfim, Sartre assumiu, com todas as conseqüências, os compromissos de uma existência individual que se percebe como historicamente determinada, mas única, indelével e definidora.

A sua biografia, com a riqueza de detalhes recolhidos por Annie Cohen-Solal, é um verdadeiro caminho de descoberta: do filósofo-romancista - para além do mito - e de como a vida e a obra de um indivíduo são História para nós, filhos do século XX, que certamente não seríamos o que somos se ele não tivesse existido.

Fonte: Wikipedia, http://www.infoescola.com/biografias e http://www.lpm.com.br
 
De Sartre só conheço "Entre Quatro Paredes", peça repleta de simbologias sobre a segunda guerra e o povo francês.

Mas queria mesmo era ler esse "O Idiota da Família" que você menciona, Spartaco. :yep:
 
Mas queria mesmo era ler esse "O Idiota da Família" que você menciona, Spartaco. :yep:

Como disse em outro tópico, já saiu o primeiro volume de O Idiota da Família, de Jean-Paul Sartre, publicado pela primeira vez em português pela editora L&PM.

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O filósofo escreveu, por mais de dez anos, três dos quatro volumes que previa para O Idiota da Família, investigação de como o menino que aos sete anos não sabia ler virou o autor de Madame Bovary. Sartre ficou obcecado pelo escritor por ele representar o exato contrário de sua concepção de literatura.

Eu já comprei esse volume, no entanto, como estou lendo vários outros livros, vou ter que deixar para um pouco mais pra frente.
 

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