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Análise pessoal e definitiva de Anéis de Poder

Fanue Falrond

Montador de Barril
Antes de iniciar, declaro que não só assistirei como estou revendo os episódios, então minha crítica não é para desmotivar quem vem assistindo nem provocar boicotes que a galerinha hoje ama agitar, mas sim, de trazer o meu entendimento e sentimento sobre a série da Amazon.

Essa minha análise que pretendia deixar só na minha cabeça, foi provocada por comentários de que Tolkien não se revirou no túmulo nessas últimas sextas feiras. Em cada palavra desse boomer que vos escreve, deixo a serena certeza de que mesmo meu discurso destoando dos demais, que em ultima instância expô-lo fara bem a mim mesmo. Cheguei a esse fórum com a curiosidade de saber a opinião de outras pessoas sobre a série, que poderia ser igual a minha, de que está sendo bem produzida e que tudo que envolve dinheiro ficou bom, e tudo que envolve imaginário, ficou defasado.

Independente da ambientação em fragmentos da segunda era, minha crítica é um pouco mais profunda, criando um contraponto com o quão rasa é a obra visual, e o como ela não se diferencia em nada de tudo que tivemos de cultura pop nos últimos anos, algo que não esperava se tratando de uma obra que carrega o nome do Tolkien e da trilogia.

O que esperar do imaginário corrompido e limitado do ocidente, tudo é muito americanizado já que somos diariamente colonizados dessa maneira, por seus filmes simplórios e triunfalistas de vitória no último minuto, incapazes de se relacionar com o transcendente, com enredos sem nuances, feitos para o deleite do afegão médio. E ao acaso encontramos o primeiro ponto, qual comparação significativa pode se fazer entre uma paisagem serena e uma cachoeira selvagem? Ambas contêm o infinito em visão e extensão, e quando nos medimos a luz dessa magnificência (Assim como quando nos medimos a luz de algo que tem em seu âmago algo mais elevado) tomamos consciência de nossa finitude e fragilidade. O mesmo incomoda na obra de Tolkien, a modéstia de Aragorn, que mesmo sendo herdeiro do trono se despe de sua nobreza, calma e ferocidade contidas, ou Boromir capaz do auto sacrifício por um bem maior, em tempos de hedonismo egoísta e de uma geração sem muitas habilidades que cresceu ouvindo que é especial, dói um pouco estar exposto a qualquer tipo de simbologia transcendente.

Íliada, Odisseia, Beowulf, O Livro dos Cinco Anéis, e a Mitologia intocada de Tolkien nos remetem a algo maior que os desejos singulares, exploram a relação do homem com aquilo que é divino, com a luta, sua relação com a ferramenta, auto sacrifício e temáticas que estão fora de moda, só sendo hoje entendidas a linguagem de Harry Potter (Falarei sobre o Enredo mais a frente)

Quem fez a série, assim como muitas pessoas que leram os livros, não tem nenhuma capacidade de entender o que é divino e sagrado no mito de Tolkien, visto que sua obra é fundamentalmente católica, com influências cristã e pagã, sendo a arte superior a todas as anteriores visto que não nos exige crença nem culto, pura e simplesmente simpatia sem doutrina que enobrece o espírito humano.

Do ponto de vista antropológico, o tornar especial (Ritos, festas e cerimonias) se relaciona de acordo com Ellen Dissanayake em Homo Aestheticus, com a tentativa de preserva-lo da indiferença emocional e da erosão; mas a beleza quando alvo de um desejo de posse como o que houve com os direitos autorais, leva inevitavelmente á dessacralização. Eu tornei o universo de Tolkien em algo especial para mim.



“The Lord of the Rings is of course a fundamentally religious and Catholic work; unconsciously so at first, but consciously in the revision” (Letters 142).



DESSACRALIZAÇÃO DA OBRA DE TOLKIEN


Para Kant os juízos estéticos são universais e fundamentados na experiência de quem emite a opinião, não num argumento racional, e tentar usar a razão contra pessoas que julgam que o ápice da representação da obra de Tolkien se concretiza no uso de uma simbologia do mundo moderno numa ambientação californiana é de fato perda de tempo, querem mais ver a estética dos jogos que jogaram do que a estética que o Tolkien amava. Amam a obra não pelo seu espírito e essência, mas sim, porque os elfos tem orelhas pontudas, os hobbits pés peludos e que dá pra comprar boneco e souvenir do um anel, o que é aceitável. Kant acreditava que a beleza só poderia ser julgada de um prisma desinteressado, como exemplo, o prazer estético pela natureza sem interferência do utilitarismo de seus recursos, o que era uma falácia para reforçar as posses da burguesia.

Justamente a posse dos direitos autorais, que caíram na mão de diretores com um imaginário tão limitado quanto a amplitude dramática do ator que interpreta o Halbrand, permitiram a criação de uma narrativa obscena. A beleza não é uma possessão, ela só é profanável. Se você der um martelo a uma criança ela não vai construir nada, provavelmente causar destruição. Assim como a beleza do nosso amado esta diante de nós e possamos apenas admira-la, jamais teremos essa beleza. Fui chamado de presunçoso, mas de nenhuma forma a produção também não o foi? Talvez tenhamos que ver sacrifício humano ou até mesmo peitinhos inseridos no universo de Tolkien.

O gesto obsceno revela o corpo nu, corpo puro, e destrói a corporificação daquele que o criou, como o amante ciumento que enxerga a macula devido ao uso equivocado dos elementos sacros (Entenda-se cânones). A obra foi usada apenas para o lucro e deturpada para agradar o público ao qual se dirige (Algo muito próximo da fanfic de GOT) ignorando tudo que orbitou ao seu redor nos ultimos séculos.

As pessoas comuns também se apaixonam mas quantas são capazes de descrever ou conceituar aquilo que sentem? Pessoas comuns dão suas opiniões, mesmo sem saber quando algo deve ser utilizado ou apenas testemunhado.

SÉRIE

Não tenho nenhuma crítica quanto a etnia dos personagens, talvez sinta falta de barba nas anãs, nem vejo uma tentativa de lacração, vejo apenas o utilitarismo citado anteriormente;

“I would have followed you, my brother... My captain... My king”

Muito já foi dito sobre o roteiro em outras análises, péssimas decisões e acontecimentos que se assemelham a uma pane na sinalização de um cruzamento e vários carros vindo em alta velocidade e se amontoando, sobrando só escombros. Com quantos personagens ruins se desconstrói um personagem bom? Se a resposta foi três, acertou.

A deturpação da fala de Boromir se dá através dos três personagens centrais, Arondir, Nori e Galadriel. Já que o mal não pode criar nada e apenas corromper o bem existente; O ponto é que Tolkien acreditava nas instituições e no sagrado, visto que a beleza se relaciona de forma direta com os mesmos; Vemos Galadriel, que representa no mito tudo que há de nobre, forte e belo na representação feminina sendo retratada por sua obsessão por vingança, uma garotinha emburrada com o patriarcado opressor élfico, e uma atriz que ou está presa as suas falas, ou tem zero carisma.

O que os três personagens principais têm em comum é a desobediência a uma ordem preestabelecida, Galadriel, contra seu rei que é Gil Galad, retratado como um intransigente e omisso que não tem nem capacidade de fazer seus próprios discursos e que desacredita na existência do mal, o que cria uma correlação com o grande público moderno, que diferente do mal na série que é existente, tem como responsáveis (De forma delirante) as instituições como raiz da maldade social, pra não falar do desprezo dela pela recusa daquilo que é sagrado, e da busca pela vingança ideológica.
E pra quem achava que Kili e Tauriel era catastrófico o bastante, vem ai Arondir “o solteirão”, que sai contra as ordens de seu capitão sem avisa-lo para terras estrangeiras investigar um causo, e para mostrar toda sua coragem pra solteirona corajosa que esta apaixonado, se joga no primeiro buraco que encontra, e o resultado é o que qualquer pessoa que já jogou D&D imagina, e no diálogo, quando citado o vínculo de um tal vilarejo a Morgoth o argumento é “Não fala assim dos meus miguxos”. E por último a Nori que vai contra a ordem familiar, porém de forma leve ao meu ver visto que ela foi extremamente educada com sua mãe, mais do que qualquer millenial jamais sonharia em ser, especialmente se tirassem a luz do tablet dos seus olhos ou negassem o açúcar que eles precisam frequentemente.

Os Smurfs sujos, feios, desorganizados, sem território, os elfos sem esplendor nenhum, pra matar qualquer tipo de correlação com um estilo de vida mais elevado e alinhado á lei natural e o que há de belo no mundo comum, nem a transcendência do estilo de vida élfico escapou.

A série em nenhum momento propõe uma reflexão, apenas simbologias de embates sociológicos modernos numa obscenidade anacrônica com um repertório imaginativo da california, construído pela Disney e inspirado em Harry Potter, onde os vilões são Voldemorts, todo herói é um rebelde contra o sistema estabelecido, os homens são uns bananas e as mulheres são a “Marry Sue”, nada que não tenhamos visto em Star Wars, Harry Potter e MCU.

Os elfos, os anões, os hobbits existem no nosso mundo quanto simbologia, nos anões a importância da indústria e do trabalho bruto, nos hobbits o valor do lar e da comunidade, os elfos um estilo de vida transcendente e mais elevado, e os homens, somos nós com nossas falhas e virtudes. Agora os hobbits são sujos, os anões só querem ver o circo pegar fogo e pedra quebrando, e os elfos são uns burgueses que se isentam de seu fim teleológico pra viver num estado letárgico.

E o que esperar do vilão de uma obra financiada por um empresário "malvadão e megalomaníaco"? Provavelmente será bonzinho. Nos originais em que o mal representa a indústria, só consigo ver o Palantír como a dominação tecnológica do controle da informação e Saruman com sua manipulação genética e o avanço da indústria em detrimento da beleza natural, essas ideias estão muito próximas de fãs de Tolkien, quase como num “expurgo da fanbase” que se assemelham aos fãs hippies que enxergavam no Condado seu próprio estilo de vida, fãs esses que o Professor se referiu como “Deplorable Cultus”, leram mas não entenderam nada, só espadas e dragões.

Qualquer pessoa tem total direito de achar minha opinião absurda, mas nas palavras de Tolkien:

Mas lhes pediria que fizessem um esforço de imaginação suficiente para entender a irritação (e na ocasião o ressentimento) de um autor, que considera, crescentemente como ele procede, o seu trabalho tratado como pareceria descuidada em geral, em lugares despreocupadamente, e sem sinais evidentes de qualquer apreciação de sobre a respeito de que é tudo isso.

Os critérios de narrativa em qualquer meio não podem ser completamente diferentes; e o fracasso de filmes pobres está freqüentemente justamente no exagero, e na intrusão de assunto não comprovado devido a não perceber onde está a essência do original.

(Letters 210)
 
Alguém que me entende.
Ótima análise.
Como o próprio Christopher que acompanhou de perto o trabalho do pai disse certa vez:
"Tolkien se tornou um monstro, devorado por sua própria popularidade e absorvido pelo absurdo do nosso tempo. O abismo entre a beleza e a seriedade do trabalho e o que se tornou é demais para mim. A comercialização reduziu a nada o impacto estético e filosófico da criação".
 
Antes de iniciar, declaro que não só assistirei como estou revendo os episódios, então minha crítica não é para desmotivar quem vem assistindo nem provocar boicotes que a galerinha hoje ama agitar, mas sim, de trazer o meu entendimento e sentimento sobre a série da Amazon.

Essa minha análise que pretendia deixar só na minha cabeça, foi provocada por comentários de que Tolkien não se revirou no túmulo nessas últimas sextas feiras. Em cada palavra desse boomer que vos escreve, deixo a serena certeza de que mesmo meu discurso destoando dos demais, que em ultima instância expô-lo fara bem a mim mesmo. Cheguei a esse fórum com a curiosidade de saber a opinião de outras pessoas sobre a série, que poderia ser igual a minha, de que está sendo bem produzida e que tudo que envolve dinheiro ficou bom, e tudo que envolve imaginário, ficou defasado.

Independente da ambientação em fragmentos da segunda era, minha crítica é um pouco mais profunda, criando um contraponto com o quão rasa é a obra visual, e o como ela não se diferencia em nada de tudo que tivemos de cultura pop nos últimos anos, algo que não esperava se tratando de uma obra que carrega o nome do Tolkien e da trilogia.

O que esperar do imaginário corrompido e limitado do ocidente, tudo é muito americanizado já que somos diariamente colonizados dessa maneira, por seus filmes simplórios e triunfalistas de vitória no último minuto, incapazes de se relacionar com o transcendente, com enredos sem nuances, feitos para o deleite do afegão médio. E ao acaso encontramos o primeiro ponto, qual comparação significativa pode se fazer entre uma paisagem serena e uma cachoeira selvagem? Ambas contêm o infinito em visão e extensão, e quando nos medimos a luz dessa magnificência (Assim como quando nos medimos a luz de algo que tem em seu âmago algo mais elevado) tomamos consciência de nossa finitude e fragilidade. O mesmo incomoda na obra de Tolkien, a modéstia de Aragorn, que mesmo sendo herdeiro do trono se despe de sua nobreza, calma e ferocidade contidas, ou Boromir capaz do auto sacrifício por um bem maior, em tempos de hedonismo egoísta e de uma geração sem muitas habilidades que cresceu ouvindo que é especial, dói um pouco estar exposto a qualquer tipo de simbologia transcendente.

Íliada, Odisseia, Beowulf, O Livro dos Cinco Anéis, e a Mitologia intocada de Tolkien nos remetem a algo maior que os desejos singulares, exploram a relação do homem com aquilo que é divino, com a luta, sua relação com a ferramenta, auto sacrifício e temáticas que estão fora de moda, só sendo hoje entendidas a linguagem de Harry Potter (Falarei sobre o Enredo mais a frente)

Quem fez a série, assim como muitas pessoas que leram os livros, não tem nenhuma capacidade de entender o que é divino e sagrado no mito de Tolkien, visto que sua obra é fundamentalmente católica, com influências cristã e pagã, sendo a arte superior a todas as anteriores visto que não nos exige crença nem culto, pura e simplesmente simpatia sem doutrina que enobrece o espírito humano.

Do ponto de vista antropológico, o tornar especial (Ritos, festas e cerimonias) se relaciona de acordo com Ellen Dissanayake em Homo Aestheticus, com a tentativa de preserva-lo da indiferença emocional e da erosão; mas a beleza quando alvo de um desejo de posse como o que houve com os direitos autorais, leva inevitavelmente á dessacralização. Eu tornei o universo de Tolkien em algo especial para mim.



“The Lord of the Rings is of course a fundamentally religious and Catholic work; unconsciously so at first, but consciously in the revision” (Letters 142).



DESSACRALIZAÇÃO DA OBRA DE TOLKIEN

Para Kant os juízos estéticos são universais e fundamentados na experiência de quem emite a opinião, não num argumento racional, e tentar usar a razão contra pessoas que julgam que o ápice da representação da obra de Tolkien se concretiza no uso de uma simbologia do mundo moderno numa ambientação californiana é de fato perda de tempo, querem mais ver a estética dos jogos que jogaram do que a estética que o Tolkien amava. Amam a obra não pelo seu espírito e essência, mas sim, porque os elfos tem orelhas pontudas, os hobbits pés peludos e que dá pra comprar boneco e souvenir do um anel, o que é aceitável. Kant acreditava que a beleza só poderia ser julgada de um prisma desinteressado, como exemplo, o prazer estético pela natureza sem interferência do utilitarismo de seus recursos, o que era uma falácia para reforçar as posses da burguesia.

Justamente a posse dos direitos autorais, que caíram na mão de diretores com um imaginário tão limitado quanto a amplitude dramática do ator que interpreta o Halbrand, permitiram a criação de uma narrativa obscena. A beleza não é uma possessão, ela só é profanável. Se você der um martelo a uma criança ela não vai construir nada, provavelmente causar destruição. Assim como a beleza do nosso amado esta diante de nós e possamos apenas admira-la, jamais teremos essa beleza. Fui chamado de presunçoso, mas de nenhuma forma a produção também não o foi? Talvez tenhamos que ver sacrifício humano ou até mesmo peitinhos inseridos no universo de Tolkien.

O gesto obsceno revela o corpo nu, corpo puro, e destrói a corporificação daquele que o criou, como o amante ciumento que enxerga a macula devido ao uso equivocado dos elementos sacros (Entenda-se cânones). A obra foi usada apenas para o lucro e deturpada para agradar o público ao qual se dirige (Algo muito próximo da fanfic de GOT) ignorando tudo que orbitou ao seu redor nos ultimos séculos.

As pessoas comuns também se apaixonam mas quantas são capazes de descrever ou conceituar aquilo que sentem? Pessoas comuns dão suas opiniões, mesmo sem saber quando algo deve ser utilizado ou apenas testemunhado.

SÉRIE

Não tenho nenhuma crítica quanto a etnia dos personagens, talvez sinta falta de barba nas anãs, nem vejo uma tentativa de lacração, vejo apenas o utilitarismo citado anteriormente;

“I would have followed you, my brother... My captain... My king”

Muito já foi dito sobre o roteiro em outras análises, péssimas decisões e acontecimentos que se assemelham a uma pane na sinalização de um cruzamento e vários carros vindo em alta velocidade e se amontoando, sobrando só escombros. Com quantos personagens ruins se desconstrói um personagem bom? Se a resposta foi três, acertou.

A deturpação da fala de Boromir se dá através dos três personagens centrais, Arondir, Nori e Galadriel. Já que o mal não pode criar nada e apenas corromper o bem existente; O ponto é que Tolkien acreditava nas instituições e no sagrado, visto que a beleza se relaciona de forma direta com os mesmos; Vemos Galadriel, que representa no mito tudo que há de nobre, forte e belo na representação feminina sendo retratada por sua obsessão por vingança, uma garotinha emburrada com o patriarcado opressor élfico, e uma atriz que ou está presa as suas falas, ou tem zero carisma.

O que os três personagens principais têm em comum é a desobediência a uma ordem preestabelecida, Galadriel, contra seu rei que é Gil Galad, retratado como um intransigente e omisso que não tem nem capacidade de fazer seus próprios discursos e que desacredita na existência do mal, o que cria uma correlação com o grande público moderno, que diferente do mal na série que é existente, tem como responsáveis (De forma delirante) as instituições como raiz da maldade social, pra não falar do desprezo dela pela recusa daquilo que é sagrado, e da busca pela vingança ideológica.
E pra quem achava que Kili e Tauriel era catastrófico o bastante, vem ai Arondir “o solteirão”, que sai contra as ordens de seu capitão sem avisa-lo para terras estrangeiras investigar um causo, e para mostrar toda sua coragem pra solteirona corajosa que esta apaixonado, se joga no primeiro buraco que encontra, e o resultado é o que qualquer pessoa que já jogou D&D imagina, e no diálogo, quando citado o vínculo de um tal vilarejo a Morgoth o argumento é “Não fala assim dos meus miguxos”. E por último a Nori que vai contra a ordem familiar, porém de forma leve ao meu ver visto que ela foi extremamente educada com sua mãe, mais do que qualquer millenial jamais sonharia em ser, especialmente se tirassem a luz do tablet dos seus olhos ou negassem o açúcar que eles precisam frequentemente.

Os Smurfs sujos, feios, desorganizados, sem território, os elfos sem esplendor nenhum, pra matar qualquer tipo de correlação com um estilo de vida mais elevado e alinhado á lei natural e o que há de belo no mundo comum, nem a transcendência do estilo de vida élfico escapou.

A série em nenhum momento propõe uma reflexão, apenas simbologias de embates sociológicos modernos numa obscenidade anacrônica com um repertório imaginativo da california, construído pela Disney e inspirado em Harry Potter, onde os vilões são Voldemorts, todo herói é um rebelde contra o sistema estabelecido, os homens são uns bananas e as mulheres são a “Marry Sue”, nada que não tenhamos visto em Star Wars, Harry Potter e MCU.

Os elfos, os anões, os hobbits existem no nosso mundo quanto simbologia, nos anões a importância da indústria e do trabalho bruto, nos hobbits o valor do lar e da comunidade, os elfos um estilo de vida transcendente e mais elevado, e os homens, somos nós com nossas falhas e virtudes. Agora os hobbits são sujos, os anões só querem ver o circo pegar fogo e pedra quebrando, e os elfos são uns burgueses que se isentam de seu fim teleológico pra viver num estado letárgico.

E o que esperar do vilão de uma obra financiada por um empresário "malvadão e megalomaníaco"? Provavelmente será bonzinho. Nos originais em que o mal representa a indústria, só consigo ver o Palantír como a dominação tecnológica do controle da informação e Saruman com sua manipulação genética e o avanço da indústria em detrimento da beleza natural, essas ideias estão muito próximas de fãs de Tolkien, quase como num “expurgo da fanbase” que se assemelham aos fãs hippies que enxergavam no Condado seu próprio estilo de vida, fãs esses que o Professor se referiu como “Deplorable Cultus”, leram mas não entenderam nada, só espadas e dragões.

Qualquer pessoa tem total direito de achar minha opinião absurda, mas nas palavras de Tolkien:

Mas lhes pediria que fizessem um esforço de imaginação suficiente para entender a irritação (e na ocasião o ressentimento) de um autor, que considera, crescentemente como ele procede, o seu trabalho tratado como pareceria descuidada em geral, em lugares despreocupadamente, e sem sinais evidentes de qualquer apreciação de sobre a respeito de que é tudo isso.

Os critérios de narrativa em qualquer meio não podem ser completamente diferentes; e o fracasso de filmes pobres está freqüentemente justamente no exagero, e na intrusão de assunto não comprovado devido a não perceber onde está a essência do original.

(Letters 210)
Parabéns pelo texto Fanue. Excelente. Infelizmente é isso aí. A obra de Tolkien foi tragada pelo materialismo e pelo utilitarismo. E lá não existe transcendência ou espírito. É inóspito e estéril. Um lugar que não gera nada exceto o vazio.
 
Esse projeto em específico, já que não se sabe ainda sobre o tratamento futuro global de todo o espólio do autor embora se suspeite no fandom, me fez pensar que a morte do CT não foi apenas uma perda de um ativo ou capital da Tolkien Estate (que é algo que normalmente ocorre quando alguém importante dentro de um negócio falece mudando o status/valor da empresa) mas também expôs o legado ao ataque especulativo que ficou notável depois que o Musk (um especulador que lançou uma bomba especulativa no Twitter, que a bem da verdade a plataforma merecia) comentou o projeto ROP do Bezos (que é outro especulador).

A princípio havia ainda na minha concepção alguma dúvida mas semanas atrás foi ficando cada vez mais claro que o significado dos objetivos de conquistarem "novos clientes de fora" e "corrigir Tolkien" estavam voltados para um produto que entende como cliente primeiramente os ideais/ideologias dos investidores e só depois os fãs dos livros. E nesse baile todo isso quer dizer que o "fã dos livros" é uma ficha negociada na mesa de pôquer, tanto que tem rolado até umas apostas em dinheiro:lol:. E daí que surgiu o staff e "entourage" de ativistas, creio eu, porque são testes dos investidores aproveitando a marca.

Levanta algumas reflexões importantes sobre o que Tolkien pensaria sobre a financeirização do trabalho dele em relação a destinação do conteúdo original.
 
Esse projeto em específico, já que não se sabe ainda sobre o tratamento futuro global de todo o espólio do autor embora se suspeite no fandom, me fez pensar que a morte do CT não foi apenas uma perda de um ativo ou capital da Tolkien Estate (que é algo que normalmente ocorre quando alguém importante dentro de um negócio falece mudando o status/valor da empresa) mas também expôs o legado ao ataque especulativo que ficou notável depois que o Musk (um especulador que lançou uma bomba especulativa no Twitter, que a bem da verdade a plataforma merecia) comentou o projeto ROP do Bezos (que é outro especulador).

A princípio havia ainda na minha concepção alguma dúvida mas semanas atrás foi ficando cada vez mais claro que o significado dos objetivos de conquistarem "novos clientes de fora" e "corrigir Tolkien" estavam voltados para um produto que entende como cliente primeiramente os ideais/ideologias dos investidores e só depois os fãs dos livros. E nesse baile todo isso quer dizer que o "fã dos livros" é uma ficha negociada na mesa de pôquer, tanto que tem rolado até umas apostas em dinheiro:lol:. E daí que surgiu o staff e "entourage" de ativistas, creio eu, porque são testes dos investidores aproveitando a marca.

Levanta algumas reflexões importantes sobre o que Tolkien pensaria sobre a financeirização do trabalho dele em relação a destinação do conteúdo original.

A carta 210 deixa bem claro a opinião de Tolkien sobre as adaptações, ele teria odiado a trilogia e O Hobbit que por mais que imperfeitos, traziam alguma reflexão e traços do seu criador.

Tudo que é belo tem uma assinatura escondida daquele que o criou, dificilmente identificados por aqueles nos quais reside o escárnio, o ceticismo e a provocação, escolhendo para si uma subalterna condição humana em que vale-se apenas defender as liberalidades e o dinheiro (Ironicamente alheios) claro, sem usar nenhum tipo de argumento, apenas esperando alguma reação exacerbada pra uso de alguma falácia informal que descredite a opinião do outro.

Independente da especulação de Sarumans digitais, o que me pegou e foi um duro golpe, foi perceber o desprezo da própria fanbase do Tolkien por seus trabalhos.
 
A carta 210 deixa bem claro a opinião de Tolkien sobre as adaptações, ele teria odiado a trilogia e O Hobbit que por mais que imperfeitos, traziam alguma reflexão e traços do seu criador.

Tudo que é belo tem uma assinatura escondida daquele que o criou, dificilmente identificados por aqueles nos quais reside o escárnio, o ceticismo e a provocação, escolhendo para si uma subalterna condição humana em que vale-se apenas defender as liberalidades e o dinheiro (Ironicamente alheios) claro, sem usar nenhum tipo de argumento, apenas esperando alguma reação exacerbada pra uso de alguma falácia informal que descredite a opinião do outro.

Independente da especulação de Sarumans digitais, o que me pegou e foi um duro golpe, foi perceber o desprezo da própria fanbase do Tolkien por seus trabalhos.
Quais características ou comportamentos te fizeram perceber o desprezo da fanbase pelos trabalhos de Tolkien?

Na minha visão eu percebi que gostos são variados em relação a série mas ninguém veio a questionar a qualidade dos trabalhos originais, queria entender seu ponto.
 
Quais características ou comportamentos te fizeram perceber o desprezo da fanbase pelos trabalhos de Tolkien?

Na minha visão eu percebi que gostos são variados em relação a série mas ninguém veio a questionar a qualidade dos trabalhos originais, queria entender seu ponto.

Dizer que só adolescente crítica, como se o adulto tivesse de aceitar tudo que é empurrado a ele pelas corporações, como se o fato de tecer duras críticas a essa série me tornasse um hater (Mesmo que eu esteja vendo e revendo cada episódio mais duas vezes), chegando ao absurdo de dizer que os que criticam não tem a capacidade de fazer uma argumentação coesa, como se minha opinião fosse tão superficial quanto os mesmos, onde Tolkien é apenas material para fantasia chula e digno de uma distração semanal de uma hora
(O que disse agora está espalhado pelas demais threads do fórum)

Talvez de fato Tolkien esteja morto e já não importa o que ele acreditava, até porque a própria modernidade que ele viu surgir no pós guerra o tenha tragado, e o possivelmente tirado alguns anos de sua vida visto que ele tinha uma base sólida de crenças, mas me incomoda esse desrespeito pelo seu legado

Quaisquer argumentos pra reforçar o ponto de Anéis de Poder faz jus a obra de Tolkien é a beleza física dos personagens, dos efeitos especiais, o que reduz a obra a mera fantasia, dragões e espadas como já disse, e até mesmo uma certa satisfação em ver a subversão da temática e crenças de Tolkien inseridos na obra, onde os fãs aplaudem cada palmo de terra que é jogado em cima de qualquer aspiração a algo maior que suas obras pudesse representar
 
Dizer que só adolescente crítica, como se o adulto tivesse de aceitar tudo que é empurrado a ele pelas corporações, como se o fato de tecer duras críticas a essa série me tornasse um hater (Mesmo que eu esteja vendo e revendo cada episódio mais duas vezes), chegando ao absurdo de dizer que os que criticam não tem a capacidade de fazer uma argumentação coesa, como se minha opinião fosse tão superficial quanto os mesmos, onde Tolkien é apenas material para fantasia chula e digno de uma distração semanal de uma hora
(O que disse agora está espalhado pelas demais threads do fórum)

Talvez de fato Tolkien esteja morto e já não importa o que ele acreditava, até porque a própria modernidade que ele viu surgir no pós guerra o tenha tragado, e o possivelmente tirado alguns anos de sua vida visto que ele tinha uma base sólida de crenças, mas me incomoda esse desrespeito pelo seu legado

Quaisquer argumentos pra reforçar o ponto de Anéis de Poder faz jus a obra de Tolkien é a beleza física dos personagens, dos efeitos especiais, o que reduz a obra a mera fantasia, dragões e espadas como já disse, e até mesmo uma certa satisfação em ver a subversão da temática e crenças de Tolkien inseridos na obra, onde os fãs aplaudem cada palmo de terra que é jogado em cima de qualquer aspiração a algo maior que suas obras pudesse representar
Ficou claro agora, muito obrigado pela explicação. Concordo com essa linha de pensamento, no meu caso eu tive que criar uma ilusão de que rings of power não tem relação nenhuma com Tolkien, pra poder assistir sem ficar muito decepcionado.

No caso eu acho que sou um "Deplorable Cultus" como citou em outro comentário, pois eu tinha interesse em ver o fratricídio de alqualonde, as grandes guerras, os filhos de feanor e suas tristes histórias, essas coisas que podem ser classificadas como dragões e espadas.

Depois de aceitar que não tem nada a ver com Tolkien, eu percebi uma coisa importante: o show é pior do que eu pensava. Agora que não tem a sustentação das obras de Tolkien (que acho que servem como uma máscara para a falta de qualidade) ficou monotono e raso, personagens chatos e história desinteressante. Eu disse em outros tópicos que continuaria vendo, mas acho difícil.

Acho também que, sobre as críticas, da pra conseguir muita discussão interessante e muitos pontos de vista coesos e divertidos em lugares como esse. Tem aqueles que chamam de hater e semelhante, mas acho que faz parte da provocação nas discussões sobre qualquer assunto. Coisas assim podem ser relevadas e podemos dar atenção as opiniões bem elaboradas.

Concluindo, eu entendo o lado que acha rings of power um desrespeito (estou nesse lado), mas também entendo aqueles que gostam dos livros e gostam da série, pois uma fanfic não tem impacto no legado real do autor.

E eu não entendo aqueles que insistem em dizer que rings of power é Tolkien, e entendo menos ainda aqueles que criticam a série com base em preconceito, sem levantar um ponto em relação a história.

PS: Eu sendo um adolescente sou imune ao ataque "só adolescene critica".
 
:rofl: :rofl: :rofl:

É essa a tua grande crítica profunda? Essa citação porca de Kant, esse choro por inautenticidade, um absoluto 0 de crítica técnica da obra como produto cultural.

"Ain mas não respeita o legado cultural do professor nem sua religião molestadora de meninos"

Sério?

Pela propaganda, eu esperava uma tese mas eu já fiz posts em tópico de memes com mais profundidade que esse chororô.
 
Ficou claro agora, muito obrigado pela explicação. Concordo com essa linha de pensamento, no meu caso eu tive que criar uma ilusão de que rings of power não tem relação nenhuma com Tolkien, pra poder assistir sem ficar muito decepcionado.

No caso eu acho que sou um "Deplorable Cultus" como citou em outro comentário, pois eu tinha interesse em ver o fratricídio de alqualonde, as grandes guerras, os filhos de feanor e suas tristes histórias, essas coisas que podem ser classificadas como dragões e espadas.

Depois de aceitar que não tem nada a ver com Tolkien, eu percebi uma coisa importante: o show é pior do que eu pensava. Agora que não tem a sustentação das obras de Tolkien (que acho que servem como uma máscara para a falta de qualidade) ficou monotono e raso, personagens chatos e história desinteressante. Eu disse em outros tópicos que continuaria vendo, mas acho difícil.

Acho também que, sobre as críticas, da pra conseguir muita discussão interessante e muitos pontos de vista coesos e divertidos em lugares como esse. Tem aqueles que chamam de hater e semelhante, mas acho que faz parte da provocação nas discussões sobre qualquer assunto. Coisas assim podem ser relevadas e podemos dar atenção as opiniões bem elaboradas.

Concluindo, eu entendo o lado que acha rings of power um desrespeito (estou nesse lado), mas também entendo aqueles que gostam dos livros e gostam da série, pois uma fanfic não tem impacto no legado real do autor.

E eu não entendo aqueles que insistem em dizer que rings of power é Tolkien, e entendo menos ainda aqueles que criticam a série com base em preconceito, sem levantar um ponto em relação a história.

PS: Eu sendo um adolescente sou imune ao ataque "só adolescene critica".

E acho que justamente os adolescentes que menos criticam, visto que costumam mais aceitar o que a maioria gostou do que se posicionar contra um consensus, e trazer um argumento de autoridade por diferença de idade mostra o nível desse tipo de ser humano :V

Natural querer ver em uma obra visual as historias e personagens que formaram o nosso imaginário, isso não o classifica como um fã de fantasia simplesmente, visto que você espressa em seu texto respeito pela obra, mas traçando um paralelo entre a representação dos personagens da série com uma provável adaptação de Silmarilion, representaram Galadriel como se representassem Feanor como um sádico sem o plano de fundo da morte de seu pai e seu exilio

Vou continuar assistindo de forma resignada, visto que de nenhuma maneira uma série receberia tanto dinheiro se não atendesse os interesses dos investidores, e que pelo menos a ambientação é na terra média

Não acredito que nesses tempos de streaming (Quase que um fast food da sétima "arte") vamos ter nenhum tipo de obra que impressione e inspire, pelo contrário, daqui pra frente só porquisse
 
Não acredito que nesses tempos de streaming (Quase que um fast food da sétima "arte") vamos ter nenhum tipo de obra que impressione e inspire, pelo contrário, daqui pra frente só porquisse
Muito verdade isso, eu guardei por muito tempo uma ansiedade por essa série, mas quando saiu e foi só decepção aceitei que nunca mais teremos uma boa adaptação.
 
Acho também que, sobre as críticas, da pra conseguir muita discussão interessante e muitos pontos de vista coesos e divertidos em lugares como esse. Tem aqueles que chamam de hater e semelhante, mas acho que faz parte da provocação nas discussões sobre qualquer assunto. Coisas assim podem ser relevadas e podemos dar atenção as opiniões bem elaboradas.
Está pronto para ser feliz aqui o fórum.

dolly-jumping.gif
 
:rofl: :rofl: :rofl:

É essa a tua grande crítica profunda? Essa citação porca de Kant, esse choro por inautenticidade, um absoluto 0 de crítica técnica da obra como produto cultural.

"Ain mas não respeita o legado cultural do professor nem sua religião molestadora de meninos"

Sério?

Pela propaganda, eu esperava uma tese mas eu já fiz posts em tópico de memes com mais profundidade que esse chororô.
Ta lá o Einstein na convenção falando dos argumentos dele, do buraco negro, relatividade
Ai um cara levanta a mão e fala
"Religião molestadora de crianças, que citação porca, que choro"
Ai refutou o Einstein
Manda ai o seu portfolio de posts em tópicos de memes pra eu apreciar amigo
 
Ta lá o Einstein na convenção falando dos argumentos dele, do buraco negro, relatividade
Ai um cara levanta a mão e fala
"Religião molestadora de crianças, que citação porca, que choro"
Ai refutou o Einstein
Manda ai o seu portfolio de posts em tópicos de memes pra eu apreciar amigo
Eu tenho bons memes, sim, posso compartilhar.

O que eu ainda estou me perguntando é: cadê a análise?

Porque, por mais óbvio que possa parecer, por mais que o espírito do autor deva ser transmitido na adaptação isso não implica que a obra deva ter o mesmo conteúdo teológico que o Missal romano. Tolkien podia acreditar nisso, e com certeza transmitiu sua crença para os livros mas a obra, como ele mesmo não parava de dizer nas Cartas, não é uma alegoria, não pretende 'representar' um conteúdo moral e religioso em sentido apologético. Tanto é assim que vemos como esse espírito passa ao longe da trilogia original do PJ em vários pontos e isso não quebra o espírito da obra, porque essa coisa de 'espírito', não menos do que a velha discussão sobre cânone, está aberta a múltiplas interpretações.

De resto, essas críticas contra Bezos e a ideologia capitalista que ele encarna não tem absolutamente nada a ver com a série, e, se tem, você falhou em demonstrá-lo.
 
Eu tenho bons memes, sim, posso compartilhar.

O que eu ainda estou me perguntando é: cadê a análise?

Porque, por mais óbvio que possa parecer, por mais que o espírito do autor deva ser transmitido na adaptação isso não implica que a obra deva ter o mesmo conteúdo teológico que o Missal romano. Tolkien podia acreditar nisso, e com certeza transmitiu sua crença para os livros mas a obra, como ele mesmo não parava de dizer nas Cartas, não é uma alegoria, não pretende 'representar' um conteúdo moral e religioso em sentido apologético. Tanto é assim que vemos como esse espírito passa ao longe da trilogia original do PJ em vários pontos e isso não quebra o espírito da obra, porque essa coisa de 'espírito', não menos do que a velha discussão sobre cânone, está aberta a múltiplas interpretações.

De resto, essas críticas contra Bezos e a ideologia capitalista que ele encarna não tem absolutamente nada a ver com a série, e, se tem, você falhou em demonstrá-lo.

Na minha análise o fato de ser uma representação religiosa é irrelevante, eu mesmo digo que a arte é a maior dentre as demais porque não nos exige culto e nos remete a algo belo e maior do que nós, até quando cito homo aestheticus em que o tornar especial (Qualquer coisa pode se tornar especial, no caso a obra de Tolkien) visa resguardar algo da erosão emocional
Se eu for ver uma série épica a ultima coisa que eu quero é um plot que gira em torno de embates sociológicos modernos que tiram completamente o senso de imersão, que foi bem citado anteriormente a nova série de GOT que convence de que aquele é um outro lugar, num outro tempo, e não um anacronismo californiano
Não faço uma crítica ao capitalismo muito menos ao Bezos visto que "malvadão e megalomaniaco" estão entre parenteses porque não o enxergo assim, mas tem gente que sim, só citei pra trazer luz a ironia de que os direitos de o senhor dos anéis estão nas mãos de pessoas que representam ideias iguais a dos vilões e personagens mais trágicos da série
O ponto é, a série é ruim e não faz jus a uma série de fantasia, muito menos a fantasia de Tolkien
Citando Kant novamente, já que você gostou das anteriores, no juízo de gosto sou "pretendente a concórdia" e a série ser ruim é um veredito vinculante com o qual concordariam todos os seres racionais
 
Na minha análise o fato de ser uma representação religiosa é irrelevante, eu mesmo digo que a arte é a maior dentre as demais porque não nos exige culto e nos remete a algo belo e maior do que nós, até quando cito homo aestheticus em que o tornar especial (Qualquer coisa pode se tornar especial, no caso a obra de Tolkien) visa resguardar algo da erosão emocional
Se eu for ver uma série épica a ultima coisa que eu quero é um plot que gira em torno de embates sociológicos modernos que tiram completamente o senso de imersão, que foi bem citado anteriormente a nova série de GOT que convence de que aquele é um outro lugar, num outro tempo, e não um anacronismo californiano
Não faço uma crítica ao capitalismo muito menos ao Bezos visto que "malvadão e megalomaniaco" estão entre parenteses porque não o enxergo assim, mas tem gente que sim, só citei pra trazer luz a ironia de que os direitos de o senhor dos anéis estão nas mãos de pessoas que representam ideias iguais a dos vilões e personagens mais trágicos da série
O ponto é, a série é ruim e não faz jus a uma série de fantasia, muito menos a fantasia de Tolkien
Citando Kant novamente, já que você gostou das anteriores, no juízo de gosto sou "pretendente a concórdia" e a série ser ruim é um veredito vinculante com o qual concordariam todos os seres racionais
Mas qual o problema dos embates sociológicos, não há sociedade nas obras. O primeiro capítulo do SdA é um tratado de sociologia hobbit, ele te incomoda também? Outra coisa: se você, por um efeito de retórica, elenca o Bezos ou o Juca Chaves ou o Silvio Santos como representantes de algum tipo de vilania comparável ao que existe na série, é porque você tem um ponto. Qual seria ele?

E eu entendi que a série é ruim, eu mesmo fiz várias críticas, queria apenas entender como você chegou nessa conclusão. Cadê os argumentos.

Sobre Kant, o argumento da concórdia é válido na estética transcendental apenas como validação de uma média geral, peca pela ausência de universalidade, e ainda se você for por essa média, vai encontrar mais variabilidade entre os seres racionais do que pensa. É o que se vê nesse post, escrito por um ser racional, mas tão mal escrito e argumentativamente confuso e vazio que faz a gente ter dúvidas.
 
Mas qual o problema dos embates sociológicos, não há sociedade nas obras. O primeiro capítulo do SdA é um tratado de sociologia hobbit, ele te incomoda também? Outra coisa: se você, por um efeito de retórica, elenca o Bezos ou o Juca Chaves ou o Silvio Santos como representantes de algum tipo de vilania comparável ao que existe na série, é porque você tem um ponto. Qual seria ele?

E eu entendi que a série é ruim, eu mesmo fiz várias críticas, queria apenas entender como você chegou nessa conclusão. Cadê os argumentos.

Sobre Kant, o argumento da concórdia é válido na estética transcendental apenas como validação de uma média geral, peca pela ausência de universalidade, e ainda se você for por essa média, vai encontrar mais variabilidade entre os seres racionais do que pensa. É o que se vê nesse post, escrito por um ser racional, mas tão mal escrito e argumentativamente confuso e vazio que faz a gente ter dúvidas.

O problema é o anacronismo que isso gera, o que quebra completamente a fantasia. Não teria nenhum problema em ser apresentado a embates sociológicos que ajudassem a conceber um universo próprio da série, e é esse exagero e intrusão que não só mostra o afastamento de uma possível essência característica do original que respalda as decisões estupidas do roteiro que transbordam nos personagens, visto que a "fantasia" toma um ar delirante e só está nas decisões absurdas que os mesmos tomam, o que tira, ainda mais qualquer tipo de racionalidade e consistência que remeta a um universo imaginativamente real
Por Bezos eu me refiro á qualquer tipo de industria utilitarista que usa o que tiver ao alcance pra obter poder, sejam recursos tangiveis ou intangiveis, naturais ou abstratos, amado ou odiado por muitos de acordo com o fim que essa exploração tem como objetivo, pessoalmente nada contra essas figuras
Os argumentos foram expostos e o texto inteiro se complementa ai é falta de interpretação das partes envolvidas, e falando em partes, mesmo concordando em algum nível sempre chegam todos cheios de banca, até me ofereceu algo mole, só não entendi até agora o que vale a pena defender nessa série que os leva a tal ponto de desrespeito e provocação
 
Uma das coisas que acho desrespeito é dizerem que vão "corrigir" a obra de Tolkien, como se tivesse algo para ser corrigido. Uma obra artística é uma expressão pessoal da percepção que a pessoa tem de mundo. É o mesmo que dizer que vão corrigir as obras de Monet, por ele não ver o mundo como eles o veem. Isso só demonstra que não entenderam a obra. Me pergunto por que comprar o direito autoral de algo que eles acham que está errado? Vejo comentários de pessoas que estão chamando Tolkien de racista, machista, entre outras coisas, até orcofóbico. Concordo com você quando diz que a essência contida na obra de Tolkien incomoda, incomoda os corações invejosos e as mentes desprovidas de tamanha criatividade, que não se veem capaz de criar algo ao mesmo nível e nem tentam criar algo próprio. Preferem utilizar o nome do outro para impor sua própria ideologia. Esse é o famoso Zé Ninguém descrito por Wilhelm Reich.
 
Concordo com a Analise, porém quero aqui deixar aqui o meu descontentamento com essa série, que para mim até agora, está longe da essência do verdadeiro "espirito" de Senhor dos Anéis. Prefiro mil vezes assistir a trilogia original, mesmo havendo algumas coisas que não estão no livro, porém PJ manteve a essência! Já nesta série o que vemos? SÓ LACRAÇÃO!! Quero me ater alguns pontos:

1 - GALADRIEL QUE BATE QUE QUER ESPANCAR UM ELFO EM VALINOR, E CRIANÇA?
2 - UMA GALADRIEL OBSTINADA A "VINGAR" UM IRMÃO?
3 - QUE GUERRA ELES FORAM LUTAR? A GUERRA DA IRA? A PRIMEIRA BATALHA? MUITO CONFUSO.
4- UMA ATRIZ QUE NÃO TEM NENHUM CARISMA.
5 - ELFOS FRACOS, RAZOS, COVARDES, MEDIOCRES.
6 - MONSTRO MARINHO???
7 - GALADRIEL EM NUMENOR?
8 - AR-PHARAZON UM CHANCELER? MIRIEL A RAINHA REGENTE?
9 - HAR FOOTS DESNECESSÁRIOS!
10 - CELEBRIMBROR NEM SABIA QUEM ERA FEANOR, SÓ TINHA O "MARTELO" DELE"

Enfim são coisa que pela essência não dá para comparar com a TRILOGIA oficial, e muito menos com os livros. Pelo menos PJ mudou personagens, mas manteve Tolkien nos filmes. Será uma série para simplesmente ser esquecida...!! Olha não conheço a fundo As Cronicas de Fogo e Gelo, mas casa do Dragão é muito melhor viu!!

Falei!!
 

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