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Melkor talvez não seja mau!

Isto no final da década de 30, 20 anos depois, após o imenso sucesso do "Senhor Dos Anéis", qualquer editor iria querer publicá-lo, a verdade é que Tolkien não queria mais vê-lo impresso.
Eu não acho que é esse o caso. O Silmarillion só não foi publicado porque Tolkien começou uma revisão enorme no mundo dele de um modo geral. Tolkien era perfeccionista, queria que tudo fosse perfeito, e, à medida que envelhecia, procastinava cada vez mais. Pelo menos o Silmarillion ele queria publicado sim. Se não me engano o próprio Tolkien nomeou Christopher como executor literário.

E não, Éomer, não me lembro de ele ter falado nada disso.

Btw, concordo com o Éomer.
 
ele cita isso em alguma das cartas? Não lembro de ter lido qualquer declaração do professor a esse respeito.




Que coisa mais reducionista. Se é assim podemos fechar o forum, não?

De forma alguma, a graça está nisto, nas visões conflitantes sobre uma mesma obra. Muito melhor do que ficar em "guetos" para quem considera a obra de Tolkien parte da teologia cristã católica ou para os adeptos do "lado escuro da força" ou ainda para os livres pensadores como eu.
 
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Eu não acho que é esse o caso. O Silmarillion só não foi publicado porque Tolkien começou uma revisão enorme no mundo dele de um modo geral. Tolkien era perfeccionista, queria que tudo fosse perfeito, e, à medida que envelhecia, procastinava cada vez mais. Pelo menos o Silmarillion ele queria publicado sim. Se não me engano o próprio Tolkien nomeou Christopher como executor literário.

E não, Éomer, não me lembro de ele ter falado nada disso.

Btw, concordo com o Éomer.

Como eu já disse, é uma desconfiança, uma boa biografia de Tolkien pode muito bem provar que eu estou errado.
 
De forma alguma, a graça está nisto, nas visões conflitantes sobre uma mesma obra. Muito melhor do que ficar em "guetos" para quem considera a obra de Tolkien parte da teologia cristã católica ou para os adeptos do "lado escuro da força" ou ainda para os livres pensadores como eu.
Ela não é parte da teologia cristã, mas baseada nela. Livre-arbítrio, Graça, o papel dos Valar, tudo é direcionado à teologia católica, claro, com uma forte inspiração mitológica na forma da história. Não se trata de guetos. Procure ler qualquer estudioso da obra de Tolkien e ele te dirá o mesmo.

Isso me lembra de quando tentava entender Tolkien a partir de uma visão nietzscheana. Nada a ver... se for pensar assim, tudo é relativo e existe Schopenhauer até no Castelo Rá Tim Bum.
 
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É que nem a análise da História, antigamente os historiadores analisavam a História de um modo muito equivocado, a análise era feita tomando por base o presente.
Claro que o historiador não pode se livrar do presente completamente pois ele vive no mundo, mas as novas correntes tentam pensar a História no contexto do período estudado.
A analise feita por fora pode gerar muitos preconceitos, é como analisar a Igreja Católica pela ótica protestante ou vice-versa. Ela sempre deve ser feita olhando o contexto de dentro e não de fora.
 
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Ela não é parte da teologia cristã, mas baseada nela. Livre-arbítrio, Graça, o papel dos Valar, tudo é direcionado à teologia católica, claro, com uma forte inspiração mitológica na forma da história. Não se trata de guetos. Procure ler qualquer estudioso da obra de Tolkien e ele te dirá o mesmo.

Isso me lembra de quando tentava entender Tolkien a partir de uma visão nietzscheana. Nada a ver... se for pensar assim, tudo é relativo e existe Schopenhauer até no Castelo Rá Tim Bum.

Respeito o seu ponto de vista, mas quando leio Tolkien, ou qualquer outra ficção, uso apenas uma ótica, a minha.

PS: Li fanfics ótimas, recentemente, em sites "dark side of the force", em especial uma sobre Sauron planejando tornar-se o Papai Noel e outra sobre uma mamãe orc.
 
Respeito o seu ponto de vista, mas quando leio Tolkien, ou qualquer outra ficção, uso apenas uma ótica, a minha.

Mesmo que ela vá contra a ótica do autor? Esse não é o ponto de vista do Paganus. Lê o que o Tolkien falou a respeito da própria obra e deixa de ser pretensioso que tu já está começando mal aqui.
 
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É como eu disse la em cima...a obra de Tolkien deve ser analisada dentro do contexto tolkieniano, analisar a obra por meio de outras óticas como por exemplo as nossas próprias ou a de terceiros vão gerar visões equivocadas.
 
Mesmo que ela vá contra a ótica do autor? Esse não é o ponto de vista do Paganus. Lê o que o Tolkien falou a respeito da própria obra e deixa de ser pretensioso que tu já está começando mal aqui.

Sim, mesmo que vá contra a ótica do autor. A obra pode ser dele, mas a opinião é minha.

Pergunta: Você é dono do fórum?
 
Não mesmo, um modesto postador, mas valorizo muito o fórum.

Se alguém achar que a visão de Tolkien sobre sua própria obra tem alguma importância sugiro que leia esse post do Ilmarinen. É enorme, mas vale a pena.
 
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Não mesmo, um modesto postador, mas valorizo muito o fórum.

Se alguém achar que a visão de Tolkien sobre sua própria obra tem alguma importância sugiro que leia esse post do Ilmarinen. É enorme, mas vale a pena.


"Mesmo assim, o Legendarium de Tolkien pode ser interpretado como o próprio Humphrey Carpenter disse, o biógrafo oficial estabelecido pelos herdeiros dele, como 'complementando o Cristianimo' (sic)." E eu aqui pisando em ovos para não ofender a religião de quem quer que seja...

Dostoiévsky escreveu a maior obra de ficção literária de todos os tempos, em minha opinião, é claro, "Os Irmãos Karamázov", talvez ele tenha dito que sua obra-prima é, antes de tudo, uma obra Cristã Ortodoxa, isto seria direito dele (não sei, nem me preocupo em saber se ele o fez). Mas não é isto o que me atrai (uma provável religiosidade cristã ortodoxa) no citado livro, o que me atrai nele é o mergulho, sem igual, nas profundezas da alma humana. Da mesma forma, não é o catolicismo romano, que Tolkien fazia questão de dizer que impregnava toda a sua obra, o que me atrai nela. O que me atrai na obra de Tolkien pode ser exemplificado pelo que é dito sobre Gandalf neste trecho do post:"... Gandalf é uma síntese deliberada e proposital de elementos cristãos e pagãos...". Ou seja, ler Tolkien, para mim, é um mero prazer estético, foi delicioso encontrar um mundo tão pagão porém com elementos da moralidade judaico-cristã, pelo menos por parte dos "good guys". Apenas e tão somente isto.

E se eu não importaria com o que Dostoiévsky tivesse dito (se é que não disse) sobre a religiosidade de "Os Irmãos Karamázov", imagine se eu vou me importar com o que Tolkien disse sobre a religiosidade de "O Senhor Dos Anéis".

PS: Clint Eastwood, quando confrontado sobre as muitas opiniões sobre sua obra-prima "Menina De Ouro" - e muitas destas opiniões divergiam da dele - disse o seguinte: "Um filme é como um filho, você o cria e o mundo faz o que quiser dele". Não é à toa que ele é considerado "the coolest man in the world".
 
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Ninguém aqui falou de religiosidade, falamos da teologia que inspira a obra. Sem o cristianismo ortodoxo o Irmãos Karamázov fica sem sentido. Isso não quer dizer que você não possa apreciar a obra por outros ângulos e admirar essa religiosidade sem ser dessa religião, você pode admirar o ideal até mesmo sendo ateu. A questão não é essa.

A questão não é impor como se deve entender uma obra, mas entender o que realmente pensou e creu o autor quando a escrevia. Essa é uma abordagem literária, um estudo sobre o tolkienismo, não uma reprodução de suas ideias, mas o entendimento do que significa realmente o Senhor dos Aneis. Quanto a teorias estéticas e a visão subjetiva de cada um, bom, isso não é análise literária, é fan-fiction. Isso você procure em outra área do fórum, ou crie um tópico.

ESSE tópico é para entendermos o que de facto era a maldade de Melkor, não o que consideramos, em nossas opiniões pessoais, ser a 'minha forma particular' de entender a maldade de Melkor. Isso não existe. O autor criou com uma finalidade independente de como você interprete. Quando nos debruçamos assim sobre um tema do legendarium, o que nos interessa é entender a verdade, não ficarmos dividindo devaneios. Isso existe, é válido, mas vale mais do que fan-fiction. Não lança luz nenhuma no nosso estudo (no meu caso, por mais leigo que seja o estudo), não esclarece nada, só cria discussões inócuas sobre o mundo subjetivo de cada um, que não interessa a quem não pertence aquele mundo.

O que me lembra meu tópico babaca sobre relações entre Schopenhauer e o Ainulindalë, relações que só existiam na minha cabeça. Ao ler Tolkien com uma cabeça mais racional e crítica, o que se vê ali é santo Agostinho, são Tomás de Aquino, pitadas de escolástica, e um mundo povoado por elementos fantásticos cheios de sentido mitológicos e filosóficos. E você não precisa concordar com isso: eu adorava Tolkien quando católico romano e ainda amo hoje enquanto cristão ortodoxo, mesmo discordando enormemente da visão filosófica do legendarium, a visão escolástica, tomista, agostiniana.
 
Ninguém aqui falou de religiosidade, falamos da teologia que inspira a obra. Sem o cristianismo ortodoxo o Irmãos Karamázov fica sem sentido. Isso não quer dizer que você não possa apreciar a obra por outros ângulos e admirar essa religiosidade sem ser dessa religião, você pode admirar o ideal até mesmo sendo ateu. A questão não é essa.

A questão não é impor como se deve entender uma obra, mas entender o que realmente pensou e creu o autor quando a escrevia. Essa é uma abordagem literária, um estudo sobre o tolkienismo, não uma reprodução de suas ideias, mas o entendimento do que significa realmente o Senhor dos Aneis. Quanto a teorias estéticas e a visão subjetiva de cada um, bom, isso não é análise literária, é fan-fiction. Isso você procure em outra área do fórum, ou crie um tópico.

ESSE tópico é para entendermos o que de facto era a maldade de Melkor, não o que consideramos, em nossas opiniões pessoais, ser a 'minha forma particular' de entender a maldade de Melkor. Isso não existe. O autor criou com uma finalidade independente de como você interprete. Quando nos debruçamos assim sobre um tema do legendarium, o que nos interessa é entender a verdade, não ficarmos dividindo devaneios. Isso existe, é válido, mas vale mais do que fan-fiction. Não lança luz nenhuma no nosso estudo (no meu caso, por mais leigo que seja o estudo), não esclarece nada, só cria discussões inócuas sobre o mundo subjetivo de cada um, que não interessa a quem não pertence aquele mundo.

O que me lembra meu tópico babaca sobre relações entre Schopenhauer e o Ainulindalë, relações que só existiam na minha cabeça. Ao ler Tolkien com uma cabeça mais racional e crítica, o que se vê ali é santo Agostinho, são Tomás de Aquino, pitadas de escolástica, e um mundo povoado por elementos fantásticos cheios de sentido mitológicos e filosóficos. E você não precisa concordar com isso: eu adorava Tolkien quando católico romano e ainda amo hoje enquanto cristão ortodoxo, mesmo discordando enormemente da visão filosófica do legendarium, a visão escolástica, tomista, agostiniana.

Sempre me disseram que eu tenho a capacidade de trazer à tona o que há de melhor nas pessoas, eis mais um caso, congrats!!!!
 
Já discuti tanto sobre isso que hoje prefiro só assistir. :lol:

A quem interessar:

A História não é uma só - Tópico sobre a hipótese de pontos de vista da História que rendeu uma discussão interessante.

Na verdade, o "bate boca" foi devido ao fato de eu achar que Eru deveria ter protegido os humanos de Melkor, e culpá-lo por não tê-lo feito, afinal como já disse antes, eles não passavam de bebês crescidos (imagine-se nascendo com 20 anos de idade mas com a experiência de uma criança de colo). Eru nada fez para impedir que Melkor os corrompesse e ainda os puniu por isto. Minha acusação tem por base "O Conto De Adanel", que pode, muito bem, ser apenas uma versão do que "realmente" acontecera.

Link do conto: http://www.valinor.com.br/107/
 
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Tem também o tópico da "Lenda do Morgoth coitadinho" que é um dos tópicos mais importantes. Nele se explica que Melkor pode até ter sido criado ignorante, mas em sua criação bem como à época de sua vinda para o mundo ele sempre foi um ser completo, inteiro e possuía inteligência vasta (usada para o mal). Junto de seus irmãos eles estavam entre os de maior capacidade e poder. Segundo o Silma os lapsos de inexperiência deles estavam relacionados apenas a vida mundana dos círculos do mundo e por serem inteligentes tinham sido designados "Poderes" ou goverantes e Manwe possuía o título de Rei mais velho por uma série de causas. Nota-se que os filhos de Eru no capítulo do livro são grafados com maiúsculas (Filhos de Eru), dando a entender que Eru precisava de seres muito capazes para cuidar deles. Os maiores erros dos Valar estavam principalmente em questões musicais, sincronia de uns com os outros, memória do tema e das palavras de Eru, limitação para enxergar as partes do mundo que cada um tinha menor interesse:

O trecho mostra como os Poderes eram sagazes:
"E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não a sua terrível perspicácia."

Também se diz que eles não concentraram apenas o desejo ao entrar no mundo, mas concentraram também principalmente todo o pensamento:

"Mas, quando os Ainur contemplaram essa morada numa visão e viram os Filhos de Iluvatar surgirem dentro dela, muitos dos mais poderosos dentre eles concentraram todo o seu pensamento e seu desejo nesse lugar."

Pg: 07, Ainulindalë, Silmarillion, J. R. R. Tolkien, Editora Martins Fontes.


A na arrepiante passagem se diz que os Valar ainda estão até hoje moldando o mundo, como uma torre infinita que nunca termina.
 
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Depois de ler vários posts da Ana-Lissë, percebi o que ela quis dizer, creio eu...

O J M Straczynski usa essa abordagem em babylon 5(que ele mesmo disse ser o tolkien espacial) ao construir as motivações da raça chamda de shadows(que seria o equivalente ao morgoth).
Segue abaixo um dialogo entre os representantes humanos dessa raça e o cap. John Sheridan, que era um dos lutadores pelo lado da ordem, a raça chamada de vorlons.

babylon 5 disse:
"Os vorlons são como os seus pais, eu suponho. Eles querem que você seja bonzinho, limpe seu quarto, siga as regras. Eu acho que você poderia chama-los de senhores da ordem."
"Os outros, os que vivem aqui, acreditam que a força só vem através de conflitos. Eles querem liberar o nosso potencial, não restringi-lo."
"É muito simples. Você junta dois lados. Eles lutam. Vários morrem, mas os que sobrevivem se tornam mais fortes, mais espertos e melhores."

“É como destruir um formigueiro. Cada geração fica mais forte e o formigueiro é redesenhado, ficando melhor.”

Ao que Sheridan responde:
"Então é isso que as shadows fazem. Saem a cada poucos milhares de anos destruindo formigueiros, fomentando guerras, destruindo raças inteiras."

Eles respondem:
"Alguns se perdem no caminho, é verdade, e isso é lamentável. Eu acho que nunca foi fácil, mas não podemos deixar isto ficar no caminho do sonho!"

Poderíamos teorizar aqui que a intenção de melkor fosse essa relatada aqui em cima, liberar o potencial da criação ao promover caos, para tira-la do estado de estagnação.
Mesmo assumindo essa visão, creio que isso só pode ser aplicado até o primeiro aprisionamento dele...

Pois as coisas que ele fez depois foram muito além desse propósito e jamais poderiam se encaixar nesse objetivo. Ele não estava criando caos simplesmente, estava causando um sofrimento que era desnecessário para atingir o objetivo colocado.

Você pode contestar, como já o fez, se ele realmente fez tudo o relatado nas obras. mas ai sou obrigado a voltar seu raciocínio contra você e perguntar: Porque esses atos tão malignos seriam atribuídos a ele, se não os fez? O que motivaria alguém ou uma raça a atribuir atos tão abomináveis a alguém, se ele não os fez? Se não foram esses próprios atos que geraram o ódio e repulsa capazes de fazer com que alguém mentisse tanto a respeito de outro, o que então gerou essas ações?

~~

Bom, mesmo entendendo e colocando uma explicação para o conceito defendido pela Ana-Lissë, concordo com o que já foi dito por outros aqui: Quando tratamos da obra de alguém, o que essa pessoa diz sobre ela é o que vale, quer gostemos, quer não(aliás, é por isso que me incomodam algumas adaptações de livros pra cinema :P)...

Exemplo: Em harry potter, eu(e n outras pessoas) creio que o Neville ficaria perfeito com a Luna. mas a autora não fez assim então nunca será assim. Ponto.

Logo, se o próprio Tolkien já disse que melkor era mal, encerra-se a questão.
 
.

Melkor, o mais poderoso dos ainur, era o vala da criatividade (sendo o único capaz de alterar as obras de seus irmãos, pois tinha um quinhão dos poderes de todos eles) , até aí não havia nada de errado em sua vontade de gerar coisas que fossem somente suas. Os problemas começaram quando ele quis se apropriar das obras de outros, reinvidicando-as como suas e jamais aceitando o fato de que ele havia sido apenas um parceiro em suas criações. Melkor exigia a liberdade, mas era a liberdade apenas para si mesmo. De todos os outros, ele exigia a submissão mais completa. Se ele fosse realmente um libertário, ele teria deixado seu pai e seus irmãos e teria partido para criar um universo totalmente seu, mas a maldade que o consumia, à medida que seus desejos eram frustrados, não permitiu que ele fizesse isto. Sim, Melkor era maligno.

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