haereticus
Horror psicológico
Anos de Chumbo - Primeiro Manifesto
Ato I - Honram-se memórias
Em um triste dia de Agosto de 1964 pela manhã chegam para o último adeus, alguns amigos próximos de Rubens Paiva, ex-Clinico geral, que agora se encontra em um leito do Hospital Real Português em Recife, já em estado terminal acometido de um tumor cerebral, que já consumiu boa parte de sua memória e sanidade, praticamente sofre com os fantasmas que o atormentam ao final da vida e de seus experimentos no Reino do oculto como já era sabido pelos seus mais confidentes.Deitado na cama rodeado pela sua esposa Maria e seu filho de menor Rubens Paiva Filho, seus amigos Eduardo Marsh, psiquiatra e companheiro de turnos durante o trabalho, Susana Gomes sua ex-aluna e estagiária ao qual fez anotações sobre os controversos tratamentos dados as pessoas com deficiência mental, Adriana Lewis,bibliotecária que conhecera aquele senhor simpático que tantas horas passava no silêncio da biblioteca, lendo e trocando ideias e o Padre José Rufino ao qual confidenciou toda sua vida. Com um gesto trêmulo Rubens pede a sua esposa e filho que saiam da sala, após alguns segundos a sós dentro do quarto o moribundo aponta para uma caixa de madeira velha que estava em cima da mesinha de cabeceira, Susana a mais próxima dela pega-a e a trás para mais perto dos demais. Com a voz ofegante e embargada, Rubens balbuciava alguma história sobre um evento ocorrido há cerca de muitos anos atrás.
Rubens Paiva
-Há anos atrás... talvez quatro décadas quando ainda era estudante de medicina, eu e um grupo de amigos conduzimos uma série de experiências inofensivas no reino do oculto, acompanhados por nosso professor chamado Mário, leitor assiduo de obras de ocultismo, alugamos uma casa abandonada na pequena vila de Massaussu, um distrito interiorano fora dos mapas de Pernambuco, onde havia uma usina de cana-de-açúcar de mesmo nome. Lá conduzimos experiências mediúnicas e de pesquisa psíquica, o local afastado e a casa forneciam toda a privacidade necessária. Mais algo deu muito errado, muito errado... Um de nossos amigos de faculdade morreu na experiência e outro ficou louco, os restantes conseguiram convencer as autoridades que o que acontecera fora o resultado trágico de um acidente de carro, as investigações foram bem precárias na época e a policia acabou encerrado e arquivando o processo, conseguimos nos safar, pois seriamos acusados de assassinato.
O enfermo Rubens já parecia estar com o pulso fraco enquanto o tom de sua pele ia ficando cada vez mais branca, suas forças iam se esvaindo na ocasião e os presentes sabiam disso, mais ele ainda reunia forças para concluir o que precisava ser feito.
Rubens Paiva
- Antes de a enfermidade me sucumbir a um inútil, o ex-professor Mário me contatou por uma carta, disse que precisaria me ver para terminar o que deixaram em aberto naquela época... Eu já não tenho mais condições de fazê-lo, por favor só peço que levem esta caixa para o Senhor Mário ele saberá o que fazer e precisará de ajuda, ele já deve estar com quase noventa anos. Há um endereço com minha esposa que passei mais cedo verbalmente, minha maldita mente já está começando a pregar peças, acho que vou me entorpecer aqui até a morte levar, talvez seja até um caminho de luz, graças a presença de meu amigo Padre Rufino, acho que chegou a hora de despedida, engraçado pedir como último favor a extrema unção.
Rubens já sem forças desfalece no leito mais ainda possui o pulso fraco, enquanto os demais o rodeiam, o enfermo havia pedido um último favor ao seu amigo José Rufino para lhe dar a extrema unção, para poder partir para um caminho de luz como o mesmo costumava dizer.
A jovem Susana coloca a caixa ao lado do leito, enquanto confusa tenta entender a situação.
Susana Gomes
- Ele está pedindo que levemos esta caixa para um ex-professor dele para terminar um dos serviços que não fora terminado a anos atrás. Praticamente é estranho já que ele nunca deixou participar de nenhuma sessão desse tipo, apenas quando se tratava de doentes mentais e os tratamentos controversos, o Doutor Marsh sabe do que estou falando. A esposa dele que está no corredor do Hospital segundo ele tem o endereço deste homem. Vocês acham que devemos agir ?
Recife década de sessenta :
Status Sanidade / Físico :
Eduardo Marsh – 1 / 1
Adriana Lewis – 1 / 1
José Rufino – 1 / 1
Off : Ação livre para os três interagirem na situação.
Ato I - Honram-se memórias
Em um triste dia de Agosto de 1964 pela manhã chegam para o último adeus, alguns amigos próximos de Rubens Paiva, ex-Clinico geral, que agora se encontra em um leito do Hospital Real Português em Recife, já em estado terminal acometido de um tumor cerebral, que já consumiu boa parte de sua memória e sanidade, praticamente sofre com os fantasmas que o atormentam ao final da vida e de seus experimentos no Reino do oculto como já era sabido pelos seus mais confidentes.Deitado na cama rodeado pela sua esposa Maria e seu filho de menor Rubens Paiva Filho, seus amigos Eduardo Marsh, psiquiatra e companheiro de turnos durante o trabalho, Susana Gomes sua ex-aluna e estagiária ao qual fez anotações sobre os controversos tratamentos dados as pessoas com deficiência mental, Adriana Lewis,bibliotecária que conhecera aquele senhor simpático que tantas horas passava no silêncio da biblioteca, lendo e trocando ideias e o Padre José Rufino ao qual confidenciou toda sua vida. Com um gesto trêmulo Rubens pede a sua esposa e filho que saiam da sala, após alguns segundos a sós dentro do quarto o moribundo aponta para uma caixa de madeira velha que estava em cima da mesinha de cabeceira, Susana a mais próxima dela pega-a e a trás para mais perto dos demais. Com a voz ofegante e embargada, Rubens balbuciava alguma história sobre um evento ocorrido há cerca de muitos anos atrás.
Rubens Paiva
-Há anos atrás... talvez quatro décadas quando ainda era estudante de medicina, eu e um grupo de amigos conduzimos uma série de experiências inofensivas no reino do oculto, acompanhados por nosso professor chamado Mário, leitor assiduo de obras de ocultismo, alugamos uma casa abandonada na pequena vila de Massaussu, um distrito interiorano fora dos mapas de Pernambuco, onde havia uma usina de cana-de-açúcar de mesmo nome. Lá conduzimos experiências mediúnicas e de pesquisa psíquica, o local afastado e a casa forneciam toda a privacidade necessária. Mais algo deu muito errado, muito errado... Um de nossos amigos de faculdade morreu na experiência e outro ficou louco, os restantes conseguiram convencer as autoridades que o que acontecera fora o resultado trágico de um acidente de carro, as investigações foram bem precárias na época e a policia acabou encerrado e arquivando o processo, conseguimos nos safar, pois seriamos acusados de assassinato.
O enfermo Rubens já parecia estar com o pulso fraco enquanto o tom de sua pele ia ficando cada vez mais branca, suas forças iam se esvaindo na ocasião e os presentes sabiam disso, mais ele ainda reunia forças para concluir o que precisava ser feito.
Rubens Paiva
- Antes de a enfermidade me sucumbir a um inútil, o ex-professor Mário me contatou por uma carta, disse que precisaria me ver para terminar o que deixaram em aberto naquela época... Eu já não tenho mais condições de fazê-lo, por favor só peço que levem esta caixa para o Senhor Mário ele saberá o que fazer e precisará de ajuda, ele já deve estar com quase noventa anos. Há um endereço com minha esposa que passei mais cedo verbalmente, minha maldita mente já está começando a pregar peças, acho que vou me entorpecer aqui até a morte levar, talvez seja até um caminho de luz, graças a presença de meu amigo Padre Rufino, acho que chegou a hora de despedida, engraçado pedir como último favor a extrema unção.
Rubens já sem forças desfalece no leito mais ainda possui o pulso fraco, enquanto os demais o rodeiam, o enfermo havia pedido um último favor ao seu amigo José Rufino para lhe dar a extrema unção, para poder partir para um caminho de luz como o mesmo costumava dizer.
A jovem Susana coloca a caixa ao lado do leito, enquanto confusa tenta entender a situação.
Susana Gomes
- Ele está pedindo que levemos esta caixa para um ex-professor dele para terminar um dos serviços que não fora terminado a anos atrás. Praticamente é estranho já que ele nunca deixou participar de nenhuma sessão desse tipo, apenas quando se tratava de doentes mentais e os tratamentos controversos, o Doutor Marsh sabe do que estou falando. A esposa dele que está no corredor do Hospital segundo ele tem o endereço deste homem. Vocês acham que devemos agir ?
Recife década de sessenta :
Status Sanidade / Físico :
Eduardo Marsh – 1 / 1
Adriana Lewis – 1 / 1
José Rufino – 1 / 1
Off : Ação livre para os três interagirem na situação.
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