Post grande fica feio cheio de tarja preta. Então aviso aqui logo que terão vários spoilers no meu post.
Não li os outros livros, mas vou pesquisar através dos links que o Black Pilot postou nas páginas anteriores.
Concordo com o V no tocante a Duna ser um livro de sutilezas.
É natural se pensar justamente o oposto, com a quantidade de pensamentos colocados na naração, o que se dá a sensação de que tudo ficaria mastigado. Mas as entrelinhas são vastas em cada linha de fala e de pensamento, é incrível.
O que a princípio parecia que ia ficar muito maçante pra mim, se tornou completamente fascinante. Cada olhar retratado, cada suspiro, cada inspiração e expiração significavam algo profundo e complexo, sem no entanto ser forçado ou maçante.
E claro, as intrigas em cada diálogo, de forma às vezes extremamente sutil e dissimulada também é igualmente fantástico.
Não que eue ligue muito pra adaptações em geral como os fãs ardorosos (
), mas esses elementos permitiriam um filme
muito bom, se usassem esses mesmos elementos em um ótimo roteiro cominado com excelente atuação. Claro que seria um filme de arte por demais sutil, ao nível de Lolita do Kubrick pra cima.
Mas blé, aqui é o forum de Literatura.
Sabe, achei muito original o modo como o Paul tinha suas visões do futuro ("visões prescientes", que nominho legal
). Em algumas ocasiões, chegou ao nível do abstrato.
Os infinitos futuros que ele vislumbrava, com uma precisão absurda e no entanto uma dúvida tremenda de como seguir realmente foram colocados de forma muito sutil e no entanto muito intensa. Isso foi honestamente genial.
Todo o lance da "maldição" da Alia e como ele foi realmente, em natureza, também me foram fascinantes.
O jeito que o Herbert encontrou pra combinar política com religião, com uma pitada de psicologia, foi muito fluído. Tudo ali existe, interagindo de formas altamente intrínsecas. Como eu já disse antes, fascinante.
É um livro que fiquei na vontade de reler e como isso é raro, diz algo sobre o quanto realmente gostei dele.