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Diário Literário

Adorei esse conceito:


eu chamava os livros da minha anti-tbr mental de "ai, que preguiça", mas vou adotar o termo da menina :yep:

a sally rooney esteve na minha anti-tbr por um tempo, li conversas entre amigos e pensei "meu deus, essa narradora é a gina do brooklyn nine-nine". tipo:


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eu li revirando os olhos até uma outra dimensão. então, um tempo depois fui de pessoas normais e adorei? e a voz da gina estava lá ainda. o resumo é que ela agora está num limbo que eu chamo de "QNTNNEIPLSPEC" ou, "quando não tiver nada novo e interessante para ler, se pá eu confiro" - esse ano tem livro novo dela e eu ainda nem li o último :dente:
 

Anexos

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eu li revirando os olhos até uma outra dimensão. então, um tempo depois fui de pessoas normais e adorei? e a voz da gina estava lá ainda. o resumo é que ela agora está num limbo que eu chamo de "QNTNNEIPLSPEC" ou, "quando não tiver nada novo e interessante para ler, se pá eu confiro" - esse ano tem livro novo dela e eu ainda nem li o último :dente:
Pior que eu vi a série e odiei (só valeu pelo paul nescau au naturel) 😶‍🌫️

Antes disso sempre tive preguicinha de rooney tbm, vontade de ler não...
 
Diário, meu ano estava indo tão bem em leituras... até hoje de madrugada. Dormi tarde porque não consegui conceber que Marcos Rey tivesse escrito algo tão horrível quanto o último terço de 12 horas de terror. A trama é basicamente um rapaz que descobre que seu irmão é criminoso e precisa acompanhar a namorada deste para reaver uma sacola com dinheiro e uma agenda que expõe toda uma rede de narcotráfico. Conveniências narrativas, vá lá, romance infanto-juvenil — quantos feitiços e objetos mágicos Harry Potter não usou e foram descartados ao longo de 7 livros e mais uma peça teatral? —, mas do nada Rey começa a ser piegas sem necessidade, faz as protagonistas tomarem decisões equivocadas (p.ex., tem dois assassinos atrás deles e uma das personagens resolve jogar um de dois revólveres que tem fora. Quando pegam o revólver que sobrou, só tem uma bala), descrições visuais esdrúxulas e um narrador que parece ter se esquecido da história que estava contando. Me deu tanta raiva ver uma trama interessante, embora algo clichê, ser contada de forma desleixada que agora penso em escrever algo inspirado mas que funcione. Quando isso sai? Não sei, mas só consegui dormir depois de escrever à mão o "início" da história. Dose que O rapto do Garoto de Ouro tá me olhando da estante, mas até desanimei de prosseguir com Marcos Rey por ora, talvez no futuro.
 
A trama é basicamente um rapaz que descobre que seu irmão é criminoso e precisa acompanhar a namorada deste para reaver uma sacola com dinheiro e uma agenda que expõe toda uma rede de narcotráfico.
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Pra não ficar totalmente off-topic, estou lendo a saga dos tigres da Colleen Houck(A maldição do tigre e etc) e esses dias entrei numa livraria e me deparei com este livro. Achei engraçado.
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Última edição:
Desenvolvendo um pouco mais:

Não é que eu tenha detestado. Mas...
Há diversos contos em que, a meu ver, a narrativa não consegue construir a atmosfera tenebrosa que pretende. E me parece que o autor tenta compensar isso com uma adjetivação que não convence. Aí o luar é demoníaco; o céu é tenebroso; tal outra coisa é insondável.

Mal comparando: tem um conto da Lygia Fagundes Telles -- As Formigas -- cuja premissa é bem besta. Em linhas muito gerais: universitária alugou um quarto numa pensão. Tem um baú, com uma ossada de um anão. Durante a noite, as formigas se põem a montar o esqueleto.

Dizendo assim, é bem besta. Mas a narrativa cria uma tal ambientação que dá medo, sabe? Pode ser que o problema seja eu, mas não consegui sentir essa ambientação na maioria dos contos do Lovecraft. E eu acho mesmo que ele, com frequência, abusa desses adjetivos (demoníaco, tenebroso, insondável) pra tentar convencer o leitor de que aquilo era algo do qual ele deveria ter medo. Só que, pra mim pelo menos, isso não foi convincente... na maioria dos casos, pelo menos.

Tem outros problemas...

Acho que um dos contos de que mais gostei foi O Horror de Dunwich. Vou dar spoiler, abra por sua conta e risco:

Você tem lá, na cidadezinha X, uma família toda estranha e um moleque esquisito que era filho de Yog-Sothot - o Wilbur Whateley. Após a morte do avô, o menino começa a estudar as diabruras todas pra abrir um portal que ligue o nosso mundo ao mundo desse horror ancestral. E, pra isso, ele precisa ter acesso ao Necromicon. Eventualmente, o bibliotecário da Universidade do Miskatonic nega a Wilbur a retirada do livro.

Então ele volta, à noite, pra roubar o livro. Só que assim... quando o Wilbur invade a biblioteca ele é um ser completamente monstruoso, com 2 metros e meio de altura. E o que acontece? Wilbur é morto pelo cão de guarda da Biblioteca.

Porra! Isso é frustrante! Olha o investimento do "demônio", em colocar um filho (na verdade, dois) no mundo humano, que pudesse vir a ser a chave pra abrir o portal para que entidades ancestrais acessassem o mundo e eventualmente exterminassem a espécie humana. Um filho que, aos 16 anos, é uma criatura monstruosa de 2 metros e meio de altura. Todo esse "fucking" investimento impedido por um doguinho, numa Universidade.

Se fosse um Pinscher, tudo bem! Aí faria sentido...

Teve contos de que eu gostei. O próprio "O Horror de Dunwich" ou "O modelo de Pickman", por exemplo. Mas mesmo esses que eu gostei não foram nada fora da curva.

Esperava que ler Lovecraft me causasse mais medo que tédio.
 
Mas sua percepção está correta — aliás, corretíssima —, companheiro Mercúcio: Lovecraft é isso aí mesmo; um escritor muito imaginoso mas bem limitado na execução de suas ideias, e possuidor de um estilo empoladinho (purple prose) que, mesmo empoladinho, faz recorrência exagerada a um repertório vocabular não muito variado na caracterização de eventos e coisas. Quase tudo é blasfemo ou, quando é grande, ciclópico.
:lol:

O que poderia pesar a favor dele, a meu ver, para redimi-lo em parte, são três coisinhas:
1) os contos eram publicados de tempos em tempos em revistas pulp e não foram pensados para ser lidos um atrás do outro, numa sentada, que é a atitude mais comum hoje em dia, com as antologias, o que sem dúvida salienta demais essa repetição e a torna maçante;

2) as coisas eram escritas meio que a toque de caixa, e havia incentivo financeiro para empolar o texto na medida em que o autor recebida por palavra escrita (um método absurdo de orçar trabalho literário rs);

3) e o principal: ele nunca teve a oportunidade de revisar a obra visando a uma publicação organizada e definitiva dela, como sói acontecer, pois morreu relativamente cedo e não era sequer conhecido do grande público para ter um incentivo a fazê-lo.

E sua percepção está ainda correta por notar que O Horror de Dunwich se destaca positivamente, porque foi também o que eu já disse, e que me motivou a propor sua leitura no Clube. :hihihi: Do conto do Pickman eu também gosto bastante (ele influenciou uma side quest do Fallout 4, aliás; e a obra do HP como um todo influenciou ainda outras coisinhas mais do jogo rs).
 
Mas sua percepção está correta — aliás, corretíssima —, companheiro Mercúcio: Lovecraft é isso aí mesmo; um escritor muito imaginoso mas bem limitado na execução de suas ideias, e possuidor de um estilo empoladinho (purple prose) que, mesmo empoladinho, faz recorrência exagerada a um repertório vocabular não muito variado na caracterização de eventos e coisas. Quase tudo é blasfemo ou, quando é grande, ciclópico.
:lol:

O que poderia pesar a favor dele, a meu ver, para redimi-lo em parte, são três coisinhas:
1) os contos eram publicados de tempos em tempos em revistas pulp e não foram pensados para ser lidos um atrás do outro, numa sentada, que é a atitude mais comum hoje em dia, com as antologias, o que sem dúvida salienta demais essa repetição e a torna maçante;

2) as coisas eram escritas meio que a toque de caixa, e havia incentivo financeiro para empolar o texto na medida em que o autor recebida por palavra escrita (um método absurdo de orçar trabalho literário rs);

3) e o principal: ele nunca teve a oportunidade de revisar a obra visando a uma publicação organizada e definitiva dela, como sói acontecer, pois morreu relativamente cedo e não era sequer conhecido do grande público para ter um incentivo a fazê-lo.

E sua percepção está ainda correta por notar que O Horror de Dunwich se destaca positivamente, porque foi também o que eu já disse, e que me motivou a propor sua leitura no Clube. :hihihi: Do conto do Pickman eu também gosto bastante (ele influenciou uma side quest do Fallout 4, aliás; e a obra do HP como um todo influenciou ainda outras coisinhas mais do jogo rs).

Rapaz...
Muito boas essas considerações. Tomei a liberdade de mandar o seu post pro pessoal do Clube, com quem estou lendo essa antologia. :cerva:
 
Tivesse sensação parecida quando li Lovecraft. Se não me engano gostei de "A Música de Erich Zann" (mas posso estar enganado), e só. De resto, nada me marcou. Esse "Modelo de Pickerman" eu li na época, mas confesso que não lembro absolutamente nada dele.
O chamado do Cthulhu achei bem sem graça.
 
Diário,

Estou terminando a minha primeira leitura de Lovecraft. E, com sinceridade, achei meio decepcionante. :o?:
Lembrando de quando eu falei pra um amigo livreiro que tinha achado The shadow out of time um porre e ele, "é o meu conto favorito". :lol: Depois usei ele como referência para escrever Do tempo, restou apenas a sombra e, sinceramente?, achei meu texto melhor. :lol:
Eu concordo com o @Béla van Tesma em tudo sobre questões de estilo e dinâmica de leitura do Lovecraft. Acho que tem autores que se saem melhor com ambientação que com narrativa — convenhamos, as pessoas gostam mais do que tem sido feito com o que ele propôs que mesmo com adaptações das obras dele.
Sobre O horror de Dunwich, eu sei lá, mas gostei da forma como a ameaça parece ser facilmente derrotada, mas epa, tem algo estranho na área ainda. Não sei se ele pensou nisso desde o início, mas eu curti.
Acho que vou continuar preferido A cor que caiu do espaço como texto favorito dele.
 
Está aí algo que poderia ser feito: reescrever direito os melhores textos do Lovecraft, já que estão em domínio público. Prosa seleta de Lovecraft, reescrita sem racismo e partes chatas. :hxhx:
 
Lembrando de quando eu falei pra um amigo livreiro que tinha achado The shadow out of time um porre e ele, "é o meu conto favorito". :lol: Depois usei ele como referência para escrever Do tempo, restou apenas a sombra e, sinceramente?, achei meu texto melhor. :lol:

Pô, boto fé! "A Sombra Vinda do Tempo" foi disparado o conto mais chato que eu li nessa antologia da Cia das Letras.

Pra mim, foi o destaque negativo do livro.
 

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