Esse texto, como todos os outros, não PROVA nada. Ele faz boas referências, dá informações, mas é muito parcial e não mostra os pontos contrários à teoria que o Michael Martinez (um dos maiores especialistas em Tolkien) defende. Seria bem melhor se ele tivesse colocado também os argumentos contra as asas, ao invés de mostrar um só lado da moeda.
>"Sim, Barlog voam... pelo menos desde 1940 em diante, talvez 1948 em diante, ou possivelmente de 1952 ou perto disso em diante."
- Isso é que é precisão...
>"Tolkien já avia começado o processo de transformar os balrogs em Maiar corrompidos mas esta decisão não foi posta em forma escrita até 1948. Apesar de tudo, ele mudou a descrição física do Balrog de Moria e alterou suas habilidades substancialmente daquelas determinadas para os Balrogs nas histórias antigas [e abandonadas]."
- Sim. A descrição feita por Tolkien é aquela que aparece no inicio do Silmarillion e no SdA. Nada de asas.
>"Este Balrog tinha asas, e era capaz de exercer grande poder, e era quase invencível."
- Quem afirma isso é o Martinez, não Tolkien.
>"Ali o Balrog se revelou completamente, e a escuridão com que disfarçava a si mesmo se expandiu."
- Se expandiu COMO se fossem duas asas.
>"As asas eram ou protegidas pela escuridão ou formadas pelo Balrog
imediatamente ou também a escuridão [ou parte da escuridão] era transformada pelo Balrog para tomar a forma de asas [e portanto TORNAVA-SE asas]."
- Peraí!!! As asas eram formadas imediatamente? Aqui o Martinez está sendo falacioso, porque ele sabe melhor do que eu que Maiar menores, presos à Terra, como os Balrogs, não podiam mudar de forma (ou criar asas) instantaneamente. E dizer que que "a escuridão tomava a forma de asas e portanto TORNAVA-SE asas" é uma tremenda falácia. Tomar a forma de asas é muito diferente de tornar-se asas. Daqui a pouco alguém vai dizer que, quando uma criança brinca de projetar sombras na parede, está criando cachorros, coelhos e outros animais de verdade. A sombra do Balrog ficou com uma forma parecida com asas, mas não se tornou um par de asas verdadeiro.
>"o que era não podia ser visto: era COMO uma grande sombra, no meio da qual uma forma escura, humanóide talvez ainda maior". Se o uso de Tolkien da palavra "como" aqui significa que não existiam asas, segue-se que não existia sombra, e se não existia sombra então não seria possível que ela tenha se "estendido como duas grandes asas".
- Outro argumento falacioso, porque nos dois casos a palavra COMO é usada para explicar uma impressão falsa. O Balrog era como uma grande sombra, mas ele não era uma grande sombra. A escuridão se estendeu como duas asas, porém não eram duas asas de verdade. Só sombras.
>"Então, para existir uma sombra devem existir asas..."
- Pura forçação de barra. As "asas" não existiam, eram apenas uma forma tomada pela sombra. A sombra era parte essencial do Balrog. As asas foram só uma ilusão de ótica.
>"... estes dois eram seres de grande poder que, se desejassem, poderiam se movem através do universo à vontade."
- Mentira. Os Maiar só podiam se mover à vontade se abandonassem seus corpos, e mesmo assim sua movimentação não era livre de limites.
>"embora deva ser notado que mais tarde Tolkien decidiu que muitos dos Maiar corrompidos tornaram-se presos a seus corpos devido à atuação em atividades biológicas.
- Logo eles não podiam mudar de forma ou criar asas instantaneamente.
>"A Palavra Final Sobre Balrogs"
- Esse é o exemplo máximo do orgulho do Michael Martinez. Palavra final? Depois de tantos anos de debates, ele se acha o dono da verdade. Uma pena...
>"O que nós encontramos em O SILMARILLION, então, é virtualmente informação inútil..."
- Interessante como ele considera o resto do Silmarillion válido. Só é
inútil em relação aos Balrogs...
>"Em última análise, deve-se aceitar que o Balrogs de Moria têm asas porque J.R.R. Tolkien disse que eles tinham asas, e que os Balrogs voaram para Lammoth porque a sentença não pode significar nenhuma outra coisa."
- Tolkien disse que Balrogs têm asas? Onde? Parece que o Martinez leu a mente do Professor, para falar assim com tanta certeza. E a tal frase sobre os Balrogs voando sobre Hithlum pode significar perfeitamente que eles passaram em grande velocidade.
Martinez é um grande conhecedor da obra de Tolkien, não precisaria apelar desse jeito. Ele poderia argumentar melhor em cima dos textos, e não afirmar categoricamente o que Tolkien pensava ou imaginava ou queria escrever.