Eu acho que eu deveria escrever isso aqui lá naquele "O livro que arcou minha vida",mas como aquilo e soa meio brega demais vou escrever aqui mesmo.
Com certeza o meu livro favorito é "Cem Anos de Solidão",do grande mestre Gabriel García Márquez,sem dúvida o livro foi mesmo um marco para sua época,á que Gabo reviveu(ou reinventou?) o realismo fantástico que não é bem uma escola literária(a meu ver pelo menos),pois o realismo fantástico é muito abrangente...
É meio difícil fazer uma "sinopse" de "Cem anos...",mas eu vou tentar:O livro conta a história de uma família,os Buendía,seu patriarca José Arcadio Buendía funda o vilarejo de Macondo(fugindo de um fantasma chato de um desafeto que ele assassinou[?!]).Daí pra frente o livroa acompanha as gerações de Buendía que vão surgindo,enfocando cada indivíduo de uma vez,e nenhum desses personagens consegue ser feliz,quando se pensa que está tudo bem uma tragédia acontece,pode ser uma acontecimento bombástico ou o simples definhamento causado pelo idade e pela solidão.
Todo mundo que já leu "Cem..." tem seu personagem(ou história envolvendo um núcleo de personagens) preferido,como o inteligente e honesto cigano Melquíades,ou o José Arcadio(filho de Ursula e José Arcadio Buendía) que depois de andar pelo mundo volta à sua vila natal como um colosso de fortitude.Eu particularmente gosto da história de amor entre Memê e Maurício Babilônia(que em todo lugar que vai borboletas amarelas o acompanham),o desfecho desse capítulo é uma das coisas mais be escritas que eu já li:Quando Memê está esperando Mauricio Babilonia no banheiro de noite o rapaz toma um tiro a mando da mãe de Même e segundo as palavras de Márquez ela fica "tremendo de amor em meio a escorpiões e borboletas amarelas..."gente como diria o renato russo:"É cafona...mas é bonitinha."
E todas essas histórias(como se já não fossem insólitas por si próprias) se passam em algum lugar imaginário no Caribe(?!) em meio a tapetes voadores e magias,a grande sacado do livro também é fazer uma crítica à modernidade,quanto maior macondo fica,menos magia resta até que em um ponto a cidade(junto com os Buendía) começa a declinar depois que a Compania bananeira americana vai embora deixando pra trás pobreza e mortes(em uma rebelião de trabalhadores).O final é simplesmente lírico,triste e tenebroso ao mesmo tempo.
Pode-se pensar que esse "samba-do-latino-doido" é uma maluquice só,mas não, a nossa vida é que é uma maluquice,Gabo só faz "absurdos" parecerem normais,se você acha que isso tudo é doideira,leia um jornal,ou assista um tele jornal,você vai ver que o vilarejo de Macondo é bem mais normal do que se pensa...
É isso aí gente desculpa encher o saco é que é difícil descrever esse fantático livro em poucas palavras.Eu mais que recomendo esse livro.
"por que as dinastias que estão condenadas a cem anos de solidão não tem uma segunda chance sobre esta terra..."