Excluído045
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Embora eu tenha negligenciado a distinção que você usualmente faz entre tradição e Tradição, eu pergunto: o farisaísmo é um tradição, certo? Também seus fiéis não a dotavam dessa carga simbólica, resguardadas as devidas proporções, transformando sua tradição em Tradição?
Mas eu não me levanto nem pra hino nacional, anyway...
O farisaísmo é uma perversão da tradição. Ele nasceu como uma reação, ou melhor, se formou como uma reação do legalismo javista contra a helenização filosófica que o judaísmo passou a sofrer na época helenística. Temos aí uma tradição religiosa que se deixa naturalmente influenciar por outra tradição mas é artificialmente contida, até recriada por uma reforma jurídica com o intuito de impedir que a mesma tradição se desenvolva fora de referenciais escolhidos. A tradição segue seu curso, por si mesma, ela deixa de ser tradicional quando é alvo de reformas que impliquem 'escolha' racionalista, política, whatever, enfim, algo que é 'escolhido', não é totalizante nem orgânico.
Interessante notar que 'heresia' é uma palavra de origem grega, que significa escolha. O herege escolhe um caminho, um lado, um pedaço da Tradição, é uma forma de moldar egoistica e ideologicamente, uma tradição, ou seja, de artificialmente 'tradicionalizar' uma ideologia não-tradicional. Não foge muito do que fala Hobsbawn quanto àinvenção de tradições.
O tradicionalista simplesmente segue a Tradição, o todo, o que foi crido sempre e em todo lugar, nada aumenta nem diminui. É um iniciado na sua própria Tradição, a vive e a conhece integralmente, como vive e conhece o mundo em que vive pelo referencial único da Tradição. Nada que tem, crê ou pensa lhe é próprio ou mesmo original. Tudo se refere a algo maior e mais antigo que a si mesmo.
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e paganus, menos, né, fio. a bíblia nem deveria ser lida numa situação dessas (considerando o artigo que o morfindel citou ali).
Estado laico né.
PS:
Mas ai voce estaria agindo pelo principio em sí né paganus, e desuclpa, se voce levantaria, ótimo, muito bonito de sua parte comungar com outras fés, mas nisso voce está, na minha opinião, desprezando o principio do HOMEM na equação. O homem religoso não é esse poço de boa vontade e de compreensão que voce é, ao contrário, muitos defendem suas próprias fés em detrimento das outras e não repeitariam o ritual alheio. Nisso ai não é apenas "orgulho secular" mas participa também o orgulho do HOMEM em todas as suas convicções.
PS 2: este comentário era pra ter sido no primeiro post meu, mas ai pifou tudo aqui e não consegui colocar
Pra mim é orgulho secular sim, porque eu não vejo no levantar-se nenhum problema, nenhuma renuncia a direitos. Mas mesmo em um Estado teocrático tradicional, deveria ser opcional. Mas nesse Estado, simplesmente ninguém pensaria em não se levantar. Seria instintivo.
Respondendo ao Neithan:
Hitler era tão cristão quanto você. Aliás, ainda menos.
Ele usava a fé cristã pra mobilizar massas estupidificadas, o objetivo claro do nazismo ocultista, com sua deturpação do niilismo de Nietzsche e do paganismo germânico era destruir o cristianismo. Isso está claro até em pronunciamentos do alemãozinho.
No mais, esse seu post de agora já mudou o teor. Pensei por um momento que o vini tinha hackeado a conta.