Sev.
Wannabe Innovator
Autor: Sev.
Gênero: Fantasia
Título: Anjo da Ira
PRÓLOGO
Mais um anjo para nos guardar
Meu primeiro post aqui, o prólogo da minha história. Está em spoiler porque ficou meio grande. Continuarei postando aqui, mas só tenho 8 capítulos prontos :/
Gênero: Fantasia
Título: Anjo da Ira
PRÓLOGO
Mais um anjo para nos guardar
“Acordei. Tudo indicava que esse nascer do sol começaria apenas mais um dia comum no qual eu me dedicaria à lavoura como sempre. Como um homem pode estar errado. Após os olhos estarem livres de qualquer traço de sono, eu tomei café da manhã com minha mulher e meus filhos. Saí de casa com um sorriso no rosto, pois estava na época da colheita de minha amada lavoura e, consequentemente, ganhar um pouco de ouro para eu e minha família termos o que comer no Natal que se aproximava.
Comecei a trabalhar, com meus filhos me ajudando, pois já estavam na idade de me ajudar no trabalho braçal, e Emmanuelle brincando no gramado em volta da plantação. Emmanuelle era uma criança muito diferente das outras, pois nunca tinha ficado doente até esse dia, em seus quinze anos de vida.
Alguns minutos depois de começarmos a trabalhar, o sol subiu no céu e passou da altura das imensas árvores da floresta que margeava a minha propriedade no lado leste, de modo que, quando minha mulher nos chamou para o almoço, nossa nuca já estava queimada e meus filhos já tinham calos nas mãos. Durante o almoço, ouvimos o alegre discurso de Emmanuelle e a variedade de animais que ela avistou e brincou naquele dia. Emmanuelle também despertava nossa curiosidade porque todos os animais, inclusive os raivosos e selvagens, se aproximavam dela como se sempre tivessem convivido com ela e sempre faziam o que ela mandava, mesmo que isso contradissesse ao instinto deles.
Voltamos à tarde para a lavoura para finalizar a colheita e encontramos um homem que nunca tínhamos visto na vila ou na região: ele vestia uma armadura de aço reforçado, uma espada cuja lâmina era feita de um metal branco reluzente e as flechas e o arco, ambos feitos de madeira negra. Ele disse-nos que fora enviado pelo homem que comprava nossos vegetais para levá-los até seu chefe. Entregamos uma porção e pedimos que quando voltasse para pegar o que sobrou dos vegetais, trouxesse o nosso pagamento, uma vez que necessitávamos de alimentos para o Natal, vestimentas e calçados.
Veja como a prioridade de um homem pode mudar em poucas horas. Algumas poucas horas após o homem que pegara nossos vegetais, eu estava com um barril no riacho próximo à minha casa, motivo pelo qual eu habitava ali, para pegar água para bebermos e nos banharmos quando minha filha veio saltitando em minha direção. Reconheci que era ela pela leveza dos passos na grama. Ao postar-se ao meu lado, ela disse-me com sua voz doce e suave:
- Papai, - ela me disse, com sua voz melodiosa, extremamente calma – tem um bicho na lavoura.
Depositei o barril ao meu lado e pedi para Emmanuelle:
- Peça para sua mãe me trazer a minha foice. Depois, quando eu for para a lavoura, vocês levem o barril de água para dentro, por favor.
Ela voltou para casa correndo e, algum tempo depois, apareceu com a mãe. Esta carregava a foice. Peguei minha arma improvisada e fui calmamente em direção à lavoura, pois imaginava que era um de meus ciumentos vizinhos com um cão, a foice em riste pronta para acertar a única coisa móvel naquela noite mal iluminada. Conforme fui me aproximando, a coisa – não achei termo melhor – parou e levantou a cabeça. Consegui ver os olhos da criatura: eram vermelhos como uma brasa e tão brilhantes quanto uma estrela, como se estivessem em chamas. Eles se voltaram para mim e a criatura se ergueu. Eu nunca vi algo assim ou ouvi falar sobre criatura semelhante. Ela tinha mais de três metros de altura, chifres tortuosos, braços enormes e musculosos, quatro patas de lagarto para se sustentar, um par de assustadoras asas abertas e uma espada do meu tamanho em cada mão. Na mesma hora que olhei para aquela criatura imensa, me apavorei e ataquei-o, quebrando a foice em uma de suas pernas, mas ele simplesmente riu e me disse com sua voz grave e tenebrosa:
- Seus legumes estavam gostosos, mas preferi a carne de seus filhos!
Após dizer isso, a criatura apontou para uma pilha de ossos. Comecei a chorar e meus joelhos cederam. Ao ver minha reação, o monstro riu. Uma risada fria que congelou minha alma.
- O que você é? – gritei entre lágrimas, com a fúria crescendo dentro de mim.
- Eu sou um demônio. Mas não sou um demônio qualquer. Sou da raça Mennorott, a raça abissal mais poderosa dos Abismos da Perdição, lar do mais puro e intenso mal de todo o Universo. – ele respondeu, deu uma risada gélida e, em seguida, bradou: - Sua hora chegou!
O demônio levantou o braço direito, com uma expressão triunfal no rosto deformado, pronto para me dilacerar. Antes do golpe final, uma luz atrás do demônio brilhou como o sol e a expressão de triunfo se transformou em dor. A única coisa que tive tempo de fazer para evitar minha morte por esmagamento de um demônio foi rolar. Então vi um anjo e, fincada nas costas do ser abissal, uma lança prateada. Agora que via uma dessas criaturas celestiais de perto, admirei-me com seu brilho e sua beleza. O anjo pousou e me disse, com sua voz melodiosa que cura sofrimentos:
- Sou eu, papai. Sua filha Emmanuelle. Sou assim porque fui gerada da bondade que há em você com a que há na mamãe. Agora que assumi minha verdadeira forma, terei de partir para o lar de todos os anjos, as Selvas Celestiais de Dokk-Norr. Adeus.
Então minha filha bateu suas recém-adquiridas asas e subiu. Assim que ela saiu de minha visão, recomecei a chorar. Não por causa dos meus filhos mortos, mas porque perdi toda minha descendência em uma noite.”
Trecho de “Diário de um Camponês”
Comecei a trabalhar, com meus filhos me ajudando, pois já estavam na idade de me ajudar no trabalho braçal, e Emmanuelle brincando no gramado em volta da plantação. Emmanuelle era uma criança muito diferente das outras, pois nunca tinha ficado doente até esse dia, em seus quinze anos de vida.
Alguns minutos depois de começarmos a trabalhar, o sol subiu no céu e passou da altura das imensas árvores da floresta que margeava a minha propriedade no lado leste, de modo que, quando minha mulher nos chamou para o almoço, nossa nuca já estava queimada e meus filhos já tinham calos nas mãos. Durante o almoço, ouvimos o alegre discurso de Emmanuelle e a variedade de animais que ela avistou e brincou naquele dia. Emmanuelle também despertava nossa curiosidade porque todos os animais, inclusive os raivosos e selvagens, se aproximavam dela como se sempre tivessem convivido com ela e sempre faziam o que ela mandava, mesmo que isso contradissesse ao instinto deles.
Voltamos à tarde para a lavoura para finalizar a colheita e encontramos um homem que nunca tínhamos visto na vila ou na região: ele vestia uma armadura de aço reforçado, uma espada cuja lâmina era feita de um metal branco reluzente e as flechas e o arco, ambos feitos de madeira negra. Ele disse-nos que fora enviado pelo homem que comprava nossos vegetais para levá-los até seu chefe. Entregamos uma porção e pedimos que quando voltasse para pegar o que sobrou dos vegetais, trouxesse o nosso pagamento, uma vez que necessitávamos de alimentos para o Natal, vestimentas e calçados.
Veja como a prioridade de um homem pode mudar em poucas horas. Algumas poucas horas após o homem que pegara nossos vegetais, eu estava com um barril no riacho próximo à minha casa, motivo pelo qual eu habitava ali, para pegar água para bebermos e nos banharmos quando minha filha veio saltitando em minha direção. Reconheci que era ela pela leveza dos passos na grama. Ao postar-se ao meu lado, ela disse-me com sua voz doce e suave:
- Papai, - ela me disse, com sua voz melodiosa, extremamente calma – tem um bicho na lavoura.
Depositei o barril ao meu lado e pedi para Emmanuelle:
- Peça para sua mãe me trazer a minha foice. Depois, quando eu for para a lavoura, vocês levem o barril de água para dentro, por favor.
Ela voltou para casa correndo e, algum tempo depois, apareceu com a mãe. Esta carregava a foice. Peguei minha arma improvisada e fui calmamente em direção à lavoura, pois imaginava que era um de meus ciumentos vizinhos com um cão, a foice em riste pronta para acertar a única coisa móvel naquela noite mal iluminada. Conforme fui me aproximando, a coisa – não achei termo melhor – parou e levantou a cabeça. Consegui ver os olhos da criatura: eram vermelhos como uma brasa e tão brilhantes quanto uma estrela, como se estivessem em chamas. Eles se voltaram para mim e a criatura se ergueu. Eu nunca vi algo assim ou ouvi falar sobre criatura semelhante. Ela tinha mais de três metros de altura, chifres tortuosos, braços enormes e musculosos, quatro patas de lagarto para se sustentar, um par de assustadoras asas abertas e uma espada do meu tamanho em cada mão. Na mesma hora que olhei para aquela criatura imensa, me apavorei e ataquei-o, quebrando a foice em uma de suas pernas, mas ele simplesmente riu e me disse com sua voz grave e tenebrosa:
- Seus legumes estavam gostosos, mas preferi a carne de seus filhos!
Após dizer isso, a criatura apontou para uma pilha de ossos. Comecei a chorar e meus joelhos cederam. Ao ver minha reação, o monstro riu. Uma risada fria que congelou minha alma.
- O que você é? – gritei entre lágrimas, com a fúria crescendo dentro de mim.
- Eu sou um demônio. Mas não sou um demônio qualquer. Sou da raça Mennorott, a raça abissal mais poderosa dos Abismos da Perdição, lar do mais puro e intenso mal de todo o Universo. – ele respondeu, deu uma risada gélida e, em seguida, bradou: - Sua hora chegou!
O demônio levantou o braço direito, com uma expressão triunfal no rosto deformado, pronto para me dilacerar. Antes do golpe final, uma luz atrás do demônio brilhou como o sol e a expressão de triunfo se transformou em dor. A única coisa que tive tempo de fazer para evitar minha morte por esmagamento de um demônio foi rolar. Então vi um anjo e, fincada nas costas do ser abissal, uma lança prateada. Agora que via uma dessas criaturas celestiais de perto, admirei-me com seu brilho e sua beleza. O anjo pousou e me disse, com sua voz melodiosa que cura sofrimentos:
- Sou eu, papai. Sua filha Emmanuelle. Sou assim porque fui gerada da bondade que há em você com a que há na mamãe. Agora que assumi minha verdadeira forma, terei de partir para o lar de todos os anjos, as Selvas Celestiais de Dokk-Norr. Adeus.
Então minha filha bateu suas recém-adquiridas asas e subiu. Assim que ela saiu de minha visão, recomecei a chorar. Não por causa dos meus filhos mortos, mas porque perdi toda minha descendência em uma noite.”
Trecho de “Diário de um Camponês”
Meu primeiro post aqui, o prólogo da minha história. Está em spoiler porque ficou meio grande. Continuarei postando aqui, mas só tenho 8 capítulos prontos :/