Haran
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Eu ainda acho que a fala de Tolkien que afirma que Eru é Deus é de pouco valor informativo, pois o Deus em questão é interpretado, dentro de várias religiões ou do próprio catolicismo, de diferentes formas. A própria Bíblia é confusa a respeito de várias coisas.
Assim não vejo como estabelecer uma visão "oficial" do autor sobre atributos de Deus, livre-arbítrio, bem e mal dentro de sua obra, e outras visões que devam ser combatidas (?!). O mais sensato é analisar O Silmarillion e as obras do autor, e não obras bíblicas, baseado em algumas falas dele (que, reafirmo, foram pouco desenvolvidas, como muitas de suas idéias – mas nesse caso, creio que ele optou por não faze-lo). É claro que interpretar as obras com idéias de caráter unicamente oriental talvez seja um exagero, mas também é um exagero estabelecer uma única resposta a problemas do tipo ("Eru é bondoso", "o mal é a ausência de bem", etc) baseado em uma das várias visões que teólogos cristãos e católicos tiveram, e simplesmente rejeitar as demais.
Sem falar que seria preciso estabelecer uma leitura que ele resguarda para si ou que ele concretiza na obra, explicitamente ou implicitamente. Tolkien passa várias idéias religiosas, mas não quer dizer que ele passa todas idéias religiosas do catolicismo para seu livro.
E, creio que além da fala de O Silmarillion que já citei, a fala de Gandalf onde ele diz que Frodo estava designado a portar o anel, seja uma evidência da existência do destino. Afinal de contas, Frodo não tinha a escolha de portá-lo, e sim estava designado a fazê-lo. Gandalf diz até que este é "um pensamento encorajador", e de fato o é, pois ele não tem o livre-arbítrio para tomar a decisão (globalmente) errada – tudo daria certo, pois os destinos das coisas são conduzidos por Eru.
Deus se arrepende
(Êx 32:14) Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera havia de fazer ao seu povo.
(Gn 6:6-7) Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e isso lhe pesou no coração (...) pois me arrependo de os haver feito.
(Jn 3:10) Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez.
(2Rs 20:1-7) Ezequias adoeceu e o profeta Isaías disse: Assim diz o Senhor: Põe a tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás. Ezequias orou ao Senhor e chorou muitíssimo. Então o Senhor fez Isaías voltar e falar para Ezequias que tinha ouvido as orações e o curou.
(Gn 18:23-33) Abraão consegue convencer a Deus que não deveria destruir a cidade de Sodoma se lá encontrasse pelo menos 10 justos. No início todos seriam destruídos, justos e ímpios, mas com a interferência de Abraão, que demonstrou ser um excelente argumentador, o Senhor amoleceu o coração e passou a ser mais condescendente. Dos 50 justos que havia falado anteriormente, se conformou em procurar apenas dez.
(1Sm 15:35) E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
(Jr 18:8-10) Se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade,
(Êx 32:14) Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera havia de fazer ao seu povo.
(Gn 6:6-7) Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e isso lhe pesou no coração (...) pois me arrependo de os haver feito.
(Jn 3:10) Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez.
(2Rs 20:1-7) Ezequias adoeceu e o profeta Isaías disse: Assim diz o Senhor: Põe a tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás. Ezequias orou ao Senhor e chorou muitíssimo. Então o Senhor fez Isaías voltar e falar para Ezequias que tinha ouvido as orações e o curou.
(Gn 18:23-33) Abraão consegue convencer a Deus que não deveria destruir a cidade de Sodoma se lá encontrasse pelo menos 10 justos. No início todos seriam destruídos, justos e ímpios, mas com a interferência de Abraão, que demonstrou ser um excelente argumentador, o Senhor amoleceu o coração e passou a ser mais condescendente. Dos 50 justos que havia falado anteriormente, se conformou em procurar apenas dez.
(1Sm 15:35) E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
(Jr 18:8-10) Se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade,
Deus cria o mal
(Is 45:7) Eu formo a luz, e crio as trevas, eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas.
(Lm 3:38) Não é da boca do Altíssimo que saem o mal e o bem?
(Jr 8:11) Assim diz o Senhor: Olhai! Estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós.
(Ez 20:25-26) Também lhe dei estatutos que não eram bons, e juízos pelos quais não haviam de viver; deixei-os contaminar-se em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre, para os assolar, a fim de que soubessem que Eu sou o Senhor.
(Is 45:7) Eu formo a luz, e crio as trevas, eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas.
(Lm 3:38) Não é da boca do Altíssimo que saem o mal e o bem?
(Jr 8:11) Assim diz o Senhor: Olhai! Estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós.
(Ez 20:25-26) Também lhe dei estatutos que não eram bons, e juízos pelos quais não haviam de viver; deixei-os contaminar-se em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre, para os assolar, a fim de que soubessem que Eu sou o Senhor.
Assim não vejo como estabelecer uma visão "oficial" do autor sobre atributos de Deus, livre-arbítrio, bem e mal dentro de sua obra, e outras visões que devam ser combatidas (?!). O mais sensato é analisar O Silmarillion e as obras do autor, e não obras bíblicas, baseado em algumas falas dele (que, reafirmo, foram pouco desenvolvidas, como muitas de suas idéias – mas nesse caso, creio que ele optou por não faze-lo). É claro que interpretar as obras com idéias de caráter unicamente oriental talvez seja um exagero, mas também é um exagero estabelecer uma única resposta a problemas do tipo ("Eru é bondoso", "o mal é a ausência de bem", etc) baseado em uma das várias visões que teólogos cristãos e católicos tiveram, e simplesmente rejeitar as demais.
Sem falar que seria preciso estabelecer uma leitura que ele resguarda para si ou que ele concretiza na obra, explicitamente ou implicitamente. Tolkien passa várias idéias religiosas, mas não quer dizer que ele passa todas idéias religiosas do catolicismo para seu livro.
E, creio que além da fala de O Silmarillion que já citei, a fala de Gandalf onde ele diz que Frodo estava designado a portar o anel, seja uma evidência da existência do destino. Afinal de contas, Frodo não tinha a escolha de portá-lo, e sim estava designado a fazê-lo. Gandalf diz até que este é "um pensamento encorajador", e de fato o é, pois ele não tem o livre-arbítrio para tomar a decisão (globalmente) errada – tudo daria certo, pois os destinos das coisas são conduzidos por Eru.