Márcio Bicalho
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[attachment=104]Da mesma coleção de Sonho de Uma Noite de Verão, descrito em outro tópico, destaco Romeu e Julieta, da Companhia Editora Nacional, maravilhosa adaptação para crianças de Barbara Kindermann da obra de William Shakespeare.
Minha filha adora. Na minha opinião, é a história de amor definitiva, nunca superada. Conta a história do amor avassalador e impossível de dois jovens de famílias rivais na Verona medieval, na Itália. A edição é caprichada, em capa dura, e as belas ilustrações de Christa Unzner são em aquarela.
Trecho da cena do balcão:
“Naquela noite, Romeu não conseguia pegar no sono. Guiado pelo profundo amor que já sentia por Julieta, entrou escondido no jardim dos Capuleto e, morrendo de saudade, ficou olhando para a janela de Julieta. De repente, a porta da varanda se abriu, e ela surgiu. Sem perceber a presença dele no jardim, Julieta disse, suspirando, para a lua:
- Oh! Por que Romeu é um Montecchio? Mas que diferença faz? Montecchio ou Capuleto são apenas nomes. Só o seu nome é meu inimigo! A você, meu amor, ofereço o meu coração!
Então Romeu saiu das sombras dos arbustos e, iluminado pela intensa luz do luar, disse a ela:
- Eu tomo a sua palavra, amada Julieta, e em troca ofereço o meu coração!
- É você, Romeu de Montecchio? – perguntou Julieta, incrédula.
- Nem Romeu nem Montecchio, se esses nomes não lhe agradarem – respondeu ele. – Chama-me de amado e serei novamente batizado!
Assim, Romeu e Julieta ficaram conversando e só se deram conta de que as horas haviam passado ao ouvirem a voz da ama chamando Julieta.
- Tenho de ir – disse Julieta, apressada – mas, Romeu, se você me ama a ponto de querer casar comigo, então me mande um recado dizendo onde e quando será a cerimônia. Enviarei a minha ama como mensageira, às nove horas! Não esqueça, amanhã às nove! – e assim entrou apressada para o quarto, retirando-se da sacada.
Com olhos sonhadores, Romeu observava a janela iluminada e, suspirando, disse:
- Durma bem, minha amada! Vou agora ao mosteiro pedir ajuda ao frei Lorenzo. Ele terá de nos casar manhã mesmo, para a consagração da nossa felicidade!”
A mesma cena, no filme de 1968 de Franco Zeffirelli:
O famoso trecho do rouxinol e da cotovia, quando Romeu visita Julieta furtivamente na casa dos Capuleto antes de ir para o exílio em Mântua pela morte de Tebaldo, primo de Julieta:
“Apesar de sentir profunda tristeza pela morte de Tebaldo, o amor de Julieta por Romeu também era profundo, e ela não conseguia sentir raiva dele. Assim, quando ele chegou a seus aposentos, ela o abraçou exultante.
A noite passou rápido demais, e ao amanhecer Julieta abraçou Romeu com ternura, perguntando:
- Já vai partir? O dia ainda demora a nascer. Foi o rouxinol que acabamos de ouvir, não a cotovia.
- Foi a cotovia, anunciando o despertar do dia – respondeu Romeu. – Agora, só a pressa me salvará. Se eu esperar clarear, será a minha morte!
Apesar de Julieta não querer que seu Romeu partisse, entendeu o perigo em que se encontrariam caso ele não conseguisse fugir de Verona enquanto ainda estivesse escuro. Com medo, apressou-o:
- Tem razão, está clareando! Vá! Rápido! É a cotovia que já está rouca de cantar, e não o rouxinol. Está amanhecendo, temos de nos separar!
Então se beijaram pela última vez antes que ele descesse a escada de cordas e seguisse em sua fuga para Mântua. Depois de vê-lo partir, Julieta jogou-se em seu leito e chorou copiosamente.”
E a trágica cena final na cripta dos Capuleto:
“No entanto, o que o frei não esperava era que o amigo de Romeu, Baltazar, sem saber do plano secreto do frei Lorenzo, fosse a Mântua dar a notícia da morte de Julieta. Ao ver o amigo, Romeu levantou-se com alegria e gritou:
- Ah, novidade de Verona! Fale-me como vão as coisas por lá! Você está trazendo uma carta do frei? Como está minha Julieta?
- Oh, amigo! Perdoa a triste notícia – respondeu com profundo pesar. – Sua Julieta está morta e será enterrada no mausoléu da família hoje.
- Isso é verdade? – perguntou Romeu, já soluçando. – Se for, quero estar deitado ao seu lado, ainda hoje! Tragam um cavalo! Tenho de ir agora até a minha Julieta. Mas antes tenho de arranjar uma poção venenosa!
E, ainda na mesma noite, desesperado de tristeza e com um frasco de veneno no bolso, Romeu chegou à cripta de Julieta, arrombou a porta e desceu rapidamente pelas escadas de pedra. Lá estava ela, deitada, sua Julieta, linda, mas fria e pálida. Chorando, abraçou-a pela última vez. Depois bebeu o conteúdo do frasco de veneno e deitou-se ao seu lado.
Quando frei Lorenzo chegou ao mausoléu, era tarde demais para salvar Romeu. Com profunda tristeza, olhou para o jovem morto. Nesse exato momento, Julieta acordou e, ao ver o frei, disse cheia de alegria:
- Oh, que alívio! Onde está o meu marido? Eu lembro bem onde deveria acordar e aqui estou. Mas onde está o meu Romeu?
Julieta, então, olhou ao redor e encontrou Romeu morto, deitado ao seu lado. Nesse momento, ouviram-se passos vindos da entrada. Rapidamente, frei Lorenzo contou tudo o que tinha acontecido para resultar nessa tragédia e aconselhou Julieta a fugir imediatamente:
- Vá, boa menina, os guardas estão chegando!
No entanto, Julieta se inclinou sobre o seu Romeu, morto, e beijou-o pela última vez. Seu desejo era estar com ele para sempre. Quando ouviu os guardas se aproximando, colocou o frasco nos lábios para morrer do mesmo veneno, mas o frasco não continha nem mais uma única gota. Então, desesperada, pegou a adaga de Romeu e a enfiou no coração. Agonizando, caiu sobre o peito de seu amado.”
Minha filha adora. Na minha opinião, é a história de amor definitiva, nunca superada. Conta a história do amor avassalador e impossível de dois jovens de famílias rivais na Verona medieval, na Itália. A edição é caprichada, em capa dura, e as belas ilustrações de Christa Unzner são em aquarela.
Trecho da cena do balcão:
“Naquela noite, Romeu não conseguia pegar no sono. Guiado pelo profundo amor que já sentia por Julieta, entrou escondido no jardim dos Capuleto e, morrendo de saudade, ficou olhando para a janela de Julieta. De repente, a porta da varanda se abriu, e ela surgiu. Sem perceber a presença dele no jardim, Julieta disse, suspirando, para a lua:
- Oh! Por que Romeu é um Montecchio? Mas que diferença faz? Montecchio ou Capuleto são apenas nomes. Só o seu nome é meu inimigo! A você, meu amor, ofereço o meu coração!
Então Romeu saiu das sombras dos arbustos e, iluminado pela intensa luz do luar, disse a ela:
- Eu tomo a sua palavra, amada Julieta, e em troca ofereço o meu coração!
- É você, Romeu de Montecchio? – perguntou Julieta, incrédula.
- Nem Romeu nem Montecchio, se esses nomes não lhe agradarem – respondeu ele. – Chama-me de amado e serei novamente batizado!
Assim, Romeu e Julieta ficaram conversando e só se deram conta de que as horas haviam passado ao ouvirem a voz da ama chamando Julieta.
- Tenho de ir – disse Julieta, apressada – mas, Romeu, se você me ama a ponto de querer casar comigo, então me mande um recado dizendo onde e quando será a cerimônia. Enviarei a minha ama como mensageira, às nove horas! Não esqueça, amanhã às nove! – e assim entrou apressada para o quarto, retirando-se da sacada.
Com olhos sonhadores, Romeu observava a janela iluminada e, suspirando, disse:
- Durma bem, minha amada! Vou agora ao mosteiro pedir ajuda ao frei Lorenzo. Ele terá de nos casar manhã mesmo, para a consagração da nossa felicidade!”
A mesma cena, no filme de 1968 de Franco Zeffirelli:
O famoso trecho do rouxinol e da cotovia, quando Romeu visita Julieta furtivamente na casa dos Capuleto antes de ir para o exílio em Mântua pela morte de Tebaldo, primo de Julieta:
“Apesar de sentir profunda tristeza pela morte de Tebaldo, o amor de Julieta por Romeu também era profundo, e ela não conseguia sentir raiva dele. Assim, quando ele chegou a seus aposentos, ela o abraçou exultante.
A noite passou rápido demais, e ao amanhecer Julieta abraçou Romeu com ternura, perguntando:
- Já vai partir? O dia ainda demora a nascer. Foi o rouxinol que acabamos de ouvir, não a cotovia.
- Foi a cotovia, anunciando o despertar do dia – respondeu Romeu. – Agora, só a pressa me salvará. Se eu esperar clarear, será a minha morte!
Apesar de Julieta não querer que seu Romeu partisse, entendeu o perigo em que se encontrariam caso ele não conseguisse fugir de Verona enquanto ainda estivesse escuro. Com medo, apressou-o:
- Tem razão, está clareando! Vá! Rápido! É a cotovia que já está rouca de cantar, e não o rouxinol. Está amanhecendo, temos de nos separar!
Então se beijaram pela última vez antes que ele descesse a escada de cordas e seguisse em sua fuga para Mântua. Depois de vê-lo partir, Julieta jogou-se em seu leito e chorou copiosamente.”
E a trágica cena final na cripta dos Capuleto:
“No entanto, o que o frei não esperava era que o amigo de Romeu, Baltazar, sem saber do plano secreto do frei Lorenzo, fosse a Mântua dar a notícia da morte de Julieta. Ao ver o amigo, Romeu levantou-se com alegria e gritou:
- Ah, novidade de Verona! Fale-me como vão as coisas por lá! Você está trazendo uma carta do frei? Como está minha Julieta?
- Oh, amigo! Perdoa a triste notícia – respondeu com profundo pesar. – Sua Julieta está morta e será enterrada no mausoléu da família hoje.
- Isso é verdade? – perguntou Romeu, já soluçando. – Se for, quero estar deitado ao seu lado, ainda hoje! Tragam um cavalo! Tenho de ir agora até a minha Julieta. Mas antes tenho de arranjar uma poção venenosa!
E, ainda na mesma noite, desesperado de tristeza e com um frasco de veneno no bolso, Romeu chegou à cripta de Julieta, arrombou a porta e desceu rapidamente pelas escadas de pedra. Lá estava ela, deitada, sua Julieta, linda, mas fria e pálida. Chorando, abraçou-a pela última vez. Depois bebeu o conteúdo do frasco de veneno e deitou-se ao seu lado.
Quando frei Lorenzo chegou ao mausoléu, era tarde demais para salvar Romeu. Com profunda tristeza, olhou para o jovem morto. Nesse exato momento, Julieta acordou e, ao ver o frei, disse cheia de alegria:
- Oh, que alívio! Onde está o meu marido? Eu lembro bem onde deveria acordar e aqui estou. Mas onde está o meu Romeu?
Julieta, então, olhou ao redor e encontrou Romeu morto, deitado ao seu lado. Nesse momento, ouviram-se passos vindos da entrada. Rapidamente, frei Lorenzo contou tudo o que tinha acontecido para resultar nessa tragédia e aconselhou Julieta a fugir imediatamente:
- Vá, boa menina, os guardas estão chegando!
No entanto, Julieta se inclinou sobre o seu Romeu, morto, e beijou-o pela última vez. Seu desejo era estar com ele para sempre. Quando ouviu os guardas se aproximando, colocou o frasco nos lábios para morrer do mesmo veneno, mas o frasco não continha nem mais uma única gota. Então, desesperada, pegou a adaga de Romeu e a enfiou no coração. Agonizando, caiu sobre o peito de seu amado.”
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