Ninguém aqui falou de religiosidade, falamos da teologia que inspira a obra. Sem o cristianismo ortodoxo o Irmãos Karamázov fica sem sentido. Isso não quer dizer que você não possa apreciar a obra por outros ângulos e admirar essa religiosidade sem ser dessa religião, você pode admirar o ideal até mesmo sendo ateu. A questão não é essa.
A questão não é impor como se deve entender uma obra, mas entender o que realmente pensou e creu o autor quando a escrevia. Essa é uma abordagem literária, um estudo sobre o tolkienismo, não uma reprodução de suas ideias, mas o entendimento do que significa realmente o Senhor dos Aneis. Quanto a teorias estéticas e a visão subjetiva de cada um, bom, isso não é análise literária, é fan-fiction. Isso você procure em outra área do fórum, ou crie um tópico.
ESSE tópico é para entendermos o que de facto era a maldade de Melkor, não o que consideramos, em nossas opiniões pessoais, ser a 'minha forma particular' de entender a maldade de Melkor. Isso não existe. O autor criou com uma finalidade independente de como você interprete. Quando nos debruçamos assim sobre um tema do legendarium, o que nos interessa é entender a verdade, não ficarmos dividindo devaneios. Isso existe, é válido, mas vale mais do que fan-fiction. Não lança luz nenhuma no nosso estudo (no meu caso, por mais leigo que seja o estudo), não esclarece nada, só cria discussões inócuas sobre o mundo subjetivo de cada um, que não interessa a quem não pertence aquele mundo.
O que me lembra meu tópico babaca sobre relações entre Schopenhauer e o Ainulindalë, relações que só existiam na minha cabeça. Ao ler Tolkien com uma cabeça mais racional e crítica, o que se vê ali é santo Agostinho, são Tomás de Aquino, pitadas de escolástica, e um mundo povoado por elementos fantásticos cheios de sentido mitológicos e filosóficos. E você não precisa concordar com isso: eu adorava Tolkien quando católico romano e ainda amo hoje enquanto cristão ortodoxo, mesmo discordando enormemente da visão filosófica do legendarium, a visão escolástica, tomista, agostiniana.