• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Melkor talvez não seja mau!

Ponto de vista interessante. Melkor talvez fosse mal interpretado por todos, mas, fico imaginando um Melkor "bonzinho" e prefiro mil vezes mais "bandido" do quê "mocinho". É a marca do cara! :evil:
:mrgreen:
 
Melkor No início achava que estava trabalhando para a criação de Arda, mas ele realmente queria ser mestre e governar o mundo. Ele tinha vergonha de sí mesmo, MELKOR MAU COMPREENDIDO, MELKOR NÃO É MAL.
Melkor foi mal compreendido quando torturou Húrin? Tem jeito de ver isso de outra maneira?
 
Nós recebemos essas informações sobre Melkor de terceiros. Nós não “vimos” nada. E muitos deles também não viram. Todos temeram ou odiaram Melkor, e não tentaram entendê-lo. Colocar-se no lugar de alguém é melhor que julgar e condenar, não? Pelo menos seria mais sábio.

Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR! Aqueles sim o odiavam! Odiavam o Inimigo Negro sem ver que os corações deles estão mais negros ainda! E se eles resolvessem mudar tenuemente as coisas para tentar se justificar? Porque eles eram orgulhosos. Acham mesmo que eles entrariam para a história como um povo vencido por alguém simplesmente incompreendido? Não! Se eles fossem derrotados, desafortunados, derrubados, que fosse por alguém terrível, mais forte que eles! Mais terrível que qualquer outra coisa! Assim não pareceriam fracos.

“Ah, nós perdemos, não porque éramos fracos, mas porque ele era maior que nós...”


Muito legal seu ponto de vista Lissë, e ainda vou mais além, acho que sua opinião nos leva a outro ponto: o tênue limite entre o bem e o mal na Terra Média.

Como a Indily disse, o herói dos Noldor era um ser que matou seus parentes para conseguir seus objetivos. O ódio que alguns humanos da TM sentiam pelos edain não era ignorância. Era porque estes estavam tomando a terra que aqueles tinham antes pra sí.

A questão central disso tudo não é quem é o bom e quem é o mal.
Como a Lalaith disse, isso é "apenas" um ponto de vista que, infelizmente, o próprio caráter das obras não nos permite ter. Eru nas obras está "além do bem e do mal".

Há um atrito político no Silmarillion. Uma questão de poder.
Quem deve exerce-lo? Os Valar (arautos de Eru?) ou Melkor?

Quem está certo e quem está errado nessa história?
Quais são suas justificativas?

Uns são os "defensores de Eru", e o outro?

Pra mim, a justificativa de Melkor é simples: "Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?".


Não quero provar a inocência de Melkor. Muito menos as do Valar.
Não acho que quebrar As Lâmpadas para "restaurar" o equilíbrio entre o dia e a noite seja uma justificativa válida (nem acho que foi por isso).

E também não acho que controlar os filhos de Ilúvatar "para sua própria proteção" seja um ato bondoso no final das contas.

Não acredito nesse maniqueísmo tão simplista.

Só para concluir esse longo post, vou citar um escrito de um filósofo grego que escreveu refletindo sobre a questão de Deus (e façam as analogias que bem entenderem):

"Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É
capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por
que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos
Deus?"
- Epicuro de Samos
Anwel,
Você disse algo que Melkor poderia ter dito:
"Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?”

Eu vou mais além:

“Eu tenho capacidade para isso porque Eru me deu! Por quê, então, não?”

E mais, será que Melkor quis mesmo controlar? Na verdade, o Silmarillion, se encararmos como um registro unilateral, deixa N lacunas. Na verdade mesmo, nós partiríamos praticamente do zero.

O que, afinal, o Vala Escuro queria? Não serão os Noldor a responder, não? Nem aqueles que foram “contaminados” pelas suas idéias e pelas coisas que ouviram de outros.

E quanto àqueles que viram (poucos), lembrem-se do que eu falei:

“O Medo anuvia a visão. Tira a razão! O medo e o ódio!”


Embora toda a história seja unilateral, ainda sim não creio que havia um certo consenso entre Eru e Melkor. Por que Melkor foi inimigo do mundo? Pois ele interferia no Tema proposto pelo próprio Ilúvatar, ao qual ele só deveria servir. Isso pode, claro, soar com um tom escravocrata, mas veja o modo em que Melkor interferiu no Tema: Ele desejava, não apenas, como no início de suas andanças pelo Vazio, dar origem à coisas por si só; com o passar do tempo ele também começou a desejar outras partes do Tema, e as queria para si, ele desejava ser o Senhor de Tudo.

Para se definir um mal absoluto, eu penso que ambos os lados da história devam estar em consenso. Melkor não apenas atrapalhou as iniciativas de seus iguais, ele também retirou o livre-arbítrio dos seres que ele subjugou (tanto os orcs, os Balrogs, os elfos, homens e anões que ele tomou a seu serviço). Embora eu esteja definindo o mau de Morgoth com a mesma definição da visão unilateral da obra, eu penso que os que foram subjugados (inclusive os que lucraram com o reino de Melkor) sofreram tanto ou até mais que os inimigos de Melkor. Melkor também sofreu com a sua húbris, veja a majestade que Ilúvatar definiu para a existência de Melkor no Ainulindalë e compare com o ser pútrido e cheio de dores e desgraças, odiados pelos inimigos e igualmente por seus aliados.

O que pode ser definido como mal dentro da Obra é a falta da continuidade do Tema; Veja, embora o Tema continuou sendo tocado enquanto Melkor tramava suas ideias, ainda sim faltou-se continuidade e coerência que só podem ser adicionados com Tons vindos de Ilúvatar. Acho que questão do livre-arbítrio é bem corrigida por Tolkien; Melkor tinha o que precisava para agir da maneira que ele quisesse para montar a sua parte; Mas ele não quis montar, ele não quis brincar, ele almejou ser o senhor de seus iguais e de suas próprias criações. Isso também é aplicável para muitos da obra como Manwë, Finwë, Fëanor, Fingolfin, Túrin, Turgon, Elwë, Sauron ...
Finwë, você fala de consenso.

Mas quem deles quis um consenso?

Ninguém.

Muito bem...

Já há algum tempo eu venho comentando sobre Melkor, tanto no Fórum aberto quanto na Comu "A Sociedade do Escuro". E esse ponto sobre a História ser contada pelo ponto de vista dos "Sábios Elficos", muitas vezes, é uma coisa que passa despercebida por muitos leitores.
Gostaria de compartilhar com os mais novos de Fórum, um link do início de uma Saga publicada no Fórum que pode dar uma outra perspectiva a respeito desta questão.

O Livro Negro de Arda.

Acessem o link, depois conversamos mais a respeito, ok?

:joinha:
Hurin,

Li esse livro!
Sabem de uma coisa, não é uma Obra canônica, mas pode muito bem ser o outro lado das coisas. Ainda sim unilateral, mas o outro lado.

CPM22,
É isso que eu não queria que vocês fizessem.
Não vamos justificar nossos argumentos dizendo que foi o Professor que escreveu isso, então é assim.

Vamos pensar nessa Obra, o Silmarillion, como um escrito verídico que caiu em nossas mãos. Um documento histórico a ser analisado. Assim teremos a mente mais aberta. E a discussão continua... ;)
O Hurin explicou bem...

E.. Neithan...
Quem disse?

“aprendeste de cor a lição de teus mestres...”


Neithan tocou num ponto importante da questão. A incompreensão não era um pecado diante de Eru e não era por isso que Melkor era maligno. Todos os Valar tinham deficiências de compreensão em maior ou menor grau, o que definia esse estado como algo natural em seres limitados. O que separava o que era bom e mal era o que o Ainur/Valar faria de sua própria incompreensão. A livre-escolha pela harmonia com os outros ao invés da desarmonia.

Melkor era mau para os bons e também para os maus. Nós podemos lembrar como Sauron sente um pavor enorme diante da idéia de ter que voltar nu ao trono escuro de Morgoth após ser preso por Huan e Lúthien.

Ao perceber sua própria incompreensão os Valar criam um círculo da lei para poder ouvir uns aos outros, ao qual Melkor é convocado e no qual teria uma chance de poder se redimir da mesma forma que Osse se arrependeu diante de Ulmo. Entretanto o que vemos nele é a mesma atitude de Saruman. Melkor escolhia ser surdo por livre vontade.

O desejo dele criar coisas não era ruim, mas deveria vir no momento certo, no futuro distante quando todos saberiam os objetivos de Eru para si mesmos e Morgoth foi o único que queria criar imediatamente sem esperar nenhum de seus irmãos e pisando cruelmente em criaturas frágeis como os filhos de Eru. Os pobres homens deixavam a vida sem saber direito o que tinham visto, diminuídos de seu estado.

Neoghoster,
Eu não disse que Melkor era perfeito. Ele era impetuoso, sim. Talvez não se possa negar isso. Mas... os elfos não estavam na Ainulindalë...

Exatamente, Melkor não era mau, só era mal-compreendido.
Explique, por favor. O que te leva a pensar assim?

Ah... e muitos ainda estão olhando só de um lado...
 
Ana-Lissë, os fatos são objetivos. Melkor torturou elfos, Húrin, homens, destruiu as Árvores, as Lâmpadas.. Mesmo os seus servos os temiam. Por mais que ele tivesse "justificativas", os meios que ele usou são maus. Os fins não justificam os meios, na minha opinião. Mesmo se ele tivesse fins nobres, ele matou, torturou, destruiu. E foi ele quem começou tudo isso. Não pode alegar legítima defesa. Por mais que ele quisesse expandir sua capacidade criativa, ele destruiu o trabalho dos outros. Não seguiu as Leis predeterminadas por Eru.

Ele matou, torturou, roubou, destruiu. Isso não se pode mudar. Isso é objetivo. Isso não depende de ponto de vista.
 
Célio,
Eu estou questionando a veracidade de tudo isso, não a possível justificativa para isso.

A frase "aprendeste de cor a lição de teus mestres" pode soar de duas formas, dependendo da entonação que se usa.

Se falaram que Melkor falou isso com raiva, tudo bem, Mas e se ele falou de outra forma?
(só um exemplo para ilustrar) Sei lá o que Hurin ouviu, ou como lhe pareceu esta frase...
 
Célio,
Eu estou questionando a veracidade de tudo isso, não a possível justificativa para isso.

A frase "aprendeste de cor a lição de teus mestres" pode soar de duas formas, dependendo da entonação que se usa.

Se falaram que Melkor falou isso com raiva, tudo bem, Mas e se ele falou de outra forma?
(só um exemplo para ilustrar) Sei lá o que Hurin ouviu, ou como lhe pareceu esta frase...
Ana, a questão não é o que ele falou. É o que ele fez. Por mais que a história possa ser influenciada por quem conta, os Noldor não mudam os atos. Não importa o que ele falou pra Húrin, o que importe é que ele ficou mais de 30 anos na cadeira. E Maedhros ficou mais de vinte e cinco anos (sim, vinte e cinco anos) pendurado por um pulso. Isso são fatos, objetivos, que não podem ser mudados. Sim, foram os Noldor que escreveram o livro, mas isso era usado por Tolkien puramente como recusro para dar veracidade à Obra. Os fatos lá são objetivos, e não são realmente como escritos como se um personagem da história o escrevesse. Não pra pra descartar fatos objetivos com a justificativa que foram os Noldor que escreveram.
 
Mas daria mais liberdade para pensar, Célio. Esqueça a autoria do Professor e tente então colocar-se no lugar de Melkor ou dos Noldor...

Que seja, supondo que ele tenha feito tudo isso, a questão é POR QUÊ ele fez isso.

Se Maedhros fosse uma pessoa real, eu não estaria inclinada a acreditar nele, não...

Hurin... bem, que fale quem conhece melhor o personagem.

(to na facul agora... vou pensar bem em tudo isso e dou meu ponto de vista com mais calma depois)
 
Ana, é justamente isso que eu estou dizendo! Não importa o porquê. Ele fez algo muito mau, pode ter sido com o melhor propósito do mundo, mas ainda é mau. Como bem observou o Neithan, Hitler também tinha uma justificativa que era para ele plenamente aceitável. Ele acreditava estar fazendo um bem à humanidade. Será que o estamos julgando de uma maneira errada? Não, porque o que ele fez continua sendo mal, não importa o motivo. Assim como os americanos quando jogaram a bomba sobre Hiroshima. Tinham o "nobre" propósito de acabar com a guerra. Isso torna o ato bom? Não.
 
Melkor talvez não seja mau... questão complexa. Deixe-me pensar, como poderia imaginar o Mal? Um ser capaz de corromper e destruir montanhas, céus e mares... difícil conceber algo desta magnitude, ainda mais sentado confortavelmente diante de um pc e tomando café. Talvez, se diante de meus olhos de repente surgissem uma horda de criaturas matando indiscriminadamente qualquer coisa viva, onde só me restasse correr e tentar viver em terror contínuo. E sem saber a razão de tudo isso?! Complicado.

Mesmo que o Silmarillion seja baseado no ponto de vista dos noldor, ainda sim é uma fonte mais confiável do que tentar obter informações sobre o dia a dia e o modo de vida (?) dos cativos de Utumno e Angband. E mais complicado seria, caso os registros dessem resultado, descrever de modo imparcial o que teria levado ou motivado Melkor a agir de tal maneira.
 
Acho que entendo sua dúvida Ana. Havia nesse fórum um assunto muito interessante sobre Melkor:

http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=66035&highlight=morgoth+coitadinho&page=1

A dúvida vem da confiabilidade dos Noldor. Para entender se eles eram confiáveis no Silmarillion é importante considerar que eles trouxeram ao mundo a escrita. A seguir os homens a copiaram e no entanto os homens possuíam sua própria tradição.

Quando se tratava de registros eles levavam muito a sério o ofício e a ciência e eram o povo mais objetivo de todos. O único povo com precisão suficiente para construir Silmarils. Os professores dos Noldor deviam ser bem cri-cri.

Quando comparamos a visão de vilão de Melkor dos Noldor com a visão cristã de Tolkien, observamos que ambas condenariam o Vala caído, e os homens de Númenor, que receberam a ilha por derrotá-lo também o consideravam como inimigo.

Na criação, havia duas categorias de presentes dados para as criaturas. Os presentes corruptíveis e os incorruptíveis.

Da parte de Eru as criaturas receberam presentes incorruptíveis, que eram sua existência, a livre escolha e o destino das raças.

Da parte dos Valar as criaturas receberam presentes corruptíveis, a casa dos espíritos (seus corpos) e aquilo que nutria esses corpos (a matéria de Arda).

Eru era o sustentáculo de todas as coisas. As que provinham dele, incorruptíveis, e as que provinham de seus Ainur, corruptíveis. Quando Melkor decidiu usar seu dom, o fez de forma integral com plenos poderes e sentindo vergonha (o que poderia envergonhar Melkor?).

A seguir Eru convida os Ainur a entrarem no mundo e alguns decidem ficar do lado de fora... Curiosamente, essa seria uma das situações em que poderíamos perguntar... Será que os que ficaram de fora tinham idéia do que iria acontecer e por isso não entraram? E se Tolkien sabia da inscrição, "Fostes fiel no pouco e sobre o muito te colocarei" como ficaria Melkor? Certamente perderia o posto de rei para Manwe pois ele não foi fiel no "muito" que havia ficado nas suas mãos, quanto mais no pouco que lhe coube depois.
 
Nós recebemos essas informações sobre Melkor de terceiros. Nós não “vimos” nada. E muitos deles também não viram. Todos temeram ou odiaram Melkor, e não tentaram entendê-lo. Colocar-se no lugar de alguém é melhor que julgar e condenar, não? Pelo menos seria mais sábio.
Ok, mas o que não é sábio é querer saber a "segunda opinião", já que a mesma não existe. Não existe nenhum relato negando ou contradizendo o relato dos Noldor. Então como contestar? Com que base?
Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR! Aqueles sim o odiavam! Odiavam o Inimigo Negro sem ver que os corações deles estão mais negros ainda! E se eles resolvessem mudar tenuemente as coisas para tentar se justificar? Porque eles eram orgulhosos. Acham mesmo que eles entrariam para a história como um povo vencido por alguém simplesmente incompreendido? Não! Se eles fossem derrotados, desafortunados, derrubados, que fosse por alguém terrível, mais forte que eles! Mais terrível que qualquer outra coisa! Assim não pareceriam fracos.
Por que os Noldor odiariam Melkor? O que Melkor fez para que os noldor simplesmente o odiassem?

Vamos aos FATOS:

-Após o despertar dos elfos, o que Melkor fez? Perseguiu, capturou, matou elfos;
-Mesmo em Valinor, Melkor ASSASSINOU Finwë, simplesmente porque queria ROUBAR algo que não lhe pertencia.
Fora as Guerras de Beleriand.

Não importa o porquê, o que ele fez não tem justificativa.

“Eu tenho capacidade para isso porque Eru me deu! Por quê, então, não?”

"Eu tenho capacidade de matar outras pessoas porque. Por quê, então, não?"
"Eu tenho capacidade de assassinar milhões de judeus pois mando na Alemanha. Por quê, então, não?"
"Eu posso jogar minha filha pela janela, pois sou mais forte. Por quê, então, não?

Não é porque você PODE fazer algo, que você deve fazer, ou que isso seja certo.

OBS: E Melkor não podia criar, do nada. Somente Eru podia.

E mais, será que Melkor quis mesmo controlar? Na verdade, o Silmarillion, se encararmos como um registro unilateral, deixa N lacunas. Na verdade mesmo, nós partiríamos praticamente do zero.


O que, afinal, o Vala Escuro queria? Não serão os Noldor a responder, não? Nem aqueles que foram “contaminados” pelas suas idéias e pelas coisas que ouviram de outros.

Ana, agora tem algo extremamente complexo. A única fonte que temos é o Silma (além de cartas, HoME, etc). Mas todos os relatos que existem mostram um Melkor frio, vingativo, cruel, a personificação do mal em Arda. Não existe absolutamente NADA, nem um trecho, um rabisco, um livro escrito por Sauron que diga o contrário. Então simplesmente não vejo como querer defender algo indefensável. Mesmo que ele tenha sido tratado de forma errada por Eru ou outros Ainur (o que não ocorreu, o Silma deixa claro que Melkor que começou a causar), nada justifica seus atos, absolutamente nada.
“O Medo anuvia a visão. Tira a razão! O medo e o ódio!”
Quem criou o medo? Quem criou o ódio? Os noldor? Os Valar? Não, Morgoth!

Se os noldor em algum momento perderam a razão, foi por ódio a Morgoth, ódio este causado exclusivamente pelo Vala Caído!
Vamos pensar nessa Obra, o Silmarillion, como um escrito verídico que caiu em nossas mãos. Um documento histórico a ser analisado. Assim teremos a mente mais aberta. E a discussão continua...
O Hurin explicou bem...
Mas mesmo lendo o Silma como um relato da antiguidade, nada ali absolve Melkor.
E.. Neithan...
Quem disse?
“aprendeste de cor a lição de teus mestres...”
O que Melkor diz em sua defesa? Quando mostra um pouco de arrependimento, remorso ou comoção por algo que tenha feito? Só se lamenta pelo fato de ter falhado na destruição de Arda.
Que seja, supondo que ele tenha feito tudo isso, a questão é POR QUÊ ele fez isso.
E ele fez. :D

Por que Melkor fez o que fez? Lendo o Silma como uma obra real, e lendo tudo que vejo sobre Melkor, a única explicação na qual eu cheguei foi que Melkor era um ser cruel, que tinha em mente destruir tudo que era belo e lhe foi privado, por ter se revoltado contra seu criador, por motivos egoístas.
Se Maedhros fosse uma pessoa real, eu não estaria inclinada a acreditar nele, não...
E acreditaria em quem?
Hurin... bem, que fale quem conhece melhor o personagem.
Leal, fiel, sincero...o que ele fez para Melkor o odiar? Nada, simplesmente existiu. Melkor odiava e INVEJAVA os homens, simplesmente por existirem. E aí? Por que ele odiava os homens?
 
Nós recebemos essas informações sobre Melkor de terceiros. Nós não “vimos” nada. E muitos deles também não viram. Todos temeram ou odiaram Melkor, e não tentaram entendê-lo. Colocar-se no lugar de alguém é melhor que julgar e condenar, não? Pelo menos seria mais sábio.

Concordo, é melhor, mas não mais fácil.

Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR! Aqueles sim o odiavam! Odiavam o Inimigo Negro sem ver que os corações deles estão mais negros ainda! E se eles resolvessem mudar tenuemente as coisas para tentar se justificar? Porque eles eram orgulhosos. Acham mesmo que eles entrariam para a história como um povo vencido por alguém simplesmente incompreendido? Não! Se eles fossem derrotados, desafortunados, derrubados, que fosse por alguém terrível, mais forte que eles! Mais terrível que qualquer outra coisa! Assim não pareceriam fracos.

Exatamente.

Anwel,
Você disse algo que Melkor poderia ter dito:
"Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?”

Eu vou mais além:

“Eu tenho capacidade para isso porque Eru me deu! Por quê, então, não?”

É como um político uma vez disse sobre as benesses que lhe são permitidas: "Se é de direito, eu não rejeito".

Explique, por favor. O que te leva a pensar assim?

Estava sendo irônico, é porque em desenhos animados ou filmes de comédia, niunguém nunca é mau, é só mau compreendido.
 
Ah, outra coisa! Muito da história foi contada pelos Noldor! E quem são eles? OS MAIORES INIMIGOS DE MELKOR!

A história foi contada pelos Noldor, mas foi feita por Homens, Elfos, Anões, Hobbits, e todos que se consideravam livres. Foi para garantir essa liberdade que todos esses povos bravamente lutaram; eles eram os Inimigos de Melkor pois esse era apenas um senhor de escravos, que subjugava, torturava e lançava as mais hediondas maldições e desgraças que podem ser imaginadas.

Foram os Sábios entre os Noldor que escreveram a história pois entre os cativos de Morgoth não havia tempo para cultura, não havia tempo para diversão ou para exercer a liberdade que fora garantida por Ilúvatar à toda a sua Criação. Os escravos de Melkor apenas tinham tempo para o trabalho e para o açoite que divertia Morgoth e a sua corte.

"Eu tenho capacidade pra isso. Porque não?”

Por que há outros seres cujas liberdades e direitos foram igualmente garantidas por Eru; mas Melkor esqueceu isso, ele esqueceu (ou melhor buscou esquecer) que ele é apenas parte da obra e não o dono dela.

Finwë, você fala de consenso. Mas quem deles quis um consenso?
Ninguém.

Melkor não quis nenhum consenso, pois a sua ganância e a sede de poder o impediu. Mas se você ler bem o Ainulindalë verá que por duas vezes Eru se levantou e abrandou a arrogância de Melkor, e fez-lhe lembrar que não era apenas a sua voz que deveria ser ouvida nos Salões Eternos.

Húrin e a sua familia são o exemplo máximo das consequências dessa capacidade que não encontrou limites; mas mesmo em sua dor, mesmo na desgraça de ver toda a sua familia destruída e o seu povo humilhado e escravizado, ele ainda diz palavras que para mim fazem a mais perfeita descrição de quem era Melkor:

— Cego és, Morgoth Bauglir, e cego serás sempre, capaz de ver apenas as trevas. (...) E agora sabemos a teu respeito, pois olhamos para os rostos que viram a Luz e ouvimos as vozes que falaram com Manwë. Antes de Arda existias, mas outros também existiam e não foste tu que a fizeste. Nem és o mais poderoso de todos, pois consumiste a tua força em ti mesmo e desperdiçaste-a no teu próprio vazio. Agora não és mais do que um escravo fugido dos Valar, cujas correntes ainda te esperam.
Os Filhos de Húrin, Capítulo III: As Palavras de Húrin a Morgoth
 
Última edição:
Assim como os americanos quando jogaram a bomba sobre Hiroshima. Tinham o "nobre" propósito de acabar com a guerra. Isso torna o ato bom? Não.

Acabar com a Guerra, ou não. As tropas do Eixo estavam acabadas; os norte-americanos jogaram bombas em cidades japonesas só pra mostrar quem [num termo bem norte-americano] estava no comando, já que dalí (do oriente) sairia uma grande potência, URSS. Eles tinham que mostrar que eles tinham poder, também, no Oriente.

Acho que o que se passa em Melkor, é a mesma coisa. Sabia que era poderoso, rivalizava pau-a-pau com Manwë (ou mais ainda), e estava sozinho numa terra cheia de elfos, homens, anões para controlá-los - assim pensava Mogoth. Chego a pensar que Morgoth esqueçeu dos poderes superiores de Eru.
 
Abrindo um breve parênteses no assunto de Eru e da liberdade de Melkor, isso nos leva a um mecanismo pouco observado nas análises das obras sobre o comportamento do criador.

Um ser criador se comporta de forma bem plástica e flexível e usa uma habilidade chamada ocultação.

Quando observamos a ocultação de Valinor, nós presenciamos apenas um pálido reflexo da habilidade de ocultação usada em seu pleno poder, dessa vez exercida por Eru e não pelos Valar.

Do lado de fora, havia Eru (com seus palácios) e o Vazio. E o vazio servia de meio entre o criador e as criaturas e podia ser anteposto entre um e outro e mesmo assim o criador podia se isolar de certos elementos de seu reino em prol do livre arbítrio.

E na verdade essa é uma das propriedades da teoria de sistemas.(Sistemas podem ser invisíveis)

Um sistema plenamente invisível corta todos os canais de alimentação e comunicação e só será notado se assim for sua vontade, deixando a criatura plenamente livre diante de seu criador.

Ao vagar pelo vazio, aproveitando o dom da ocultação de Eru, Melkor literalmente perdia de vista Eru e todos os outros Ainur, para que ele mesmo pudesse realizar seus experimentos sem a presença dos outros.

Os outros Ainur se tornaram mero detalhe diante da busca de Melkor pelo fogo dentro do próprio mundo, a revelia dos filhos. Pois era nisso que havia se transformado a sua busca. Uma guerra pessoal de fora do mundo havia sido transposta para o lugar de nascimento dos filhos.

Essa liberdade através da ocultação de Deus é uma das razões de algumas pessoas terem experiência religiosa e outras não. Melkor provavelmente não deveria ter buscado a ocultação de Eru e sim a sua presença, para pedir conselhos como fazia Aulë em Arda.
 
Última edição:
Aproveitando a citação do Finwë Curufinwë e a sequência desse diálogo:

Citação:
<table style="width: 532px; height: 138px;" border="0" cellpadding="6" cellspacing="0"> <tbody><tr> <td class="alt2" style="border: 1px inset ;"> Cego és, Morgoth Bauglir, e cego serás sempre, capaz de ver apenas as trevas. (...) E agora sabemos a teu respeito, pois olhamos para os rostos que viram a Luz e ouvimos as vozes que falaram com Manwë. Antes de Arda existias, mas outros também existiam e não foste tu que a fizeste. Nem és o mais poderoso de todos, pois consumiste a tua força em ti mesmo e desperdiçaste-a no teu próprio vazio. Agora não és mais do que um escravo fugido dos Valar, cujas correntes ainda te esperam.Os Filhos de Húrin, Capítulo III: As Palavras de Húrin a Morgoth </td> </tr> </tbody></table>
<!-- / message --><!-- sig -->
Melkor, já o Morgoth que conhecemos, diz:

- "Aprendeste bem as lições de teus Mestres!! ... "

Enfim... No Silma, há um trecho do texto que conta a respeito de Melkor e suas capacidades, de que ele tinha um tanto dos poderes de seus irmãos, e que gostava de criar, que também gostava do que é belo. Nesse mesmo trecho, diz que Melkor competia com Aulë entre criações.
Apesar de todo o mau que ele causou e de suas ações contra aquela que deveria ser a ordem natural para os Planos de Eru, ainda acho que ele tinha uma outra função dentre os Valar. E quem já debateu comigo a respeito deve lembrar( ou não ) dessa observação.

Muito bem. Tendo uma parte do poder/conhecimento de todos os outros Valar, sendo visto como o mais poderoso( ou o conhecedor e capaz das mesmas coisas os outros Valar ) , Melkor "poderia" mesmo agir sem a ajuda de seus "semelhantes". Sendo assim, se ele era mal, se Erú sabia a respeito de todos suas criações, porque o fez assim?
Muitos retiram "toda" a culpa de Erú( ser que eu não gosto de comparar com o nosso Deus, apesar de Tolkien tê-lo feito... ) , e relevam quando no Silma diz que o próprio Erú se enfureceu com a participação ou dissonância de Melkor na Música.
Entendo que é irritante alguém atrapalhar algo no momento em que estamos criando, mas o próprio Erú deu esse poder a Melkor. No caso, se Melkor errou em desempenhar uma função, sem ter o conhecimento de para quê o estava fazendo, a maior falha foi de Erú, por não corrigí-lo e orientá-lo para um melhor resultado.

Entendo a situação como se você desse um doce para uma criança faminta e dizer para ela num outro momento, e não no agora, em que ela está com fome. Ou seja, você pode até ter alguma intenção por trás de seu pedido, mas sem explicar para a criança, qualquer punição que você venha a aplicar, sem a devida justificativa ou explicação, por melhor que tenha sido a sua intenção ou seu plano, torna-se injusta.

Se Erú fez de Melkor e os demais Valar criadores, limitar seu poder de criar e desenvolver, fazendo somente o que lhe era de sua vontade não é algo como uma escravidão? Não seria de certa forma, cruel??
 
Última edição:
Entendo a situação como se você desse um doce para uma criança faminta e dizer para ela num outro momento, e não no agora, em que ela está com fome. Ou seja, você pode até ter alguma intenção por trás de seu pedido, mas sem explicar para a criança, qualquer punição que você venha a aplicar, sem a devida justificativa ou explicação, por melhor que tenha sido a sua intenção ou seu plano, torna-se injusta.
A diferenã, Húrin, é que comer é uma necessidade básica do ser humano. Ela precisa comer ou morre. Um Ainu não precisa criar.

Se Erú fez de Melkor e os demais Valar criadores, limitar seu poder de criar e desenvolver, fazendo somente o que lhe era de sua vontade não é algo como uma escravidão? Não seria de certa forma, cruel??
Mas Eru só limitou o poder de Melkor na medida em que ele atrapalhava os outros. É impossível permitir tudo, ou o trem descamba.
 
A bem da verdade, podemos resumir a situação da seguinte forma. Eru criou seres que eram construtores e que no futuro poderiam vir a se tornar criadores.

Melkor era o construtor com mais talentos e por essa razão aquele que tinha mais escolhas dentre todos os seus filhos e não podia reivindicar mais talento que isso até que o tempo fosse chegado. Ele teria que esperar pelos outros assim como Eru estava fazendo.

Se Melkor esperasse os outros como devia ele faria de boa vontade aquilo que fez sem querer. E a neve e as nuvens seriam a sua glória ao invés de sua perdição. A perda do paraíso que poderia ter tido um dia, para uma criatura, é a maior punição que existe. Logo, Melkor escolheu criar essas coisas contra a vontade de Eru, ao invés de a favor, exercendo o limite de sua existência e o pleno potencial de criatura limitada.

Quando Melkor fez isso ele incorreu naquilo que foi citado pelo Neithan, "Tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém." De modo que quando a criatura decide exercer e manifestar todo o seu potencial ela está destinada a fazer também as escolhas catastróficas e o resultado do encontro das duas é justamente o vazio, aquilo pelo que ele sempre buscou.

E porque Eru deixaria isso acontecer? Porque Eru se ocultou? Por que os Valar se ocultaram?

Vamos lembrar do que aconteceu. Os Valar deviam ter se ocultado e de sua manifestação direta no mundo muitas tristezas aconteceram, e Eru dá a entender que os elfos deviam ter ficado em suas casas na terra ao invés de serem levados para as terras dos Valar.

A superproteção dos Valar, que havia embebedado de orgulho os numenorianos e alguns elfos, demonstrava ser muito improdutiva. Ao agir incisivamente Eru podia piorar a mente confusa de Melkor, que desde sempre procurou negá-lo na criação do mundo.

Falar a Melkor precisaria, mais uma vez, levar o tempo que fosse necessário, num prazo longo da malícia e maldade do Vala negro. Um tempo que Melkor não acreditava que existisse. E enquanto os outros Valar demonstravam seus erros numa escala menor (como a falta de memória), Melkor demonstrava seus erros numa escala gigante.

Essa é uma razão pela qual ao mundo se permitem existir pessoas que acreditem em um deus e pessoas que não acreditam. A sua maneira, Melkor também não acreditava nas palavras dos outros e no que os outros diziam, apenas sua palavra era válida e ele usava a habilidade do livre-arbítrio ao extremo máximo que podia chegar.

Diante do livre-arbítrio Eru se oculta para permitir a criatura decidir se vai procurá-lo ou se vai procurar seus próprios caminhos. E ainda assim não era qualquer tipo de busca que podia levar aos caminhos de Eru. Para isso seria preciso bater na porta certa e fazer pressão nos pontos certos em sua própria alma.

Ao escolher mentir para si mesmo, Melkor escolheu não se conhecer e também a desconhecer quais eram os pontos nele mesmo que deviam conduzir a Eru, uma prática que Manwë fazia com destreza. Procurar em si mesmo a revelação de Eru, ou aquilo que ressoava melhor com o pensamento dele.

Na verdade foi um péssimo negócio lutar contra tudo e todos durante o tempo todo. Afinal, "é possível enganar uma pessoa o tempo todo e enganar algumas pessoas por algum tempo, mas é impossível enganar todo mundo por muito tempo".

Eru então "diminuía" diante das escolhas de suas criaturas. A perfeição podia escolher ser maior ou menor e a soma das partes podia dar um número maior do que o simples "todo". Ao fazer isso, reforçava a propriedade de criação, àquilo que é perfeito Eru podia adicionar até mesmo a maldade de Melkor, sem prejuízo para si já que Eru nunca sai no prejuízo.
 
Nolyon e Amigo, Meneldur:

Nos Primórdios d'O Silmarillion, quando da Música, a intenção e necessidade era e foi "Criação". Eu entendo que é preciso se controlar determinadas ações, e é justamente disso que eu falei.
Erú, sendo oniciente e sendo o "criador" de Melkor e dos outros Ainur, tendo eles saido dele, "O Criador Maior", deveria saber( isso é, se já não sabia dessa característica de sua "criatura" ) do que Melkor era capaz e de suas metas e prováveis intenções, assim como todos os desdobramentos que isso poderia trazer, tanto para a sua Obra como para sí próprio e seus semelhantes.

A grande falha nessa balança é que o Professor amarrou sua criação ao nosso Deus, e poucos se desligam desse fato na hora de interpretar tanto a Erú como a Melkor, este ligado a Lúcifer.
Entendo a dificuldade, tendo em mente que o próprio Professor não desgrudou a ideia da comparação entre uma coisa e outra. Mas eu ligo, ou gosto de ligá-la a outras Mitologias, principalmente a Nórdica. Vejo Erú mais como um Odin, ou um bom tanto mais potente. Lembrando que Odin não era ou tem ações tão coerentes.
Lembro que o próprio Mandos, quando da Libertação do Cativeiro, poderia ter alertado seus semelhanças da não mudança de Melkor e se calou. Por quê?? Fez o mesmo com Fëanor. Por quê?? Eu tenho minha opinião a respeito e digo, Mandos sabia desde o princípio das coisas, ou teve uma visão do próprio Erú a respeito. Dessa forma, seguindo essa minha interpretação, que não vejo como tããão absurda, tendo em vista os fatos, havia esse destino para esses dois personagens( Melkor e Fëanor).

Tenho para mim e repito nesse post como o fiz em outra ocasião, de que Melkor "teria" como função, num quadro geral, apoiar seus semelhantes em seus trabalhos, Porquê digo isso? Digo por causa de ele ter um tanto do poder/conhecimento dos outros Ainur.

Pense/pensem a respeito... Não somente pensar, reflitam sobre esses detalhes:joinha:

NAkira:

Não deu pra ler ainda seu post por eu estar respondendo e você postando o seu. Tô saindo do trabalho. Em casa leio!:joinha:

PS: Meus Nolyoni tão demais!:beam:
 
Erú, sendo oniciente e sendo o "criador" de Melkor e dos outros Ainur, tendo eles saido dele, "O Criador Maior", deveria saber( isso é, se já não sabia dessa característica de sua "criatura" ) do que Melkor era capaz e de suas metas e prováveis intenções, assim como todos os desdobramentos que isso poderia trazer, tanto para a sua Obra como para sí próprio e seus semelhantes.
Saber ele sabia, pois era onisciente. Mas é como disse o Akira, a intervenção pode piorar as coisas. E Eru não pode interferir no trabalho de Melkor, pois isso seria um corte no livre-arbítrio de um ser, coisa que Eru não queria fazer. Mas isso não significa que ele deseje o mal. A própria definição teológica de Eru como o Sumo Bem impede que ele deseje o mal para alguém. Mas isso não impede que Eru "manipule" as coisas para que dos males de Melkor saiam bens (como ele faz, com o gelo, por exemplo). Mas isso não significa que não o mal em si seja bom. Ele ainda é um mal, e por isso deve ser evitado. Acho que é aí que reside o verdadeiro sentido da passagem em que Eru diz a Melkor que tudo tem um fim na glória de Ilúvatar.

Daí vem a questão que todos se fazem: se Eru sabia dos feitos de Melkor, porque o criou? Ora, se ele não criasse não poderia saber de nada. Se não sabia de nada, porque não criá-lo, se nnão há impedimento conhecido? E se o cria, passa a saber, então é melhor não criá-lo... Aí a gente pira na batatinha.:lol:

É importante notar que a relação Eru-Deus é mais que uma simples comparação. É quase uma igualdade, já que Tolkien tencionava criar um mundo mitológico que se adaptasse às suas crenças católicas. Daí a inclusão de Eru e a inclusão também de elementos teológicos na Obra, principalmente no legendarium tardio.

P.S.: Tivemos um bom Mestre, Húrin.
 
Última edição:

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo