Maglor
Lacho calad! Drego morn!
Elrond Meio-Elfo disse:Os outros povos do mundo não tinham porque acreditar em Eru Iluvatar. E muitos deles (incluindo os sulistas e os orientais) entraram em contato com a cultura númenoriana (númenorianos negros, etc...), logo com os ensinamentos divinos dos Valar. Mesmo assim eles não adoravam Iluvatar. Na Terceira Era muito possivelmente eles acreditavam que o próprio Sauron era o Deus criador (satanistas ). O que pra mim seria um crime ainda maior do que simplesmente acreditar em nenhum Deus. Se a lei do caminho certo e do caminho errado fosse realmente verdadeira, então Iluvatar deveria ter punido todos esses povos.
Ora, eles tomaram contato com os Numenorianos Negros, que eram aqueles na Terra-Média que eram contra os Fiéis. Portanto esses povos sempre foram "mal-direcionados". Nós não temos como saber o destino deles além de Arda, mas nela Eru apenas puniu diretamente aos que tomaram conhecimento da sua vontade.
Elrond disse:A idéia de destino em si é conflitante com a idéia de liberdade. Eu não acredito em destino. Eu acho que o futuro não está determinado ou escrito. Mas não é assim que a Terra-Média funciona. Na Terra-Média existe um destino criado por Eru antes mesmo da música ser traçada. Tudo é estabelecido perante a onisciência de Iluvatar. Ele é o original. Ele vê o passado o presente e o futuro. Ele sempre soube de tudo. Não há razão lógica pra acreditar que Eru Iluvatar não sabia de cada entonação da música mesmo antes de ela ser criada, já que o contrário disso vai contra a idéia básica de ONISCIÊNCIA.
O problema é que algumas pessoas se snetem incomodadas com a idéia de que suas vidas já foram escritas. Eu sou uma delas. Mas na Terra-Média é exatamente assim. Mas SOMENTE porque Iluvatar é onisciente. Iluvatar é o criador do Universo. É CLARO que ele já tem tudo em mente. Agora, o livre-arbítrio ainda existe, pelo menos nas cabeças dos seres criados. E é isso que importa.
O seu conceito de onisciência não é o mesmo que eu penso que deva ser aplicado a Ilúvatar. Ele sabia de fato de tudo que se passava e se passou em Ëa, assim como de que no Final a Sua vontade seria feita. Mas ele não poderia dizer se um homem iria ir para a direita ou para a esquerda de uma encruzilhada, já que apenas àquele homem cabia aquela decisão. Tanto os ainur quanto os homens eram dotados da Chama.
Eru diz no Ainunlidalë:
"-A partir do tem aque lhes indiquei, desejo que agora criem juntos, em harmonia, uma Música Magnífica. E, como eu os inspirei com a Chama Imperecível, vocês vão demonstrar seus poderes ornamentando esse tema, cada um com seus próprios pensamentos e recursos, se assim o desejar. Eu porém me sentarei para escutar; e, me alegrarei, pois através de vocês uma grande beleza terá sido despertada em forma de música."
Esse trecho é um dos que mais fala, para mim, em todo o texto. Ele deixa explícito que os ainur eram dotados do Livre-arbítrio, o que, como você disse, impede a idéia de destino; e já fica clara a idéia de que a vontade de Eru é soberana, de forma que até Melkor trabalha para sua realização. O "destino" em Ëa se resume a alguns acontecimentos isolados, como o fato de que no Final tudo convergiria para o triunfo da vontade d'Ele.
Melkor era tão dotado do Livre quanto todos os outros, mas era mais poderoso e desejou mais poder para si. Entretanto, não foi Eru quem lhe impôs causar a dissonância, Melkor a fez por sua exclusiva vontade. O texto diz que ele primeiro sentiu vontade de criar vida e não poderia, cobiçou a chama, e depois, do medo, nasceu seu ódio. Questionar o que motivou em Melkor esses sentimentos é impossível e foge ao aspecto da obra; mas tem respaldo nela a idéia de que partiu dele, do vala, invariavelmente.
Melkor tinha um quinhão das capacidades de todos os outros ainur, e apenas isso é dito quanto a ele, que ele era mais poderoso entre todos. Não diz que Eru imbuiu nele sentimentos negativos, mas esses sentimentos surgiram em Melkor, de fato.