Luciano R. M.
vira-latas
Rodávamos pela cidade
num velho Fiat 147
que só tinha uma porta que abria.
Ainda não era meia-noite
e éramos quatro:
eu, Ulisses, Rafael
e uma garota francesa
de olhos cinzentos e sotaque carregado.
Não encontramos viva alma
naquela noite em que
conversávamos sobre comunismo,
matemática e alquimia.
Não encontramos sequer um lugar onde
pudéssemos comprar
destilados que nos levassem
a esquecer, por um momento,
a velocidade das coisas.
num velho Fiat 147
que só tinha uma porta que abria.
Ainda não era meia-noite
e éramos quatro:
eu, Ulisses, Rafael
e uma garota francesa
de olhos cinzentos e sotaque carregado.
Não encontramos viva alma
naquela noite em que
conversávamos sobre comunismo,
matemática e alquimia.
Não encontramos sequer um lugar onde
pudéssemos comprar
destilados que nos levassem
a esquecer, por um momento,
a velocidade das coisas.