Vou colocar a crítica aqui de novo. Tá na outra página, assim facilita a leitura.
Comentário: Me desculpe, mas filme deve se sustentar por si só e não ficar se apoiando em outras mídias. Se o filme "O senhor dos anéis" precisa do respaldo de ter sido baseado numa obra "legendária" blá blá para se sustentar como grande arte, então há algo errado com ele. Grandes filmes existem por si só, e os maiores chegam até a influenciar a literatura e não o contrário. Você quer comparar Shakespeare com Tolkien?! Perá lá. Não cometa sacrilégios. antes do tatataravô do Tolkien nascer, Shakespeare já escrevia peças excepcionais, com profundo painel psicológico, coisas que não vejo na obra de Tolkien. Que eu tenha errado o nome do vilão isso é o mínimo. O que conta é que ele não possui ambiguidades, é raso, é "malvadão" e pronto. Parece vilão de Scooby-Doo. Bem diferente de grandes personagens da literatura, como Don Quixote, em que fica a dúvida se ele é louco ou não, como Raskolnikov em "Crime e castigo", em que ningúem sabe dizer ao certo se ele é "mal" ou "bom". SDA pode até ser boa diversão descompromissada, mas está longe de ser grande literatura. Tolkien é mais maniqueísta que George Bush!! O passado de cristão ortodoxo deste escritor pode explicar muita coisa...
Comentário: Que me perdôem os fãs de SDa, mas o filme/livro é maniqueísta sim. Não consegui ver nenhum atraço ambíguo em Sauron, nenhum atenuante. Ele é todo "malvadão". é caricatural demais, personagem perfeito para ser inserido em histórias infantis. E me desculpem se eu não ligo pro fato do livro ter bilhões de detalhes de relevo, vegetação, o escambau. Quero um livro e não um compêndio de Geografia . SDA é como um lago enorme com uma aréa de extensão vastíssima, mas com pouca profundidade. Como literatura não se equipara a um Dante, Shakespeare ou a um Cervantes, que podem até serem lagos de menor aréa mas muito profundos. E me descupem mais uma vez. Acho que grandes filmes devem se justificar por si só e não serem derivativos de outras mídias como teatro e literatura. Fazer decalque é muito fácil. A fantasia já está toda lá mastigadinha na cabeça dos espectadores. A tendência é o segundofilme da série ganhar menos oscars ainda. Apesar de tudo é uma boa historinha de faz-de-conta... e os efeitos são bem-feitos. Até a próxima!
A complicação na crítica começa quando o críticsa não se decide o que está avaliando, se o livro ou o filme. Parece que a intenção era falar do filme, até porque o texto é do Cinema em Cena. E depois ele quis fazer um "comentário", que parecia ser para falar sobre o livro somente (pelo menos eu cheguei a imaginar isso), e de novo ele confundiu as coisas.
Mas que seja, vou falar só do que se relaciona ao livro, ou que pode ser relacionado a ambos sem prejuízo.
A primeira crítica que ele faz é baseada numa comparação com Shakespeare, dizendo que este já escrevia antes do tataravô daquele nascer. Sim. E daí?
Um dos méritos de Tolkien foi escrever o que gostava numa época em que o que vigorava artisticamente era oposto ao que ele considerava como realmente bom. Era um medievalista em pleno século vinte Moderno.
Depois ele fala do Maniqueísmo na obra, o que, de certa forma, é inegável.
Até porque faz parte do processo criativo, que é essencialmente mitológico. Se o crítico diz "não ligo pro fato do livro ter bilhões de detalhes de relevo, vegetação, o escambau", ele, além de envolver seu gosto pessoal na crítica, que deve ser ao máximo imparcial (ou seja, foi quase um "é ruim porque eu não gosto"), ignora que nem tudo é maniqueísta não. Se Sauron é Mau e Gandalf é Bom, e maniqueísmo pressupõe apenas essas opções, por que tantos leitores odeiam o Boromir e Denethor, que afinal de contas, são os líderes do reino dos homens que o Bem quer salvar? E por que tantos adoram o Gollum, que se opõe ao personagem principal da história no clímax máximo? Ele é, por acaso, Bom ou Mau? Só estava defendendo o interesse dele, como pensava estar fazendo Boromir. Acho que o raso na crítica foi o crítico.
No final ainda tme um comentário preconceituoso sobre Fantasia/ Contos de Fadas. O Professor Hobbit teria alguma coisa a dizer, como inclusive disse. Um texto do Imrahil sobre o ensaio "On Fairy Stories", de Tolkien:
"O coração do livro[The Monster and the Critics], sem dúvida, é o texto On Fairy Stories (Sobre Contos de Fadas). Mais que um ensaio, ele é quase um manifesto das convicções de Tolkien a respeito da literatura e do papel do escritor enquanto criador de mundos e renovador da própria Existência. É leitura obrigatória para quem desejar entender a obra e a personalidade tolkieniana."