Melian
Período composto por insubordinação.
Uma das coisas de que mais gostei na lista da Natinha foi o fato de que, mesmo os livros que não li, pela sinopse são o que eu poderia chamar de "a cara da Erendis, mesmo". E isso é algo positivo; significa que é possível ver o reflexo da Erendis que conhecemos nos livros que marcaram sua vida. Destaco o fato de ela ter colocado uma biografia, e não uma biografia qualquer, né? Embora eu costume adotar uma postura cínica e, sempre que possível, faça troça de quem escolhe O Senhor dos Anéis como um dos seus livros favoritos, jamais poderei negar o quanto devo ao Professor por tudo o que sua obra me proporcionou, ao longo dos anos. E acredito que essa seja a realidade de muitos aqui, porque nem todos os que vagueiam estão perdidos, mas muitos de nós, antes de chegarem à Valinor, estavam, sim. Que bom que nos encontramos, e que, hoje, podemos ler e comentar os cinco livros preferidos da nossa amiga Erendis.
1. O Sol é para Todos (Harper Lee)
Eu sempre me espanto quando eu converso com alguém que reconheço como uma pessoa que lê bastante, ou gosta muito de ler, e que essa pessoa me diz que não leu esse livro. Eu também estou sempre indicando-o para as pessoas. Já comprei-o para presentar muita gente, porque embora seja um livro que ganhou o Pulitzer, e que foi adaptado com grande sucesso para o cinema (chegou a ganhar o Oscar de melhor roteiro adaptado), eu não vejo ele nas grandes listas de livros e autores. Também passou muitos anos só com edições antigas (eu cheguei a ver edição dele custando tanto quanto uma calça para uma jovem de 16 anos). É um livro que eu já li umas 5 vezes, pelo menos, e sempre me surpreendo com a simplicidade da escrita, ao mesmo tempo em que a história nos dá lições valiosas sobre a vida e a inocência das crianças. Enfim, LEIAM ESTE LIVRO.
2. Rosinha, Minha Canoa (José Mauro de Vasconcelos)
Esse livro eu li umas duas vezes, na minha infância. Minha mãe tinha uma edição bem surrada dele (que eu tenho até hoje). Eu realmente precisaria ler de novo, pois estaria mentindo se eu dissesse que me lembro, com detalhes, da história, mas eu lembro que a história toda era contada de forma muito poética e bonita. E o Jose Mauro de Vasconcelos é conhecido muito mais por "O Meu Pé de Laranja Lima" do que por esse livro aqui, mas eu tenho muito mais carinho por esse, porque foi um dos livros que realmente abriu as portas da leitura pra mim, na época em que eu não tinha muito acesso aos livros. Depois desse, eu li mais uns tantos livros do autor, mas esse ficou marcado na memória, mesmo.
3. A Casa da Floresta (Marion Zimmer Bradley)
Eu amo todo o Ciclo de Avalon, da Marion Zimmer Bradley, mas escolhi este livro porque foi o primeiro que eu li, e que me fez ter interesse nos livros dela. É uma história de crença, de luta, de amor e de tragédia. Não sei explicar muito bem por que eu gosto tanto desse livro, talvez por a história ser contada pelo ponto de vista feminino, o que faz com que eu me identifique um pouco mais com ela. O fato é que, depois de ter lido esse livro, eu me empenhei em adquirir toda a coleção do Ciclo de Avalon e já o li tantas vezes que perdi a conta. E nunca enjoo.
4. O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien)
Lembro-me, como se fosse ontem, da primeira vez que eu vi esse livro, em volume único, na estante da casa da minha prima, e li o título na lombada: "O Senhor dos Anéis". Lembro-me de, na ocasião, ter pensado: eu preciso ler esse livro. Demorou uns anos depois disso até eu conseguir concretizar a leitura, mas, realmente, foi tudo o quê eu esperava, e foi além. É outro livro que eu eu vivo recomendando para todo mundo (embora saiba que a maioria das pessoas não teria a paciência necessária para ler) e, talvez, seja também, em parte, por todas as coisas e pessoas que o livro trouxe para a minha vida. Além disso, "O Senhor dos Anéis" abriu toda uma gama nova de literatura para mim. Eu, que nunca tinha lido nada de fantasia nesse nível, e, desde então, esse passou a ser o meu gênero preferido.
5. Cash A Autobiografia (Johnny Cash com Patrick Carr)
A princípio, eu gostava das músicas, mas a história de vida deste homem me impressionou. Sua eterna luta contra as drogas e a "melancolia" que tomava conta dele (não era costume falar sobre depressão antigamente, não é, mesmo?) são mais profundas do que se pode depreender dos comentários que, vez ou outra, tendem ao sensacionalismo. O encontro do grande amor de sua vida e como ela ajudou e ficou ao lado dele, de todas as formas que uma pessoa pode ajudar outra: a ser uma pessoa melhor, a vencer seus medos e demônios e a encontrar alegria em viver. Às vezes, parece ficção, mas é uma história real, e das mais lindas, mas é aquele tipo de livro que, em diferentes épocas da vida, vai impactar-nos de diferentes formas. Desde que li Cash, pela primeira vez, há uns 5/6 anos, eu já li mais duas vezes, na última não consegui terminar porque nas partes pesadas, bateu a bad. Mas eu recomendaria pra qualquer pessoa que, alguma vez, tenha ouvido e curtido o Man in Black.
Menções honrosas:
Não dava pra incluir todos os livros que eu realmente amo, mas se eu pudesse recomendar, além dos meus 5 preferidos, seriam:
Jonathan Strange & Mr. Norrell (Susana Clarke): foi o livro mais próximo do nível de O Senhor dos Anéis que eu encontrei na vida; Orgulho e Preconceito (Jane Austen): Mr. Darcy, baby. Com licença, eu sou uma canceriana que acredita no amor perfeito. A Hora das Bruxas (Anne Rice): leiam os volumes 1 e 2. E depois leiam Lasher. E Taltos. E depois disso me digam se vocês ainda lembram quem era o Lestat.
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