E o Barcelona ficou a ver Navios:
mpérios caem, grandes times desabam – é da vida, faz parte do futebol. Nesta terça-feira, o Barcelona poderoso, envolvente e estonteante mais uma vez não conseguiu se desenredar de uma marcação obsessiva, não foi eficiente nem criativo. Amargou empate de 2 a 2 com o Chelsea e viu virar fumaça o sonho de mais um título europeu. Os ingleses, com sua tática de todo mundo atrás e bola pra frente quando der, estará em Munique no mês que vem.
Não se tira mérito de quem elimina o Barça. No mínimo, teve petulância, o que já é muito, quando se enfrenta uma equipe que inibe adversários com facilidade. O Chelsea entrou como franco-atirador nessa fase, já estava no lucro desde o duelo sofrido com o Napoli em casa, quando soube devolver os 3 a 1 e se garantiu na prorrogação.
Di Matteo e seus jogadores não tinham nada a perder diante do Barcelona, o favorito disparado nos prognósticos e nas casas de apostas de Londres mesmo. O lucro começou no jogo de ida, com a vitória por 1 a 0, na base do “segura atrás e seja o que Deus quiser”. E se consolidou com o empate em cima da hora, conseguido com o gol de Fernando Torres, durante muito tempo um peso morto e agora jogador decisivo. Como tem de ser um atacante.
O jogo em Barcelona foi plasticamente feio, repetitivo e monótono. Mesmo quando estava com 11 (achei excessiva a expulsão de Terry), a equipe inglesa ficou atrás e não teve pudor de mostrar qual seria a estratégia. Com um a menos, então, e com 2 a 1 no placar, foi um acinte. Ok, deu certo, para alegria de quem acha que futebol é resultado apenas. Não acho, e não será agora que modificarei meu pensamento.
O pecado mortal do Barcelona foi o de ter perdido o controle, ao levar o gol de Ramires (lindo, por sinal). Perdeu também a confiança, após o erro de Messi (mandou o pênalti no travessão). Enervou-se, mostrou insegurança pouco comum (mas a mesma do jogo anterior e do clássico de sábado com o Real Madrid), e ainda como castigo supremo tomou o segundo.
Nem tudo na vida sai como a gente quer. No cotidiano, nem sempre sobressai o melhor. Por que seria diferente no futebol? Só não vale dizer que o Barça é uma farsa ou que Messi é produto de marketing. Nem entro nessa discussão, que me soa estúpida e sinal de inveja.
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A única coisa legal é que tenho um técnico aqui que se intitula ex-torcedor do SPFC, e atualmente torcedor do Barça. Inclusive com a camisa do Barça na mochila, que colocou na hora de ir embora. Está mais triste que Palmeirense/Corintiano estavam segunda.