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Mas isso é verdade, a festa estava preparada pro Corinthians.
CHUPA CBF TB!!!
E depois das seleções do Bola de Prata, Trivela e Globo, a seleção do "craque" (???) Neto:
Seleção do Neto: Jefferson (Botafogo), Alessandro (Corinthians), Chicão (Corinthians), Edu Dracena (Santos) e Fábio Santos (Grêmio); Fabrício (Cruzeiro), Jucilei (Corinthians), Conca (Fluminense) e Bruno César (Corinthians); Jonas (Grêmio) e Thiago Ribeiro (Cruzeiro). Técnico: Muricy Ramalho (Fluminense)
Leia (se for capaz, o texto é meio grande e tal) e aprenda o que houve.
Chega de hipocrisia: viradas de mesa foram apoiadas por todos os grandes clubes brasileiros
por Leonardo Bertozzi, blogueiro do ESPN.com.br
A provocação feita ao Fluminense pelo presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, durante a festa de premiação da CBF aos destaques do Campeonato Brasileiro não foi apenas um discurso de mau perdedor. Foi também um exemplo de hipocrisia. Ao afirmar que seu clube retornou à primeira divisão pela porta da frente, aludindo à canetada que conduziu o Flu de volta à primeira divisão há dez anos, o dirigente alvinegro deixa de contextualizar os fatos para criar uma divisão moral que simplesmente não existe.
Houve um período em que virar a mesa para beneficiar os grandes clubes era algo tão comum que parecia não valer a pena se indignar. Todo mundo sabia que, no caso da queda de um deles, o regulamento seria modificado da maneira que fosse necessária para beneficiá-lo. Aconteceu quando o Grêmio foi rebaixado, em 1991. No ano seguinte, a Segundona promoveu 12 (!) times, uma aberração. E em 1993, para evitar que o "problema" se repetisse, dividiram o campeonato em quatro grupos, sendo que apenas dois deles previam rebaixamento. Nos outros dois, obviamente, estavam os grandes.
O Fluminense deveria disputar a segunda divisão em 1997 por cair dentro de campo em 1996, mas o caso de corrupção envolvendo Ivens Mendes, então chefe da Comissão Nacional de Arbitragem, foi usado como pretexto para cancelar o rebaixamento do clube das Laranjeiras e do Bragantino.
No Caso Ivens, gravações revelaram negociações com Mário Celso Petraglia, dirigente do Atlético-PR, e Alberto Dualib, do Corinthians, para financiamento de campanha política em troca de favores da arbitragem nos jogos. O famoso caso "um-zero-zero". Em um país de justiça mais séria, os dois clubes poderiam até ser rebaixados para a segunda divisão. Mas havia grandes no meio, e a punição desportiva não passou de uma dedução de cinco pontos ao Furacão no campeonato daquele ano.
O Flu foi rebaixado novamente e desta vez não houve cara de pau suficiente para repescá-lo. Assim, caiu para a segunda e depois para a terceira, que disputou em 1999, conquistando em campo o retorno à Série B. Até que explodiu o Caso Sandro Hiroshi, com o Gama contestando na justiça a reversão de resultados favoráveis ao São Paulo por causa da situação irregular do atacante, inscrito com documentação falsa (idade adulterada). O time do Distrito Federal foi rebaixado, o que não aconteceria com a manutenção dos resultados do campo. Então, decidiu entrar na Justiça contra a CBF.
O desenrolar do processo deixou a Confederação impedida de organizar o Brasileirão de 2000. O Gama tinha o direito conquistado na justiça de disputar o campeonato da CBF, e ao mesmo tempo estava suspenso pela Fifa, que proíbe recursos na Justiça comum. Para que houvesse futebol no segundo semestre daquele ano, o Clube dos Treze foi autorizado a organizar a Copa João Havelange, um monstro de 116 times divididos em três divisões que se cruzariam nas fases finais. Critério técnico? Nenhum. Fluminense, Bahia, América-MG e Juventude, que não jogariam a primeira divisão do Brasileiro, foram incluídos.
Não satisfeito, o Gama voltou à Justiça para jogar o novo torneio, até que chegou-se a um acordo e o time verde tornou-se o 25º participante do "Módulo Azul", como ficou conhecido o grupo de elite daquele campeonato. Em 2001, quando a CBF voltou a organizar o campeonato, os rebaixamentos anteriores foram esquecidos e a Série A contou com 28 times, incluindo ainda Paraná e São Caetano (campeão e vice do Módulo Amarelo, a "segunda divisão") e o Botafogo de Ribeirão Preto. A Copa JH também inflenciou na nova Série B, que contou com times que não deveriam integrar a segunda divisão por mérito esportivo.
Em resumo: a virada de mesa que colocou o Fluminense na primeira divisão pela porta dos fundos foi um ato orquestrado pela união dos grandes clubes brasileiros. É um golpe do qual ninguém pode lavar as mãos.
Felizmente, nos anos seguintes o futebol brasileiro viveu um processo de amadurecimento que aceitou como normal a queda dos grandes, com a percepção de que o caminho mais digno é conquistar o direito de disputar a elite jogando futebol. Assim fizeram Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Corinthians e Vasco. No entanto, não é uma questão de um clube ser mais especial que outro. Se o Corinthians fosse rebaixado nos anos 90, não jogaria a segunda divisão de jeito algum. Se o Fluminense caísse quando caiu o time do Parque São Jorge, jogaria a Série B inapelavelmente.
As viradas de mesa não serão esquecidas, mas os clubes beneficiados não têm de ficar marcados eternamente por elas. Pelo contrário: podem olhar para trás como um exemplo da sujeira que o torcedor deixou de aceitar calado.
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