Allënheisch
Slavsia!
Ponto de vista interessante. Melkor talvez fosse mal interpretado por todos, mas, fico imaginando um Melkor "bonzinho" e prefiro mil vezes mais "bandido" do quê "mocinho". É a marca do cara!
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Melkor foi mal compreendido quando torturou Húrin? Tem jeito de ver isso de outra maneira?Melkor No início achava que estava trabalhando para a criação de Arda, mas ele realmente queria ser mestre e governar o mundo. Ele tinha vergonha de sí mesmo, MELKOR MAU COMPREENDIDO, MELKOR NÃO É MAL.
Anwel,Muito legal seu ponto de vista Lissë, e ainda vou mais além, acho que sua opinião nos leva a outro ponto: o tênue limite entre o bem e o mal na Terra Média.
Como a Indily disse, o herói dos Noldor era um ser que matou seus parentes para conseguir seus objetivos. O ódio que alguns humanos da TM sentiam pelos edain não era ignorância. Era porque estes estavam tomando a terra que aqueles tinham antes pra sí.
A questão central disso tudo não é quem é o bom e quem é o mal.
Como a Lalaith disse, isso é "apenas" um ponto de vista que, infelizmente, o próprio caráter das obras não nos permite ter. Eru nas obras está "além do bem e do mal".
Há um atrito político no Silmarillion. Uma questão de poder.
Quem deve exerce-lo? Os Valar (arautos de Eru?) ou Melkor?
Quem está certo e quem está errado nessa história?
Quais são suas justificativas?
Uns são os "defensores de Eru", e o outro?
Pra mim, a justificativa de Melkor é simples: "Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?".
Não quero provar a inocência de Melkor. Muito menos as do Valar.
Não acho que quebrar As Lâmpadas para "restaurar" o equilíbrio entre o dia e a noite seja uma justificativa válida (nem acho que foi por isso).
E também não acho que controlar os filhos de Ilúvatar "para sua própria proteção" seja um ato bondoso no final das contas.
Não acredito nesse maniqueísmo tão simplista.
Só para concluir esse longo post, vou citar um escrito de um filósofo grego que escreveu refletindo sobre a questão de Deus (e façam as analogias que bem entenderem):
"Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É
capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por
que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos
Deus?" - Epicuro de Samos
Finwë, você fala de consenso.Embora toda a história seja unilateral, ainda sim não creio que havia um certo consenso entre Eru e Melkor. Por que Melkor foi inimigo do mundo? Pois ele interferia no Tema proposto pelo próprio Ilúvatar, ao qual ele só deveria servir. Isso pode, claro, soar com um tom escravocrata, mas veja o modo em que Melkor interferiu no Tema: Ele desejava, não apenas, como no início de suas andanças pelo Vazio, dar origem à coisas por si só; com o passar do tempo ele também começou a desejar outras partes do Tema, e as queria para si, ele desejava ser o Senhor de Tudo.
Para se definir um mal absoluto, eu penso que ambos os lados da história devam estar em consenso. Melkor não apenas atrapalhou as iniciativas de seus iguais, ele também retirou o livre-arbítrio dos seres que ele subjugou (tanto os orcs, os Balrogs, os elfos, homens e anões que ele tomou a seu serviço). Embora eu esteja definindo o mau de Morgoth com a mesma definição da visão unilateral da obra, eu penso que os que foram subjugados (inclusive os que lucraram com o reino de Melkor) sofreram tanto ou até mais que os inimigos de Melkor. Melkor também sofreu com a sua húbris, veja a majestade que Ilúvatar definiu para a existência de Melkor no Ainulindalë e compare com o ser pútrido e cheio de dores e desgraças, odiados pelos inimigos e igualmente por seus aliados.
O que pode ser definido como mal dentro da Obra é a falta da continuidade do Tema; Veja, embora o Tema continuou sendo tocado enquanto Melkor tramava suas ideias, ainda sim faltou-se continuidade e coerência que só podem ser adicionados com Tons vindos de Ilúvatar. Acho que questão do livre-arbítrio é bem corrigida por Tolkien; Melkor tinha o que precisava para agir da maneira que ele quisesse para montar a sua parte; Mas ele não quis montar, ele não quis brincar, ele almejou ser o senhor de seus iguais e de suas próprias criações. Isso também é aplicável para muitos da obra como Manwë, Finwë, Fëanor, Fingolfin, Túrin, Turgon, Elwë, Sauron ...
Hurin,Muito bem...
Já há algum tempo eu venho comentando sobre Melkor, tanto no Fórum aberto quanto na Comu "A Sociedade do Escuro". E esse ponto sobre a História ser contada pelo ponto de vista dos "Sábios Elficos", muitas vezes, é uma coisa que passa despercebida por muitos leitores.
Gostaria de compartilhar com os mais novos de Fórum, um link do início de uma Saga publicada no Fórum que pode dar uma outra perspectiva a respeito desta questão.
O Livro Negro de Arda.
Acessem o link, depois conversamos mais a respeito, ok?
Neithan tocou num ponto importante da questão. A incompreensão não era um pecado diante de Eru e não era por isso que Melkor era maligno. Todos os Valar tinham deficiências de compreensão em maior ou menor grau, o que definia esse estado como algo natural em seres limitados. O que separava o que era bom e mal era o que o Ainur/Valar faria de sua própria incompreensão. A livre-escolha pela harmonia com os outros ao invés da desarmonia.
Melkor era mau para os bons e também para os maus. Nós podemos lembrar como Sauron sente um pavor enorme diante da idéia de ter que voltar nu ao trono escuro de Morgoth após ser preso por Huan e Lúthien.
Ao perceber sua própria incompreensão os Valar criam um círculo da lei para poder ouvir uns aos outros, ao qual Melkor é convocado e no qual teria uma chance de poder se redimir da mesma forma que Osse se arrependeu diante de Ulmo. Entretanto o que vemos nele é a mesma atitude de Saruman. Melkor escolhia ser surdo por livre vontade.
O desejo dele criar coisas não era ruim, mas deveria vir no momento certo, no futuro distante quando todos saberiam os objetivos de Eru para si mesmos e Morgoth foi o único que queria criar imediatamente sem esperar nenhum de seus irmãos e pisando cruelmente em criaturas frágeis como os filhos de Eru. Os pobres homens deixavam a vida sem saber direito o que tinham visto, diminuídos de seu estado.
Explique, por favor. O que te leva a pensar assim?Exatamente, Melkor não era mau, só era mal-compreendido.
Ana, a questão não é o que ele falou. É o que ele fez. Por mais que a história possa ser influenciada por quem conta, os Noldor não mudam os atos. Não importa o que ele falou pra Húrin, o que importe é que ele ficou mais de 30 anos na cadeira. E Maedhros ficou mais de vinte e cinco anos (sim, vinte e cinco anos) pendurado por um pulso. Isso são fatos, objetivos, que não podem ser mudados. Sim, foram os Noldor que escreveram o livro, mas isso era usado por Tolkien puramente como recusro para dar veracidade à Obra. Os fatos lá são objetivos, e não são realmente como escritos como se um personagem da história o escrevesse. Não pra pra descartar fatos objetivos com a justificativa que foram os Noldor que escreveram.Célio,
Eu estou questionando a veracidade de tudo isso, não a possível justificativa para isso.
A frase "aprendeste de cor a lição de teus mestres" pode soar de duas formas, dependendo da entonação que se usa.
Se falaram que Melkor falou isso com raiva, tudo bem, Mas e se ele falou de outra forma?
(só um exemplo para ilustrar) Sei lá o que Hurin ouviu, ou como lhe pareceu esta frase...
Ok, mas o que não é sábio é querer saber a "segunda opinião", já que a mesma não existe. Não existe nenhum relato negando ou contradizendo o relato dos Noldor. Então como contestar? Com que base?Nós recebemos essas informações sobre Melkor de terceiros. Nós não “vimos” nada. E muitos deles também não viram. Todos temeram ou odiaram Melkor, e não tentaram entendê-lo. Colocar-se no lugar de alguém é melhor que julgar e condenar, não? Pelo menos seria mais sábio.
Por que os Noldor odiariam Melkor? O que Melkor fez para que os noldor simplesmente o odiassem?Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR! Aqueles sim o odiavam! Odiavam o Inimigo Negro sem ver que os corações deles estão mais negros ainda! E se eles resolvessem mudar tenuemente as coisas para tentar se justificar? Porque eles eram orgulhosos. Acham mesmo que eles entrariam para a história como um povo vencido por alguém simplesmente incompreendido? Não! Se eles fossem derrotados, desafortunados, derrubados, que fosse por alguém terrível, mais forte que eles! Mais terrível que qualquer outra coisa! Assim não pareceriam fracos.
“Eu tenho capacidade para isso porque Eru me deu! Por quê, então, não?”
E mais, será que Melkor quis mesmo controlar? Na verdade, o Silmarillion, se encararmos como um registro unilateral, deixa N lacunas. Na verdade mesmo, nós partiríamos praticamente do zero.
O que, afinal, o Vala Escuro queria? Não serão os Noldor a responder, não? Nem aqueles que foram “contaminados” pelas suas idéias e pelas coisas que ouviram de outros.
Quem criou o medo? Quem criou o ódio? Os noldor? Os Valar? Não, Morgoth!“O Medo anuvia a visão. Tira a razão! O medo e o ódio!”
Mas mesmo lendo o Silma como um relato da antiguidade, nada ali absolve Melkor.Vamos pensar nessa Obra, o Silmarillion, como um escrito verídico que caiu em nossas mãos. Um documento histórico a ser analisado. Assim teremos a mente mais aberta. E a discussão continua...
O Hurin explicou bem...
O que Melkor diz em sua defesa? Quando mostra um pouco de arrependimento, remorso ou comoção por algo que tenha feito? Só se lamenta pelo fato de ter falhado na destruição de Arda.E.. Neithan...
Quem disse?
“aprendeste de cor a lição de teus mestres...”
E ele fez.Que seja, supondo que ele tenha feito tudo isso, a questão é POR QUÊ ele fez isso.
E acreditaria em quem?Se Maedhros fosse uma pessoa real, eu não estaria inclinada a acreditar nele, não...
Leal, fiel, sincero...o que ele fez para Melkor o odiar? Nada, simplesmente existiu. Melkor odiava e INVEJAVA os homens, simplesmente por existirem. E aí? Por que ele odiava os homens?Hurin... bem, que fale quem conhece melhor o personagem.
Nós recebemos essas informações sobre Melkor de terceiros. Nós não “vimos” nada. E muitos deles também não viram. Todos temeram ou odiaram Melkor, e não tentaram entendê-lo. Colocar-se no lugar de alguém é melhor que julgar e condenar, não? Pelo menos seria mais sábio.
Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR! Aqueles sim o odiavam! Odiavam o Inimigo Negro sem ver que os corações deles estão mais negros ainda! E se eles resolvessem mudar tenuemente as coisas para tentar se justificar? Porque eles eram orgulhosos. Acham mesmo que eles entrariam para a história como um povo vencido por alguém simplesmente incompreendido? Não! Se eles fossem derrotados, desafortunados, derrubados, que fosse por alguém terrível, mais forte que eles! Mais terrível que qualquer outra coisa! Assim não pareceriam fracos.
Anwel,
Você disse algo que Melkor poderia ter dito:
"Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?”
Eu vou mais além:
“Eu tenho capacidade para isso porque Eru me deu! Por quê, então, não?”
Explique, por favor. O que te leva a pensar assim?
Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR!
"Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?”
Finwë, você fala de consenso. Mas quem deles quis um consenso?
Ninguém.
— Cego és, Morgoth Bauglir, e cego serás sempre, capaz de ver apenas as trevas. (...) E agora sabemos a teu respeito, pois olhamos para os rostos que viram a Luz e ouvimos as vozes que falaram com Manwë. Antes de Arda existias, mas outros também existiam e não foste tu que a fizeste. Nem és o mais poderoso de todos, pois consumiste a tua força em ti mesmo e desperdiçaste-a no teu próprio vazio. Agora não és mais do que um escravo fugido dos Valar, cujas correntes ainda te esperam.
Os Filhos de Húrin, Capítulo III: As Palavras de Húrin a Morgoth
Assim como os americanos quando jogaram a bomba sobre Hiroshima. Tinham o "nobre" propósito de acabar com a guerra. Isso torna o ato bom? Não.
A diferenã, Húrin, é que comer é uma necessidade básica do ser humano. Ela precisa comer ou morre. Um Ainu não precisa criar.Entendo a situação como se você desse um doce para uma criança faminta e dizer para ela num outro momento, e não no agora, em que ela está com fome. Ou seja, você pode até ter alguma intenção por trás de seu pedido, mas sem explicar para a criança, qualquer punição que você venha a aplicar, sem a devida justificativa ou explicação, por melhor que tenha sido a sua intenção ou seu plano, torna-se injusta.
Mas Eru só limitou o poder de Melkor na medida em que ele atrapalhava os outros. É impossível permitir tudo, ou o trem descamba.Se Erú fez de Melkor e os demais Valar criadores, limitar seu poder de criar e desenvolver, fazendo somente o que lhe era de sua vontade não é algo como uma escravidão? Não seria de certa forma, cruel??
Saber ele sabia, pois era onisciente. Mas é como disse o Akira, a intervenção pode piorar as coisas. E Eru não pode interferir no trabalho de Melkor, pois isso seria um corte no livre-arbítrio de um ser, coisa que Eru não queria fazer. Mas isso não significa que ele deseje o mal. A própria definição teológica de Eru como o Sumo Bem impede que ele deseje o mal para alguém. Mas isso não impede que Eru "manipule" as coisas para que dos males de Melkor saiam bens (como ele faz, com o gelo, por exemplo). Mas isso não significa que não o mal em si seja bom. Ele ainda é um mal, e por isso deve ser evitado. Acho que é aí que reside o verdadeiro sentido da passagem em que Eru diz a Melkor que tudo tem um fim na glória de Ilúvatar.Erú, sendo oniciente e sendo o "criador" de Melkor e dos outros Ainur, tendo eles saido dele, "O Criador Maior", deveria saber( isso é, se já não sabia dessa característica de sua "criatura" ) do que Melkor era capaz e de suas metas e prováveis intenções, assim como todos os desdobramentos que isso poderia trazer, tanto para a sua Obra como para sí próprio e seus semelhantes.