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Casimiro de Abreu

Katrina

Usuário
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Casimiro José Marques de Abreu, poeta brasileiro, nasceu no dia 4 de Janeiro de 1839, em Barra de São João, no Estado do Rio, e morreu no dia 18 de outubro de 1860, em Nova Friburgo.

Iniciou seus estudos em Nova Friburgo no Colégio Freese.

Em 1853, Casimiro embarcou para Lisboa deixando seu pai, português, José Joaquim Marques de Abreu, no Rio, onde era comerciante. Viveu 4 anos em Portugal, onde contraiu tuberculose.

Poeta nostálgico, sua solidão deu estímulo à sua vida poética. Dirigiu-se para a terra de Nova Friburgo, vindo a falecer na fazenda lndaiaçu. Seus primeiros versos, foram inspirados e baseados na saudade. Diz Casimiro de Abreu:"estando em minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o titulo "Ave Maria" Sua vocação foi contrariada por seu pai, que o obrigou a trabalhar em sua loja, privando-o das oportunidades de desenvolver sua vocação artística.

O poeta relata os seus desgostos: foi em setembro, sufocando o grito de lamento; contrariada foi a minha vocação, sentei-me à carteira do escritório e abracei-me à vida comercial, vida vulgar que esgota todas as faculdades.

Casimiro foi convidado para patrono da cadeira número 6 da Academia Brasileira de Letras.

Escreveu as seguintes obras: Camões e o Jau, teatro (1856); Carolina, romance (1856); Camila, romance inacabado (1856); A virgem loura Páginas do coração, prosa poética (1857); As primaveras (1859). Foram reunidas na Obras de Casimiro de Abreu, edição comemorativa do centenário do poeta; organização, apuração do texto, escorço biográfico e notas por Sousa da Silveira.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Casimiro_de_Abreu
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/casimiro-de-abreu/casimiro-de-abreu.php


As Primaveras

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Dos poetas de sua geração é Casimiro de Abreu, talvez mais que outro qualquer, o poeta do amor e da saudade. Os dois sentimentos são a alma e sua poesias (...). Lá de longe cantou a sua terra, os sítios da sua infância, as suas recordações de toda ordem, avivadas pela saudade, com sentida e comovedora emoção (...). Pelo que é Casimiro o poeta brasileiro que o nosso povo mais entende e a quem mais quer.

A obra está disponível no Porta Domínio Público: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000163.pdf

e conta com alguns poemas bem conhecidos do autor:

Saudades
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio,
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então – proscrito e sozinho –
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
– Saudades – dos meus amores,
– Saudades – da minha terra !

....1856

Meus Oito Anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores.
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras.
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

..................................

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Lisboa – 1857.
 
Desde que eu vi este vídeo no youtube, não consigo pensar em Casimiro de Abreu sem lembrar de Paulo Autran.

Um belíssimo poema e uma linda interpretação. :pipoca:
 
Já conhecia o poema Meus Oito Anos. Casimiro de Abreu é o nome de escola aqui da cidade. Mas não ligava uma coisa à outra...
Bonito mesmo Paulo Autran declamando Meus Oito Anos.
Eu lembro muito que esse poema sempre era declamado nos concursos de poesias do colégio...
 

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