rodrigoleles
Usuário
Pessoal, boa noite
Finalmente removi meu bloqueio mental que me impedia de trazer meus escritos por aqui. Não por acreditar que compus algo excepcional, mais por acreditar que a poesia não tem vida se ela tiver um dono.Cada um deve poder tomá-la para si, interpretá-la e traduzí-la como achar melhor. Só a partir deste momento ela estará respirando.
Esta foi uma que fiz há umas duas semanas, refinando e acertando algumas coisas até hoje a noite.
Eu gosto de brincar com a estrutura da poesia, e nesse caso inventei de trocar as rimas dos versos entre as estrofes: Na primeira, o segundo verso rima com o quarto, e na seguinte, o terceiro rima com o quarto. Não sei se esse recurso possui um nome formal.
Ficaria honrado com os comentários e opiniões de vocês.
Daqui
Daqui, vê-se tudo de uma maneira diferente
A maneira a qual tudo parecia que ia se tornar
Perfeito, não, é desnecessário
A imperfeição é menos simples de se acostumar.
Daqui, aquele dia não terminou
Aquela luz vespertina continuou a girar o girassol
Morreu à noite, uma breve licença
Voltou em algumas horas, nem notou sua ausência.
Daqui, ele pareceu só querer a estrada
Início, meio e fim, nenhuma milhagem
Mas, os minutos eram preciosos, faixa a faixa
Com ela, importava apenas a viagem.
Daqui, não havia discurso pronto
texto arranhado, nem disco riscado
A vida era um improviso
Seu público era apenas um sorriso.
Daqui, parecia tudo até arranjado
Poetas se exclareceram, narradores deram uma pausa
- Deixem eles passarem, para que a intromissão?
Tratemos da política e dos conformados sem causa
Daqui, não havia outro
Nem pensamentos do outro, de quem
Nem quês, quais e poréns
Que exercício mental em seus olhos reféns.
Daqui, ao menos ele imaginava
Se ele lhe dizia quando você estava certa
Se ele acertava quando não dizia nada
Se levanta quando você está errada.
Daqui, não se sentia essa dor escorchante
Como o golpe da baqueta,
na pele ressacada dos pensamentos
O som de uma corda retinindo, aguda, tremendo.
Daqui, não era preciso procurar sempre o meio
Tentar ser, no ângulo da vida, sempre a bissetriz
Mas se perguntava, porque aquela gente, logo ao lado
Parece tão feliz.
Daqui, sim, talvez fossem
Como muitos ao redor sussurravam
O par perfeito que falava Freddy
Ou a paz esquecida que cantava Dylan.
Mas daqui, o que existe agora é apenas uma fagulha
Que salta, pisca, ilumina e se esvai
Que ele, ao caminhar, leva ao lado
Mas ela, ao sonhar, esqueceu trancado.
Finalmente removi meu bloqueio mental que me impedia de trazer meus escritos por aqui. Não por acreditar que compus algo excepcional, mais por acreditar que a poesia não tem vida se ela tiver um dono.Cada um deve poder tomá-la para si, interpretá-la e traduzí-la como achar melhor. Só a partir deste momento ela estará respirando.
Esta foi uma que fiz há umas duas semanas, refinando e acertando algumas coisas até hoje a noite.
Eu gosto de brincar com a estrutura da poesia, e nesse caso inventei de trocar as rimas dos versos entre as estrofes: Na primeira, o segundo verso rima com o quarto, e na seguinte, o terceiro rima com o quarto. Não sei se esse recurso possui um nome formal.
Ficaria honrado com os comentários e opiniões de vocês.
Daqui
Daqui, vê-se tudo de uma maneira diferente
A maneira a qual tudo parecia que ia se tornar
Perfeito, não, é desnecessário
A imperfeição é menos simples de se acostumar.
Daqui, aquele dia não terminou
Aquela luz vespertina continuou a girar o girassol
Morreu à noite, uma breve licença
Voltou em algumas horas, nem notou sua ausência.
Daqui, ele pareceu só querer a estrada
Início, meio e fim, nenhuma milhagem
Mas, os minutos eram preciosos, faixa a faixa
Com ela, importava apenas a viagem.
Daqui, não havia discurso pronto
texto arranhado, nem disco riscado
A vida era um improviso
Seu público era apenas um sorriso.
Daqui, parecia tudo até arranjado
Poetas se exclareceram, narradores deram uma pausa
- Deixem eles passarem, para que a intromissão?
Tratemos da política e dos conformados sem causa
Daqui, não havia outro
Nem pensamentos do outro, de quem
Nem quês, quais e poréns
Que exercício mental em seus olhos reféns.
Daqui, ao menos ele imaginava
Se ele lhe dizia quando você estava certa
Se ele acertava quando não dizia nada
Se levanta quando você está errada.
Daqui, não se sentia essa dor escorchante
Como o golpe da baqueta,
na pele ressacada dos pensamentos
O som de uma corda retinindo, aguda, tremendo.
Daqui, não era preciso procurar sempre o meio
Tentar ser, no ângulo da vida, sempre a bissetriz
Mas se perguntava, porque aquela gente, logo ao lado
Parece tão feliz.
Daqui, sim, talvez fossem
Como muitos ao redor sussurravam
O par perfeito que falava Freddy
Ou a paz esquecida que cantava Dylan.
Mas daqui, o que existe agora é apenas uma fagulha
Que salta, pisca, ilumina e se esvai
Que ele, ao caminhar, leva ao lado
Mas ela, ao sonhar, esqueceu trancado.