Excelente proposta de discussão Vylia!
No meu caso me vejo 'levada' a votar na primeira opção.
Conheci algumas obras do professor (Silma, Hobbit e SdA) antes dos lançamentos do filme. Então, a minha imaginação teve que "trabalhar" bastante para criar imagens dos personagens e lugares que eu estava conhecendo. Depois dos lançamentos dos filmes não posso negar que minha imaginação não foi influenciada, nem tanto no que diz respeito aos personagens (ainda consigo imaginar um Barbávore, hobbits, Elrond e mesmo o Gandalf, um pouco diferentes dos do filme). Quanto aos lugares, estes sim sofreram mais influências, principalmente aqueles que a minha imaginação não conseguia suprir, tais como: Gondor e o Abismo de Helm. Quando releio as obras, são as imagens do filme que vêm a minha mente. E não vejo isso como uma coisa ruim, pelo contrário torna a leitura mais completa.
Mas não quero dizer com isso, que aprovo a total "absorbância" do que foi apresentado nas telonas, nas leituras das obras tolkienianas. Como bem lembrado pela Pam EQA, temos é que ajudar nossa imaginação e não tolhê-la. Há muitos detalhes nas obras para serem imaginados!
Quanto a outros tipos de influências, tais como: leituras e conhecimentos acerca de outras áreas do conhecimento (filosofia, teologia, física, biologia, história, geografia... ), elas podem tanto influenciar positivamente quanto negativamente e aí dependerá exclusivamente da abertura a novas idéias por parte dos conhecedores delas. Explico-me melhor.
Não adianta nada o leitor X ter um grande conhecimento de história, p. ex., e devido a este conhecimento fazer uma leitura Y da obra e negar que também possa se fazer uma leitura Y1, Y2.... Fazer isso é ir contra ao que Tolkien escrevia. Afinal, como ele bem o dizia, sua obra não era alegórica (e sempre acabamos voltando a este assunto...
) e sim, é uma obra que permite as mais variadas leituras de acordo com o conhecimento do leitor. Utilizar-se de qualquer conhecimento para ir contra isso é negar este fato. Bem como, achar que Y é Y e ponto final também não é legal.
Aproveitar estes diversos conhecimentos para fazermos discussões e leituras mil é interessante, é claro, que as mil leituras feitas não serão todas corretas e aí caberá a cada leitor filtrar aquilo que lhe interessar e que ele achar plausível. Se isso ocorrer, não vejo problema algum em discutirmos as obras tolkienianas sob a ótica do cristianismo, da teologia, da filosofia, das ciências naturais, etc...
Desde que não saiamos aceitando tudo que lemos por aí como absoluto deixando de lado antigas e boas convicções, desde que não hajamos como esponjas, tudo bem.