Quem dá tridimensionalidade ao personagem não é o sistema, mas o jogador
Não é bem assim.
O
sistema de D&D só se importa com uma coisa: sua
função marcial. Pro sistema isso é o que importa. Ele promove uma espécie de jogo de "forças especiais", onde cada jogador assume um especialista encarregado de desempenhar uma determinada
função marcial, formando assim um time. Por isso as classes nada mais são do que diferentes approaches/especializações para o combate.
Por isso, não importa se você é um nobre filho do rei, um plebeu órfão, ou se você tem epilepsia - o que importa é sua
função marcial para o time, e esta vai ser igual para cada bárbaro, cada guerreiro, cada clérigo, e por aí vai. Você pode florear e inventar o quanto quiser de historias pro seu persona, mas no final das contas, o sistema vai esquecer tudo isso, e só vai te fazer a pergunta: qual a sua classe? (já tentou imaginar seu guerreiro em casa jantando com a família? aposto que a primeira imagem que vem é ele com espada, escudo e armadura - mesmo sentado na meja de jantar, não é?
). Por isso os personagens são ditos unidimensionais.
Já Gurps
permite abordar e explorar vários aspectos do seu personagem - não somente o marcial (como D&D) mas também o social, psicológico, profissional, etc. todos
podem ser* relevantes para o
sistema.
*
podem ser, por quê isso depende do grupo - Gurps 4º ed. é totalmente flexível a ponto de permitir grupos tão unidimensionais como D&D, ou tão complexos e multidimensionais quanto Van Gogh (foi ele que arrancou a própria orelha pra pintá-la?
). Por isso seus personagens podem ser
multidimensionais.
Se vocês precisam comprar uma vantagem chamada "gostosão" pra agir como tal, lamento. O D&D não precisa disso. Isso quem faz é o jogador.
Dá pra se fazer o que quiser com qualquer sistema , mas convenhamos - uns ajudam e estimulam mais certos aspectos do que outros.