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vida de pobre nos EUA é boa?

Rafael, aqui em são paulo uma faxineira cobra não menos que R$ 120 , por mês ela pode tirar R$ 2.400,00.
Algumas das poucas coisas boas que o governo do PT fez foi aumentar o número de pessoas na Universidade. Não vou entrar no mérito da qualidade do ensino, que está cada vez pior, mas o número de formados aumentou drasticamente.
Devido a isso, o número de pessoas dispostas a fazer faxina diminuiu bastante, e o valor aumentou muito. Hoje é difícil achar uma faxineira neste valor citado acima pois ocorreu essa diminuição de mão de obra.
Só que ao mesmo tempo, uma fisio, uma nutri ou alguma outra profissional graduada ganha menos que isso. O mercado as vezes é cruel, não?

obs: não estou criticando qualquer profissão, apenas expondo a lei da oferta e da procura.
Respeito qualquer profissional desde que seja honesto.
Aqui neste fórum temos que ter cuidado com as palavras para não cair na malha fina.
 
Achei uma reportagem sobre a diferença da vida das faxineiras nos dois países

Um trechinho:

Brasil X Estados Unidos

Sua amiga, Mardislene Lopes Miranda, também conquistou um bom padrão de vida em seus 10 anos de Estados Unidos.

Dona-de-casa no Brasil, ela resolveu abandonar o país em busca de uma vida melhor para ela e seus filhos.

"No Brasil tudo é mais difícil. Eu queria dar uma educação melhor para os meus filhos, mas não podia", conta Mardislene.

Além de ter comprado uma casa grande no sul de Boston e um carro, Mardislene conseguiu realizar seu sonho: o filho está fazendo um curso de carpintaria gratuito e com 18 anos estará formado, com emprego garantido; a filha trabalha como ajudante de uma advogada e, em setembro, começa a estudar.

"Ela vai pagar o curso. Se minha filha se formasse hoje no Brasil não conseguiria ganhar o dinheiro que ganha aqui hoje", diz Mardislene.

As duas amigas nunca tinham trabalhado com limpeza antes de chegar aos Estados Unidos e no Brasil tinham suas próprias domésticas ou diaristas.

Elas não vêem o emprego como um trabalho "menor", mas afirmam que existem grandes diferenças entre a diarista nos Estados Unidos e no Brasil.

"Aqui você encontra respeito pelo trabalho", diz Silvana. "Não importa se você limpa um vaso sanitário, é garçom ou uma pessoa de negócios. Você é respeitado e isso dá força, porque você não se sente menosprezado. Esta é a diferença do que você encontra no nosso país, infelizmente."

Mardislene destaca a confiança que as clientes têm nas housecleaners. "Elas entregam a casa delas para você. Você tem a chave e a senha do alarme. E ali tem jóias, dinheiro, tem tudo. Eu creio que no Brasil não dá para ser assim. Você não pode confiar, pois a marginalidade está muito grande."

Fonte
 
Nos EUA, mesmo com índices gerais de violência menores e com uma economia obviamente mais poderosa que a nossa, ser pobre para um imigrante é complicado. As periferias americanas, onde moram tant os latinos quanto os negros, sofrem na mão de gangues, violência policial, são alvos dos preconceitos de raça, religioso ou mesmo social por parte da população branca norte-americana e não à toa são cenários para muitos filmes de Hollywood quando buscam mostrar as profundas desigualdades dos EUA. Os EUA é, inclusive, o país de primeiro mundo com maior índice de violência. Além disso, dificilmente um imigrante pobre está com sua condição regularizada nos EUA, sendo assim alvo fácil para deportação via denúncia, ou seja: se vc arrumar uma discussão com seu chefe e ele querer te fuder, se prepara que vc vai voltar no primeiro voo pro Brasil.

Na Europa, apesar de muitos estados oferecerem uma condição de bem estar para todos os seus cidadãos, até mesmo imigrantes, as questões de preconceito e racismo são ainda mais fortes. Tanto que muitos integrantes do Estado Islâmico são provenientes das periferias de países ricos, como Bélgica, França e Alemanha. Apesar das condições materiais melhores do que as encontradas em seus países natais, os problemas de adaptação e principalmente por não se sentirem como parte da sociedade local criam um mal estar até maior do que o material.

Então, minha opinião é: tente ganhar sua vida no seu país, onde por pior que possa estar a condição no momento, vc pelo menos irá sempre gozar da plena cidadania e de condição de igualdade com a maioria dos cidadãos, e isso para mim vale mais do que se tornar um ser humano de segunda categoria em qualquer nação mais desenvolvida. E eu falo isso como alguém que morou na Europa e tem família fixa (de forma irregular e que limpa privada) na Flórida.
Olha, conheço pouco do assunto, mas do que pude perceber o processo de deportação é muito mais burocrático, é algo que demanda tempo e pode ser recorrido, não é tão fácil assim um chefe expulsar o funcionário ilegal no primeiro vôo ao Brasil. Se houvesse toda essa facilidade e só dependesse da denúnica da existência do imigrante ilegal, brasileiros estariam a rodo voltando ao Brasil... mas se você anda na Flórida encontra sem esforço nenhum brasileiros aos montes ilegais, uma operação simples poderia lidar com isso...

Talvez seja achismo meu, mas se o sujeito conseguir dominar bem a língua, acho que consegue estabelecer-se bem e integrar-se no país sim, especialmente no que diz respeito aos seus filhos. Só ilustrando com um exemplo, Ted Cruz, um dos pré-candidatos do Partido Republicano que tem chances consideráveis de virar presidente, era filho de pai cubano que imigrou... Marco Rubio, outro pré-candidato, era filho de pai e mãe cubanos...

Mesmo porque esse efeito que você observou de falta de senso de comunidade diz mais respeito aos filhos de imigrantes mesmo... Para o imigrante em si integrar-se é um negócio especialmente relativo, vai do tipo de relação que o sujeito espera ter com a comunidade quando decide ir pra lá, isso depende muito da pessoa... No meu caso, por exemplo, deixando de lado família e meia dúzia de amigos, minha relação com a comunidade onde moro é bem básica ou até ruim, com certeza conseguiria estabelecer algo do mesmo tipo ou melhor se estivesse em outro país... O problema maior seria integrar-se profissionalmente lá....

Mas não que eu apoie a ida ilegal pra lá, acho que o Brasil não está tão fundo no poço para essa ser uma opção razoável. O mais curioso é o cara que reclama da corrupção e de roubos e etc, e vê nisso um motivo para imigrar... ilegalmente. :lol:
 
Última edição:
Ora. Se lá a criminalidade é menor por que há tantos criminosos? Eles foram presos pelo quê afinal? O que isso pode indicar é que a polícia é mais eficiente e por isso prendem mais, mas há um crime anterior que fez a polícia funcionar para prender esse criminoso em questão, mas mesmo assim isso só não prova que a justiça e a polícia são muito eficientes. Teríamos que ter noção de todos os crimes que ocorreram, não só dos que chegaram na justiça, pra saber qual a taxa de eficiência da polícia.

Mas vamos considerar que a polícia atualmente conseguiu prender todos os criminosos dos EUA. Quando pensamos que a razão de 716 presos pra cada 100.000 pessoas é a mais alta do mundo isso significa mesmo que lá a segurança é maior? Ou, como mostrou o Fela, seja maior pra quem é rico ou mora em bons bairros. Pra imigrantes ou pessoas pobres, negros, latinos e demais grupos marginalizados os EUA não é nada seguro. Assim como aqui.

Nossa, que balaio de gato.

Primeiro: existem crimes e crimes. Se você quer entender a criminalidade em um país, o mínimo que você tem que fazer é procurar estatísticas sobre os diferentes tipos de crimes. Normalmente, os dados com maior disponibilidade são os dados relativos à taxa de homicícios, visto ser o crime mais grave em qualquer sociedade. Então, se compararmos a taxa de homicídio entre Brasil e EUA, vemos que por aqui ela foi de 25,2 por 100 mil habitantes em 2012, enquanto nos EUA foi de 3,8 no mesmo ano.

Mas também pode ser interessante procurar estatísticas de outros tipos de crime. Ficando nos crimes violentos, para os quais é mais fácil obter dados: nos EUA em 2013 a taxa (sempre por 100 mil habitantes) de estupro foi de 26,9, de roubo foi 112,9 e de roubo à mão armada foi 242,3. No Brasil os dois primeiros crimes tiveram taxas de 26,1 (em 2012) e de 572,7 (para 2011), respectivamente. Para o roubo à mão armada não encontrei dados (se alguém encontrar e quiser compartilhar, fico agradecido).

Mas isso ainda não compreende todo o debate sobre criminalidade e encarceramento, porque ainda temos todos os crimes não violentos. E qualquer um que queira fazer uma pesquisa rápida no google vai descobrir que os EUA são famosos pela alta quantidade de presos por posse de drogas, o que se dá devido à forte política de guerra às drogas deles: By 2010, drug offenders in federal prison had increased to 500,000 per year, up from 41,000 in 1985. According to Michelle Alexander, drug related charges accounted for more than half the rise in state prisoners between 1985 and 2000. 31 million people have been arrested on drug related charges, approximately 1 in 10 Americans. Tem mais números aqui.

Enfim, isso tudo pra mostrar que falar sobre o número de pessoas presas nos EUA não diz muita coisa (quase nada, na verdade) sobre o nível de segurança do país. O que traz esse tipo de informação são as taxas de criminalidade, principalmente de crimes violentos. E sim, o Brasil é um país muito mais violento que os EUA. Inclusive, numa lista recente das 50 cidades mais violentas do mundo (excluíndo zonas de guerra e cidades sem dados, obviamente), emplacamos 21 cidades.


Em 2014, segundo o Censo americano, havia 14,8 % de pessoas na faixa de pobreza, 46,7 milhões de pessoas. A do Brasil, no mesmo ano, foi de 7.4%, segundo o The World Bank. Não sei de onde o Thor tirou esse dado de que ser pobre nos EUA é melhor do que ser classe média aqui.

Sabe qual a linha de pobreza do World Bank? $ 1,90/dia (PPP 2011), o que equivale à $ 693,5/ano. $ PPP é o dólar internacional (a sigla significa Paridade de Poder de Compra), que visa estabelecer uma equivalência entre o poder de compra dos países. No caso do Brasil, o fator de conversão era de 1,69 para 1 em 2015 (isto é, você precisaria de R$1,69 para comprar aqui o mesmo que US$ 1 nos EUA. Com isso, nossa linha de pobreza em reais seria de R$3,21/dia, o que equivale a um rendimento anual de R$1171,65 (ou 97,64/Mês).

Sabe qual a linha de pobreza nos EUA em 2015, utilizada pelo Censo Americano? US$11.770,00/ano. O que equivale a US$ 32,25/dia ou US$980,83/mês. Usando o fator de conversão de 1,69 para 1, a nossa linha de pobreza aqui precisaria ser de R$19.891,00/ano, ou R$54,50/dia, ou R$1657,58/mês para se equivaler a deles. Sabe quem ganha isso no Brasil? A baixa classe alta. Isso é mais do que 70% da população brasileira ganha.

Moral da história: não compare coisas incomparáveis.
 
Tava relendo o post, e notei que uma coisa não ficou clara: é preciso diferenciar entre pobreza e pobreza extrema. A linha de pobreza extrema internacional é a de $ 1,90 (PPP) mencionada. Para essa linha específica, não encontrei estimativas para os EUA, a fim de obter uma comparação mais precisa. No entanto, encontrei uma estimativa de uma linha próxima (equivalente a $2,38), que ainda traz o bônus de mostrar sua evolução no tempo para vários países (mas infelizmente só vai até 1990):

Poverty.png

Key: ACN: Australia-Canada-New-Zealand; ACH: Austria-Czechoslovakia-Hungary; BSM: Benelux-Switzerland-Micro-European States; PS: Portugal-Spain; UKI: United Kingdom and Ireland
Notes:
Author’s estimates using parameterized Lorenz curves calibrated to the data set developed by Bourguignon and Morrisson (2002), which was kindly provide by the authors. Bourguignon and Morrisson used a poverty line based on that used by Chen and Ravallion (2001) for measuring poverty in developing countries. The estimates allow for the fact that Bourguignon and Morrisson anchored their measures to GDP per capita (from Maddison, 1995) rather than the survey-based means used by Chen and Ravallion. Bourguignon and Morrisson determined that the poverty line corresponding to the line of $1.08 per day used by Chen and Ravallion on survey-based distributions was $2.38 per day ($870 per year) when applied to GDP per capita.


Nota-se que para os EUA a linha está bem próximo do 0. Algo entre 5 e 0. E os últimos dados são de 1990. De lá pra cá a coisa certamente melhorou (sobretudo até 2008, e desde então com alguma possível piora, mas não ao ponto de voltar à situação de 1990).

E outro adendo, caso tenham ficado com a pulga atrás da orelha sobre minha afirmativa de que os mais pobres dos EUA (segundo a linha de pobreza deles) ganham mais do 70% da população brasileira. Achei uma informação com dados de 2008 que ilustra melhor a questão:

Income ditribution brazil usa.png
Fonte: JOLLIFFE, Dean. A Measured Approach to Ending Poverty and Boosting Shared Prosperity: Concepts, Data, and the Twin Goals. World Bank Publications, 2014.

Eu adicionei uma linha pontilhada mais escura pra facilitar a visualização. O que se observa é que os 10% mais pobres dos EUA têm uma renda média superior à cerca de 67% dos brasileiros. São números bastante próximos dos que eu apontei antes (onde os 14,8% mais pobres dos EUA possuem renda média superior à 70% dos brasileiros).
 
Pois é. Infelizmente, quem limpa bidê nos EUA tem mais chance de comprar um PS4 do que um Advogado recém formado no Brasil.
 
Claro que o pobre do EUA vive melhor que do Brasil, que pergunta mais idiota, essa é a diferença básica de um país desenvolvido para um subdesenvolvido, em desenvolvimento, terceiro mundo ou seja lá como você queira chamar.


Essa comparação é besta.

A comparação deve ser feita com pares, por exemplo, deveríamos estar putos por nossos pobres viverem pior que os demais pobres do BRICS por exemplo.

Mas essa história de ter carro e casa e bla bla bla é balela, a pobreza afeta a vida das pessoas de formas diferentes, por exemplo, qualquer um pode ter um carro no EUA, mas nem todos tem acesso a uma boa saúde (pros padrões deles, é claro), muitos dependem de ajuda de custos do governo, o acesso a educação de qualidade (novamente dentro dos padrões deles) é mais difícil. Temos uma visão de que vida boa é aquela em que consumismo, justamente porque consumir no Brasil não é algo simples como no EUA.

vale a pena assistir este documentário

 
Mas essa história de ter carro e casa e bla bla bla é balela

Olha, tá meio longe de ser balela, ou grande parte do trabalho do Angus Deaton (último "Nobel" de economia) seria balela.

Dinheiro/poder aquisitivo importa. Lógico que não é tudo, e diferentes culturas valorizam o consumo e as posses de maneiras diferentes. Mas ainda assim dinheiro importa, porque, de maneira geral, é com mais dinheiro que você tem melhores condições de atingir uma vida mais longa, com menos privações, com alimento suficiente na sua mesa, etc.

Tanto é assim que o Angus Deaton fala muito sobre isso em seu livro The Grat Escape. E inclusive ele apresenta como a renda se relaciona com aquilo que, para muitos, é o que mais importa no fim das contas: a felicidade. Veja, por exemplo, o gráfico abaixo:

Angus Deaton - GDP per capita x life evaluation.jpg
(o PIB per capita, no eixo horizontal, está em escala logarítmica)

Basicamente, quanto maior a renda per capita de um país, melhor a avaliação que seus habitantes fazem da vida. Como a renda tá numa escala logarítimica, a relação é mais ou menos de que a cada vez que a renda dobra, a avaliação sobre 1 ponto (numa escala que vai de 1 a 10).

E um trecho do Deaton pra ajudar a explicar:

"Life evaluation scores capture important aspects of life beyond income, and this has led to arguments that we should downplay the importance of income. This is fine if the implication is to consider other aspects of wellbeing, like health or education or the ability to participate in society. It is not fine if the implication is that income is not worth anything, or that income adds nothing to life for those of us who live in countries richer than Mexico. It is even less fine if the argument is that we should focus on life evaluations and ignore everything else. Life evaluation measures are far from perfect. People are not always sure what the questions mean, or how they are expected to answer, and international comparisons can be compromised by national differences in reporting styles. In many places, “mustn’t grumble” or “not so bad” is about as good as anyone would ever claim, but people in other cultures are more exuberant about their feelings and less reticent about their successes. So Figure 2 is important because it shows that focusing on income is not seriously misleading. Richer countries have higher life evaluations, even among the world’s richest countries".
(DEATON, Angus. The Great Escape: Health, Wealth, and the Origins of Inequality, 2013, p. 31)​

Outra importante relação é da renda com a expectativa de vida, onde a mesma lógica se aplica:

Angus Deaton - GDP per capita x life expectancy.jpg
(novamente o PIB per capita, no eixo horizontal, está em escala logarítmica)

Enfim, é evidente que dinheiro não é tudo. Mas mais dinheiro tende a ser um fator importante para ter uma vida menos difícil, menos sofrida.
 
Mas eu não disse que renda não é importante, disse que comprar carro, PS4 ou uma casinha não é sinal de vida boa.

No EUA tem oferta desses produtos a baixo custo, então para comprar uma determinada casa ou um caro, não precisa ter elevada renda, mas para adquirir outros serviços sim. Veja que por exemplo, a educação básica americana é melhor que a nossa, mas a diferença de qualidade dentro do país é grande, e num mercado tão competitivo quanto o deles, a diferença é grande. Isso vale para outros serviços como Saúde por exemplo. Fora que a medida que a qualidade do produto aumenta, seu preço sobe junto.

Então usar como base o carro da faxineira e do pintor em Miami para dizer que eles vivem bem é uma balela, e posso apostar que Deaton leva isso em consideração.
 
Mas eu não disse que renda não é importante, disse que comprar carro, PS4 ou uma casinha não é sinal de vida boa.

Me pareceu que, ao apontar para o maior "consumismo" norte americano, você estava fazendo um espantalho para o argumento de maior renda -> viver melhor.

De qualquer maneira, consumista ou não, a sociedade americana tem um padrão de vida consideravelmente mais elevado que o nosso, e os pobres de lá tendem a ter uma vida consideravelmente melhor do que os pobres daqui.

Então usar como base o carro da faxineira e do pintor em Miami para dizer que eles vivem bem é uma balela, e posso apostar que Deaton leva isso em consideração.

O "carro" da faxineira e do pintor na verdade só indica que eles possuem maior poder aquisitivo do que a faxineira e o pintor daqui, por exemplo. Isso fica bastante explícito nos posts anteriores, onde apresentei as diferenças de renda levando em considerando a variação do poder aquisitivo entre os países (é isso o que se faz quando se usa a conversão da moeda para Paridade de Poder de Compra). Então a discussão sobre a diferença de preços internos não cabe nesse sentido, porque isso já foi levado em conta.

Ainda, é evidente que a saúde e a renda nos EUA também são superiores ao que temos aqui (só procurar os indicadores para cada um). É claro que existem diferenças internas, como existem aqui. Mas um pobre nos EUA continua tendo acesso a serviços de saúde pública (muito embora estão errando a mão no sistema público de lá) e vivendo mais em média que um brasileiro pobre, por exemplo.

E claro que viver bem é algo relativo. Mas todo o exercício do post anterior foi justamente para mostrar que em países com mais renda vive-se relativamente melhor do que em países com menor renda. As pessoas são, em geral, mais felizes e vivem mais. E sabendo da relação da renda com tais fatores (como os gráficos mostram), sabemos também que provavelmente os pobres dos EUA são relativamente mais felizes e vivem mais do que os pobres brasileiros.
 
Me pareceu que, ao apontar para o maior "consumismo" norte americano, você estava fazendo um espantalho para o argumento de maior renda -> viver melhor.

De qualquer maneira, consumista ou não, a sociedade americana tem um padrão de vida consideravelmente mais elevado que o nosso, e os pobres de lá tendem a ter uma vida consideravelmente melhor do que os pobres daqui.



O "carro" da faxineira e do pintor na verdade só indica que eles possuem maior poder aquisitivo do que a faxineira e o pintor daqui, por exemplo. Isso fica bastante explícito nos posts anteriores, onde apresentei as diferenças de renda levando em considerando a variação do poder aquisitivo entre os países (é isso o que se faz quando se usa a conversão da moeda para Paridade de Poder de Compra). Então a discussão sobre a diferença de preços internos não cabe nesse sentido, porque isso já foi levado em conta.

Ainda, é evidente que a saúde e a renda nos EUA também são superiores ao que temos aqui (só procurar os indicadores para cada um). É claro que existem diferenças internas, como existem aqui. Mas um pobre nos EUA continua tendo acesso a serviços de saúde pública (muito embora estão errando a mão no sistema público de lá) e vivendo mais em média que um brasileiro pobre, por exemplo.

E claro que viver bem é algo relativo. Mas todo o exercício do post anterior foi justamente para mostrar que em países com mais renda vive-se relativamente melhor do que em países com menor renda. As pessoas são, em geral, mais felizes e vivem mais. E sabendo da relação da renda com tais fatores (como os gráficos mostram), sabemos também que provavelmente os pobres dos EUA são relativamente mais felizes e vivem mais do que os pobres brasileiros.

Mas eu em momento algum neguei que a vida do pobre americano é melhor que a do brasileiro, basta olhar o primeiro paragrafo do meu primeiro post.
 
Mas eu em momento algum neguei que a vida do pobre americano é melhor que a do brasileiro, basta olhar o primeiro paragrafo do meu primeiro post.

Acontece que a história toda do tópico e do que eu tô falando é sobre comparação :lol:

O ponto não é se a vida é boa em termos absolutos, porque isso implica também entrar na definição do que é uma vida boa, do que é felicidade, etc. A ideia é fazer comparações tentando utilizar uma mesma base.

A pergunta feira é se a vida de pobre nos EUA é boa comparado com o Brasil (e outros países). Não se engane só pelo título do tópico, nosso amigo Lucky whateveretc gosta de usar títulos incompletos.
 
Mas eu em momento algum neguei que a vida do pobre americano é melhor que a do brasileiro, basta olhar o primeiro paragrafo do meu primeiro post.

Mas a discussão não era essa, Ranza... Se ler os posts do tópico, vai ver que a discussão era se: "O pobre nos EUA tem uma qualidade de vida melhor do que um Brasileiro de Classe Média"
 
Mas a discussão não era essa, Ranza... Se ler os posts do tópico, vai ver que a discussão era se: "O pobre nos EUA tem uma qualidade de vida melhor do que um Brasileiro de Classe Média"

A questão devia ser: Por que? Desde quando isso acontece?

Porque EUA e Brasil são países com evoluções e colonizações bem diferentes. Não tem como comparar colocando-os no mesmo cesto. É muito simplismo e um pouco de vira-latismo sair falando da maravilha que são os EUA em comparação ao "lixo sem futuro do Brasil".
 
Mas a discussão não era essa, Ranza... Se ler os posts do tópico, vai ver que a discussão era se: "O pobre nos EUA tem uma qualidade de vida melhor do que um Brasileiro de Classe Média"

Isso eu já não tenho certeza, a experiencia de pobreza que tenho do EUA, na qual pude perceber, a vida de um pobre lá, é mais ou menos o mesmo de uma classe C (nova classe média), mas isso estou falando da Carolina do Norte. O colega no qual eu passei um tempo em sua casa tinha uma vida nada tranquila.

Veja bem, eles tinham uma bela TV 40 polegadas, 4 carros em casa, um Xbox 360, notebooks além de uma geladeira até bem legal, entre outros bons eletrodomésticos. Mas o pai trabalhava em 2 empregos de segunda a sábado, trabalhava em uma empresa de entregas durante o dia e em um bar servindo bebidas a noite, a mãe tinha um trabalho em uma empresa, acredito que fazia algum tipo de trabalho administrativo, e os dois viviam de comprar coisas com cupons de desconto, raramente saiam pra comer fora (apesar de pedirem pizza com certa frequência). O Josh, meu colega, trabalhava em uma loja de videogames em tempo parcial para pagar a faculdade (os pais dele não tinham condições de ajudar), e olha que era faculdade pública (que é bem mais barato), e no verão (o momento que eu estava la), ele trabalhava em um acampamento, junto comigo. Tinha um irmão mais velho casado e um mais novo de 17 anos.

Apesar de terem posses, como já citado, a vida deles não divergia muito do pessoal classe C daqui, reclamavam na dificuldade de pagar as contas, de como encher o tanque do carro estava mais caro, que plano de saúde tava absurdo e mais reclamações de vida familiar.

A grande diferença, é que a família dele era considerada pobre, e não classe média (como aqui).


Afirmo facilmente que a pobreza de lá é outro patamar, principalmente pelo fato de eles considerarem pobres uma família que consegue (mesmo que aos trancos) sustentar uma determinada qualidade de vida, já o pobre aqui é aquele que vende o almoço pra comprar a janta. Agora afirmar que em média a vida de um pobre lá é melhor que a da classe média aqui, aí já não boto a mão no fogo. Acho mais válido dizer que é equivalente.


Mais uma vez, acho válido assistir o vídeo que indiquei.
 
A questão devia ser: Por que? Desde quando isso acontece?

Porque EUA e Brasil são países com evoluções e colonizações bem diferentes. Não tem como comparar colocando-os no mesmo cesto. É muito simplismo e um pouco de vira-latismo sair falando da maravilha que são os EUA em comparação ao "lixo sem futuro do Brasil".

No link q citei, e o gráfico q tb postei reforça isso, é dito q os 10% mais pobres dos rua vivem melhor do q a maior parte do mundo. Mundo. Não só br.
 

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