Pantaleão Pantoja, o eficiente oficial do exército peruano, sem vícios de nenhuma espécie e por isso digno de representar as Forças Armas junto a São Pedro, é encarregado de montar um serviço de "prostitutas delivery" para aplacar a sede dos soldados e cabos perdidos e esquecidos durante meses nas regiões das fronteiras amazônicas. Eis a solução elaborada pelo Exército com o intuito de interromper os constantes ataques das tropas, motivadas pelo impulso sexual, já insatisfeito pelo ato solitário, às mulheres de aldeias vizinhas. Pantaleão, metódico, acaba por fazer do empreendimento um sucesso, "o organismo mais eficiente das Forças Armadas".
Como tudo se permite debaixo dos panos e às vistas somos cândidos, é lidando com o empreendimento e suas relações com a moral social e religiosa que Mario Vargas Llosa conduz a cômica estória
Ainda que o início seja confuso, pois pareceu-me que Llosa escreveu os diálogos, meteu um shuffle e imprimiu o resultado, quando se pega o ritmo da prosa tudo flui como o barquinho das visitadoras pelo Amazonas e seus afluentes.
Boa leitura.