Pois é. Chegou minha vez de ler Os Irmãos Karamazov. Edição Martin Claret. O primeiro trecho que li dele foi uma cópia do capítulo do Grande Inquisidor. Como sempre, Dostoiévski não é conhecido pelos diálogos rápidos e fluentes, e sim pelos parágrafos de múltiplas páginas.
E eu achei o Ivan um idiota arrogante. Ou um cara inteligente, como quis dizer Smierdiakov. Inteligente, frio e calculista. Na minha opinião, ele é culpado pela morte do pai, porque ele poderia ter evitado o assassinato com um mísero aviso.
O Aliocha é sem graça. Até a história do Zózima é melhor.
Eu mesmo gostei do Dmitri. Ele era um idiota. Um idiota passional. A história estava um tanto quanto previsível, até chegar o parricídio. Gostei mais exatamente da parte pós-crime, porque a incerteza era quanto tempo demoraria pro criminoso ser pego e o que ele faria até lá. Ele se mataria? Ele mataria a amante? Ele mataria o noivo da amante? Ele despistaria a polícia, mentiria? E a Grushenka? Uma reviravolta e tanto pra quem amou Dmitri por apenas uma hora. Um amor a segunda vista.
O julgamento foi um tanto quanto chato. Os argumentos do promotor e do advogado foram simplesmente um resumo do livro inteiro. Nada foi acrescentado. Os argumentos dos advogados foram apenas resumos dos argumentos do próprio narrador durante a trama. O quesito romance policial deixa a desejar. O crime é muito idiota. A questão dos 3000 rublos ou 1500 é muito idiota. O Dmitri é mesmo um idiota, e deveria ser condenado 20 anos de trabalhos forçados por ser idiota. Ele poderia até usar como argumento de defesa durante o julgamento o seguinte: "Ninguém seria capaz de ser tão idiota, de anunciar um crime, distribuir provas por toda a cidade sobre a premeditação do crime, e depois cometê-lo". Qual a prova de que Smierdiakov não era o criminoso: "Se Smierdiakov fosse o criminoso, ele não rasgaria o envelope e jogaria no chão da cena do crime. Apenas um IDIOTA como o Dmitri, fidalgo e arrogante seria capaz de fazer isso". Fala sério...
No entanto, eu gostei do livro. Gostei da peça que o velho Samsonov pregou no Dmitri. Gostei das minas de ouro da faladeira Khokhlakova e da filha adolescente louca ri-demais-por-desespero. Gostei das crianças, da cachorrada.
Mas eu gostaria mesmo se tivesse escrito sobre a fuga do Dmitri. Mas não deu... o Dostoiévski morreu. Essa obra só está disponível na biblioteca do Sonhar.
E eu achei o Ivan um idiota arrogante. Ou um cara inteligente, como quis dizer Smierdiakov. Inteligente, frio e calculista. Na minha opinião, ele é culpado pela morte do pai, porque ele poderia ter evitado o assassinato com um mísero aviso.
O Aliocha é sem graça. Até a história do Zózima é melhor.
Eu mesmo gostei do Dmitri. Ele era um idiota. Um idiota passional. A história estava um tanto quanto previsível, até chegar o parricídio. Gostei mais exatamente da parte pós-crime, porque a incerteza era quanto tempo demoraria pro criminoso ser pego e o que ele faria até lá. Ele se mataria? Ele mataria a amante? Ele mataria o noivo da amante? Ele despistaria a polícia, mentiria? E a Grushenka? Uma reviravolta e tanto pra quem amou Dmitri por apenas uma hora. Um amor a segunda vista.
O julgamento foi um tanto quanto chato. Os argumentos do promotor e do advogado foram simplesmente um resumo do livro inteiro. Nada foi acrescentado. Os argumentos dos advogados foram apenas resumos dos argumentos do próprio narrador durante a trama. O quesito romance policial deixa a desejar. O crime é muito idiota. A questão dos 3000 rublos ou 1500 é muito idiota. O Dmitri é mesmo um idiota, e deveria ser condenado 20 anos de trabalhos forçados por ser idiota. Ele poderia até usar como argumento de defesa durante o julgamento o seguinte: "Ninguém seria capaz de ser tão idiota, de anunciar um crime, distribuir provas por toda a cidade sobre a premeditação do crime, e depois cometê-lo". Qual a prova de que Smierdiakov não era o criminoso: "Se Smierdiakov fosse o criminoso, ele não rasgaria o envelope e jogaria no chão da cena do crime. Apenas um IDIOTA como o Dmitri, fidalgo e arrogante seria capaz de fazer isso". Fala sério...
No entanto, eu gostei do livro. Gostei da peça que o velho Samsonov pregou no Dmitri. Gostei das minas de ouro da faladeira Khokhlakova e da filha adolescente louca ri-demais-por-desespero. Gostei das crianças, da cachorrada.
Mas eu gostaria mesmo se tivesse escrito sobre a fuga do Dmitri. Mas não deu... o Dostoiévski morreu. Essa obra só está disponível na biblioteca do Sonhar.