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Não, daí é erro crasso mesmo.as perguntas eram com porque e as afirmações com por que.
Um equívoco por muito tempo perpetuado entre nós é o de que a tradutora portuguesa Natália Nunes, incumbida da tradução das obras completas de Dostoiévski para a editora José Aguilar, teria trabalhado por interposição do inglês. Esse equívoco, eu mesma o reproduzi aqui algumas vezes, baseando-me em informações não verificadas.
Hoje constatei que Natália Nunes se baseou na tradução de Rafael Cansinos Assens, publicada em 1961 pela Aguilar espanhola (de propriedade dos irmãos de José Aguilar, proprietário da Aguilar brasileira).
Fique registrada a retificação.
Fiquei me fazendo as mesmas perguntas. Logo de início achei que fossem cartas assumidamente românticas, então fiquei surpreso quando ele negou esse propósito. Uma carta seguinte dela dá a entender que é ele que a sustenta (pensava que materialmente eram apenas presentinhos), e fiquei curioso para entender exatamente qual é a relação desses dois, e como tudo começou.Acabei de ler as duas primeiras cartas, uma dele e uma dela, e as impressões confirmam a sinopse. Ele fala muito no diminutivo (pombinha, invençãozinha etc.), quer bajular a menina (dar uma florzinha, uma balinha) o quanto pode o seu orçamento. Ela parece tratá-lo com um pouco mais de distância ("não, a cortina foi algo sem querer, não era nenhum tipo de sinal pra ti") e um pouco mais pé no chão. No entanto, fiquei me perguntando: quem é esse senhor? ele disse que vê ela contente e já pergunta: por onde tu andavas toda contentinha? (seria ciúmes? algum tipo de controle?) e na frase seguinte já diz que não adianta ficar triste. Quais as intenções desse senhor? Será que ela parece mais pé no chão, mas ele é quem está mais "ligado" nas coisas? Ou isso é coisada minha cabeça? Enfim, são questões que coloco ao texto agora.
Legal. Eu não avancei muito porque usei meia horinha do almoço pra ler. Mas me irrita o jeito como ele trata ela, com tantos inhos e inhas, colocando-se "abaixo" dela. Sei não... hahaFiquei me fazendo as mesmas perguntas. Logo de início achei que fossem cartas assumidamente românticas, então fiquei surpreso quando ele negou esse propósito. Uma carta seguinte dela dá a entender que é ele que a sustenta (pensava que materialmente eram apenas presentinhos), e fiquei curioso para entender exatamente qual é a relação desses dois, e como tudo começou.
Confesso que não esperava me entreter tanto com esse gênero epistolar, sem ação no presente, mas com as únicas duas vezes que parei para ler já estou em 25%, agora na longa carta em que ela conta o passado e liga alguns primeiros quebra-cabeças.
Uma coisa que já me impressionou é a maturidade que o Dostô já apresentava aos 24 anos.
Haha é bem um sinal exagerado de humildade mesmo. Por sinal, esse perfil - homem pobre de meia idade, muito simples e resignado - parece ser bem recorrente em Dostoiévski. O pai de Pokrovski é um exemplo extremado, que leva a gente quase a chorar de empatia e dó. Me lembrou muito aquele alcoólatra miserável cuja família Raskólnikov ajuda, em Crime e Castigo.Legal. Eu não avancei muito porque usei meia horinha do almoço pra ler. Mas me irrita o jeito como ele trata ela, com tantos inhos e inhas, colocando-se "abaixo" dela. Sei não... haha
De fato, tem mesmo essas personagens que me despertam a desconfiança e depois são assim mesmo... boa lembrança! Talvez a escrita dele seja fruto das oscilações da paixão, misturadas com a própria miséria. Veremos...Haha é bem um sinal exagerado de humildade mesmo. Por sinal, esse perfil - homem pobre de meia idade, muito simples e resignado - parece ser bem recorrente em Dostoiévski. O pai de Pokrovski é um exemplo extremado, que leva a gente quase a chorar de empatia e dó. Me lembrou muito aquele alcoólatra miserável cuja família Raskólnikov ajuda, em Crime e Castigo.
Nós, da classe média, adoramos uma fofoca. Quer mais fofoca que o que encontramos em cartas? Assuntos pessoais ali colocados...Sempre gostei de livros escritos em forma epistolar. Obras assim costumam me entreter bastante e raramente ficam focadas em detalhes inúteis e enfadonhos, geralmente é uma leitura bem agradável.
Hahaha, era brincadeira com a classe, apenas.Na verdade eu odeio fofoca. Eu gosto do formato epistolar porque é direto ao ponto, não costumo gostar de livros que focam demais em coisas secundárias. Além disso eu gosto muito quando uma história é narrada em primeira pessoa, dá pra ter mais empatia com os personagens.