Vamos deixar alguns aspectos bem claros antes de prosseguir com este review:
- O Thalion é uma banda nova, que está começando seus shows com cd na mão.
- Ninguém tem a obrigação de soar perfeito, mas tem a obrigação de mostrar esforço.
- Divulgação massiva e quase absurda em alguns casos ajuda, mas joga em cima da banda uma responsabilidade enorme. Ela passa a ter que corresponder ao tanto que foi investido. É justo? Nem tanto. Mas é o preço que se paga.
- Ninguém na WHIPLASH! puxa saco, “paga pau” ou facilita as coisas para qualquer banda. Louvamos o esforço e o trabalho daqueles que acreditam no som que fazem e se dedicam, dando apoio e criticando quando necessário. Desejamos o sucesso de todas as bandas nacionais que podemos acompanhar, mas criticamos sim o que achamos que precisa ser melhorado. Não somos os donos da verdade, mas seria ridículo deixar de emitir nossa opinião.
- A amizade entre membros da equipe e integrantes de bandas surge naturalmente, porque convivemos em shows, eventos, e entrevistas. Ser amigo de uma banda não quer dizer que ela vai ser sempre bem falada em qualquer veículo
(...resenha do Allegro, que tocou na mesma noite...)
Alguns minutos se passaram e as cortinas se abriram para a intro “Atmospheres” e o “Boa Noite Rio de Janeiro” de Alexandra Liambos, que literalmente soou como uma arara sendo violentada a pancadas. O Thalion começou seu “set” com “Follow the Way”, “Wait for Tommorrow” e um cover para “Nemo” do Nightwish.
O som, que estava alto, ficou baixo, e nitidamente estávamos vendo no palco uma banda muito nervosa e insegura, que pecava pela total falta de peso, entrosamento e até mesmo empolgação. Rodrigo Vinhas parecia apenas estar fazendo pose com sua guitarra e o baixista David Shalom ficava apenas agitando a cabeça. Ninguém poderia exigir que a banda soasse perfeita, mas realmente ficou tudo bem aquém do esperado.
O show contaria com convidados, sendo que um destes era Fábio Laguna, do Angra, que ficou responsável pelos teclados. Renato Tribuzy foi chamado ao palco para a execução da balada “The Eoncounter”, aonde o mesmo executou muito bem as vozes de Michael Kiske. Neste momento a banda pareceu bem mais segura em palco, e o destaque passou a ser o bateria Giancarlo, que nitidamente toca muito bem.
Outro convidado seria Hugo Mariutti, guitarrista do Shaman, que participaria de um cover de “No More Tears” (curiosamente sua guitarra estava bem alta). Porém a execução foi um desastre. A voz de Alexandra, que não consegue segurar o tom em nenhum momento, não se encaixa nos agudos proferidos pelo “Madman” Ozzy, e novamente a falta de peso nas guitarras e a oscilação do som prejudicaram o show. Músicas do primeiro cd iam sendo executadas, e o Ballroom ia esvaziando, permanecendo menos de 200 pessoas no decorrer do show. Hugo voltaria para cantar e tocar “Creeping Death” do Metallica, aonde novamente a banda mostrou segurança. O show foi encerrado com “Solitary World”.
Um clima de decepção pairou no ar na saída do Ballroom, mas deve-se dar um crédito a galera do Thalion por estar começando e literalmente estar se conhecendo musicalmente no palco, coisa que requer coragem e vontade mesmo de crescer. Os erros cometidos são normais, e a banda certamente fará shows muito melhores, afinal o potencial de “Another Sun” é notável. Mas que fica ua sensação de que tanto marketing está afetando as cabeças dos caras fica sim. O jeito é sair tocando e mandar brasa. Se há talento, e ao que parece sobra isso na banda, é tudo uma questão de tempo