Melian
Período composto por insubordinação.
O título do tópico já diz tudo. Comentem sobre os melhores textos literários que abordam, de alguma forma, o futebol, que vocês já leram. Para quem ainda não é 'iniciado' neste tipo de literatura, sugiro a leitura de "A eterna privação do zagueiro absoluto", de Luis Fernando Verissimo, que é um livro excelente.
Para começar...
Quem já falou comigo por, pelo menos, dois minutos, sabe que Literatura e Futebol são duas das minhas grandes paixões. Sabe que vou ao Mineirão, que xingo, que grito, que choro, que fico em êxtase, que fico deprimida, etc.
Tenho amigos que dizem que quando querem falar comigo, no msn, procuram, na lista de contatos, por alguém que use um nick que tenha alguma ligação com futebol ou livro.
Um amigo, certa vez, tomou um esporro de uma de suas amigas porque ela estava usando "Capitu" como nick e ele pensou que fosse eu. (Engano ainda mais justificado para quem sabe que eu amo Machado de Assis).
Hoje, quando estava voltando do trabalho, acabei sendo surpreendida ao passar em uma banca de revistas (só para dar aquela olhadinha básica. Só para ficar babando nos gibizinhos da Marvel. Ok, eu dei uma espiadinha no encadernado de aniversário de 75 anos da DC
). Vi o trequinho da Bravo!, com o título "Literatura & Futebol", e, senti aquela empolgação boba, a empolgação que uma criança sente quando vê o presente nas mãos dos pais.
Ri com as caricaturas dos escritores, algumas, como sempre, impagáveis e inconfundíveis. Depois, li 'os melhores contos, poesias e crônicas sobre o esporte, por uma seleção de grandes autores brasileiros'. Só então, li, um por um, o nome dos escritores cujos textos compõem o livro. Na verdade, não li 'um por um', imediatamente. Procurei, em um primeiro passar de olhos, Luis Fernando Verissimo e Nelson Rodrigues, pela tradição desses escritores como cronistas de futebol. Quando vi que seus nomes figuravam entre os outros, procurei por um terceiro, que não encontrei, e, confesso, fiquei decepcionada.
Comprei o livro, mesmo assim. Cheguei em casa e, mesmo com uma dor de cabeça infernal, fui dar uma rápída olhada. Já li o livro, com exceção de três crônicas, que pulei, sem remorso.
(mas voltarei nelas, outro dia qualquer).
A apresentação do livro, feita por Marcelo Moutinho, ficou bem interessante, uma vez que ele decidiu fazer uma pequena síntese da opinião de alguns escritores sobre o futebol, incluindo as opiniões negativas.
O destaque do livro fica, a meu ver, por parte de Clarice Lispector (botafoguense!) e sua provocativa e divertida crônica, em resposta a Armando Nogueira, que disse que trocaria uma vitória do Botafogo por uma crônica de Clarice sobre futebol.
Eu poderia falar, também, sobre o poema de João Cabral de Melo Neto
, mas acho que não seria surpresa para ninguém, já que é de conhecimento geral que ele foi jogador - volante -do seu time do coração (América de Recife) e foi campeão estadual juvenil pelo Santa Cruz, em 1935, antes de jogar, de vez, para escanteio (com o perdão dos trocadilhos) os gramados.
Também acho interessante destacar a presença de textos de escritores que despontaram nos últimos anos (Geração de 90). Não consigo expressar tamanha felicidade que senti ao ver uma crônica do Tezza (mesmo que ele torça pelo Furacão
) no livro, assim como senti ao ver textos de: Flávio Carneiro, Marcelino Freire, Glauco Mattoso e Marcos Caetano.
Ah! Eu falei, no início do post, sobre a falta de um escritor no livro que me desapontou, né? Na verdade, são dois. O primeiro é Roberto Drummond. Pelo amor de Deus! Nem vou falar sobre as demais maravilhosas obras dele, mas falo sobre seu trabalho como cronista esportivo. Ele merecia, sim, que uma de suas crônicas fosse incluída no livro (e nem precisaria ser "Oração do Atleticano", "A cegueira da paixão", "Branca e preta é a minha pele", dentre outras. Poderia ser uma que ele falasse sobre futebol de modo geral, não sobre a sua (dele, e minha!) paixão em preto e branco: o Clube Atlético Mineiro).
E para quem pensa que minha indignação é porque eu sou atleticana, não é. Também fiquei desapontada (feito um lápis esquecido no apontador) de não ter, no livro, "Declaração Alviverde (por um poeta atleticano)", do Leminski. Meu melhor amigo é torcedor do Coxa, e uma das coisas que colocamos na nossa lista de 'coisas para fazer antes de morrer' é que nós vamos a uma partida do Coritiba no Couto, quando eu for para Curitiba; e nós vamos a uma partida do Galo, no Mineirão, quando ele vier para BH.
Para começar...
Quem já falou comigo por, pelo menos, dois minutos, sabe que Literatura e Futebol são duas das minhas grandes paixões. Sabe que vou ao Mineirão, que xingo, que grito, que choro, que fico em êxtase, que fico deprimida, etc.
Tenho amigos que dizem que quando querem falar comigo, no msn, procuram, na lista de contatos, por alguém que use um nick que tenha alguma ligação com futebol ou livro.
Um amigo, certa vez, tomou um esporro de uma de suas amigas porque ela estava usando "Capitu" como nick e ele pensou que fosse eu. (Engano ainda mais justificado para quem sabe que eu amo Machado de Assis).
Hoje, quando estava voltando do trabalho, acabei sendo surpreendida ao passar em uma banca de revistas (só para dar aquela olhadinha básica. Só para ficar babando nos gibizinhos da Marvel. Ok, eu dei uma espiadinha no encadernado de aniversário de 75 anos da DC

Ri com as caricaturas dos escritores, algumas, como sempre, impagáveis e inconfundíveis. Depois, li 'os melhores contos, poesias e crônicas sobre o esporte, por uma seleção de grandes autores brasileiros'. Só então, li, um por um, o nome dos escritores cujos textos compõem o livro. Na verdade, não li 'um por um', imediatamente. Procurei, em um primeiro passar de olhos, Luis Fernando Verissimo e Nelson Rodrigues, pela tradição desses escritores como cronistas de futebol. Quando vi que seus nomes figuravam entre os outros, procurei por um terceiro, que não encontrei, e, confesso, fiquei decepcionada.
Comprei o livro, mesmo assim. Cheguei em casa e, mesmo com uma dor de cabeça infernal, fui dar uma rápída olhada. Já li o livro, com exceção de três crônicas, que pulei, sem remorso.

A apresentação do livro, feita por Marcelo Moutinho, ficou bem interessante, uma vez que ele decidiu fazer uma pequena síntese da opinião de alguns escritores sobre o futebol, incluindo as opiniões negativas.
O destaque do livro fica, a meu ver, por parte de Clarice Lispector (botafoguense!) e sua provocativa e divertida crônica, em resposta a Armando Nogueira, que disse que trocaria uma vitória do Botafogo por uma crônica de Clarice sobre futebol.
Eu poderia falar, também, sobre o poema de João Cabral de Melo Neto

Também acho interessante destacar a presença de textos de escritores que despontaram nos últimos anos (Geração de 90). Não consigo expressar tamanha felicidade que senti ao ver uma crônica do Tezza (mesmo que ele torça pelo Furacão

Ah! Eu falei, no início do post, sobre a falta de um escritor no livro que me desapontou, né? Na verdade, são dois. O primeiro é Roberto Drummond. Pelo amor de Deus! Nem vou falar sobre as demais maravilhosas obras dele, mas falo sobre seu trabalho como cronista esportivo. Ele merecia, sim, que uma de suas crônicas fosse incluída no livro (e nem precisaria ser "Oração do Atleticano", "A cegueira da paixão", "Branca e preta é a minha pele", dentre outras. Poderia ser uma que ele falasse sobre futebol de modo geral, não sobre a sua (dele, e minha!) paixão em preto e branco: o Clube Atlético Mineiro).
E para quem pensa que minha indignação é porque eu sou atleticana, não é. Também fiquei desapontada (feito um lápis esquecido no apontador) de não ter, no livro, "Declaração Alviverde (por um poeta atleticano)", do Leminski. Meu melhor amigo é torcedor do Coxa, e uma das coisas que colocamos na nossa lista de 'coisas para fazer antes de morrer' é que nós vamos a uma partida do Coritiba no Couto, quando eu for para Curitiba; e nós vamos a uma partida do Galo, no Mineirão, quando ele vier para BH.