Logan Mcloud disse:
lol no outro forum... oq tem a url no topico acho q falava.... mas posso estar enganado....
É esse o X da questão. É isso que perguntei. Se pode-se chamar alguma obra de Literatura Gótica, pois eu li num livro de Literatura sobre essa nomeclatura, mas muitos afirmam que é errado chamar uma obra de literatura gótica.
Vou botar abaixo o texto do livro em questão:
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A Prosa Gótica
Contrapondo-se aos valores racionalistas e materialistas da sociedade burguesa, certos escritores do Romantismo criam uma literatura fantasiosa, identificada com um universo de satanismo, mistério, morte, sonho, loucura, e degradação. Trata-se da literatura de tradição gótica, conhecida também como maldita, que até hoje encontra adeptos na literatura, na música e no cimena.
Você já ouviu estes versos, de Rita Lee e Roberto de Carvalho?
Venha me beijar, meu doce vampiro
Ô, uou, na luz do luar
Ah, ah, ah, ah, venha sugar o calor
De dentro do meu sangue, vermelho,
tão vivo, tão eterno, veneno
que mata a sua sede
que me bebe quente
como um licor
brindando à morte
e fazendo amor
O vampirismo, o amor, a morte e o ambiente noturno, presentes no texto acima, são elementos da tradição gótica, introduzida na literatura brasileira pelo paulista Álvares de Azevedo e por outros poetas da segunda geração do Romantismo, marcada pelo byronismo e e pelo mal-do-século.
A tradição gótica: ao diabo o status quo
A tradição literária gótica é representada pela prosa de Álvares de Azevedo, por parte de sua poesia (a face Caliban) e por algumas contribuições de Bernardo Guimarães e Junqueira Freire.
Essa produção representa uma ruptura não apenas com os padrões literários vigentes, estabelecidos pela primeira geração romântica, mas também com os próprios valoresa da sociedade. Trata-se, em suma de uma literatura que afronta o racionalismo e o materialismo burgueses e opta por zonas escuras e antilógicas do subconsciente, onde de fundem instintos de vida e de morte, libido e terror.
A literatura gótica sempre teve um caráter marginal, de acordo com o sentimento de marginalidade experimentado pelos escritores ultra-românticos que deram origem a ela em nosso país. Na Europa, tiveram ligações com essa tendência Charles Baudelaire, pós -romântico, e Mallarmé, um dos pais do Simbolismo francês; nos Estados Unidos, o poeta e prosador romântico Edgar Allan Poe; no Brasil, os simbolistas Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraes e o pré-modernista Augusto dos Anjos.
Da Década de 1960 em diante, o macabro tem encontrado adeptos no cinema, na literatura e principalmente entre grupos de rock, jovens, adolescentes e sociedades alternativas, que vêem nessa tradição uma forma de protesto contra a ordem social.
Álvares de Azevedo: amor e morte
A produção gótica-romântica em prosa é representada pelas obras Noite na Taverna, de contos, e Macário, peça teatral, ambas realizações de Álvares de Azevedo.
O ambiente noturno e degradado desses textos não tem nenhum vínculo direto com as vivências do escritor, morto precocemente aos 21 anos. São fruto da imaginação fantasiosa do quase adolescente Álvares de Azevedo e da influência exercida sobre ele pelo escritor Lord Byron.