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Com ajuda de chip, pais saberão por SMS se crianças frequentam escola

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
[h=2]Tecnologia permite que assiduidade de alunos seja monitorada diariamente.
Novidade foi implantada terça-feira em Vitória da Conquista, na Bahia.[/h]

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Chips estão inseridos no escudo da escola ou na manga dos uniformes (Foto: Divulgação/Prefeitura)​

Os alunos da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, serão os primeiros do Brasil a se adaptarem ao fardamento digital, de acordo com a prefeitura da cidade. A iniciativa foi lançada na terça-feira (20) pela Secretaria de Educação no Centro de Educação Paulo Freire (Caic).

O projeto funciona em fase experimental desde 2011 e deve ser expandido para 25 das 203 unidades escolares do município na próxima semana, segundo estimativa da Secretaria. As camisas carregam um chip que monitora a frequência de cada estudante e gera o registro do horário em tempo real aos pais por meio de SMS. Inicialmente, serão cerca de 25 mil crianças e adolescentes, entre 6 e 14 anos, beneficiados pelo projeto. Até 2013, está prevista a inclusão de todos os atuais 42.725 alunos da rede municipal.

Para o controle, foi aplicada a tecnologia de identificação de radiofrequência chamada RFID, desenvolvida por um núcleo do Senai e geralmente adotada por empresas privadas para controle dos trabalhadores.
"Todos os pais terão os telefones cadastrados e receberão alerta via celular sobre a entrada ou saída da escola. O sistema faz a captação através de sensores que são instalados nas unidades. Eles fazem automaticamente a leitura dos chips e repassam a informação via mensagem de texto aos pais",
explica o secretário Coriolano Moraes. A camisa, que pode ser lavada normalmente, tem o chip instalado na parte do escudo e o sistema não pode ser retirado.

O gestor esclarece ainda que o projeto visa garantir prioritariamente a permanência dos alunos nas unidades para evitar possível exposição à violência, drogas ou mesmo ao trabalho infantil.
"Quando chamávamos os pais para reuniões, percebíamos que eles ficavam surpresos quando se falava sobre a falta dos seus filhos. Por conta disso, havia até o corte do bolsa-família. Deixar os filhos na porta da escola não é garantia, muitos não entravam na unidade, passavam o turno no bairro e eram presas fáceis para cometer atos ilícitos, pequenos furtos ou envolvimento com drogas. A concepção é de que lugar de criança é na escola, até mesmo para combater o trabalho infantil".

Pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Educação nos últimos meses revela que 85% dos pais dos alunos possuem aparelhos celulares, o que facilitou a concretização da iniciativa.
"Os que não tinham, correram para comprar, já que hoje são aparelhos relativamente baratos. Tivemos diversas reuniões com eles e isso ajudou bastante na concepção da ideia",
afirma. Os chips são implantados em dois lugares: ou no emblema da rede municipal de ensino ou sobre uma frase de Paulo Freire inserida em uma das mangas, com os dizeres:
"Educação não transforma o mundo, educação muda pessoas, pessoas transformam o mundo".

A médio e longo prazo, a proposta é repassar com mais instantaneidade informações sobre comportamento e notas do alunado aos pais e, internamente, propiciar levantamento mais ágil de merenda escolar, entre outros aspectos. O professor Sidney Soares, 34 anos, diretor do Centro Municipal de Educação Paulo Freire, afirma que pais, alunos e funcionários estão ansiosos.
"No primeiro momento, gera curiosidade e dúvidas, mas a gente vai ter um ganho no índice de aprendizagem e aprovação, porque os alunos têm que estar na sala de aula e traz ainda mais participação da família na escola. A tendência é de melhoria",
diz.

Fonte
 
Rastreamento humano é algo que muita gente ainda torce o nariz, mas o fato é que mais cedo ou mais tarde ele vai ocupar espaço.
 
Não tem nada de ser animal ou criminoso. Infelizmente a realidade da sociedade hoje é outra e precisamos nos adaptar a tais mudanças, seja por bem ou por mal.

Temos que ter diálogo, compreensão e confiança, mas mesmo assim essa iniciativa vale, desde que não seja objeto de perseguição ou constrangimento. É o bom senso. Pais e filhos que possuem um bom diálogo e maturidade vão saber lidar com isso numa boa.
 
O receio e o medo que as pessoas de modo geral tem de um rastreamento humano é por causa da possibilidade de que os governos comecem um dia a querer adotar a implantação de um chip obrigatório em nossos organismos que seria um substituto pros nossos documentos, mas tenhamos calma que não é o caso disso (ainda!).
 
O receio e o medo que as pessoas de modo geral tem de um rastreamento humano é por causa da possibilidade de que os governos comecem um dia a querer adotar a implantação de um chip obrigatório em nossos organismos que seria um substituto pros nossos documentos, mas tenhamos calma que não é o caso disso (ainda!).

Acho que não chega a tanto. Agora imagina esse lance de rastreamento nas roupas se tornando moda, daqui a alguns anos... Sabe esses pais radicalistas, que não deixam o filho fazer NADA nunca? Será uma ''arma'' desse tipo de pai para monitorar e vigiar os filhos. Ou seja, em pouco tempo, liberdade não existirá mais.
A iniciativa do uniforme é válida, mas com certeza é perigosa, porque a tendência é expandir. E o risco está aí.
 
Eu apoio e não acho que seja prisão. É uma criança, a responsabilidade é inteira dos pais, principalmente hoje em dia.
 
Comentando apenas um trecho que me chamou um tanto a atenção.

"[...]a gente vai ter um ganho no índice de aprendizagem e aprovação, porque os alunos têm que estar na sala de aula[...]"

Obrigar os alunos a estarem lá porque tem um chip na camisa avisando aos pais não é garantia de interesse, por parte deles, em aprender e realmente estar na aula, e não apenas presentes na sala. Os alunos que antes matavam aula pra fazer qualquer outra coisa, vão continuar preferindo não estar lá, e consequentemente não participarão e atrapalharão quem está lá porque quer aprender alguma coisa. Esse não é o caminho. Se os pais e a escola educassem essas crianças a entender que aquilo ali é necessário pra vida delas, e não porque os pais obrigam ou pra manter a bolsa família, não seria necessário criar tal sistema. IMO.

Eu estudei em escola pública - não creio que mude muito nas particulares - e cansei de ver pais que já no ensino médio levavam os filhos (alguns filhos de professores, inclusive) até a escola pra garantir que ficariam lá, e eles matavam aula dentro da sala, fingindo que faziam algo, fazendo outra coisa, ou não fazendo nada. Presença não é sinônimo de interesse, muito menos de bom rendimento.
 
Acho ridícula tal medida, além de ser uma afronta à memória de Paulo Freire, um educador que sempre lutou por uma sociedade livre e igualitária. Se desde criança eles começam a colocar chips de rastreamento, para que todos passem a ter é apenas um passo. Pior, poucos parecem se importar com isso, ou até aceitam o controle de bom grado. Cada vez mais a realidade me lembra um poema de Bertold Brecht, que muitos devem conhecer:

"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso

Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."
 
O poema que o Olorin postou me faz lembrar de um ponto importante

Se essa tecnologia tivesse chegado no tempo da escravidão, a vida dos escravos que já era um inferno com rastreamento eletrônico seria ainda pior. Muito provavelmente jamais existiriam os quilombos.

Toda tecnologia tem seus pontos positivos e negativos e isso não vem de agora. Quando lá na pré-história o ser humano aprendeu a lapidar pedras e metais e conseguiu inventar o primeiro instrumento cortante que foi a primeira faca primitiva, de um lado positivo ajudou a cortar os alimentos e a partir dela fazer muitas coisas úteis e do lado negativo viu que poderia fazer armas também cortantes que matam e ferem profundamente.

Santos Dumont que ficou muito feliz ao inventar o avião, paradoxalmente teve um desgosto profundo quando viu sua invenção em pouco tempo ser utilizada em guerras.

Como cada época tem a sua tecnologia e cabe a humanidade saber usar com sabedoria e bom senso.

Não estou defendendo totalmente a utilização desse chip achando que é solução ideal, mas também não condenando. Só penso que fazer um teste experimental por algum tempo pra se conhecer o resultado é algo válido e se não der certo, não se leva adiante.
 
Última edição:
Bem, creio que tem gente que nunca foi criança nesse mundo...
Vejo um grande furo ali... É só entrar pelo portão, sair pulando o muro, voltar pulando o muro e sair pelo porão. Os pais nunca vão saber.

Agora, seriamente, acho que não adianta de nada enfiar a criança na escola, pois se ela não quer aprender, não vai. E aposto como deve ter pai que não se importa.
 
Hoje uma parcela imensa só freqüenta mesmo pelo bolsa-família. Não estão mesmo nem aí pro aprendizado.

De toda forma, a iniciativa visa evitar que os malandrinhos fiquem à mercê das drogas, seqüestros, violência em geral, enfim, todas essas coisas bacanas que o mundo está oferecendo à vontade hoje em dia, pra todas as idades. Mas como disseram, continua não sendo garantia, porque malandro que é malandro dá um jeito de contornar. Que seja para o bolsa-família, é obrigação dos pais garantir que exista consciência da importância de se ficar na escola durante o horário de aulas.

Agora, por ser um chip na camiseta, meu primeiro pensamento foi "mando qualquer um com a minha camiseta pra escola e boas". Quem duvida?
 
Será que é produção da CEITEC?

Por mim servindo para não se perder tempo fazendo chamada numa turma de 60 alunos já é um ganho de tempo absurdo.
Manter uma ficha do aluno.
 
Por razões morais e alguns motivos bem meus discordo da medida.

Além do que já foi dito aqui sobre a necessidade de querer estudar e não ficar preso na sala de aula por obrigação, muitas vezes até atrapalhando a aula, acho isso indesejável. Além do fato de abrir de expansão desse tipo de pensamento de vigilância, essa cultura de atenção, vigília, fixação de horários e prisão das pessoas por esquemas burocráticos altamente controlados e de alta tecnologia.

Dá medo isso aí. Sem teoria de conspiração, isso dá medo por causa do precedente que abre. Eu fico com medo desse nível de controle que o Estado já tem sobre nossas vidas. E se a internet antes ainda burlava esses mecanismos de vigilância, pertença a um rebanho onde as opiniões parecem se manter enclausuradas em certos parâmetros definidos... bom, o Estado já caminha pela internet, já quer impor restrições sobre ela, já exerce domínio sobre essa nossa liberdade. Enfim, posso estar viajando mas isso me deixa muito preocupado.

Toda a escola deveria ser um lugar de livre expressão, não esse presídio guarnecido por inspetores e muros altos onde os alunos são vigiados pra não se evadirem. A situação pode ter mudado mas as escolas estaduais onde estudei eram exatamente assim. Câmeras de vigilância, inspetores-segurança, portões de ferro, muros enormes... complicado.
 
Eu penso que isso é segurança. Não somente para o controle de quem está freqüentando a escola, mas também para garantir que ninguém estranho entre. Afinal, se a criatura quer fugir da aula e pula o muro pra fora, nada impede de um desconhecido pular para dentro. E sabe-se lá pra fazer o quê.

Infelizmente, além das ocorrências escolares que fazem necessária a presença de inspetores (que, sério, estão bem longe de serem sequer parecidos com seguranças), portões, muros e câmeras [por 'ocorrências' leia-se drogas, armas, bombas e não somente indisciplina na classe e bolinha de papel], hoje em dia pode entrar um estranho no meio dos alunos que, não tendo a vigilância necessária, pode causar um mal bem grande. Pensando em situações graves como gente vendendo drogas no banheiro, armas (de fogo ou não) sendo passadas pra dentro, até chegarmos na tragédia em Realengo no outro ano.

Eu realmente tenho muito menos medo do Estado me controlando do que de estar virada pra lousa e me entrar um maluco atirando. Sou mais as câmeras e chips. Sempre penso que se eu tivesse um filho na escola, iria querer que houvesse a maior das garantias de que ali ele estaria seguro.
 
Mas o chip só serve para controlar quem está com o chip, não impede ninguém de entrar, e um Estado policial não é a resposta à insegurança, mas sim medidas (que eu não sou o melhor para enumerá-las) que acabem com a violência, uma delas passa pela educação.
 
Uma criança perdida, uma criança raptada... isso pode ser algo bom. Sendo pai, eu sou meio (na verdade, totalmente) paranóico com a segurança de meu filho.
A longo prazo, sem o conhecimento ou possibilidade de escolha da pessoa monitorada, isso pode ser algo mal.
 

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