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Disputa de Autores (Segunda Fase)

Escolha os [SIZE=6][COLOR="#FF0000"][B]DOIS[/B][/COLOR][/SIZE] melhores!


  • Total de votantes
    17
  • Votação encerrada .
Mas já estava na hora, heim? Vamos parar de floodar e vadiar por aí e responder as perguntas interessantes e pertinentes da Clara.


E se me der infração por desacato, conto tudo pra sua namorada =]
 
Vou fazer comparações, não sei se fica legal, mas vamos lá.

Já li Camus, Dostoiévski e Lima Barreto, e gostei demais dos três.
Comecei a ler e não gostei de Nabokov (Lolita) e GG Marques (Cem Anos de Solidão) .

Porque eu deveria dar uma nova chance a esses dois?

E o contrário?
O que um leitor de GG Marques (por exemplo) acharia do Camus ou do Dostoiévski ou do Lima?
Não os acharia, sei lá, cruéis demais (pra não dizer deprimentes)?

E se eu leio Dostoiévski, pra que vou ler Lima Barreto e Nabokov?
Não é melhor ficar só no russo já que ele foi um dos que começaram com essa coisa toda de realismo e a vida como ela é, cheia de lágrimas, patetismos e filhadaputice?

E pra que vou ler sobre gente feia, suja e malvada e choro e ranger de dentes neste vale de lágrimas (Dostoiévski, Camus, Lima) se posso ficar com GG Marques que (pelo que a devogada Liv falou) é delicado, romântico e tchutchu?

E o GG Marques, não é fofucho demais? Cadê realismo nele?
Um leitor de Camus ou do Lima não ficaria meio :blah: com o colombiano?

Aproveitando as inúmeras questões da Clara, peço vênia para dizer que entendo que na literatura não deve haver exclusividade, vale dizer, devemos ler todos os grandes autores, sempre que puder; seria inconcebível achar que só podemos apreciar esse ou aquele, dependendo do tipo de escrita e dos temas abordados pelo escritor.

Vladimir Vladimirovich Nabokov.png Gabriel Garcia Marquez.jpg Albert Camus.jpg Fiodor Dostoiévski.jpg Lima Barreto.jpg

Assim, com toda a certeza, devemos diversificar a nossa leitura, lendo Vladimir Nabokov, Gabriel Garcia Marques, Albert Camus, Fiódor Dostoiévski e Lima Barreto e tantos outros, nacionais e estrangeiros, pois só assim iremos nos enriquecer culturalmente.

No tocante ao escritor que eu defendo, acho que vale a pena, e muito, ler Dostoiévski, uma vez que a respectiva obra é cheia de momentos inesquecíveis. Quem leu Crime e Castigo sabe disso e, destarte, sofreu junto com os delírios e sentimentos contraditórios de Raskólnikov.

Ilusão e destruição são alguns aspectos que parecem dominar os ímpetos de vários dos personagens de Dostoiévski, que são capazes de tudo, às vezes são muito boas, dando a face para ser esbofeteada, humilhando-se até a privação, ou então cruéis, a ponto de assassinar, de modo frio e calculista, pobres seres que, indefesos, ficam a mercê do seu destino.

No entanto, não se pode negar o caráter universal das suas personagens; talvez por isso, nos apaixonamos pela sua obra, porque todos nós também somos movidos por tais aspectos, porém, por sermos escravos da sociedade e dos costumes que elas nos impõem, reprimimos nossos ímpetos, porque de outra forma, seria impossível o convívio em sociedade.

Por outro lado, nos apaixonamos por Dostoiévski porque a leitura dele nos liberta de nós mesmos; de nossos medos, de nossas fraquezas e sentimentos conflituosos, tornando nossa alma mais leve e tolerante, consciente da ideia de que o criminoso e a prostituta são também filhos de Deus e, como nós, passíveis de redenção ou da destruição, conforme a escolha de cada um.
 
Spartaco, querido. Me fale mais de Crime e Castigo. Nunca consegui passar da página 20 =\

crimeecastigo.jpg

Crime e Castigo, publicado em 1866 é, possivelmente, um dos livros mais conhecidos de Dostoiévski; o livro trata da culpa. Como já foi dito pelo nosso ex-forista Paganus, em um curto período de tempo essa obra conta como o estudante Ródion Romanovitch Raskólnikov comete um crime apenas para "provar" sua tese de que a culpa inexiste nos fortes e que apenas estes comandam o mundo. Certo de sua superioridade intelectual e psicológica o jovem comete o crime, mata uma pessoa que para ele é insignificante e tem de lidar com a culpa, as acusações veladas do comissário de polícia, o enfrentamento de crises familiares, ajuda uma outra família desesperada e só encontra a paz verdadeira com Sônia, uma prostituta por necessidade, que lhe mostra o caminho do arrependimento pelo Evangelho.

Assim, como já disse anteriormente, esse romance não pode ser chamado de um mero livro policial, por se tratar antes de uma crônica social e intelectual, uma dissecação psicológica, um amálgama de crises e absurdos existenciais. Desgraças sociais e pessoais fazem parte essencial desse romance, com uma visão aguda da alma russa, do povo simples e pobre, da aristocracia falida, a face dessa nova Rússia e suas chagas, dos camponeses, dos bêbados pelas ruas, pedintes e famintos. A Rússia dos usurários e agiotas, das prostitutas e dos fanáticos socialistas, dos niilistas patéticos e dos moradores de cortiços.

Como se vê é uma verdadeira crônica social e intelectual, uma dissecação psicológica, um amálgama de crises e absurdos existenciais que se juntam em um quadro maior, o quadro da miserável condição humana que só pode ter esperança de regeneração pelo sofrimento.

Por fim, trata-se de uma experiência avassaladora, pois nenhuma pessoa continua sendo a mesma depois de fechar este livro. Por tudo isso recomendo a todos a leitura de Crime e Castigo que está entre os maiores romances da história da literatura universal e, certamente, junto com Os Irmãos Karamazovi, garantiram a Fiódor Dostoiévski a posição de maior escritor russo e, quiça, do mundo.
 
Por isso que eu gosto do Spartaco. É um rapaz bacana e gentil. =]
Já o Calib ri de mim. Não gosto de você, Calib. #xatiada #deprê
 
Vou fazer comparações, não sei se fica legal, mas vamos lá.

Já li Camus, Dostoiévski e Lima Barreto, e gostei demais dos três.
Comecei a ler e não gostei de Nabokov (Lolita) e GG Marques (Cem Anos de Solidão) .

Porque eu deveria dar uma nova chance a esses dois?

A resposta é simples: não dê. Só o Nabokov merece uma segunda chance. GG é tamanho de cueca; não merece seu respeito :humpf:

Talvez o que tenha ocorrido é que você não estava num momento para ler Nabokov. Ele possui uma linguagem rica, uma linguagem irônica onde não importa a história, ou as emoções da persoagem, ou até mesmo a crítica social. Estes aspectos possuem um papel menor, ou um papel secundário, ante a preponderância de como o Nabokov trata esses temas. É a ironia que ele aplica, a todo instante, que transforma e corrói o objeto de análise, de modo que é o resultado desse processo, e a utilização desse instrumento, que saltam aos olhos e enriquecem o texto.

Assim, tente lê-lo aos poucos, degustando cada frase, cada ironia que aparece. Pode ser que dê certo em outro momento :D

E se eu leio Dostoiévski, pra que vou ler Lima Barreto e Nabokov?
Não é melhor ficar só no russo já que ele foi um dos que começaram com essa coisa toda de realismo e a vida como ela é, cheia de lágrimas, patetismos e filhadaputice?

Acho que se a gente fosse usar esse argumento, nós simplesmente não sairíamos de Homero. No final das contas, não só compensa ler Lima Barreto ou Nabokov, como compensa ler inclusive qualquer outro autor (até mesmo o PP Marques). A amplitude da obra de um autor não anula a amplitude de outra obra, por menor que ela seja, mais ou menos como ocorreria com ler Romeu e Julieta e depois acompanhar o casal de Crepúsculo. Um não anula o outro, um não faz com que o outro se torne desnecessário, visto que, além de serem obras de seres humanos distintos, são obras que nascem de momentos históricos diferentes.

Basta ver, no teatro, as inúmeras formas que se trabalha um mesmo princípio. Veja o caso da história de Fedra, ou a história de Hipólito: o Fedra de Racine não anula a versão de Sêneca, de Eurípides, de Cocteau. Como postei noutro tópico, de acordo com alguns teóricos do teatro, existem não mais que 36 situações dramáticas!
 
Qualquer membro pode votar né? Não acompanhei os outros debates e dois cinco autores só li dois: Gabo e Dôsto.
Não sei se seria justo etc.
 
Por isso que a disputa tem os advogados. Mesmo não lendo/conhecendo todos os autores, qualquer um pode votar =]
 
Não votei no Nabokov. Votei no Dostoiévski e no Garcia Marquez pois acho que seus advogados fizeram um trabalho melhor que o dos outros nessa segunda fase. Na verdade, o trabalho de todos estava muito bom, eu diria até mesmo pau a pau; mas não posso negar que esses dois se sobressaíram ao longo do tópico, de modo que decidi votar neles.

Além do mais, nem eu mesmo fiquei satisfeito com a defesa que fiz de meu cliente nessa parte da disputa. Me desculpe, Nabokov.
 
Eu também, votei em dois quaisquer.


Mentira.



Votei pelo conjunto da defesa, 1ª e 2ª fases.
O Mavericco porque entrou bem na brincadeira, simulou uma defesa de tribunal e soube enfim fazer uma bela defesa, despertando o meu interesse pelo Nabokov (além de ter provocado os outros aqui, que arregaram e não me deixaram ver o sangue que eu tanto queria...).
E o Cantona... Bem, ninguém defende alguém com mais paixão do que o Cantona ao Lima Barreto. XD
 

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